Plano de Aula
Plano de aula: Misturando diferentes texturas com a água
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Brincadeiras com água
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Por ser uma experiência em área externa envolvendo água, escolha um dia com clima favorável, prevenindo eventualidades (como friagem) que possam comprometer a saúde das crianças.
Materiais:
Bacias ou baldes em quantidades suficientes para que as crianças possam compartilhá-los confortavelmente, em torno de quatro a cinco crianças para cada bacia. Terra, folhas, areia, farinha, amido de milho, grãos como feijão ou milho e sementes como as de girassol. Para misturar e manipular as texturas com a água podem-se usar gravetos, pedaços de madeira ou peneiras. E máquina fotográfica para registro da atividade.
Espaços:
Escolha um ambiente externo na escola, como jardim, pátio, quadra etc., já deixe à disposição as bacias ou os baldes com água e os elementos selecionados. Esse momento antes da chegada do grupo também é fundamental, pois uma boa organização do espaço e dos materiais pelo professor irá permitir uma ação exploratória e investigativa das crianças. Posicione as bacias espaçadamente e deixe os objetos espalhados de maneira convidativa, para que os pequenos possam sair em sua busca e escolhê-los de maneira livre.
Tempo sugerido:
50 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Ao observar o processo da água se misturando a outros elementos, como as crianças relatam e descrevem essa experiência? Quais são suas reações e expressões?
2. Como as crianças interagem e compartilham os objetos e espaços durante a atividade?
3. De que forma as crianças utilizam e manipulam os diversos elementos e objetos na água? Ao explorá-los elas os separam e os classificam de acordo com atributos (cor, forma, tamanho, peso, cor)? Que estratégias elas usam para isso?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Procure captar e fazer uma escuta ativa sobre o modo que cada um explora e manipula os objetos. Observe também como os pequenos se expressam, seja na surpresa do tato, nas observações que geram reações e nas falas ou no balbucio, de forma que você perceba como eles demonstram curiosidades e descobertas. Os diferentes modos de se expressar devem ser valorizados. Esteja atento também às crianças que podem não se sentir confortáveis em mexer na água com outros elementos. Isso deve ser respeitado.
O que fazer durante?

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Ainda em sala converse com as crianças contando a elas para onde irão e o que farão nesse momento, dizendo, por exemplo, que vão sair para brincar com alguns materiais na área externa. Traga o grande grupo e permita que as crianças façam observações, explorações e interações com os materiais e entre si. Naturalmente elas irão circular no ambiente preparado, então escute atentamente as suposições de cada uma, a nomeação de objetos, as expressões e observe até mesmo o apontar para algum dos elementos. Caso nenhuma delas tenha mencionado a água, entre nesse assunto e contextualize que você aproveitou o fato de o dia estar muito agradável para que todos juntos pudessem brincar com água e misturar diversos elementos diferentes.
Assim, acompanhe as explorações e ofereça modelos de ação as crianças, pegue um objeto próximo, como por exemplo, um punhado de farinha e jogue sobre a água para brincar também, de maneira ativa, junto delas.
Possíveis falas do professor nesse momento: “Estamos aqui para brincar bastante. Não tem problema se sujar! Olhe só, você colocou a farinha na água, quem quer colocar a mão para ver como fica? Vou colocar areia nessa bacia aqui, quem pode me ajudar?
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Naturalmente pequenos grupos irão se formar em torno das bacias posicionadas e muitos dos elementos dispostos serão explorados e utilizados conforme os interesses das crianças em brincar com eles. Caso perceba uma criança que não está envolvida na brincadeira, se aproxime e forneça a ela um modelo ativo, comece a brincar pegando algum elemento próximo para colocar na água, incentivando a participação dela por meio das brincadeiras criadas.
Ao longo da atividade, disputas por espaço ou posse por algum material específico podem surgir, esteja atento, se aproxime das crianças envolvidas, procure entender ambos os lados e as oriente para que juntas possam encontrar uma solução na qual as duas sintam-se compreendidas.
Possíveis ações do professor nesse momento: Ao perceber duas crianças puxando incessantemente um mesmo pote com areia, se aproxime e alerte que essa ação poderia acabar machucando uma das duas. Ao soltarem, procure entender de cada uma o que aconteceu e o que as entristecem. Ao exporem suas frustrações (à maneira delas, que muitas vezes será um apontar para o pote e em seguida para si, como quem diz é meu), proponha que juntas possam tentar resolver a situação, até que cheguem a alguma solução, como dividir dando um punhado de areia para uma e um punhado de areia para outra, ou até mesmo encontrando um outro elemento que interesse uma das crianças.
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Conforme as crianças exploram o ambiente, os elementos e a água, brinque com elas e observe as suas ações com atenção. Procure perceber os significados que dão aos elementos (se o graveto de repente se torna um barco e a areia uma chuva que cai, se a mistura da água com a farinha vira uma brincadeira de cozinhar) e se os escolhem de acordo com alguns atributos como cor, forma, textura, tamanho, peso etc. Repare qual relação que elas fazem entre eles (como perceber que a areia e a farinha têm texturas parecidas, mas cores diferentes), se as crianças possuem preferências por alguns elementos e como elas partilham o espaço e os objetos durante os momentos de exploração e brincadeira.
