Plano de Aula
Plano de aula: Leitura aconchegante para bebês
Plano 1 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Leitura de histórias para bebês
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Como forma de exemplificação das possibilidades desse plano de atividade, será abordado o livro “Quero Colo”, da editora Edições SM. O professor poderá selecionar outros títulos para o desenvolvimento dessa proposta, como, por exemplo, “A casa sonolenta” e “Tanto tanto”, ambos da editora Ática. Os livros podem ser escolhidos de acordo com o repertório próprio, com a cultura regional ou conforme apreciação do grupo de bebês. É importante garantir a escolha de livros de qualidade e para tanto, você pode ter como referência: a qualidade das ilustrações, a presença de uma narrativa, evitar textos que apenas descrevam as ilustrações, livros com autor e editora e narrativas que abordem as situações cotidianas da vida das crianças.
O professor deve conhecer previamente a história selecionada para que possa conduzir a leitura com tranquilidade e favorecer as interações dos bebês com o enredo e com o objeto livro. Os recursos materiais sugeridos também podem ser substituídos por outros, desde que contemplem o contexto da história escolhida.
Materiais:
Livro “Quero Colo” e materiais para acomodar confortavelmente os bebês, como: tapete, colchonete, rede, almofadas, pufes, travesseiros, ou qualquer outro que você tenha disponível. Elementos de aconchego visual, como uma cortina ou outro tecido preso ao teto. Câmera fotográfica para os registros de documentação pedagógica.
Espaços:
Considere que a atividade será desenvolvida individualmente e, portanto, no período de alguns dias para contemplar todos os bebês do grupo. Deste modo, selecione um canto na sala de referência que possa ficar permanentemente organizado para essa proposta. Utilize os materiais sugeridos para criar um ambiente aconchegante para as interações dos bebês. Coloque o livro “Quero Colo” em uma posição centralizada e convidativa para que os bebês possam se interessar pelos elementos e composição do espaço.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como os bebês demonstram interesse pela história no momento de leitura? De que maneira eles observam as imagens? Como interagem com a leitura que o adulto faz?
2. Quais são as reações dos bebês enquanto apreciam a leitura de um livro?
3. De que forma os bebês comunicam seus desejos e emoções durante a leitura?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Garanta que todos os bebês participem da proposta e se envolvam no momento da leitura, desenvolvendo uma relação de afeto com o adulto e com o livro. Favoreça a exploração dos materiais que compõem o ambiente por meio da manipulação e da descrição.
O que fazer durante?

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Durante o momento de sono e descanso do grupo, organize um espaço permanente na sala de referência que seja convidativo e acolhedor. Permita que, ao acordar, o bebê se localize no ambiente e que suas necessidades sejam atendidas, se houver. Em seguida, aproxime-se dele e diga que gostaria de apresentar o livro “Quero Colo”. Mostre o espaço preparado e convide-o a se deslocar para apreciar a leitura. Se houver mais de um bebê acordado, estenda o convite à duplas ou, no máximo, trios. Lembre-se que o foco da proposta é realizar uma leitura suave e aconchegante, com proximidade física, contribuindo para o desenvolvendo e/ou reforçando laços afetivos entre bebê e professor e bebê e livro. Caso tenha mais de três bebês na ocasião, oriente-os para que permaneçam em brincadeiras livres com os recursos materiais da sala e peça contribuição de outro professor para garantir que todos tenham apoio e atenção necessários.
Possíveis falas do professor neste momento: (nome do bebê) eu trouxe um livro novo para mostrar para a turma. Você gostaria de descobrir qual é essa história nova? Olhe naquele canto da nossa sala. Você vê o livro de capa vermelha? Vamos até lá?
Possíveis ações da criança neste momento: o bebê pode sorrir e bater palmas, demonstrando encantamento pela proposta e após seguir para o espaço da leitura.
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Favoreça as experiências investigativas e as descobertas individuais deste bebê, deixando-o livre em suas iniciativas de interação com o que compõe o ambiente da leitura. Permita que ele folheie o livro, troque as almofadas de lugar, role sobre o tapete, brinque com o tecido preso ao teto, suba e desça da rede (com sua ajuda, se preciso for) etc. Fique atento aos gestos e movimentos desse bebê para saber em qual momento iniciar a leitura, que deve ser feita mediante situações mais tranquilas. Convide-o a leitura e acomode-o bem próximo a você, acolhendo-o no colo ou lado a lado, de modo que ele possa segurar o livro e virar as páginas (quando já consegue realizar essa ação) ou fiquem deitados e segure o livro de forma que ele consiga visualizar e tocar o objeto. Inicie a leitura junto com o bebê, apresentando o título e explorando os elementos da capa.
