Atividade para impressão 1 - Enigma
Plano de Aula
Plano de aula: Conhecendo as lendas indígenas
Plano 1 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Lenda indígena
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: esta é a primeira aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero lendas indígenas e no campo de atuação artístico-literário. A aula faz parte do módulo de abertura.
Materiais necessários: Computador, projetor, multimídia e tela; Cópias dos textos: Iara, Vitória-Régia e Curupira; Envelopes com enigmas dos personagens das lendas trabalhadas.
Textos extraídos dos livros PEREIRA,M. PRADO,Z. COUTO,M. Nosso FOLCLORE. São Paulo, SP: Ed. Ave-Maria, 2000. e DUMONT. Sávia. Os meninos que viraram estrelas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002.
Informações sobre o gênero: Lendas indígenas são narrativas de tradição oral que falam sobre questões vinculadas à existência e a sentimentos como o medo, a coragem, a dúvida, o amor… falam sobre erros, acertos e sobre os enfrentamentos da vida, questões nem sempre fáceis de serem elaboradas. No Brasil, essas lendas inicialmente foram escritas por não indígenas, no intuito de fazer conhecer essa cultura, em um momento histórico em que se buscava construir uma identidade nacional. Entretanto, esses primeiros escritos, de caráter folclórico, muitas vezes trouxeram ideias genéricas sobre os indígenas. Desde os anos 90, a literatura indígena, escrita pelos próprios indígenas, vem ganhando força, e é por meio dela que buscaremos proporcionar aos alunos o conhecimento da pluralidade cultural do país, além do distanciamento de pré-julgamentos baseados em visões estereotipadas e pejorativas. Portanto, a leitura desses textos deve proporcionar a reflexão sobre como o outro vê e lê o mundo e como conta suas histórias. Nessas obras o texto é interativo e multimodal: as narrativas são permeadas de referências a sons, olfato, tato e sensações que podem ser mais bem descritas por quem de fato viveu ou esteve mais próximo dessas experiências...além de geralmente conter desenhos tradicionais (como os grafismos) e paratextos com informações adicionais relacionadas à cultura, língua e localização da etnia em questão. Esses textos literários provocam o imaginário e a fantasia, a curiosidade, sentido de descoberta e ao mesmo tempo promovem aprendizagens e questionamentos.
Dificuldades antecipadas: Envolver os alunos na literatura indígena não é tão simples, muitos deles conhecem as lendas folclóricas, mas apresentam dificuldades para reconhecer de fato essa cultura. O conhecimento de alguns personagens das lendas indígenas pode ser algo familiar, porém reconhecer as características da literatura indígena torna-se mais complexo. Nesta aula, trabalharemos com os conhecimentos prévios dos alunos e iniciaremos a reflexão sobre a posição ocupada pelos indígenas na sociedade atual.
Referências sobre o assunto:
THIEL, Janice Cristina. A Literatura dos Povos Indígenas e a Formação do Leitor Multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, out./dez. 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/edreal/v38n4/09.pdf. Acesso em 21 de julho de 2018.
Vídeo “Quando a pena do índio escreve”, entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku, Sesc Tv.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=_c__amh3-rg&t=168s. Acesso em 05 de agosto de 2018.
Título da aula
Tempo sugerido: 1 minuto
Orientações: Apresente a proposta da aula para a turma sem dizer que trará como tema as lendas indígenas. A ideia é provocar a curiosidade nos alunos.
Introdução
Tempo sugerido: 7 minutos
Orientações:
- Inicie a aula no coletivo. Em um envelope haverá 3 enigmas para a turma descobrir “quem é o personagem" (respostas: enigma 1-Iara; enigma 2- Vitória-Régia; enigma 3- Curupira) . Não diga antecipadamente que se trata de personagens da cultura indígena, deixe que eles façam, se puderem, essa relação.
- Convide três alunos para tirar do envelope um enigma e ler para a turma. Todos tentarão descobrir quem é o personagem. É possível que eles não cheguem a nenhuma conclusão ou consenso, principalmente com o enigma da Vitória- Régia. Esclareça que, a seguir, eles terão mais informações para chegar a solução desse enigma.
- Caso tenham chegado às respostas certas dos enigmas (ao menos 2), investigue:
- Em que tipo de texto esses personagens costumam a aparecer? (caso eles digam “lendas indígenas”, continue levantando o conhecimento prévio dos alunos, com a pergunta seguinte)
- O que mais vocês sabem sobre esse tipo de texto? (é possível que os alunos digam que essas são histórias escritas por indígenas, talvez não tenham a dimensão de que, se tratando de uma cultura oral, as lendas indígenas foram originalmente escrita por não indígenas e que somente depois, com o maior contato com a cultura escrita, é que os indígenas puderam escrever suas próprias histórias. Caso cheguem a essa discussão, ressalte apenas que essa são narrativas tradicionalmente orais, contadas de geração para geração. Deixe o aprofundamento dessa reflexão para o desenvolvimento da aula)
4. Cuide para manter a discussão dentro do tempo sugerido. Essa é apenas a introdução da aula e os assuntos serão aprofundados a seguir.
