Plano de Aula

Plano de aula: O efeito das queimadas para o clima da Amazônia

Plano 8 de uma sequência de 10 planos. Veja todos os planos sobre Políticas de ação local pensando o global.

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Descrição

Este plano está previsto para ser realizado em duas a três aulas. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF06GE13 de Geografia. Esta habilidade requer a compreensão das consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor, etc.). Para isso, os alunos deverão compreender que entre as atividades humanas que afetam a atmosfera e o microclima estão as queimadas. É importante que saibam que nas savanas (cerrado) o fogo é indispensável para sua preservação. Contudo, na Amazônia, por exemplo, as queimadas costumam estender a estação seca, influenciando o clima local. Um dos efeitos é a inibição da formação de nuvens e a consequente redução da precipitação. Visando esclarecer de que forma isso ocorre, a turma deverá fazer a leitura de um texto sobre as queimadas na Amazônia e as consequências para o clima local e, posteriormente, ser dividida em equipes para realizar a atividade da Ação Propositiva. Essa atividade consiste em analisar, debater e, em seguida, elencar os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, a equipe deve justificar a importância atribuída à ação ou ações selecionadas e apresentar para a turma. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.

Contexto e progressão das habilidades

Este plano de aula integra um conjunto de 52 planos estruturados com base na decomposição de aprendizagens, que divide habilidades complexas em etapas progressivas, respeitando o princípio da progressão de habilidades — em que cada novo conhecimento se apoia em bases já consolidadas. A sequência aborda, inicialmente, o pensamento computacional (decomposição, padrões, abstração e algoritmos) nos Anos Iniciais, avança para o letramento digital (uso crítico e criativo das tecnologias) nas séries seguintes e culmina, nos Anos Finais e no Ensino Médio, na análise crítica da Inteligência Artificial (IA), considerando o funcionamento e os impactos sociais e éticos. Essa progressão está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Computação, assegurando uma construção sólida e contextualizada do conhecimento, além de preparar os estudantes para interagir de forma autônoma e consciente no mundo digital.

Materiais sugeridos


Equipamentos e dispositivos:

computador e projetor.

Recursos Educacionais Digitais:
caderno, caneta ou lápis para anotações.

Materiais diversos:
- Atividade da Ação Propositiva
- Anexo I - Atividade de Plano para a Comunidade
- Atividade da Sistematização

Materiais adicionais para o professor:
- Expedição rios voadores. Disponível em: http://riosvoadores.com.br/galerias/videos/. Acesso em: 05 de maio de 2019.

- ROSA, Mayra. Poluição aumenta em até 400% a formação de aerossóis na Amazônia. Ciclo Vivo. Disponível em: https://www.gov.br/censipam/pt-br/composicao/competencias. Acesso em: 18 abr 2019.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

  • Relações entre os componentes físico-naturais.

  • Atividades humanas e dinâmica climática.

  • Uso de tecnologias computacionais.

  • Tecnologia digital e sustentabilidade.

Objetivos de aprendizagem

  • Conhecer os impactos das ações humanas no clima local e regional.

  • Analisar os efeitos das queimadas no clima local e regional, relacionando-os à função dos rios voadores.

  • Identificar indicadores em mapas e dados oficiais, reconhecendo padrões sazonais de queimadas e impactos relacionados.

  • Propor intervenções para fortalecer a resiliência local, incluindo a aplicação de sistemas computacionais para diagnóstico e mitigação.

Competências gerais

1. Conhecimento.

5. Cultura digital.

7. Argumentação.

9. Empatia e cooperação.

10. Responsabilidade e cidadania.

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O Nível de Competência Digital proposto para a aplicação deste plano é Básico
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Bibliografia

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Aula

Aula 1 - Conversa inicial/Introdução

Tempo previsto: 15 minutos.

O dia virou noite em São Paulo: uma análise da frente fria e da fumaça amazônica

Apresente a imagem aos alunos e conduza a dinâmica "Vejo, Penso, Pergunto" do Projeto Zero da Universidade de Educação de Harvard.

