Rubrica para avaliação
Plano de Aula
Plano de aula: Soluções Baseadas na Natureza e Mudanças Climáticas
Tem interesse no tema "Neurociência, adolescências e engajamento nos Anos Finais"?
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Descrição
Este plano de aula é formado por um conjunto de 2 aulas com foco nas mudanças climáticas e como a natureza pode nos inspirar na busca de soluções.
Para isso, busca sensibilizar os/as estudantes sobre o clima, as relações entre os seres e os ambientes e como a natureza tem soluções que podem nos inspirar a enfrentar os efeitos da crise climática. A finalidade dele é que os/as estudantes sejam capazes de encontrar soluções baseadas na natureza para desafios do dia a dia, e reconhecer como diferentes sociedades convivem com a natureza em respeito, equilíbrio e sustentabilidade.
O objetivo central da aula 1 é levar os/as estudantes a perceberem que os ecossistemas se conectam com o clima, influenciam e são influenciados pelos fatores climáticos. A partir desta aula, os/as estudantes serão capazes de explicar como diferentes sociedades humanas se relacionam com o clima e o tempo e desenvolvem soluções baseadas na natureza para enfrentar eventos climáticos extremos. Então, na aula 2, os/as estudantes pesquisarão sobre mudanças climáticas e as relações entre humanos e clima, incluindo as peculiaridades e especificidades dos territórios e produzirão um mural informativo sobre Soluções Baseadas na Natureza e Mudanças Climáticas. Para aprofundamento, se possível, recomendamos promover entrevistas e contato entre os/as estudantes e pessoas que fazem parte de povos originários, comunidades tradicionais ou idosos da própria comunidade escolar. Se não for possível, poderá ser feito o uso da internet para a pesquisa das informações importantes. Lembramos que as ferramentas de buscas que usam Inteligência Artificial podem ser usadas em um momento inicial, mas que todas as informações devem ser checadas em mecanismos de busca que incluam artigos científicos e sites de divulgação científica, como Ciência Hoje, Ciência Hoje para Crianças, Jornal USP, Jornal da Ciência, Observatório do Clima, ClimaInfo, NASA Climate Change (clique nas configurações para traduzir para o português).
A observação e contato direto com a natureza e o reconhecimento das especificidades das localidades que os/as estudantes vivem são excelentes práticas de Educação baseada na Natureza, pois promovem um aprendizado experiencial e sensorial. Isso aguça a curiosidade das crianças a respeito da natureza, desenvolve habilidades como a observação, além de promover benefícios para sua saúde e bem-estar.
De acordo com o manual Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes da Sociedade Brasileira de Pediatria “Muitas pesquisas têm demonstrado que, quanto maior a conexão das pessoas com a natureza, maior será o engajamento da sociedade com as questões ambientais e climáticas. Iniciativas que visam restabelecer os vínculos entre crianças e adolescentes com a natureza devem fornecer experiências associadas a sentimentos como conforto, confiança, prazer, exploração, desafio, realização, liberdade para seguir interesses próprios, superação de medos ao ar livre, empatia e cuidado com os outros seres vivos”.
Este plano está associado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 - Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.![]()
Reconhecimento da Escola e do EntornoVocê conhece as oportunidades da sua comunidade escolar para potencializar uma Educação Baseada na Natureza (EBN)? A EBN propõe o desemparedamento da educação, defendendo o brincar e aprender com e na natureza, convocando nossos corpos a participar ativamente dos processos de aprendizagem e concebendo os ambientes como espaços educadores que também participam deste processo. A gente cuida da natureza e a natureza cuida da gente! Nós somos natureza! Além disso, desemparedar a infância é uma estratégia de enfrentamento à crise climática. |
Materiais sugeridos
Equipamentos:
Aula 01: dispositivos eletrônicos* conectados à internet para acessar ferramentas de previsão do tempo. Se esse acesso não for possível, acesse antes da aula algum site com a previsão do tempo, como CPTEC, digite o nome do seu município e imprima a página para mostrar aos/às estudantes. Leve uma cópia para cada 4 estudantes e deixe-os analisarem os elementos (temperatura, chuva, umidade, índice UV, ventos). Outra possibilidade é levar jornais impressos com notícias da cidade ou região onde é possível ver seções de previsão do tempo.
Aula 02: dispositivos eletrônicos conectados à internet para acessar ferramentas de pesquisa. Ou como alternativa, levar para a sala de aula impressos que colaborem com a proposta.
