Imagens para contextualização
Plano de Aula
Plano de aula: Temperatura e cidade
Plano 1 de uma sequência de 10 planos. Veja todos os planos sobre Políticas de ação local pensando o global.
Por: Murilo Rossi
Tem interesse no tema "Neurociência, adolescências e engajamento nos Anos Finais"?
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Descrição
Este plano de aula é voltado para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental e propõe uma articulação entre o componente curricular de Geografia e Computação, com foco na análise das ilhas de calor urbanas e no uso crítico da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de investigação. A aula convida os estudantes a atuarem como “detetives do calor urbano”, investigando por que algumas áreas da cidade são mais quentes que outras e quais soluções podem ser propostas para mitigar esse problema. Ao longo da atividade, os grupos de estudantes irão formular perguntas (prompts) para uma IA generativa, analisarão criticamente as respostas recebidas e refletirão sobre a confiabilidade, clareza e aplicabilidade das informações. A etapa final da aula será dedicada à criação de um vídeo curto (com até 1 minuto de duração) em formato de campanha educativa, com o objetivo de conscientizar a comunidade escolar sobre o que são as ilhas de calor, como podemos reduzi-las e de que forma a tecnologia, especialmente a IA, pode contribuir com soluções sustentáveis. Os vídeos podem ser gravados com celular ou computador, e caso a escola não disponha de equipamentos ou internet, os grupos poderão apresentar sua campanha oralmente, como uma dramatização ou exposição em sala. A proposta estimula a criatividade, a colaboração e a comunicação, promovendo o protagonismo juvenil, o letramento digital e ambiental, e o engajamento com temas urgentes do cotidiano.
Contexto e progressão das habilidades
Este plano de aula integra um conjunto de 52 planos estruturados com base na decomposição de aprendizagens, que divide habilidades complexas em etapas progressivas, respeitando o princípio da progressão de habilidades — em que cada novo conhecimento se apoia em bases já consolidadas. A sequência aborda, inicialmente, o pensamento computacional (decomposição, padrões, abstração e algoritmos) nos Anos Iniciais, avança para o letramento digital (uso crítico e criativo das tecnologias) nas séries seguintes e culmina, nos Anos Finais e no Ensino Médio, na análise crítica da IA, considerando o funcionamento e os impactos sociais e éticos. Essa progressão está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Computação, assegurando uma construção sólida e contextualizada do conhecimento, além de preparar os estudantes para interagir de forma autônoma e consciente no mundo digital.
Materiais sugeridos
Equipamentos e dispositivos:
computador, tablet ou celular com acesso à internet. Projetor ou televisão (opcional) para leitura coletiva das manchetes jornalísticas, exibição de exemplos de prompts e discussão em plenária das respostas geradas pelas ferramentas de IA.
Recursos educacionais digitais:
ferramentas de IA generativa (como ChatGPT, Gemini, Copilot ou Bing).
Materiais diversos:
papel A4, cartolina ou folha de flipchart, canetas, lápis, marcadores e fita adesiva.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Ilhas de calor e clima urbano: análise das alterações microclimáticas causadas pelas ações humanas nas cidades e possibilidades de mitigação com apoio de tecnologias digitais.
- Letramento digital e ética no uso de tecnologias de IA: elaboração e análise crítica de perguntas (prompts) em ambientes digitais com base em situações reais, avaliando a confiabilidade, clareza e aplicabilidade das respostas.
Objetivos de aprendizagem
- Identificar como as ações humanas contribuem para a formação das ilhas de calor nas cidades.
- Discutir sobre soluções sustentáveis que possam amenizar seus efeitos no cotidiano urbano.
- Elaborar e analisar perguntas para ferramentas de IA generativa, avaliando criticamente as respostas recebidas quanto à clareza, confiabilidade e aplicabilidade, em uma perspectiva ética e responsável.