Essa dinâmica visa estimular a reflexão dos alunos, abrangendo desde aspectos descritivos e opinativos até questionamentos sobre a imagem. Para isso, evite fornecer pistas sobre a origem da imagem. Em vez disso, valorize o pensamento dos estudantes, incentivando-os com perguntas como: "Onde essa imagem poderia ser?", "será que é realmente noite?", "será que algo está acontecendo?", "o que poderia ser?".

Dia vira "noite" em SP com frente fria e fumaça vinda de queimadas na região da Amazônia

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/08/19/dia-vira-noite-em-sao-paulo-com-chegada-de-frente-fria-nesta-segunda.ghtml. Acessado em 20 de outubro de 2025

Inicie a atividade com as seguintes perguntas, evocando uma de cada vez de forma oral e coletiva. Dê um minuto para os alunos responderem à primeira pergunta e, em seguida, prossiga para a próxima, provocando a progressão no pensamento das crianças:

1. O que vocês veem na imagem?

2. O que vocês pensam sobre essa imagem?

3. O que vocês se perguntam sobre essa imagem?

Explique aos alunos que, na verdade, em 19/08/2019, São Paulo teve uma tarde incomumente escura — o “dia virou noite” — devido à combinação da chegada de uma frente fria com a fumaça de queimadas na Amazônia (na região do Acre, Rondônia e Bolívia) transportada pelos ventos. Segundo o Inmet e o Climatempo, o material particulado (aerossóis) somado ao ar frio e úmido baixou o teto de nuvens, deixando a cidade “dentro de uma nuvem”, enquanto o CGE registrou queda de temperatura e umidade elevada. No dia, a imagem junto à legenda “são 15h” viralizou nas redes; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ainda não confirmava influência direta das queimadas na nebulosidade e a previsão indicava céu fechado, ventos fortes e chuva de moderada a forte intensidade com trovoadas à noite.

Tempo previsto: 25 minutos.

Agora, projete o tema aos alunos “Queimadas na Amazônia e o clima local” e escreva no quadro ou fale para a turma que a aula tratará das queimadas na Amazônia. Exponha para a turma que serão abordadas as causas das queimadas e as consequências para o clima local.

Imagem:

Incêndio florestal na Amazônia brasileira

Crédito: J Brarymi/GettyImages

Na região amazônica, a seca decorre de causas naturais, mas outros fatores contribuem para que se prolongue a estação seca na região. Entre as causas naturais estão a ocorrência do fenômeno El Niño e o aquecimento das águas do Atlântico. Quanto às causas não naturais, diga aos alunos que entre as atividades humanas que mais afetam a atmosfera e o microclima estão as queimadas. A exploração descontrolada de madeira e uso do fogo para limpar as áreas agrícolas deixam a floresta mais seca e podem agravar os incêndios na região.

Já nas savanas, o fogo é indispensável para a preservação. Savana é um tipo de cobertura vegetal constituída, geralmente, por gramíneas e árvores esparsas. O Cerrado brasileiro é uma savana, reconhecida como a mais rica do mundo, formada especialmente por arbustos e árvores. Ele é o segundo maior bioma da América do Sul. Um estudo publicado pela FAPESP mostra que, com a supressão do fogo, o Cerrado vai ficando mais cheio de árvores e começa a se transformar em floresta, podendo resultar em grande perda de biodiversidade, pois grande parte das espécies vegetais desse bioma estão no estrato herbáceo (vegetação rasteira).

Contudo, na Amazônia, os efeitos são outros. Nesse caso, as queimadas costumam estender a estação seca, influenciando o clima local. Destaque para a turma que um estudo realizado pela Universidade de São Paulo mostrou que, durante o período das queimadas na Amazônia, o número de partículas na atmosfera no local sobe de 300 para 20.000 por centímetro cúbico. Considerando que o centro de grandes cidades, como São Paulo, apresenta 10.000 partículas por centímetro cúbico, discuta com os estudantes o que isso significa. Espera-se que eles respondam que piora a qualidade do ar. Destaque para a turma que a qualidade do ar na Amazônia pode tornar-se inferior à do centro de São Paulo.

Quanto ao clima local da Amazônia, questione-os sobre os possíveis efeitos das queimadas. Os estudantes podem trazer respostas como: poluição do ar, morte dos animais, doenças respiratórias, desmatamentos e abertura de clareiras na mata.