Materiais diversos:
Aula 01: um rolo de barbante de linha natural/cru. Aula 02: folhas de papel sulfite tamanho A4, 2 metros de papel pardo, canetinhas.
*Fique atento/a professor/a à Lei 15100/2025: a lei não proíbe totalmente o uso de celulares, mas restringe seu uso durante aulas, recreios e intervalos (Art. 2º Fica proibido o uso, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica), para que os/as estudantes possam se concentrar nas atividades diárias e interagir com outras pessoas. A utilização para fins pedagógicos com a autorização do/a professor/a e para casos de acessibilidade, saúde e segurança continuam permitidos. Com esta medida o Ministério da Educação tem como intuito proteger a saúde física, mental e psíquica dos/as estudantes, propiciando um ambiente mais saudável e em equilíbrio dentro dos espaços escolares. (Fonte: Ministério da Educação, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/restricao-ao-uso-do-celular-nas-escolas-ja-esta-valendo. Acesso: 03/02/2025).
Converse com a equipe pedagógica e faça combinados com os/as estudantes da sua escola para verificar a melhor maneira de se utilizar deste recurso, respeitando-se a Lei.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos.
- Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital.
- As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos de sedentarização.
- Processos de criação.
- Diversidade de ecossistemas. Fenômenos naturais e impactos ambientais.
- Clima.
Objetivos de aprendizagem
- Pesquisar informações em fontes confiáveis para construir um mural sobre o clima.
- Investigar como diferentes sociedades se relacionam com o clima e desenvolvem soluções baseadas na natureza.
- Coletar informações para definir o que é clima, o que são mudanças climáticas e eventos climáticos extremos.
Competências gerais
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
- Combate ao racismo ambiental entra em novo plano climático para o Brasil - Portal Geledés. Disponível em: https://www.geledes.org.br/combate-ao-racismo-ambiental-entra-em-novo-plano-climatico-para-o-brasil/. Acesso em 22 jan. 2025.
- Justiça Climática - Greenpeace. Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/informe-se/justica-climatica/. Acesso em 22 jan. 2025.
- Os povos indígenas e afrodescendentes e as mudanças climáticas na América Latina - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Disponível em: https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/9c4240cc-6393-4fd3-a981-4f0ed4604d3e/content. Acesso em 22 jan. 2025.
- POMBO, Riciane M. Reis; JACOBI, Pedro Roberto. SBN – Soluções baseadas em qual Natureza? Diálogos Socioambientais, [S. l.], v. 7, n. 19, p. 49–53, 2024. Disponível em: https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/dialogossocioambientais/article/view/1071. Acesso em: 22 jan. 2025.
Bibliografia
- LOUREIRO, Carlos Frederico B. Trajetória e fundamentos da Educação Ambiental. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
- REIGOTA, Marcos. A floresta e a escola: por uma educação ambiental pós-moderna. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
- SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora/ PISEAGRAMA, 2023.
Materiais Adicionais
- Educação Baseada na Natureza - Instituto Alana. Disponível em: https://criancaenatureza.org.br/wp-content/uploads/2023/11/EBN_Acessivel-1.pdf. Acesso em 21 jan. 2025.
- GUERRA, Monica. No mundo: páginas para uma educação aberta e ao ar livre. São Carlos: Pedro & João Editores, 2023.
- KRENAK, Aulton. Ideias para adiar o fim do mundo. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
- LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit de natureza. São Paulo: Aquariana, 2016.
- PIORSKY, Gandhy. Brinquedos do chão: a natureza, o imaginário e o brincar. São Paulo: Peirópolis, 2016.
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Aula
Aula 1 - Sobre esta aula
Tempo previsto: 70 min
A indicação do tempo previsto para o desenvolvimento desta aula serve como orientador para a organização e gestão do tempo disponível pelo/a(s) professor/a(s) envolvido/a(s), considerando que sugere-se uma abordagem interdisciplinar (entre diferentes componentes curriculares) e transdisciplinar (na perspectiva da Educação Ambiental).
Propõe-se sair da sala de aula. Verifique a possibilidade de levar a turma a um lugar naturalizado próximo da escola, como uma praça ou parque verde.

Crédito: GettyImages
Se não for possível, leve-os/as para um pátio aberto onde eles possam observar os arredores e sentir como está o tempo no dia. Alguns/Algumas estudantes podem não estar acostumados a estar em um ambiente externo à escola e aberto. Por isso, prepare a turma definindo combinados para mantê-los em segurança e organizados.

