Atividade para impressão 1 - Capa do livro
Plano de Aula
Plano de aula: Texto fatiado - Lenda indígena
Plano 2 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Lenda indígena
Este plano é um dos prioritários. Veja agora
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: esta é segunda aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero lendas indígenas e no campo de atuação artístico-literário. A aula faz parte do módulo de leitura.
Materiais necessários: Livro “IRAKISU - o menino criador” de Renê Kithãulu (Caso não disponha do livro, utilize o material complementar para impressão), texto fatiado “KANATA WENJAUSU - A origem da noite”, envelopes, vídeo - Povos indígenas, um depoimento do índio escritor que coordenou este livro (Daniel Munduruk)u https://www.youtube.com/watch?v=J_cwwHRhRw4
Informações sobre o gênero: Lendas indígenas são narrativas de tradição oral que falam sobre questões vinculadas à existência e a sentimentos como o medo, a coragem, a dúvida, o amor… falam sobre erros, acertos e sobre os enfrentamentos da vida, questões nem sempre fáceis de serem elaboradas. No Brasil, essas lendas inicialmente foram escritas por não indígenas, no intuito de fazer conhecer essa cultura, em um momento histórico em que se buscava construir uma identidade nacional. Entretanto, esses primeiros escritos, de caráter folclórico, muitas vezes trouxeram ideias genéricas sobre os índios. Desde os anos 90, a literatura indígena escrita pelos próprios índios vem ganhando força, e é por meio dela que buscaremos proporcionar aos alunos o conhecimento da pluralidade cultural do país, além do distanciamento de pré-julgamentos baseados em visões estereotipadas e pejorativas. Portanto, a leitura desses textos deve proporcionar a reflexão sobre como o outro vê e lê o mundo e como conta suas histórias. Nessas obras o texto é interativo e multimodal: as narrativas são permeadas de referências a sons, olfato, tato e sensações que podem ser mais bem descritas por quem de fato viveu ou esteve mais próximo dessas experiências. Além de geralmente conter desenhos tradicionais (como os grafismos) e paratextos com informações adicionais relacionadas à cultura, língua e localização da etnia em questão. Esses textos literários provocam o imaginário e a fantasia, a curiosidade, sentido de descoberta e ao mesmo tempo promovem aprendizagens e questionamentos.
Dificuldades antecipadas: Surgirá uma curiosidade natural dos alunos pelo vocabulário indígena, mas haverá dificuldade na pronúncia e entendimento das palavras em outro idioma, já que não fazem parte do nosso cotidiano. Esse é um momento de descoberta. Pode haver dificuldade também em estabelecer relações entre as partes do texto fatiado, levando em consideração que não conhecem a sequência da história. Pode ser que os alunos invertam os trechos do texto ao sequenciá-lo, esta atividade exigirá muita análise e observação de marcadores temporais e indícios sobre o que vem antes e depois na história. O trabalho em grupo servirá de apoio para os alunos que apresentam mais dificuldade de leitura.
Referências sobre o assunto: ARAUJO, Djario Dias. Lendas na sala de aula: resgatando a cultura popular. In: Diversidade textual: propostas para a sala de aula. Formação continuada de professores / coordenado por Márcia Mendonça. Recife, MEC/CEEL, 2008. p.79 – 90.
Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf
Tema da aula
Tempo sugerido: 1 minuto.
Orientações: Apresente a proposta da aula para os alunos.
Introdução
Tempo sugerido: 09 minutos
Orientações:
- Mostre a capa do livro (no próprio suporte ou em slides), localize o nome do autor, o título e pergunte se ouviram falar sobre ele e sobre o livro, o que conhecem a respeito. Se não conhecerem, peça aos alunos que levantem hipóteses a partir do título e ilustração da capa: “Sobre o que fala este livro?”
- Questione os alunos sobre a ilustração, o que eles veem, peça para que percebam os detalhes no índio como: os olhos puxados, cabelos lisos, maçãs do rosto proeminentes, pele morena/avermelhada, dorso com colares ou pinturas… Mostre aos alunos que as ilustrações foram feitas pelo autor e por crianças indígenas do povo Nambikwara, assim como está escrito na capa.
- Leia para os alunos a introdução “As histórias do meu povo” nas páginas 7 e 8 do livro, também disponível nos materiais complementares.