Competências gerais
2. Pensamento científico, crítico e criativo.
5. Cultura digital.
10. Responsabilidade e cidadania.
Acesse
- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 30 jul. 2025.
- BRASIL ESCOLA. Ilhas de calor. YouTube, 9 jun. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=g8wEplWLWyA. Acesso em: 2 ago. 2025.
- KULLBERG, Alyssa T.; FEELEY, Kenneth J. As ilhas de calor urbanas e o que elas podem nos ensinar sobre as mudanças climáticas. Para Jovens Cientistas, [S. l.], 2024. Disponível em: https://parajovens.unesp.br/as-ilhas-de-calor-urbanas-e-o-que-elas-podem-nos-ensinar-sobre-as-mudancas-climaticas/. Acesso em: 2 ago. 2025.
- PIVETTA, Marcos. Efeito das ilhas de calor urbano esquenta até cidades de médio e pequeno porte. Revista Pesquisa FAPESP, São Paulo, 4 jul. 2022. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/efeito-das-ilhas-de-calor-urbano-esquenta-ate-cidades-de-medio-e-pequeno-porte/. Acesso em: 2 ago. 2025.
- UNESCO. Guia para Currículos Verdes: ensino e aprendizagem para a ação climática. Paris: UNESCO, 2024. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000393753. Acesso em: 30 jul. 2025.
- UNESCO. Guia para a IA generativa na educação e na pesquisa. Paris: UNESCO, 2023. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000390241. Acesso em: 30 jul. 2025.
- UNESCO. Educação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: objetivos de aprendizagem. Paris: UNESCO, 2017 Brasília, DF. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000252197. Acesso em 01 de agosto de 2025.
Bibliografia
- FAVA, Rui. Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do indivíduo versátil. Porto Alegre: Penso, 2018.
- KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
- VEGA, Alfredo Pena (org.). Os sete saberes necessários à educação sobre as mudanças climáticas. São Paulo: Cortez, 2023.
- SHIRTS, Matthew. Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor. São Paulo: Claro Enigma, 2022.
- THUNBERG, Greta; ERNMAN, Malena; THUNBERG, Svante; ERNMAN, Beata. Nossa casa está em chamas: ninguém é pequeno demais para fazer a diferença. São Paulo: Best Seller, 2019.
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Aula
Sobre esta aula
Tempo previsto: 100 minutos
Este plano de aula é voltado para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental e promove a articulação entre Geografia, Computação e temas da urgência climática. A proposta tem como finalidade que os estudantes compreendam os fatores que contribuem para o surgimento das ilhas de calor nas cidades (como a impermeabilização do solo, a verticalização dos edifícios e a redução de áreas verdes) e reflitam criticamente sobre como a IA pode ser utilizada para investigar o problema e propor soluções para tornarmos as cidades mais sustentáveis.
A aula está estruturada em três momentos principais: o primeiro é voltado à sensibilização e ao levantamento coletivo de conhecimentos prévios sobre clima urbano, por meio da análise de imagens e roda de conversa orientada pelo(a) professor(a); o segundo momento envolve a elaboração de prompts (perguntas estruturadas) para uma IA generativa, que será usada como ferramenta de consulta sobre causas e soluções para as ilhas de calor, procurando refletir, inclusive, sobre essa questão em suas cidades; no terceiro momento, os estudantes produzem um vídeo curto de campanha educativa (ou apresentação oral, caso não haja acesso à tecnologia), com o objetivo de divulgar o que aprenderam sobre o tema e como a IA pode apoiar estratégias de mitigação climática no ambiente urbano. A proposta explora de forma interdisciplinar o pensamento computacional e o letramento digital, promovendo o uso ético da tecnologia, a análise crítica de respostas automatizadas e a produção de soluções comunicativas alinhadas à realidade dos estudantes.
