Atividade para impressão - Sugestão de convite - EDI2_12UND02
Plano de Aula
Plano de aula: Caça aos tesouros da natureza
Plano 2 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Brincando no parque
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar esta atividade envie com antecedência um Convite às famílias. É importante que a atividade seja marcada em um horário próximo da entrada, ou saída das crianças, para garantir a maior participação. Elabore uma lista com os confirmados e considere chamar outros adultos da escola para participarem, acompanhando principalmente as crianças sem nenhum familiar para formar uma dupla.
Materiais:
Prepare papéis com consignas para a caça ao tesouro e separe canetas, gizes, ou outro material de escrita que a escola tenha para as duplas marcarem os tesouros já encontrados. Se desejar, disponibilize também sacolas, caixas ou baús para as duplas guardarem os tesouros e um aparelho fotográfico.
Espaços:
Considere que a atividade deve iniciar em um local que comporte todo o grupo e que seja possível realizar uma conversa, como uma sala. Em seguida, a atividade será realizada em duplas no espaço externo, como um parque. Considere que este espaço seja dentro da escola e que, além de brinquedos, tenha diferentes elementos da natureza, como folhas, pedrinhas, galhos, areia, árvores, declives etc. Certifique-se que os espaços não tenham objetos, ou acessos que coloquem em risco a segurança das crianças e seus familiares.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 1 hora, mas pode ter uma variação, dependendo da disponibilidade de tempo, considerando a rotina do grupo, e do interesse demonstrado pelos envolvidos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Quais deslocamentos, gestos e ações demonstram que adultos e crianças procuram pelos tesouros com autonomia e, quando necessário, apoiando-se mutuamente? Quais as reações das famílias e crianças ao encontrarem os tesouros?
2. Quais estratégias as crianças e os adultos utilizam para encontrar os tesouros? Quais ações demonstram a escuta atenta e a colaboração entre as crianças, os adultos e o grupo?
3. Quais foram as maiores dificuldades encontradas? Todos conseguiram compartilhar de espaços e objetos, resolvendo os conflitos, se estes surgiram? De quais formas?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Para isso, proponha que os participantes procurem apoiar e compreender os gestos, falas e movimentos das crianças, os considerando como formas de expressão e manifestação de interesses. Sugira que todos percebam o ambiente por meio de diferentes sentidos como a visão, o tato e o olfato. O grupo também pode descrever, oralmente, suas hipóteses e descobertas enquanto realizam a atividade.
O que fazer durante?

1
No momento escolhido por você, na entrada ou saída das crianças, receba os familiares e reúna o todo o grupo em um local possível de ser realizada uma conversa inicial, como uma sala. Se for no período da entrada das crianças e algum familiar não confirmou a presença, convide-o novamente à participar. Permita que as crianças fiquem próximas de seus familiares. Acolha as crianças que não terão um familiar para acompanhá-las e explique qual adulto vai ficar com ela durante esta brincadeira (de preferência alguém que ela já conheça). Enquanto todo o grupo chega, propicie este momento livre de trocas iniciais. Este é um momento de recepção e acolhida.
Possíveis falas do professor neste momento: Sejam todos bem-vindos.; Em breve vamos começar a caça ao tesouro.; Vamos aguardar até que todos cheguem, ou dar o horário combinado.
Possíveis ações da criança neste momento: Pedir colo aos adultos.; Abraçar seus familiares e mostrar o que conhece do local onde está ou os brinquedos lá disponíveis.; Apresentar os familiares, com gestos ou falas, para você e outras pessoas.
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Convide o grupo para se sentar em roda, ou como acharem mais confortável. Proponha um diálogo inicial e conte que eles vão realizar a caça ao tesouro em duplas. Pergunte ao grupo se eles têm ideias de quais podem ser esses tesouros e se já participaram de uma caça ao tesouros antes. Divida as duplas, de forma que sejam compostas por um familiar e uma criança, ou um adulto e uma criança. Amplie a conversa solicitando que as duplas contem se costumam brincar juntas e quais são essas brincadeiras. Ressalte que é importante que os adultos acolham os gestos, movimentos e falas das crianças, para que a busca e escolha dos tesouros sejam ações respeitadas e valorizadas por todos. Se desloque com o grupo até o parque, ou área externa onde será realizada a caça.
Possíveis falas do professor neste momento: Vocês já participaram de uma caça ao tesouro? Quem caça tesouros?; Vocês brincam juntos? Do quê?; Essas brincadeiras são exclusivamente em casa, ou também na rua, em parques e locais com elementos da natureza?; E quais dificuldades vocês enfrentam para conseguirem brincar juntos?
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No parque, ou outro local escolhido para a caça ao tesouro, faça uma contextualização do espaço, destacando como ele é composto (por escorregadores, balança, gira-gira, árvores, sol, areia etc). Solicite que as crianças contem aos familiares o que há neste espaço e como elas costumam brincar nele.