- Após a leitura da introdução faça uma breve reflexão sobre o autor e seu povo, procure desconstruir visões estereotipadas e pejorativas desses povos. Destaque que o autor diz que nem todas as histórias sobre os povos indígenas ensinam as coisas como elas são, muitos pensam que todos os índios são iguais, falam a mesma língua e moram em ocas. Renê Kithãulu ensina que existem várias línguas indígenas e que cada povo tem as suas peculiaridades. Ressalte também as dificuldades que os índios enfrentam com relação a invasão de suas terras e que sobrevivem da plantação e artesanato. Aproveite para relembrar brevemente algumas características do gênero lendas indígenas: histórias mitológicas da criação do universo e explicação dos fenômenos da natureza, narrativas vivenciadas por índios, que podem ter personagens com poderes excepcionais e animais que falam, tratam da cultura indígena, seu modo de viver e de ver o mundo.
- Comente com os alunos que este livro tem várias histórias do povo Nambikwara (todas interligadas), narradas pelo autor indígena Renê Kithãulu, e que nesta aula irão desenvolver atividades sobre uma delas.
- Este é um momento para trabalharmos as expectativas em relação ao texto que será lido, apoiando-se nos conhecimentos prévios dos alunos, trabalho com o gênero, suporte, universo temático, imagens e dados da obra.
Materiais complementares: Caso não possa projetar a imagem clique aqui para imprimi-la.
Caso não tenha o livro clique aqui para fazer a leitura da introdução “As histórias do meu povo”
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 35 minutos
Orientações:
- Apresente a ilustração da lenda que será trabalhada e questione os alunos:
- O que estão vendo?
- Quem são os personagens de acordo com a imagem?
- Onde se passa essa história?
- No centro da imagem há duas cabaças que os índios a chamam de walxusu. O que está acontecendo com elas? Que cores elas têm?
- Observem que há um animal na ilustração. Que animal é esse?
Informe os alunos que se trata de uma história que fala sobre como surgiu a noite.
- Divida a turma em grupos com no máximo cinco alunos.
- Entregue para cada grupo um envelope com os trechos da história embaralhados.
- Peça aos alunos para realizarem a leitura de todas as partes, analisarem e pensarem em como organizá-las para que a história tenha sentido. Logo depois, devem colocar na ordem que acharem correta, em cima de um papel sulfite, sem usarem a cola (para ser possível inverter, se necessário, durante a socialização). Durante esta atividade pode ser que os alunos necessitem de algumas intervenções. Àqueles que tiverem dificuldades, peça para que leiam novamente e tentem descobrir se há uma continuidade na história, se ela tem sentido para quem está lendo. Essa atividade é em grupo justamente para que haja troca de ideias e discussão para a resolução da atividade e, portanto, é importante formar grupos heterogêneos. É natural que alguns grupos troquem alguma parte da história por se tratar de uma atividade complexa, porém na próxima atividade farão a conferência junto da leitura da professora e tudo ficará esclarecido.
- Caso disponha de um tempo maior do que 50 minutos, o professor pode propor uma Caça ao tesouro na escola na qual o tesouro são trechos da história que serão posteriormente organizados. Nesse caso, o professor deve imprimir a história, recortar os trechos e colocar em envelopes. Pode usar duas cores de envelope, e duas cópias do texto, fazendo dessa maneira dois times, cada qual busca os envelopes e os trechos correspondentes a cor de seu time. Os envelopes podem ser escondidos pelo pátio da escola ou em um lugar apropriado. Após informar o número de partes e a cor correspondente de cada grupo, eles devem iniciar as buscas. Cada grupo deve encontrar todos os envelopes de sua cor e então iniciar a leitura e organização do texto.
Materiais complementares: Para acessar o texto fatiado clique aqui.
Acesse também a resolução da atividade, com comentários que esclarecem as principais dúvidas que os alunos podem ter e alguns indicativos para favorecer sua intervenção.
Desenvolvimento
Orientações:
- Durante a leitura podem surgir dúvidas com relação às palavras indígenas. Por isso, durante a atividade você pode projetar esse slide ou escrever no quadro os significados de algumas palavras que podem ajudar na compreensão e organização do texto.
- Ao fim da atividade, peça para que os grupos comentem brevemente as principais dificuldades na organização do texto.
- Talvez não dê tempo dos grupos lerem como ficou a sequência de cada um deles, mas esclareça que todos vão poder confirmar suas hipóteses pois a seguir você lerá a versão original do texto.
Desenvolvimento
Orientações:
- Leia pausadamente a lenda para os alunos e diga que esse é o momento para conferirem a organização da história.