Dificuldades antecipadas:
Alguns estudantes podem ter dificuldade para entender como a infraestrutura urbana influencia o aumento da temperatura nas cidades. Para isso, recomenda-se o uso de imagens comparativas, mapas térmicos e exemplos visuais acessíveis. Outra dificuldade comum pode estar relacionada ao uso da IA: os alunos podem ter curiosidade, mas não saber como fazer boas perguntas (prompts). O professor deve conduzir esse processo explicando o que é um prompt, mostrando exemplos simples e orientando os grupos a usarem uma linguagem clara, respeitosa e objetiva. Além disso, é importante estimular a avaliação crítica das respostas recebidas, discutindo com a turma se a IA ofereceu informações relevantes, coerentes ou problemáticas, e se elas contribuem de fato para pensar a questão das ilhas de calor de forma ética, científica e cidadã.
Possibilidade de interdisciplinaridade:
Essa proposta pode ser ampliada em diálogo com a disciplina de Ciências, aprofundando os conceitos relacionados ao ciclo da água, à transferência de calor e à vegetação urbana. Também pode ser integrada a projetos de Língua Portuguesa por meio da produção de roteiros para os vídeos ou campanhas de conscientização, promovendo a argumentação, a oralidade e a autoria dos estudantes. Em Arte, os vídeos curtos podem se transformar em peças de linguagem audiovisual, ampliando o impacto comunicativo e estético das criações.
Conversa inicial/Introdução
Tempo previsto: 10 minutos.
Com a turma organizada em pequenos grupos (quatro a cinco estudantes por mesa), inicie a aula com uma pergunta provocadora:
- Você já sentiu que sua cidade anda mais quente do que costumava ser? Por que será que isso acontece?"
A partir dessa pergunta, convide os estudantes a compartilharem brevemente suas percepções sobre o aumento das temperaturas nas cidades e como isso afeta o cotidiano.
Em seguida, apresente oralmente o tema da aula e compartilhe o título com a turma: “Ilhas de calor e tecnologia: como a Inteligência Artificial pode ajudar a repensar o clima urbano?”. Explique que, ao longo da aula, eles irão investigar as causas das chamadas ilhas de calor, fenômeno climático típico das cidades, e refletir sobre como a tecnologia, especialmente a IA, pode ajudar a encontrar soluções para tornar os espaços urbanos mais frescos, verdes e saudáveis. Essa introdução tem como objetivo despertar a curiosidade e situar os estudantes nos desafios que serão enfrentados na atividade.
Tempo previsto: 20 minutos.
Na segunda etapa da aula, projete (ou distribua impressas) duas imagens contrastantes: uma de um centro urbano denso, com muito concreto, poucos espaços verdes e concentração de pessoas; e outra de uma área verde aberta, também com presença humana, mas cercada por árvores, gramados e ventilação natural. Peça que os estudantes, organizados em seus grupos, observem atentamente as imagens e discutam entre si as seguintes perguntas:
- Qual dos dois ambientes parece mais quente?
- Quais os fatores que podem explicar essa diferença?
Imagens para contextualização:
Após alguns minutos de conversa em grupo, promova uma breve partilha coletiva, destacando que é comum os estudantes identificarem que a cidade é mais quente que o campo. Aproveite esse momento para explicar que ambas as imagens retratam locais situados em regiões com a mesma latitude e altitude, e que não há influência significativa da maritimidade ou continentalidade.
A diferença na temperatura está diretamente relacionada à dinâmica climática urbana: a aglomeração de pessoas, o excesso de superfícies impermeabilizadas (asfalto, concreto), a verticalização dos edifícios e a escassez de vegetação contribuem para reter o calor e aumentar a temperatura local, fenômeno conhecido como ilha de calor. Já os ambientes arborizados, com maior presença de áreas permeáveis, favorecem o fluxo dos ventos e promovem o resfriamento natural, mesmo com grande concentração de pessoas. Essa análise visual é essencial para que os estudantes compreendam como a configuração dos espaços influencia diretamente o clima urbano e prepara o terreno para a próxima etapa, em que a tecnologia será mobilizada como ferramenta de investigação e solução.
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