Se o grupo estiver interessado, proponha que eles brinquem livremente nele por um momento. Em seguida, diga que os tesouros estão escondidos neste espaço, que vocês podem passar por eles e nem perceber que estão lá, e que para encontrá-los é preciso usar a imaginação e ter um olhar atento.
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Reúna novamente o grupo e entregue para cada dupla uma consigna da caça ao tesouro, um giz ou caneta, o saco, caixa ou baú.. Esclareça ao grupo que as duplas podem marcar no papel o tesouro já encontrado e guardá-lo no saco, caixa ou baú, antes de partirem para a busca do próximo. Numa variação da atividade, ao invés de entregar as consignas, você pode ler cada item que as duplas devem procurar, dando um tempo para as buscas entre um e outro
Permita que as crianças e os adultos explorem o espaço com liberdade. Demonstre também que é possível encontrar os tesouros, sem danificar o local: ele pode ser uma folha seca, uma flor caída no chão, uma pedrinha, galhos, entre outros.
Destaque que cada hipótese é importante e que possíveis conflitos, ou dúvidas, podem ser abordados de forma independente, ou por meio de seu apoio, se você for solicitado
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Algumas crianças podem querer não participar da caça ao tesouro. Se a atividade for realizada em um parque com brinquedos como escorregador, balança, gira-gira etc, abra a possibilidade para que elas brinquem nesses brinquedos. Para isso, conversem com as crianças e os familiares sobre os cuidados que podem ter enquanto brincam como, por exemplo, não se afastar muito do grupo e respeitar o limite de força e peso de cada brinquedo. Sugira também que os familiares convidem novamente as crianças, num outro momento, a procurar por algum tesouro próximo de onde estão, ou a ajudar uma outra dupla.
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Promova a exploração física e sensorial do espaço, de forma que todos possam se movimentar, subir morros, mover brinquedos e pegar elementos da natureza. Mantenha uma escuta atenta para intervir quando necessário. Para isso, considere os gestos, ou falas das crianças e seus familiares. Atente-se ao diálogo e reconhecimento de interesses entre as duplas, para que as hipóteses levantadas pelas crianças e adultos sejam levadas em consideração para a escolha do tesouro. Pergunte se precisam de apoio para encontrar algo que represente o tesouro solicitado. A acolhida e o incentivo à autonomia são importantes para garantir o aproveitamento dos diferentes interesses em prol da brincadeira de busca pelos tesouros.
Possíveis falas do professor neste momento: Cada elemento tem uma temperatura, faz um som, possui texturas e cores. Vamos sentir e observar essas características? Quais podem corresponder aos itens da caça aos tesouros?; Vocês já usaram eles para fazer coleções ou montar brinquedos?
Possíveis ações da criança neste momento: Ficar imersa nas buscas com os adultos, concentrada com outras coisas que encontrarem, se afastar do parceiro da dupla, ou preferir fazer duplas e agrupamentos com outras crianças.
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Solicite às duplas que forem terminando a atividade, que encontrem um lugar confortável para refletirem sobre o que poderão dizer de cada uma das descobertas que fizeram e os tesouros que encontraram. Sugira que elas verifiquem se as outras duplas que não finalizaram a atividade querem algum apoio para encontrar, ou para guardar os tesouros. Também é possível propor que elas brinquem nos outros espaços e brinquedos do parque, interagindo com os adultos, aos pares ou em pequenos grupos, enquanto aguardam as demais duplas.
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Quando o tempo estiver se esgotando, avise ao grupo que a atividade vai acabar em breve e solicite que as duplas que já finalizaram as buscam se reúnam próximas de você.
Para finalizar:
Solicite que todo o grupo se sente em roda, ou de modo mais confortável. Promova um momento de trocas e diálogo, solicitando que cada dupla mostre os tesouros que encontrou e que explique o porquê da escolha. Se desejar e todos estiverem de acordo, registre o momento por meio de fotografias, ou gravações de vídeo/áudio. Conte que, em outro momento, os registros poderão ser apreciados pelas crianças e familiares.
Incentive a fala e escuta de adultos e crianças, de forma que todos que quiserem possam expressar suas ideias e sentimentos sobre a brincadeira. Proponha que todos relembrem também suas brincadeiras e os momentos bons que já passaram juntos, ou descobrindo coisas na natureza. Amplie a discussão, elencando um ou dois momentos (de acordo com o tempo disponível) de brincadeiras, descobertas, ações ou falas colaborativas que você notou durante esta atividade.
É importante que você agradeça pelos depoimentos e participações, ressaltando a importância destes momentos de brincadeiras e trocas com as famílias para todos na escola. Em seguida, solicite que os adultos e as crianças se auxiliem para voltar para a sala, ou outro local com os tesouros, para que eles possam ser guardados.