Crédito: GettyImages
Professor/a, para se preparar para este conjunto de 2 aulas, se possível, pare um instante sozinho/a na sua escola e observe ao redor, em silêncio, e reflita como é o ambiente onde você e seus/suas estudantes estão inseridos. Sinta a temperatura, a umidade, o calor, os cheiros, o vento, veja as cores e quantos tons de verde existem… feche os olhos e perceba os sons, e as outras sensações no seu corpo. Ouça os barulhos que são próprios dos ambientes da escola e seu entorno e tente diferenciar quais são naturais, como o canto de aves, o barulho de águas e o farfalhar das folhas ao vento.
Observe o bairro, o céu, o chão, as características do ambiente e como os aspectos naturais foram sendo alterados pelas pessoas ao longo do tempo. Quanto de área construída e cimentada existe? Quanto de áreas verdes e naturalizadas vocês têm disponíveis para os/as estudantes? Você acha que isso interfere na qualidade de vida de vocês, da comunidade escolar? E nas relações que as pessoas desenvolvem com a natureza? Como a escola se responsabiliza em oferecer mais contato e interação das crianças e adolescentes com a natureza? Pense em formas de aproximar os/as estudantes da natureza, com as condições e recursos que você tem no seu contexto, e isso pode incluir cultivar jardins ou hortas em potes, sair com os/as estudantes mais vezes da sala de aula para observar o céu ou pequenos animais, sentir o vento e brincar ao ar livre.
Aula 1 - Conversa inicial/Introdução
Tempo total: 40 min
Parte 1
Tempo previsto: 10 min
Para começar, leve os/as estudantes para uma área externa da escola ou do entorno onde possam observar o tempo no momento: o céu, os balanços provocados pelo vento, as nuvens, a luminosidade. Conduza-os para que sintam o clima da estação e o tempo. A cada pergunta, escute algumas respostas. Você pode dizer que quer ouvir uma ou duas pessoas responderem e, em seguida, continuar a interação coletiva: Olhem para fora. Como está o tempo hoje? Está calor ou está frio? Está úmido ou seco? Está chovendo, nublado ou ensolarado? É época de seca ou de chuvas?

Crédito: GettyImages
De volta à sala de aula, você professor/a use algum dispositivo eletrônico com acesso à internet, para acessar ferramentas digitais de previsão do tempo para verificar como estão as condições de tempo do dia e comunique à turma: temperatura, umidade relativa do ar, índice de UV etc. Se esse acesso não for possível, acesse antes da aula algum site com a previsão do tempo, como CPTEC, digite o nome do seu município e imprima a página para mostrar aos/às estudantes. Leve uma cópia para cada 4 estudantes e deixe-os analisarem os elementos (temperatura, chuva, umidade, índice UV, ventos). Outra possibilidade é levar jornais impressos com notícias da cidade ou região onde é possível ver seções de previsão do tempo.
Observação: Esta atividade pode ser periódica e a turma construir ao longo do ano um Diário do Clima.
Conversem sobre como esses fatores (temperatura, chuva, umidade, índice UV, ventos) se relacionam entre si e com o clima da região, considerando a estação do ano. Comente sobre a diferença entre clima e tempo. Falem sobre a presença ou ausência de árvores e áreas verdes no entorno da escola e no município, dialogando sobre como essa presença/ ausência influencia nas condições climáticas e nas sensações. Peça que falem sobre como esses fatores que observaram e que você os informou usando a ferramenta de previsão do tempo, interferem no seu dia a dia, por exemplo: o que eles fazem quando está muito calor? E quando o índice UV está muito alto, usam alguma proteção no corpo ou escolhem sair em determinados horários? Como os eventos naturais interferem na sociedade como um todo, por exemplo, quando chove muito, como fica seu bairro? Isso muda a sua frequência na escola? O que gostam de fazer quando está calor? O que gostam de fazer quando está chuvoso ou frio? Qual época do ano consideram mais gostosa? Quais frutas gostam de comer e em qual época elas frutificam?
Parte 2
Tempo previsto: 30 min
Proposta de dinâmica: “Teia da vida”.
O objetivo desta dinâmica é estimular o conhecimento sobre diferentes seres vivos e sua interdependência nos ecossistemas e associar como os eventos climáticos e as mudanças climáticas afetam essas relações.
Você vai precisar de um novelo de barbante.