Materiais complementares: Para acessar os enigmas para impressão clique aqui
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 34 minutos
Orientações:
- Apresente as imagens aos alunos (caso não possa projetar o slide, imprima as imagens que estão nos materiais complementares).
- Faça os seguintes questionamentos e depois dê mais informações sobre as imagens.
- O que vocês vêem em cada imagem?
- O que as pessoas estão fazendo?
- Como estão vestidas?
Imagem 1: É possível que diante dessa imagem os alunos digam que os indígenas estão com roupas típicas ou que estão na floresta. Explique que, em geral, essa indumentária é usada apenas em dias importantes e que o local, apesar de ser aberto e próximo da natureza, pode também não ser uma floresta. Muito indígenas atualmente vivem “reservas indígenas”, outros vivem também nos campos ou nas cidades.
Imagem 2: É possível que as imagens 2 e 3 causem estranhamento. A imagem 2 mostra um indígena vestido “comumente”, ele participa de algum evento público. Deixe que comentem livremente, mas depois conte que na imagem 2 vemos o autor indígena Daniel Munduruku, formado em Filosofia, com mestrado em Antropologia pela USP. Autor de mais de 50 livros. Atualmente ele mora em São Paulo e tem percorrido todo Brasil para divulgar seus livros e contar suas histórias.
Imagem 3: Nesta imagem um indígena está usando o computador, parece estar em uma conferência. Explique que a aproximação com os meios digitais ocorre porque os indígenas não pararam no tempo, sua cultura vem se transformando, assim como todas as outras.
Materiais complementares:
Para imprimir as imagens clique aqui
Sugerimos também o acesso a outras reportagens relacionadas ao assunto, é interessante que faça a leitura das imagens e suas respectivas legendas. Seguem os links:
Imagem 1: Disponível em: http://conpoema.org/?p=10042 . Acesso em 05 de agosto de 2018.
Imagem 2: Disponível em: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/nao-existem-indios-no-brasil-diz-o-escritor-daniel-munduruku/. Acesso em 03 de setembro de 2018.
Imagem 3: Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/revistas/58/cinema-de-indio. Acesso em 05 de agosto de 2018.
Desenvolvimento
Orientações:
- Divida a turma em 3 grupos heterogêneos, cuide para que em cada um deles tenha um leitor fluente. Imprima e distribua para cada grupo uma das três lendas que constam nos materiais complementares (Iara, Vitória- Régia e Curupira).
- Peça para que reflitam se as lendas foram ou não escritas por indígenas.
- Socialize as respostas e ao final revele que essas histórias não foram escritas por autores indígenas, apesar de narrarem 3 histórias muito conhecidas de sua cultura. As lendas também respondem aos enigmas da introdução da aula, retome, caso não tenham desvendado o mistério no início da aula.
É possível que os alunos argumentem dos mais variados modos ao decidirem se as lendas foram ou não escritas por autores indígenas, alguns podem achar que se as lendas foram escritas por indígenas, desconsiderando sua tradição oral, enquanto outros podem ser taxativos ao dizer que “indígenas não escrevem livros”. Oriente a turma que assim como os indígenas, todas as culturas têm suas histórias que circularam, em um primeiro momento, oralmente, como o caso de diversos contos e fábulas que hoje encontramos nos livros infantis (Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, etc.). Mas os textos não se limitam a escrita: construímos textos orais todo o tempo, inclusive literários. Inicialmente, foram outros povos os escritores das narrativas indígenas, entretanto, hoje muitos indígenas já escrevem e publicam suas histórias. Conduza a conversa para que ao final tenham clareza de que tanto autores indígenas, como não indígenas, tem suas peculiaridades ao escrever, suas marcas e seu estilo pessoal. Assim, da mesma forma que encontramos muita variedade na escrita de autores não indígenas, é possível que encontremos muita variedade de estilos de autores indígenas. Assim sempre será difícil a decisão: foi um indígena que escreveu ou não? Para reafirmar essa ideia, outra pergunta pode ser feita aos alunos: autores indígenas só escrevem lendas indígenas? A resposta é que eles podem escrever e publicar nos mais variados gêneros literários, entretanto tem sido mais comum que publiquem sobre suas histórias mitológicas ou que recontem os mitos de outras nações indígenas. Esclareça que existem diferentes nações indígenas, cada qual com traços culturais distintos.
Materiais complementares:
Lendas para impressão (Iara, Vitória-Régia, Curupira). clique aqui
Saiba um pouco mais sobre agrupamentos em sala de aula clicando aqui
Desenvolvimento
Orientações:
- Explique aos alunos que os textos “A Vitória-Régia” e “O Curupira” pertencem ao livro “Os meninos que viraram estrelas” da autora Sávia Dumont. Mostre a capa do livro, diga que nele a autora escreveu várias lendas da cultura brasileira e que a editora é a Companhia das Letrinhas. Leia em voz alta a biografia da autora e comente que ela é uma pessoa interessada pela cultura brasileira, porém não é uma autora indígena. Ela gosta de ensinar bordado aos amantes dessa arte.