Desdobramentos
Caso queira dar continuidade à atividade, no mesmo espaço, proponha que as famílias ensinem para as outras crianças e adultos da escola brincadeiras que elas conheçam, de suas infâncias, e que fazem uso dos brinquedos e elementos da natureza da época, ou encontrados na região onde vivem atualmente. Um livro que traz sugestões para ampliar esta proposta é o Jardim das brincadeiras, de Guilherme Blauth (Link: https://criancaenatureza.org.br/content/jardim-das-brincadeiras/, acesso: ago./2018)
Engajando as famílias
Monte com as crianças e as famílias uma exposição com os tesouros que foram encontrados. Solicite, ou auxilie que as famílias escrevam legendas para cada tesouro, ou que escolham entre os registros fotográficos aqueles que, posteriormente, querem expor. Promova a visitação de outros grupos da escola à exposição. Além disso, é possível sugerir que as duplas contem para as demais crianças e adultos da escola as histórias e relatos envolvendo os tesouros que descobriram.
Atividade para impressão
Caça aos tesouros da natureza
Apresente a proposta
Grave um pequeno vídeo mostrando uma foto do quintal da sua casa e declamando a poesia:
“Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade.
A gente só descobre isso depois de grande.
A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas.
Há de ser como acontece com o amor.
Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo.
Justo pelo motivo da intimidade.”
(Memórias inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros, São Paulo: Planeta do Brasil, 2010. p.67).
Mostre também a foto do parque da escola, reiterando o quanto esses espaços marcam nossas memórias afetivas, que trazemos conosco por toda vida. Destaque a importância de dar continuidade às vivências com a natureza no período de isolamento, utilizando o que tiverem disponível dentro de casa. Para mais opções de ideias, clique aqui.
De forma animada, convide as famílias para a proposta:
- Sentiram saudades ao olhar para essas imagens também? Então, que tal uma brincadeira divertida aí em casa, em busca de tesouros da natureza?
Antecipe que cada família irá localizar o próprio tesouro, de acordo com o que tiverem em casa, já que não é recomendado sair nesse momento. Oriente que o guardem após a atividade, assim, depois será possível levarem-no para a escola no retorno. Envie o material pela plataforma que estão usando em sua rede ou pelo Whatsapp.
Adaptações necessárias
A brincadeira de caça aos tesouros da natureza será realizada a partir das dicas simples que você enviar, de acordo com a região onde moram e considerando o contexto domiciliar. Clique aqui para acessar dicas que podem ser utilizadas.
Os tesouros poderão vir do quintal ou do vaso que fica na sala da família. Reitere com os familiares que sempre acompanhem a criança, para a segurança dela. Recomende que registrem esses momentos e os enviem para você, guardando os tesouros em uma caixa ou saquinho.
Sugira às famílias
Convide as famílias a orientarem a caça, a partir do que você enviar, através de dicas ou imagens. Oriente-as a permitirem a livre exploração e criação de hipóteses para a seleção dos elementos, de forma divertida, interativa e lúdica.
Sugira que favoreçam o envolvimento das crianças, pensando nas possibilidades de investigações e apoiando o que for necessário. Por exemplo, se você enviou dicas, como “elemento seco”, “objeto estranho” e “algo duro”: uma criança poderá encontrar uma pedra no chão da sacada do apartamento; outra poderá selecionar uma folha seca do vaso de planta da sala; e outra poderá recolher um galho da árvore que caiu no quintal. Dessa forma, elas vão juntando os tesouros, cada qual a partir da própria realidade de onde vivem.
Proponha momentos divertidos com arranjos entre os elementos naturais, imitando caretas e com muitas risadas geradas a partir delas!
Para compartilhar com o grupo
Peça para as famílias enviarem fotos dos tesouros achados para você. Compartilhe os registros com as demais, para que também se sintam estimuladas a realizar a atividade.
Selecione alguns registros para compor uma exposição e inspirar mais brincadeiras. No retorno das aulas presenviais, coloque-os nos momentos de entrada e saída com os tesouros que trouxerem de casa, junto aos familiares. Essa é uma forma de unir os fazeres de casa e escolar, estabelecendo conexão concreta e real entre eles. Proponha, ao final, que escrevam sobre o que sentiram nessa vivência. Essa pode ser uma interessante forma de construir base emocional positiva, como apoio para a retomada da rotina escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti
Mentor: Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: 3 anos
Campos de Experiência: o eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base
Centrais:
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
Transversal:
(EI02EO07) Resolver conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um adulto.
Abordagem didática:
O movimento é fundamental para a construção da identidade e da autonomia nos primeiros anos de vida. Além de tornar possível a interação com o mundo, eles expressam sentimentos, emoções e pensamentos. As áreas externas são espaços privilegiados para promover desafios corporais para as crianças. É papel da escola oferecer oportunidades para que elas possam se movimentar livremente em ambientes seguros e acolhedores, sem a necessidade constante da ajuda do adulto. Assim, as crianças aprendem sobre necessidades, limites e possibilidades, suas e dos outros.