Plano de Aula
Plano de aula: Acolhida durante a adaptação
Por: Leda Barbosa
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Aula
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Esta atividade necessita de combinados prévios entre responsáveis e escola para ser realizada. Um acompanhante que traga conforto e segurança emocional para a criança receberá o convite para ajudar no reconhecimento da escola como lugar seguro e aconchegante para ela. Esse acompanhante deve escolher junto com a criança um brinquedo ou objeto, algo que a criança já tenha e que remeta segurança, conforto e que goste muito.Esse será seu objeto de transição no momento da adaptação. Os objetos de transição servem para compor o ambiente escolar de maneira agradável e familiar e ajuda a cumprir, simbolicamente, parte da função do aconchego e segurança do lar, trazendo calma e ajudando no vínculo da criança com a escola.
Para compreender mais sobre a importância desse processo, realize a leitura dos artigos:
Cuidados compartilhados - um planejamento para acolher os pais (link aqui)
Entre adaptar e ser acolhido (link aqui)
Materiais:
Objeto de transição trazido pelo acompanhante da criança;
Brinquedos e livros presentes na sala de atividades;
Brinquedos da escola para substituir o objeto de transição, caso alguma família não encontre nada para trazer;
Espaços:
A sala de atividades deve trazer as características da cultura local, buscando ser intencionalmente familiar e ajudando no processo de adaptação. Organize esse espaço de maneira acolhedora. Você pode usar tapetes, almofadas, colchonetes, brinquedos de encaixe, materiais de pintura, como papel e giz de cera; brinquedos de casinha e de largo alcance. Organize também cantos com brinquedos de diversas categorias, que estimulam a inteligência, a imaginação e os movimentos e objetos familiares trazidos de casa pelas crianças, como o objeto de transição.
Tempo sugerido:
Entre 40 minutos e uma hora.
Perguntas para guiar suas observações:
Como as crianças vivenciam o momento de despedida dos responsáveis?
2. Quais espaços organizados como possíveis centros de interesses para as crianças cumpriram seu papel? De que maneira as crianças interagem com os espaços, objetos, demais adultos e crianças?
3. Como as crianças reagiram ao objeto de transição trazido do ambiente familiar?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Ao organizar o ambiente da sala em centros de interesses, disponibilize brinquedos de largo alcance de texturas diversas e em diferentes níveis de altura, chão e prateleiras. Cumprimente todas as crianças e seus acompanhantes pelo nome, esse gesto simples as ajuda a estabelecer confiança, demonstrando que professor e responsável já se conhecem, que o responsável gosta e confia no professor, assim, a passagem de vínculo será mais tranquila.
O que fazer durante?
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A atividade de acolhimento deve acontecer no início do ano letivo, durante as primeiras experiências das crianças na escola. Buscando acolher a criança e sua família da melhor maneira possível, marque uma reunião com todos os responsáveis para explicar o momento de adaptação, quais sentimentos ele traz antes, durante e depois e como ele tende a gerar estresse nas crianças e nas famílias. Converse, ainda, sobre a importância e a diferença de um bom acolhimento para ambas as partes. Sugestão de artigo sobre adaptação para ajudar nessa reunião: Entre adaptar e ser acolhido, do Instituto Avisa Lá (link aqui).
Divida a turma em dois grupos para que a adaptação possa acontecer em períodos diferentes durante o turno das crianças na escola. Assim, cada grupo faz uma adaptação de duas horas durante a primeira semana de aula. Após a primeira semana, os dois grupos passam a ficar o período completo na escola. Repita esse planejamento com os dois grupos no primeiro dia de aula.
2
O nome adaptação não é só o esforço que as crianças fazem para ficar bem no ambiente coletivo com novos e desconhecidos adultos e colegas da mesma idade e de adaptar-se às relações, regras e limites diferentes. O processo de conhecer e estabelecer novos vínculos afetivos e de segurança com o ambiente e com as pessoas depende muito de como essa acolhida é feita. Planeje que a atividade irá acontecer envolvendo a interação das crianças com seus responsáveis, seus objetos de transição e com você dentro dos centros de interesses. Convide-as e seus acompanhantes para formar uma roda no grande grupo, para uma conversa que objetiva tranquilizar os responsáveis. Lembre-se de que, quanto mais seguros e confiantes eles se sentirem, mais serão capazes de transmitir isso para as crianças. Informe que a sala está organizada de maneira muito acolhedora, segura, e buscando familiaridade. Avise que podem utilizar esses espaços para brincar e se conectar com a sala do grupo. Em seguida, informe que, ao final desse momento de brincadeiras, você irá conversar com os responsáveis das crianças que, de acordo com suas observações, já demonstram sinais de conforto e segurança para realizar a despedida do acompanhante.