Leve os/as estudantes para um lugar aberto, onde elas possam ter algum contato com natureza (enxergar o céu, estar em um jardim, ver uma área verde etc) e façam um círculo.
Pergunte:
- O que vocês percebem nesse ambiente?
- Como é o ar? A terra? O céu?
- Tem plantas? Como elas são? Quem será que as plantou? Do que precisam para sobreviver?
- E animais, tem? Que animais você observa? O que estes animais comem? Onde se abrigam?
Espera-se que elas respondam que um ecossistema é o conjunto dos seres vivos (plantas, animais, pessoas, fungos, microrganismos) e dos elementos ambientais (água, ar, solo) que interagem e dependem uns dos outros em um determinado lugar.
- Que ecossistemas vocês enxergam aqui?
Mostre-lhes ecossistemas ao seu redor ou dê exemplos de ecossistemas conhecidos: um pote de plantas, uma floresta, um jardim, um canto úmido com musgos e fungos, um lago, um rio, um aquário, o interior da orelha… Você pode levá-los a explorar esses pequenos ecossistemas: mostre um vaso com planta ou um pequeno jardim e explore com eles os elementos vivos e não-vivos, o que é necessário para o vivo se desenvolver (ar, comida, luz...), assim eles vão percebendo que existem esses diferentes elementos e que estão conectados.
Diga que agora criarão uma "teia da vida", para mostrar como os seres vivos estão conectados entre si. Explique que cada pessoa vai enrolar o barbante (sem apertar) na ponta de um ou dois dedos e falará seu próprio nome para a turma e escolherá um ser vivo: “Meu nome é Miguel e eu escolho a arara”. Lembre-os de todos os grupos de seres vivos: bactérias, protozoários, fungos, animais (vertebrados: aves, mamíferos - dos quais os humanos fazem parte, répteis, anfíbios, peixes; e invertebrados: poríferos - esponjas do mar, cnidários - águas-vivas, platelmintos - vermes achatados como tênias e planárias, nematelmintos - lombrigas, moluscos - lesmas, caracóis, polvos e lulas, anelídeos - minhocas e sanguessugas, artrópodes - insetos, aracnídeos, crustáceos e equinodermos - ouriços-do-mar e estrelas-do-mar), plantas (também conhecidas como vegetais, são todas as árvores, flores, legumes, chás, trepadeiras…).
Comece a dinâmica segurando o novelo de barbante e diga o nome de um ser vivo (por exemplo: "pitangueira"). Segure uma ponta do barbante e jogue o novelo para outra criança, pedindo para ela dizer outro ser vivo que esteja conectado ao que você mencionou (por exemplo: "sabiá"). Ajude-as nesses exemplos com conexões lógicas, por exemplo: passarinhos vivem nas árvores ou se alimentam de frutos. O/A estudante segura o barbante enrolando-o levemente na ponta do dedo e passa ou joga o novelo para outra pessoa, a qual se apresenta e fala outro ser vivo ou elemento que se conecta com o anterior (por exemplo: "abelha", “água”).
Continue até que todos participem e a "teia" esteja formada, com cada estudante segurando uma parte do barbante.
Quando a teia estiver formada, explique:
- O equilíbrio dessa teia é como a natureza funciona: todos os seres vivos dependem uns dos outros.
- Mas o que acontece quando ocorre uma enchente? E na seca, quando fica sem chover por muitas semanas?
- E quando ocorre um vendaval muito forte?
- O que é um evento climático extremo?
- Vocês se lembram de algum evento climático extremo?
- Quais são as causas e as consequências de eventos climáticos extremos?
Cite eventos climáticos extremos, como:
• Enchentes que inundam florestas e matam árvores e animais.
• Secas que dificultam a sobrevivência de plantas e animais.
• Temporais que destroem habitats, como ninhos e tocas.
Questione os/as estudantes:
- Vocês já vivenciaram algum desses eventos climáticos onde vocês moram? Ou já ouviram falar de lugares que passaram ou estejam passando por isso? Secas, queimadas, enchentes…
Escolha um evento climático extremo (ex.: enchente) e discuta como os/as estudantes como ele afeta um ser vivo específico da teia, que as crianças mencionaram. Peça ao/à estudante que representa o ser afetado (por exemplo: “abacateiro”) para largar o barbante. Observe e comente como o impacto se espalha pela teia: o barbante perde tensão, e outros seres começam a ser afetados (as caturritas perdem o abrigo dos ninhos, as abelhas perdem as flores).