Possíveis ações da criança neste momento: O bebê pode demonstrar interesse pela leitura ao pegar o livro, por exemplo. Ele pode sorrir e se aproximar do professor.
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Mantenha-se próximo ao bebê durante a leitura, olhando nos olhos e tocando em suas mãos, por exemplo. Pronuncie lentamente as palavras para que ele compreenda melhor a narrativa e faça as pausas necessárias para que possa interagir com o momento da leitura. Gesticule e use diferentes entonações de voz para representar o enredo e envolver o bebê na história. Motive-o a apontar e a nomear os elementos figurativos presentes no livro. Incentive o bebê a participar da leitura por meio de balbucios, palavras, gestos, movimentos e brincadeiras de imitação do ato de ler. Ao longo da narrativa, favoreça o desenvolvimento de situações imaginárias, possibilitando o protagonismo do bebê nessa brincadeira de leitura de história. Reconheça e valorize toda e qualquer forma de comunicação e expressão. Ao finalizar, pergunte ao bebê se ele gosta quando as pessoas o pegam no colo.
Possíveis ações da criança neste momento: O bebê pode interagir com o professor ao comunicar o desejo de estar no colo. Pode também demonstrar tranquilidade por se sentir seguro e acalentado pelas ações do professor.
Para finalizar:
Esteja atento e seja flexível para continuar ou interromper a leitura de acordo com as necessidades e desejos do bebê. Ao finalizar a atividade, deixe-o livre para se divertir nas brincadeiras espontâneas, fazendo uso dos recursos, objetos e brinquedos disponíveis na sala. Mantenha o espaço organizado por alguns dias, a fim de desenvolver a proposta com outros bebês e até que todos participem desse momento de leitura de histórias.
Desdobramentos
Esta proposta de atividade pode ser desenvolvida ao longo do ano, podendo ser modificada. Varie os títulos, os ambientes e as situações do cotidiano, como, por exemplo, realizar a leitura antes ou após os momentos de alimentação e de banho, promovendo situações afetivas aos bebês.
Engajando as famílias
Para que as famílias se envolvam e valorizem os momentos de leitura de histórias com seus bebês, prepare uma mensagem a ser enviada. Utilize um papel sulfite colorido e escreva brevemente sobre a proposta desenvolvida. Discorra sobre o livro abordado, contando como foram as reações dos bebês. Pergunte às famílias qual é a relação delas com os livros e como são ou acontecem os colos com os bebês nos respectivos lares.
Apresente a proposta
Convide as famílias para um encontro virtual com os bebês e conte uma das histórias preferidas deles na escola. Envolva os participantes de forma animada e criativa, variando a entonação da voz e mostrando as imagens que mais despertavam interesse. Faça pausas e mostre objetos que tem em casa, estabelecendo relação com a história para despertar a curiosidade. Mostre-se disponível para acolher os sentimentos e expressões dessa vivência à distância. Converse sobre esses momentos e sobre a saudade, então amenizada pelo encontro virtual. Explique, de forma breve, a importância de ter esses momentos de leitura em casa, junto com a família, porque eles unem e fortalecem laços afetivos, gerando segurança para o grupo familiar. Se o encontro não for possível, grave um pequeno vídeo e envie fotos desses momentos na escola. Ao final, convide: “Que tal fazer uma série de leituras em casa, com os bebês, de forma divertida e animada como essa?” Envie sugestões pela plataforma que sua rede utiliza para se comunicar ou via WhatsApp.
Adaptações necessárias
Você poderá indicar as histórias sugeridas nos planos, que trazem excelentes obras, para garantir a qualidade. Sugira que usem livros físicos ou envie fotos deles pelo seu celular, para que possam imprimi-las ou reproduzi-las em algum dispositivo de acesso coletivo. Explique que é recomendado que leiam antes a história selecionada para que possam conduzir a leitura de forma mais tranquila, favorecendo as interações do bebê. Oriente que usem os materiais que tiverem disponíveis para fazer referência às histórias, uma vez que não é recomendado sair às compras nesse momento. De acordo com o contexto familiar, você poderá ainda sugerir um livro digital disponível na internet, como os que são oferecidos pelo projeto “Eu leio para uma criança”, disponível aqui. É importante que o bebê seja acompanhado durante todas as atividades para sua segurança. Se possível, sugira que um familiar registre enquanto outro lê ou brinca com ele. Ao final de cada atividade, convide-os a escrever ou gravar um áudio relatando, de forma breve, como foi a vivência.