Ao discutir os efeitos das queimadas no clima local da Amazônia, é importante ampliar a reflexão para além dos impactos imediatos. Questione os estudantes sobre como essa poluição pode se espalhar para outras regiões, quais são as consequências a longo prazo para o solo, a biodiversidade e o equilíbrio do clima, e de que forma esses efeitos afetam tanto as populações locais quanto distantes. Provoque-os com perguntas como “O que acontecerá com a Amazônia em 50 anos se as queimadas continuarem?” ou “esses impactos são apenas ambientais ou também sociais e econômicos?”. Esses pontos ajudam a conectar o fenômeno às mudanças globais, incentivando uma visão crítica e sistêmica.

Depois que a turma se manifestar, explique que um dos efeitos das queimadas sobre o clima é a redução das chuvas, provocada pela inibição da precipitação. Isso ocorre porque o aumento de partículas na atmosfera faz com que muitas delas disputem a mesma quantidade de vapor d’água, o que acelera a evaporação e dificulta a formação de gotas de chuva. Assim, a diminuição da precipitação se apresenta como uma das principais consequências das queimadas na região amazônica.

Tenha em consideração os seguintes tópicos ao longo da conversa com os estudantes:

A atmosfera como sistema aberto: a atmosfera é um sistema aberto. O que ocorre na Amazônia tem impacto local, mas também em todo o Brasil, pois as massas de ar da região circulam por todo o continente.

Período de seca e queimadas: o período de seca ocorre naturalmente entre maio e agosto. Contudo, as queimadas com fins de desmatamento aproveitam essa seca para abrir pastagens, prolongando o tempo seco.

Aula 1 - Atividade

Onde estão as queimadas?

Explore com os alunos, utilizando o projetor da sala, o mapa Panorama - Mapas Interativos do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM. O projeto Painel do Fogo, presente nesse mapa, foi desenvolvido para monitorar queimadas ao vivo.

Para examinar os focos de incêndio, utilize os filtros do mapa.

Print 01 da plataforma CENSIPAM

Para analisar os indicadores e gráficos de focos de incêndio, acesse a página por meio do ícone de gráfico de pizza e utilize os filtros para definir região, bioma, período e domínio.

Print 02 da plataforma CENSIPAM

Print 03 da plataforma CENSIPAM

Instruções para a atividade

Procedimento

1. Exploração do mapa: naveguem pelas camadas do mapa, uma por vez. Cada camada oferece uma perspectiva diferente, como eventos de queimadas, proximidade com áreas urbanas ou indígenas, existência de brigadas de incêndio e dados anuais.

2. Registro no caderno: enquanto exploram a ferramenta, respondam às seguintes perguntas em seus cadernos:

• Qual bioma parece ser o mais afetado pelas queimadas?

• Quais áreas são mais impactadas: urbanas ou não urbanas?

• Quais meses do ano registram mais queimadas?

• Como vocês acreditam que esse mapa foi construído? Por que ele foi construído?

• Qual a utilidade de um recurso como este?

Orientações ao professor

Identificação de biomas: os estudantes podem confundir as áreas do mapa. Incentive-os a identificar as regiões e, se possível, mantenha visível um mapa de biomas do Brasil para facilitar o reconhecimento e a inferência das respostas.

Análise de dados: evitem que os estudantes suponham os meses do ano sem observar os indicadores e gráficos. Conduza-os a analisar a tendência da linha, as barras, a diferenciação de cores e o gráfico de pizza.

Construção do mapa: explique que a plataforma utiliza grandes bancos de dados codificados e interpretados quase em tempo real, organizando as informações visualmente para maior transparência e facilidade de análise, pesquisa e identificação de áreas vulneráveis para tomada de ações.

Alternativa offline

Caso não seja possível usar o projetor ou levar os estudantes ao laboratório, copie as telas dos mapas, imprima e distribua para os estudantes. Organize-os em grupos e proponha que analisem os mapas a partir das mesmas perguntas norteadoras. Ao final, promova uma reflexão coletiva para sintetizar as informações.

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