Materiais complementares: Para acessar o texto para impressão clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Após a leitura, peça aos alunos para conferirem se todas as partes estão nos devidos lugares e peça para que colem no papel sulfite.
- Nesta atividade os alunos irão confirmar as antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura, checando a adequação das hipóteses realizadas.
Desenvolvimento
Orientações:
- No coletivo, projete o slide ou escreva no quadro as questões para que os alunos respondam. É muito importante dar voz para vários alunos, não centralizando apenas em alguns deles. Registre no quadro as respostas conforme fazem a reflexão.
- A primeira questão parece simples, mas é muito importante para que os alunos identifiquem a ideia central do texto, demonstrando a compreensão global, é comum os alunos se apoiarem no título para responderem essa pergunta. Nas outras questões os alunos identificarão as informações explícitas no texto.
- No final, é importante que o professor destaque para os alunos:
- Que os índios contam suas histórias envolvendo o sentido de descoberta e também erros e acertos que enfrentamos na vida. Isso fica claro na história quando o pajé mais novo, Sanerakisu, erra ao trocar as cabaças de lugar e acaba por sentir culpa e tristeza.
- Que os animais e a natureza costumam estar presentes nessas narrativas.
- Que os índios costumam contar suas histórias envolvendo transformações, como no caso da transformação do pajé em pássaro, Outro exemplo: Na lenda da Vitória-Régia a índia se transforma numa flor; ou na Lenda do Guaraná, em que da plantação dos olhos de um indiozinho nasceu o guaraná.
4. Para finalizar a discussão questione os alunos se o dia voltou a ocupar a sua posição no final da história e se ela poderia ter uma continuação. Depois da discussão, diga aos alunos que a próxima história do livro fala sobre a origem do dia.
Sugestão: Caso disponha do livro, faça um suspense e leia em uma próxima aula “ALANTA WENJAUSU - A origem do dia”
Materiais complementares: Para acessar a resolução das questões de interpretação de texto clique aqui.
Desenvolvimento
Tempo sugerido:
Orientações:
- Explique aos alunos que agora irão assistir a um vídeo de Daniel Munduruku, coordenador da coleção desse livro, que também é um índio escritor famoso. Antecipe que ele comenta sobre a sua cultura, sua experiência de contato com não índios e aprendizagens que teve com o seu avô.
- Após assistirem ao vídeo, escute o que os alunos têm a dizer, é importante sensibilizá-los para que respeitem a cultura indígena, desconstruindo preconceitos e valorizando essa literatura.
- Não deixe de discutir partes importantes do vídeo, como quando Daniel conta do preconceito que sofreu quando criança por ser índio, já que era visto como selvagem, atrasado, preguiçoso e que isso fez com que ele não quisesse mais ser índio. Retome que foi seu avô que fez com que ele resgatasse os valores de sua cultura, pedindo para que silenciasse sua mente para escutar o que a natureza dizia, pois com a “cabeça cheia de barulho” ele não estava mais conseguindo entender “palavras simples”. E não se esqueça de comentar sobre a parte em que o avô afirma a Daniel que ele não é um índio, mas sim um “ Munduruku”, um ser humano e cidadão Munduruku, com raízes muito fortes que o ligam ao seu povo.
Materiais complementares: Para acessar o vídeo clique aqui.
Fechamento
Tempo sugerido: 05 minutos
Orientações:
- Sistematize com os alunos o que aprenderam durante esta aula. Duas colunas podem ser preenchidas em uma tabela: de um lado as informações sobre a cultura indígena e do outro as características das narrativas indígenas. Caso esteja seguindo a sequência das aulas, os alunos podem lembrar também de algumas características das lendas trabalhadas da aula anterior.
- A tabela permite visualizar como essas informações se relacionam. Por exemplo: na coluna sobre a cultura pode constar “descobrimos que cada povo indígena tem uma língua distinta” enquanto na coluna sobre os textos pode estar “as narrativas são bilíngues ou trazem palavras em outra língua”. Entretanto, nem sempre será possível fazer relações dessa maneira, então não se preocupe em encontrar uma correspondência para cada item da tabela.
- As informações sobre a cultura indígena devem prover das discussões sobre a introdução do livro e sobre o vídeo. Já as informações sobre as narrativas indígenas devem vir das discussões do texto. Instigue os alunos a pensarem sobre o que aprenderam ao estudar sobre René Kithãulu e a lenda “A origem da noite” , escute as suas conclusões e se necessário os instigue com perguntas:
- Todos os índios vivem no mesmo lugar? Onde essa história se passa?