Repita com outros exemplos: seca afetando os rios, temporais afetando animais pequenos.
Converse sobre o que eles perceberam:
- Como tudo está conectado?
- O que acontece com um ser vivo quando o clima muda drasticamente?
- Como podemos cuidar do planeta para reduzir as mudanças climáticas e evitar seus efeitos prejudiciais?
Espera-se que mencionem (mesmo que na linguagem deles e dentro de seu repertório referentes aos conhecimentos científicos) a conservação de áreas verdes, o cuidado com a ocupação urbana principalmente nas encostas e ao redor de rios, as políticas de incentivo ao consumo de biocombustíveis e energias renováveis, a preservação de recursos hídricos, a distribuição espacial das sociedades e a ocupação territorial. Você pode mencionar que existe injustiça climática e racismo ambiental e isso influencia muito nos efeitos dos eventos climáticos em determinadas populações vulneráveis.
- Quais são os eventos climáticos que mais ocorrem na região onde vocês moram/ nós moramos?
Neste momento, ouça a turma e contribua com eventos climáticos que você percebe na sua região, que são típicos do clima e do bioma e influenciados por fenômenos como El Niño e La Niña, por exemplo. Busque diferenciar eventos climáticos de eventos meteorológicos e eventos climáticos extremos (https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2024/05/o-que-sao-eventos-climaticos-extremos-e-por-que-eles-sao-tao-perigosos). Reflitam sobre como nós, enquanto sociedade, podemos colaborar para que os impactos desses eventos sejam minimizados. Esta é uma conversa inicial que será aprofundada nas próximas etapas da aula. Peça que escrevam suas respostas em pedaços de papel e recolha-os.
Pergunte aos/às estudantes se eles já ouviram falar de racismo ambiental. Se não, dê a eles a oportunidade de tentar conceituar.
O racismo ambiental ocorre quando os impactos das mudanças climáticas afetam de forma desproporcional determinadas populações, geralmente as que têm menos responsabilidade pelas emissões de gases de efeito estufa. Essas populações tendem a ser economicamente mais vulneráveis, têm menor acesso a recursos, infraestrutura e apoio para enfrentar eventos climáticos extremos (como enchentes, secas e furacões) e muitas vezes vivem em áreas mais expostas a riscos ambientais, como periferias urbanas mal planejadas, zonas de deslizamento ou regiões sujeitas a inundações. O racismo ambiental refere-se à forma como comunidades especialmente compostas por pessoas racializadas (negros, indígenas, quilombolas) e periferizadas, são desproporcionalmente expostas a problemas ambientais, como as regiões que tem maior risco ambiental, como aterros sanitários, regiões industriais poluentes ou zonas sujeitas a enchentes e deslizamentos. Essas comunidades têm pouca ou nenhuma participação nas decisões políticas e ambientais que afetam diretamente suas vidas. E, por não serem devidamente atendidas por políticas públicas, após eventos climáticos extremos, essas populações vulneráveis têm menor capacidade de se preparar para eventos extremos (como comprar alimentos, reforçar suas casas ou evacuar áreas de risco) e também têm mais dificuldade em se recuperar devido à falta de políticas públicas como, serviços de saúde, moradia e emprego. Falar sobre justiça climática implica reconhecer que as mudanças climáticas não afetam todas as pessoas da mesma forma e que as soluções precisam priorizar os mais vulneráveis, principalmente com políticas inclusivas para enfrentar eventos climáticos extremos, garantindo acesso a recursos, moradia segura e saúde pública. É fundamental combater o racismo ambiental e a injustiça climática para promover justiça e acesso aos recursos para todos, com equidade e sustentabilidade.
Finalize a dinâmica da “teia” dizendo:
- A "teia da vida" depende do equilíbrio da natureza. Nós também somos parte dessa teia e, por isso, somos responsáveis por ajudar nesse equilíbrio.
- Como vocês se sentem fazendo parte desta grande “teia” que é a vida no planeta?
Você pode ouvir alguns/algumas estudantes e recolher o barbante, enrolando-o de volta para reutilizá-lo em outros momentos. Se estiverem em um ambiente externo, vocês podem voltar para a sala de aula ou permanecer ali mesmo, podendo até mesmo se deslocar para outro lugar aberto.
Como registro, peça que peguem seus cadernos e escrevam algumas reflexões sobre o momento, as percepções, como se sentiram, o que aprenderam.
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