Materiais complementares:
Para saber mais sobre a autora e ilustradora Sávia Dumont: “Os bordados da ilustradora Sávia Dumont”, ECT e TVBrasil, 2016. Disponível em:http://tvbrasil.ebc.com.br/abzdoziraldo/bastidores/os-bordados-da-ilustradora-savia-dumont. Acesso em: 30/08/2018.
Fechamento
Tempo sugerido: 8 minutos
Orientações:
- Projete o slide para a turma com os questionamentos e providencie uma cartolina (papel kraft ou papel metro) para registrar algumas respostas.
- Faça os questionamentos no coletivo, convide os alunos para falarem e para registrarem na cartolina as conclusões da turma. Neste momento é muito importante considerar as descobertas e a participação oral de todos os alunos, não centralizando apenas em alguns deles.
- Durante a discussão e levantamento dos conhecimentos dos alunos é possível que citem: “São histórias que acontecem na floresta/mata/tribos/aldeias”; “São histórias em que os indígenas, a natureza e animais aparecem”; “ São histórias mitológicas”; “contam de seres excepcionais, seres mágicos”; “Essas histórias foram contadas, inicialmente pelos indígenas e para os indígenas”; “Hoje em dia, elas são encontradas nos livros e na internet, estão disponíveis para todo mundo que tenha interesse em conhecer mais sobre essa cultura”; “Quem produz são autores indígenas e não indígenas, cada qual com suas características particulares ”; “Lemos para nos divertir e conhecer a vida dos indígenas”.
- Mantenha esse registro coletivo afixado na sala de aula para que os alunos possam retomar suas descobertas.
- Se ainda houver tempo, finalize a aula com o vídeo “Quando a pena do índio escreve”, uma entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku (para ser reproduzido até 4:06 minutos). Caso não seja possível assistir ao vídeo, haverá, ao longo da sequência, nova oportunidade para entrarmos em contato com esse autor.
Materiais complementares:
Vídeo “Quando a pena do índio escreve” , entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku (para ser reproduzido até 4:06 minutos). Para acessar, clique aqui
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das orientações por áudio, vídeo ou texto, e troca de mensagens com os estudantes sobre a atividade;
Enigma disponível aqui;
Lendas disponíveis aqui;
Fotos disponíveis aqui;
Vídeo “Quando a pena do índio escreve”, disponível aqui.
- Opcional: Padlet (tutorial disponível aqui).
Introdução
Envie aos estudantes, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, os três enigmas que estão na introdução do plano original. Não diga antecipadamente que se tratam de personagens da cultura indígena, deixe que eles façam essa relação; se não conseguirem, apoie-os. Envie, então, mais dois questionamentos: “Em que tipo de texto esses personagens costumam a aparecer? O que mais vocês sabem sobre esse tipo de texto?”. Peça que respondam no grupo, de modo que possam compartilhar suas ideias e hipóteses sobre a cultura indígena e suas histórias.
Desenvolvimento
Envie, pelo mesmo canal de comunicação utilizado anteriormente, as imagens e questionamentos que estão no plano original. Ao longo desta sequência didática, será importante desconstruir a visão estereotipada que os estudantes podem ter das culturas indígenas, por isso será importante, a todo momento, trazer a ideia de que são culturas diversas (e não só uma), que se atualizam (não estão paradas no tempo) e que mais recentemente revelam autores indígenas escrevendo suas próprias narrativas (antes escritas apenas por pessoas de fora de suas culturas). Envie as três lendas indígenas que constam neste plano e questione se eles acham que essas histórias foram escritas por indígenas. Siga pedindo que eles respondam no grupo, de modo que possam compartilhar suas ideias e hipóteses. Outra opção é criar um mural virtual no Padlet (tutorial disponível aqui); lá também é possível postar as imagens, textos e questionamentos, e solicitar que os estudantes respondam por escrito. Ao final, revele que essas histórias não foram escritas por autores indígenas, apesar de narrarem três histórias muito conhecidas de sua cultura. As lendas correspondem aos três enigmas da introdução da aula.
Fechamento
Para concluir, envie aos estudantes as perguntas que estão no fechamento do plano original. Apoie-se nas orientações do plano para enviar uma devolutiva à turma toda. Para aumentar o repertório deles sobre a temática, envie também o vídeo “Quando a pena do índio escreve”, que traz uma entrevista com o autor indígena Daniel Munduruku (o vídeo é longo, por isso indique que assistam apenas aos 5 primeiros minutos).
Convite às famílias
As famílias podem ser convidadas a ler as histórias e a assistir ao vídeo do fechamento junto com as crianças. Assim, podem se entreter e acompanhar as temáticas que estão sendo propostas pelo professor. Se a família conhecer mais histórias das culturas indígenas, pode compartilhar por meio da leitura ou da contação oral.