Plano de Aula
Plano de aula: Exploração de superfície com terra
Plano 4 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Explorando superfícies
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Utilize o espaço externo que tenha uma superfície de terra que seja suficiente para o seu grupo de bebês fazer uma exploração. Dependendo do tamanho do espaço, organize a turma em pequenos grupos de quatro a seis bebês. Se não tiver essa superfície disponível, providencie terra e a produza no espaço externo da escola. Se possível, anteriormente à proposta, programe a ida do grupo ou de parte dele ao pátio ou a outra área externa, com a missão de recolher elementos naturais como pedras, folhas, galhos e sementes, que serão usados na proposta.
Materiais:
Potes pequenos com água, elementos naturais (pedras, galhos, folhas, sementes) potes de tamanhos pequenos e médios, funis, peneiras e colheres.
Espaços:
A proposta será realizada no espaço externo, sobre uma superfície de terra. Organize dois cantos, um deles com os elementos naturais e os potes de água e o outro com os potes, as colheres, os funis e as peneiras. Leve ao espaço externo uma caixa com brinquedos de encaixe para as crianças utilizarem, caso ela seja necessária durante ou ao final da proposta.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como os bebês exploram a superfície de terra (usam o corpo, observam a superfície, utilizam os materiais)?
2. Quais as descobertas realizadas por eles ao explorar as características da superfície (temperatura, textura, consistência)?
3. As crianças imitam umas às outras e aos adultos que participam da proposta? De que forma a imitação amplia as descobertas feitas na superfície de terra ?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Garanta condições para que os bebês menores que não caminham e engatinham possam participar da exploração da superfície. Sente-se próximo aos bebês e auxilie-os, se necessário, a utilizar os materiais e a entrar em contato com a superfície. Proponha apoio para quem já senta, organizando confortavelmente esses bebês próximos à superfície e aos materiais disponíveis. Garanta espaço livre e seguro para aqueles que engatinham e andam com autonomia.
O que fazer durante?

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Estando já no local onde será realizada a proposta, compartilhe a experiência a ser realizada comtodosos bebês e convide-os para a exploração inicial. Dependendo do clima da sua região, proponha aos que desejarem que tirem a roupa, ficando só de fralda. Auxilie quem precisa de ajuda para alguma ação, possibilitando maior contato com a superfície de terra. Primeiramente permita que as crianças explorem o espaço livremente. Garanta que a aproximação e o contato com essa superfície aconteça de forma livre, a partir do interesse dos bebês. Aproveite para iniciar os registros fotográficos e em vídeo, narrando para os bebês as ações realizadas por seus colegas de turma, encorajando-os a imitá-los ou a sentirem-se à vontade para investigar ainda mais.
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Retire seus calçados e convide-os a retirar os deles também, se assim desejarem, para que possam sentir a superfície de forma ampla, enriquecendo ainda mais esse momento. Atente-se aos bebês menores, para que possam estar acomodados para entrar em contato com ela. Se eles ficaremà vontade, possibilite que se deitem ou fiquem de bruços, garantindo que possam perceber as características do espaço. Oportunize liberdade para se deslocarem por ele, de acordo com suas possibilidades motoras. Acompanhe esse primeiro contato colocando sua mão junto a do bebê sobre a terra, fazendo comentários como: O que é isso? É terra! Você quer colocar a mão? Que textura ela tem? Qual é temperatura dela? Está quente ou fria? Como podemos brincar com a terra? Vamos descobrir?
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Possibilite que todos, de acordo com os próprios desejos e interesses, explorem livremente o espaço sobre a superfície, usando movimentos epartes do corpo para se apropriar das características dela. Observe como os bebês, individualmente ou em duplas, agem ao entrar em contato com a superfície, se realizam ações como pegar a terra na mão e deixar que escorra por entre os dedos, se buscam se sentar ou se deitar sobre a superfície, usando diferentes posições corporais para senti-la.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê que senta pega um punhado de terra e coloca sobre suas próprias pernas. Dá-se conta que fica com uma cor diferente e balbucia algo ao professor. Outro bebê cava um buraco com as mãos e depois coloca seu pé dentro. Pega então um punhado de terra e fecha a mão. Ao abrir, percebe que ela escorre entre os dedos.
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Depois que já tiverem uma boa exploração sobre a superfície, ofereça os outros materiais descritos em dois cantos.Coloque à disposição dos bebês em um dos cantos da superfície os funis, potes vazios, colheres e peneiras. No outro canto, os potes com água e os elementos naturais. Acompanhe os bebês individualmente, em duplas ou pequenos gruposem suas pesquisas e descobertas com os materiais oferecidos. Perceba como relacionam-se com os elementos naturais disponibilizados, de que forma esses materiais aprimoram suas descobertas e investigações sobre a superfície, quais e de que forma ampliam as experiências sensoriais e corporais deles e instigam mais ainda as pesquisas.
Possíveis ações da criança neste momento: Dois bebês envolvem-se em fazer montinhos de terra molhada e folhas, usando também pequenos galhos para compor suas “construções”. Outros dois bebês derramam água sobre a terra e caminham descalços sobre ela, trocando sorrisos e balbucios, envolvidos ativamente na brincadeira. Outro bebê observa a cena, pega um pouco de terra molhada e passa no seus braços, observando com curiosidade as marcas produzidas.