Caso alguma criança já não esteja mais tão engajada na atividade, peça sua ajuda para que ela circule junto com você entre as bacias, observando os amigos e recolhendo os objetos que usou na brincadeira.
Possíveis falas do professor nesse momento: Que legal! Percebi que você está cozinhando, de que cores são essas comidinhas? Olhe em volta, percebi que bastante água caiu pra fora enquanto brincávamos. E agora? Será que a bacia ficou mais leve? Vamos tentar pegar pra saber? Que legal esse graveto! Também peguei um, será que eles são iguais? Vamos compará-los?
Para finalizar:
Por ser uma proposta que envolve muita brincadeira ativa, faça uma antecipação respeitosa para o encerramento, avisando cerca 15 minutos antes da finalização, para não causar uma ruptura no envolvimento da criança com sua brincadeira prazerosa.
Ao final, peça ajuda do grande grupo para que todos os materiais utilizados possam ser organizados e, enquanto o fazem, converse com as crianças. Ao pegar um objeto para guardar, pergunte se alguém o utilizou durante a brincadeira e como foi, o que sentiram, se gostaram etc. Para os pequenos que ainda não dominam a linguagem oral, esteja atento aos objetos que mostram a você, às suas menções e expressões.
Desdobramentos
Estaatividade pode ser repetida em outro ambiente da escola, por exemplo, a própria sala da turma. Outros materiais podem ser usados: lonas ou tapetes emborrachados no chão para apoiar as bacias com água, e a partir daí, as crianças por elas mesmas engajam-se em uma busca e em um levantamento de objetos do ambiente que elas tenham curiosidade de misturar com a água, como tinta, algodão, lantejoulas, glitter e diferentes tipos de papéis.
Sugira também essas misturas usando elementos comestíveis, para que as crianças possam explorar outros sentidos: água com açúcar, sal, farinha, limão etc.
Engajando as famílias
No momento da atividade faça registros fotográficos, anote falas e observações que surgem durante a brincadeira a partir da utilização dos materiais em contato com a água. Posteriormente, exponha esses registros para as famílias em um mural e estimule as crianças a convidar os responsáveis para apreciá-lo.
Misturando diferentes texturas com a água
Apresente a proposta
Envie pela plataforma de comunicação com as famílias ou por Whatsapp fotos de crianças brincando com água e elementos da natureza, como folhas, terra, pequenos gravetos etc. Verifique se há registros desse tipo de momentos na escola e, caso tenha, envie-os, para tornar o contexto mais significativo.
Faça o convite de forma animada: que tal um cantinho assim aí em casa, antes da hora do banho, para brincarem?
Adaptações necessárias
Os familiares serão convidados a organizarem o espaço com as criançass antes do banho, no próprio banheiro, para se abrigarem do vento (já que estamos no período do inverno). Sugira que se programem para fazerem a atividade em um dia que não esteja muito frio.
Eles podem fazer a brincadeira na pia ou em uma bacia no chão, dependendo do espaço que tiverem disponível em casa. Os elementos da natureza podem ser buscados em um vaso, por exemplo. Na falta deles, sugira que utilizem farinhas, grãos ou massas cruas. Recomende que as crianças sejam acompanhadas durante a proposta para a segurança delas. Se possível, peça para registrarem a atividade e enviarem para você.
Sugira às famílias
Oriente os familiares a conversarem com as crianças sobre a proposta e arrumarem o espaço junto com elas, de acordo com os materiais que tiverem, favorecendo que os pequenos explorem e criem a brincadeira a partir das próprias escolhas e preferências.
Dessa forma, favorecerão o desenvolvimento nas crianças das próprias formas de brincar, a partir do que pensam e fazendo fluir criações naturalmente. Oriente que eles apóiem e ajudem, caso elas necessitem. Proponha que, se as crianças estiverem misturando terra com água, perguntem se aquilo é “comidinha”, chamando de “mamãe”, dizendo que está com fome e se elas podem dar na boca deles. Assim, de forma leve, prazerosa e lúdica, estreitam laços afetivos em família.
Para compartilhar com o grupo
Peça para compartilharem os registros com você e socialize-os com todas as famílias pela plataforma que estejam utilizando ou via Whatsapp. Adicione no arquivo digital pelo Apresentações Google (disponível aqui) e componha um compilado de brincadeiras em casa. Selecione algumas imagens para expor na sala de referência, conversando posteriormente com as crianças sobre elas. Essa será uma estratégia para apoiar a transição, durante a readaptação escolar, ao evocar memórias afetivas construídas em casa, agora associadas a esse outro contexto.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Deborah Cristina Conceição Paiva
Mentor: Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: 1 ano e 7 meses a 2 anos e 11 meses..
Campos de Experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; O eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base
(EI02ET05) Classificar objetos, considerando determinado atributo (tamanho, peso, cor, forma etc.).
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
Abordagem didática: Por suas características, a água gera diferentes sensações, como prazer, desconforto, frio e refrescância. Ela também permite muitas reflexões: conseguimos tocar a água, mas é difícil segurá-la com as mãos; quando jogada na terra, parece desaparecer; quando congelada, fica sólida; se misturada a elementos coloridos, muda a cor original, entre outras. Além disso, os objetos em contato com a água se comportam de maneiras distintas, alguns boiam e outros afundam etc. As propostas devem alternar entre investigações mais dirigidas e outras de brincadeiras nas quais as crianças ditam a exploração e o uso da água.