Sugira às famílias
Convide os familiares a deixar o bebê em uma posição que favoreça a interação durante os momentos de leitura das histórias. É importante que valorizem, validem e acolham as diferentes formas de expressão e participação deles, pausando e retomando a leitura se necessário.
1) No plano “Leitura aconchegante para bebês”, oriente os familiares para que um deles faça a leitura para o bebê. Desta forma, estreitam-se os laços e aprofundam-se os vínculos que os unem afetivamente. Sugira que ele convide o bebê a ficar no colo ou sentar-se bem pertinho, da forma como for mais confortável no momento. Sugira ainda que repitam essa atividade fazendo a mesma leitura antes ou depois do banho, cada dia por um familiar, por exemplo. Para ficar mais animado, podem brincar com as almofadas que deixam o espaço aconchegante, fazendo um divertido “cadê/achou”.
2) Durante a “Leitura divertida para bebês”, oriente que permitam a manipulação dos elementos representativos que estarão disponíveis, incentivando o bebê a explorar e brincar com eles. Convide-os a fazer pausas durante a leitura e instigar a curiosidade dele sobre determinados aspectos presentes, como, por exemplo, uma imagem. Proponha momentos animados, como diferentes entonações de voz e expressões faciais que imitam as características do tema ou do contexto.
3) Durante o plano “Leitura entre pares para bebê”, convide outro familiar a fazer parceria com o bebê. Pode ser um irmão. Se não houver outra criança em casa, um adulto assume esse lugar. Proponha que o familiar leitor favoreça a interação e trocas de gestos carinhosos e afetivos entre eles. Podem projetar as imagens na tela do celular, notebook ligado na TV ou fazer o projetor caseiro, como o plano sugere, de acordo com a disponibilidade de cada grupo. O importante é que pratiquem a escuta de uma história de forma interativa com um par e se divirtam juntos!
4) Para a atividade “Leitura musical para bebês”, oriente que escolham um ambiente com espaço suficiente para que possam movimentar o corpo livremente. Sugira que disponibilizem utensílios de cozinha para obter sons e criar representações dos personagens da história. Proponha que batuquem ao ler sobre uma batida na porta, por exemplo, e sejam imitados pelo bebê, de forma animada e divertida para ambos.
5) Convide o grupo familiar a organizar o espaço com os elementos representativos e participar juntos da “Leitura em pequenos grupos para os bebês”. As experimentações sensoriais sugeridas podem ser realizadas com tecidos e caixas, como, por exemplo, entrar no carro (caixa) e sentir o vento na cabeça (tecido passando levemente, fazendo cócegas), ou outros materiais que tenham em casa e façam referência à história. Sugira que façam isso de forma interativa e divertida, colocando os familiares como personagens da história escolhida.
Para compartilhar com o grupo
Convide as famílias a enviar, pela plataforma que sua rede disponibiliza ou pelo WhatsApp, os registros das leituras que fizeram em casa junto aos relatos das vivências. Socialize com as outras famílias, pois, por meio dessas trocas, uma poderá se inspirar na prática da outra para se divertir ainda mais em casa. No retorno, organize-se para expor algumas fotos intercaladas com os relatos das famílias. Você poderá colocá-las num varal próximo à sala de referência para que fiquem acessíveis a toda a comunidade. Inclua uma breve descrição do que observou durante essas propostas. Desta forma, será possível reviver na escola as memórias afetivas desses momentos significativos em casa. E as experiências vividas em casa terão conexão com as escolares, dando suporte ao retorno.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Bruna Silva
Mentor: Adriana Vidaletti
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Objetivos e códigos da Base
(EI01EF03) Demonstrar interesse ao ouvir histórias lidas ou contadas, observando ilustrações e os movimentos de leitura do adulto-leitor (modo de segurar o portador e de virar as páginas).
(EI01EF08) Participar de situações de escuta de textos em diferentes gêneros textuais (poemas, fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc.).
(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.
Abordagem didática: Apresentar livros aos bebês é fundamental para a construção da atenção e da sensibilidade para a leitura como prática de escuta individual e coletiva. Pegar, manusear ou folhear esses objetos desperta a curiosidade das crianças e permite a criação de uma relação de intimidade com eles. E quando em contato com histórias diversas, os bebês podem ampliar o vocabulário e, principalmente, imergir na fronteira entre a imaginação e a realidade, conhecendo novas aventuras, ambientes e personagens.