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Compartilhe com pequenos grupos de bebês também as situações envolvendo potes, peneiras e colheres. Observe como usam os materiais, quais despertam mais interesse, de que forma exploram esses recursos para enriquecer suas experiências em contato com a superfície. Se cavam e fazem buracos, se colocam terra no funil, observando-a descer pelo orifício ou se colocam terra na peneira e a sacodem. Verifique também como eles se sentem ao entrar em contato com algumas partes de seus próprios corpos. Brinque junto com bebês, ajude-os a colocar terra nos potes, auxilie os menores a sentir a superfície, colocando terra nos braços e pernas deles. Coloque terra no funil próximo a eles, possibilitando que observem a terra descer pelo objeto. Esconda suas mãos e pés sob a terra e encoraje os pequenos a brincar de esconder e achar com você.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê pega um pote, coloca terra nele e logo após, derrama fora. Repete essa ação algumas vezes e então coloca a terra sobre seus pés, escondendo-os. Um colega observa tudo atentamente e logo vai até ele retirar a terra de cima. Olham-se com admiração expressando alegria pela descoberta.
Para finalizar:
Comunique aos bebês que em dez minutos vocês irão iniciar a organização do espaço e informe a próxima atividade da rotina. Passado o tempo, convide-os para organizar o ambiente, conforme suas possibilidades, encorajando cada um
a recolocar seu calçado e auxiliando quem precisar calçá-los. Acompanhe a organização, valorizando cada ação do bebê e encorajando-os em suas iniciativas.
Desdobramentos
Proponha situações similares a essa em outras superfícies existentes em sua escola, como no tanque de areia, no gramado ou numa superfície de pedras. Escolha outros elementos que enriqueçam as descobertas sensoriais sobre a superfície. Convide os bebês para realizar movimentos diversos sobre a terra como rolar, arrastar-se, sendo possível montar um pequeno circuito sobre ela, de forma a acrescentar as possibilidades de exploração dos bebês.
Engajando as famílias
Faça a impressão de algumas fotos da proposta e cole-as nas agendas dos bebês, com uma breve descrição do momento. Você pode também fazer um móbile com as melhores fotos, com legendas claras e objetivas. Pendure-o no percurso que as famílias fazem até o berçário. Dessa forma podemos dar visibilidade às ações dos bebês no cotidiano da escola junto à comunidade escolar.
Apresente a proposta
Envie, pela plataforma que sua rede estiver usando ou por Whatsapp, fotos de crianças brincando na terra. Verifique se a equipe tem fotos com o grupo na sua escola para enviar junto, o que será ainda mais significativo para os bebês. Explique o quanto a interação com esse material é importante, assim como o contato com a natureza, porém, não é recomendado sair de casa nesse momento. Sendo assim, convide-os a adaptar e explorar da forma como for possível para cada realidade: “Que tal fazer uma brincadeira com terra em casa e explorar essas possibilidades, de maneira divertida, com a família?”
Adaptações necessárias
Esta proposta sugere brincadeiras na terra para explorar uma interação desse material com outros objetos. Considerando o contexto familiar, possíveis adaptações se tornam necessárias: já que não é recomendado levar o bebê num local fora de casa com terra, podem colocar terra em um caixote, bacia ou outro recipiente grande para simular uma superfície natural. Convide-os a usar os objetos que tiverem para compor a brincadeira: potes diversos com água; elementos naturais, como pedras, gravetos, folhas e sementes; objetos de cozinha, como peneira, colher, funil etc. É importante que o bebê seja acompanhado durante toda a proposta para sua segurança. Se possível, sugira que uma pessoa registre o momento enquanto outra brinca com ele.
Sugira às famílias
Convide-os a envolver o bebê desde o preparo do espaço até a exploração da superfície. Sugira que priorizem um espaço externo e, caso não tenham essa possibilidade, forrem o local interno onde ficará a terra para facilitar a limpeza depois. Recomende que permitam ao bebê a livre exploração, sempre acompanhados e com observação atenta, para que percebam quais são suas preferências e validem suas iniciativas. Proponha que interajam, explorem os materiais e se divirtam juntos a partir das situações que sugirem. Por exemplo: ao misturar água e terra, o familiar faz de conta que é comidinha e simula que come, oferecendo ao bebê, que o imita e entra na brincadeira simbólica junto. Por meio de momentos como esse, constituídos de descobertas divertidas e prazerosas, a família aprofunda seus vínculos e se fortalece afetivamente também.
Para compartilhar com o grupo
Convide as famílias a enviar os registros para você e socialize-os com todas as outras, para que se sintam estimuladas a fazer a proposta também. Desta forma, elas ampliam as possibilidades de brincadeiras com seus bebês durante o período em que estão em casa. É possível reunir esse material num acervo digital via Apresentações Google (disponível aqui) e encaminhá-lo pela plataforma ou WhatsApp. Selecione os registros com o objetivo de compor uma exposição, do modo como costumam fazer isso na sua escola, e recepcionar os bebês e suas famílias no retorno. Assim, os fazeres de casa se conectarão com os escolares, tendendo a funcionar como um importante apoio na transição após o período de isolamento social, quando retornarem ao convívio escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Fernanda Zanatta
Mentora: Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Corpo, gestos e movimentos.
Objetivos e códigos da Base
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas.
(EI01ET01) Explorar e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, temperatura).
(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.
Abordagem didática: As crianças passam boa parte do tempo muito próximas ou sobre superfícies variadas, seja sentadas, engatinhando, andando. Para os bebês, explorar essas áreas é uma oportunidade para descobrir texturas, cores, composições e temperaturas. Também para aprender mais sobre o próprio corpo, por meio do contato de pés, mãos e braços com essas superfícies. É interessante observar como eles interagem com uma superfície inédita, como a areia, por exemplo. E acrescentar um elemento novo a uma área já conhecida por eles.