- Todos os índios falam a mesma língua? Aparecem palavras em outro idioma no texto?
- Que personagens participam da história? Eles sofrem transformações ao longo da narrativa?
- Qual a ideia central do texto? O que essa história explica?
- De acordo com o vídeo, quem ensinou sobre os valores e sobre a cultura indígena para Daniel Munduruku? O que isso revela sobre essa cultura?
- Registre no quadro as conclusões da turma. Vocês podem construir um cartaz para deixar exposto na sala ou você pode solicitar que os alunos escrevam as descobertas no caderno. Assim será possível resgatar essas informações mais adiante.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das orientações por áudio, vídeo ou texto, e troca de mensagens com os estudantes sobre a atividade;
Capa do livro, disponível aqui;
Texto “As histórias do meu povo”, disponível aqui;
Texto fatiado, disponível aqui; resolução da atividade, disponível aqui, e comentários para o professor, disponíveis aqui;
Respostas de interpretação de texto, disponíveis aqui;
Vídeo de Daniel Munduruku, disponível aqui.
- Opcionais: canais para videochamadas, como Google Meet ou Zoom (tutorial disponível aqui);
Google Drive (tutorial do Google Docs disponível aqui; do Google Apresentações, disponível aqui).
Introdução
Envie aos estudantes, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, a imagem da capa do livro que está na introdução do plano. Peça que levantem hipóteses a partir do título e da ilustração: “Sobre o que fala este livro?”. Peça que respondam no grupo, de modo que possam compartilhar suas ideias. Envie o texto que faz parte da introdução deste livro (“As histórias do meu povo”) e, se possível, grave também um áudio com a sua narração. Informe aos estudantes que esse livro tem várias histórias do povo Nambikwara, narradas pelo autor indígena Renê Kithãulu, e que nesta aula irão desenvolver atividades sobre uma delas.
Desenvolvimento
Envie, pelo mesmo canal de comunicação utilizado anteriormente, a imagem do texto da atividade. Proponha os mesmos questionamentos que estão no plano original, de modo que eles possam antecipar algumas informações sobre o que vão ler. Solicite novamente que respondam no grupo, de modo que possam compartilhar suas ideias. Depois, envie o texto fatiado e oriente como os trechos serão colocados na ordem. Caso não consiga entregar a atividade do texto fatiado impressa, você pode pedir que o copiem no caderno na ordem, ou ainda pode criar um arquivo no Google Drive (Docs ou Apresentações), enviando uma cópia a cada um deles. No plano original, você encontra o significado de algumas palavras da língua Nambikwara; compartilhe para facilitar o entendimento do texto. Estipule um prazo para o envio da atividade.
O plano original prevê também perguntas que apoiem a interpretação do texto e um vídeo do autor indígena Daniel Munduruku contando um pouco de seu percurso pessoal como escritor. Avalie se enviará mais essas duas tarefas para serem feitas ou se as realizará coletivamente no fechamento da proposta.
Fechamento
Convide os estudantes para uma videochamada em que vocês possam fazer a correção coletiva da primeira atividade. Compartilhe sua tela com o texto fatiado e vá organizando-o junto com os estudantes, controlando as respostas e mediando eventuais equívocos. Siga as orientações do plano original para conduzir a discussão. Para concluir, apresente o quadro que traz uma coluna de descobertas sobre a cultura indígena e outra sobre as narrativas indígenas. Apoie-se nas orientações do plano original para conduzir a discussão e preencher o quadro coletivamente. Solicite que os estudantes copiem o quadro no caderno ou envie o arquivo digital a cada um deles. Grave a videochamada ou faça um resumo dela para enviar aos que não puderam participar.
Caso não seja possível fazer a videochamada, envie o arquivo com o texto fatiado já organizado e peça que os estudantes o comparem com o que fizeram, autocorrigindo-se. Não deixe de solicitar também que enviem suas descobertas sobre a cultura e as narrativas indígenas. Estipule um prazo para o envio dessas conclusões e organize uma devolutiva geral para a turma.
Convite às famílias
As famílias podem ser convidadas a ler as histórias e a assistir ao vídeo de Daniel Munduruku junto com as crianças. Assim, podem se entreter e acompanhar as temáticas que estão sendo propostas pelo professor. Se a família conhecer mais histórias das culturas indígenas, pode compartilhar por meio da leitura ou da contação oral.