Plano de aula: A pecuária também influencia no aquecimento global?

Introdução:

Tempo previsto: 10 minutos

Orientações: sentados em círculo, projete a seguinte imagem do anexo ou leve-a impressa para circular entre os estudantes:

Escreva no quadro a seguinte pergunta:

- A pecuária também influencia no aquecimento global?

Ouça as respostas e verifique se a maioria da turma compreende que a pecuária influencia no aquecimento global.

Avancem nos debates:

- “De que forma a pecuária contribui com as mudanças climáticas?”

Se a turma não apresentar respostas nesse momento, instigue-os retomando conhecimentos prévios sobre o modo de vida dos animais bovinos.

Você pode mencionar informações como: bovinos são herbívoros ruminantes, alimentam-se de pasto, liberam gases (“arrotos” e “puns”) como produto da digestão e pisoteiam o solo. Além disso, para criar bovinos, é preciso desmatar grandes áreas, o que libera gás carbônico para a atmosfera. O uso de fertilizantes nitrogenados na produção de pasto para alimentar o gado e o manejo do esterco (as fezes desses animais) liberam óxido nitroso, outro gás de efeito estufa. A expansão da pecuária, especialmente para criação de pastagens, envolve o desmatamento e a remoção da vegetação libera o carbono armazenado nas plantas, reduzindo a capacidade do ecossistema (solos e plantas) de absorver o CO2 liberado. Isso contribui para aumentar a concentração desse gás na atmosfera.

Ouça os estudantes e registre palavras-chave dos comentários no quadro, por exemplo: gases de efeito estufa, gás carbônico, vapor-d’água, metano, desmatamento, pisoteamento do solo, desflorestamento, óxido nitroso, etc.

Contextualização:

Tempo previsto: 10 minutos

Orientações: projete para a turma a ferramenta Google Earth (ou permita que os estudantes a utilizem em seus próprios dispositivos eletrônicos conectados à internet, com objetivo pedagógico). Localize estados brasileiros como Mato Grosso, Pará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rondônia, que apresentam as maiores áreas destinadas à pecuária. Escolha um dos estados e visualizem as mudanças do território ao longo do tempo. Para ver um mapa ao longo do tempo no Google Earth, você pode utilizar a função de "Imagens Históricas" ou o recurso "Timelapse". O Google Earth permite visualizar imagens de diferentes períodos, mostrando como um local mudou ao longo do tempo. Para isso, use o controle deslizante de tempo para navegar entre diferentes datas e observar as imagens correspondentes. Caso não seja possível usar essa ferramenta online junto aos estudantes, acesse o site antes da aula e salve a tela (“print screen”) com a imagem de um dos estados e imprima-a para que a turma explore em grupos. Outra opção é utilizar mapas físicos ou políticos do Brasil e do mundo.

Em seguida, projete também a plataforma MapBiomas, selecione: “Mapas e dados” → “Acesse a plataforma” → “Plataforma MapBiomas: uso e cobertura”.

Consulte o tutorial sobre como utilizar essa ferramenta no anexo.

No menu lateral, selecione “Pastagem”.

Explorem juntos os dados no mapa referentes às áreas de pastagens em cada bioma brasileiro. Relacionem as imagens dos mapas explorados aos seguintes dados:

• O Brasil tem mais cabeças de gado do que população. O rebanho bovino brasileiro alcançou 234,4 milhões de animais, em 2022, com alta de 4,3% em relação ao ano anterior, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mato Grosso lidera na pecuária com 14,2% do rebanho nacional (cerca de 34 milhões de animais). O Pará ocupa a segunda posição, com aproximadamente 25 milhões de cabeças. Goiás vem em seguida, com cerca de 23,7 milhões de bovinos.

• O desmatamento e as queimadas são os maiores responsáveis pela crise climática mundial, e principalmente no âmbito da agropecuária, também pode acelerar a crise nos ecossistemas e afetar a produção alimentar global. O desmatamento ocorre para transformar florestas em áreas para agricultura e pecuária. Segundo um relatório do MapBiomas divulgado pela USP, desde 2020, a agropecuária foi responsável por mais de 97% da perda de vegetação nativa no Brasil, principalmente, na Amazônia e no Cerrado, onde áreas são desmatadas inicialmente para a criação de bovinos.