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Convide o grande grupo para fazer a exploração dos ambientes, mas deixe que as crianças se aproximem livremente, aos pares ou individualmente, do que mais chamar a atenção. Para incentivar o reconhecimento do espaço como seguro e aconchegante, brinque junto com as crianças e com seus acompanhantes. Durante essa interação, fique atento ao interesse delas para brinquedos, brincadeiras e objetos de transição. Observe o direcionamento do olhar das crianças, essa também é uma forma de demonstrar interesse.
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Observe como as crianças fazem suas primeiras interações com os demais colegas, os acompanhantes, com o ambientes e com você. Nessa idade, as crianças estão iniciando o reconhecimento de si e caracterizando o que conhecem do mundo como sendo seu. No momento de adaptação, as crianças lidam com outras crianças e precisam encarar o fato de que há mais gente com quem vão dividir atenção, espaços, brinquedos e demais objetos. Ajude no desenvolvimento delas no processo de divisão e busque promover o convívio social e as amizades. Assim, atente para possíveis disputas de brinquedos, espaços e atenção. Diante de uma disputa, faça a mediação de forma calma e acolhedora e busque conhecer o motivo investigando as crianças e a situação, não deixando de dar espaço para o protagonismo e o reconhecimento das ações delas na resolução desses conflitos.
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Seja um professor brincante nessa vivência entre familiares e crianças! Deixe todos à vontade e transmita alegria, tranquilidade e segurança para as crianças e seus acompanhantes. Nas interações, proponha brincadeiras com o grande grupo que ajudem na descontração e diversão. Uma rodada de conversas sobre apelidos ou nomes dos quais as crianças gostam de serem chamadas; uma ciranda com a música preferida de cada criança e brincar de passar a bola são alguns exemplos que podem ajudar nesse momento de transição, no qual as crianças precisam lidar com as emoções despertadas pela passagem de um espaço seguro e conhecido para outro em que é necessário toda uma criação de vínculo e segurança para ficarem bem. Isso também ajuda os responsáveis na compreensão de como os professores conseguem atender todas as crianças de maneira individual dentro do grande grupo.
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Convide os responsáveis que demonstrarem segurança e conforto no ambiente para fazerem a despedida. O momento de despedida necessita ser breve e seguro. Ele costuma ser doloroso para a criança e para os responsáveis e quanto mais firme e acolhedor o acompanhante for, melhor para o processo de adaptação. Após essa despedida, conte com a ajuda dos responsáveis que ainda estão presentes. Continue o trabalho de acolhimento com afetividade, buscando compreender o momento da criança, dialogando sobre as muitas atividades legais que poderão fazer juntos e propondo novos encantamentos dentro da sala.
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Após a despedida dos acompanhantes é natural que algumas crianças fiquem mais apegadas com seus objetos de transição. Eles possuem um significado especial pois criam a ilusão de que seus acompanhantes estão próximos, proporcionando maior conforto emocional e segurança. Outras crianças podem desejar explorar o ambiente como um todo. Nesse momento, fique atento às disputas de brinquedos que podem ocorrer. Diante de disputas, convide as crianças para identificar a situação problema, dialogar sobre ela e entendê-la para resolvê-la. Assim você ajuda as crianças a entender a escola como um lugar seguro e de compartilhamento.
Para finalizar:
Ajude as crianças a brincar com os brinquedos e espaços da sala. Para incentivar e trazer conforto, brinque junto com elas, pergunte sobre seus objetos de transição, converse sobre a escola, a rotina, possíveis brincadeiras e o uso e divisão dos brinquedos por elas e seus amigos. Proponha brincadeiras que busquem envolver a autonomia em pequenos grupos, assim você terá tempo para ajudar a todos.