Plano de Aula
Plano de aula: Percurso com colchões
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Percurso simples
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Oportunize situações de explorações prévias dos materiais sugeridos nesta proposta, bem como do local onde será realizada a vivência (que pode ser dentro ou fora da sala). Tenha o cuidado de escolher um espaço significativo para os bebês.
Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:
1. Percurso com tiras de papel (link)
2. Percurso com túnel e bolinhas coloridas (link)
3. Percurso com colchões (link)
4. Percurso inclinado (link)
5. Percurso e muitos desafios motores (link)
Materiais:
Colchões, materiais de largo alcance (tecidos coloridos e potes, por exemplo), filmadora ou câmera fotográfica para registrar a experiência (se pos?ivel, pode usar o seu celular).
Espaços:
Disponha os colchões pelo ambiente estrategicamente, de forma a favorecer a pesquisa exploratória motora por parte dos bebês: engatinhar, andar, escalar, descer, escorregar, passar para o outro lado, ir e vir.
Coloque um colchão, em seguida dois (um sobre o outro), e na sequência três (empilhados um sobre os outros), de forma a proporcionar desafios que visam ampliar as habilidades motoras dos pequenos. Organize o espaço potencializando o que os bebês já sabem e proponha movimentos corporais que ampliem o repertório motor deles de forma segura.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 50 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Os movimentos corporais propiciam diversas experiências, possibilidades de exploração e ampliação de pesquisa por parte dos bebês. Como utilizam seus próprios corpos nessa proposta?
2. Os interesses dos bebês proporcionam ao professor identificar quais podem ser os próximos desafios a serem oferecidos de forma significativa. Quais materiais despertaram mais os interesses dos bebês, ampliando suas possibilidades motoras?
3. Os bebês relacionam-se com os adultos, seus pares e com o meio que os cerca de muitas maneiras. Observe como funciona essa tríade, de que maneira ocorre essa interação durante a proposta?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Convide os bebês e incentive a participação de todos. Propicie um espaço com segurança aos bebês que ainda não se locomovem com autonomia. Esteja disponível e perto deles para que possam avançar quando bem desejarem. Narre o que está acontecendo e faça com que seu corpo sirva de suporte para os movimentos deles e, também, para acolhê-los quando for necessário.
O que fazer durante?

1
Converse com o grupo todo de bebês sobre a proposta. É muito importante que todas as ações e situações sejam explicadas aos bebês previamente. Comece oferecendo os materiais de largo alcance, tirando e colocando os tecidos coloridos nos potes, por exemplo. Deixe que explorem livremente e que tenham iniciativa própria. Depois, retome as orientações nos pequenos grupos, conforme forem participando do percurso.
2
Nesta proposta será necessária a colaboração de mais de um adulto presente. Convide um pequeno grupo para iniciar a exploração do percurso. Oportunize aos bebês ficarem descalços para uma efetiva estabilidade e para uma maior relação corpo, espaço e objeto. Esteja atento, disponível e recíproco a eles. Incentive a participação de todos, oferecendo apoio quando necessário e conversando com os bebês, para que sintam segurança e iniciem o percurso. Leve no colo os que ainda não andam até os colchões, para que eles possam fazer as explorações dentro de suas possibilidades motoras, potencializando descobertas, a fim de ampliar seu repertório. Faça esse percurso junto com eles, observando os momentos de maior interesse.
Possíveis falas do professor neste momento: Você está ajudando o seu amigo, isso é ótimo! Vamos! Nos encontramos logo à frente!
3
Reserve esse tempo para que explorem o percurso.Observe atentamente o que fazem, apoie a iniciativa deles, evitando ao máximo dirigir suas ações. Impulsione-as tomando por base as habilidades motoras já adquiridas e identifique quais novas foram adquiridas. Potencialize as conquistas, incentivando-os a superar os obstáculos propostos e a descobrir seus limites corporais. Proponha uma exploração individualou em dupla. Fotografe, faça pequenos vídeos ou breves anotações durante a atividade e termine o registro escrito após a finalização da proposta. Atente-se, em seguida, ao grupo de bebêsque está chegando ao final do trajeto, observando suas reações, por exemplo: o bebê que bate palma, balbucia e sorri ao passar pelo último obstáculo.
Possíveis ações das crianças neste momento: O bebê passa para o outro lado do colchão, balbucia e demonstra satisfação em ter conseguido.
Para finalizar:
Com a aproximação da finalização da proposta, fale para os bebês que irão começar a organizar o espaço. Para ajudar na localização temporal, avise-os qual será o próximo acontecimento do dia, garantindo uma predição do que irá acontecer. Informe o quanto é importante organizar o espaço antes de seguir para a próxima experiência. Valorize e encoraje as iniciativas dos bebês neste momento.
Desdobramentos
Parte da proposta inclui engatinhar, subir, passar para o outro lado etc. Reapresente essa vivência aos bebês, fazendo algumas alterações, utilizando materiais disponíveis na sua escola como pneus, rampas, mesas, cadeiras etc. Proponha outros desafios motores que possam ampliar cada vez mais o repertório deles. O percurso pode ser montado na sala ou na área externa, próximo à natureza (considere sempre um local significativo para os bebês).
Engajando as famílias
Proponha aos familiares uma continuação da proposta em casa, utilizando os mobiliários existentes, cada qual em sua residência. Podem ser utilizadas mesas, cadeiras, almofadas etc.
Convide as famílias para uma exposição e mostre o mural que foi confeccionado, onde serão anexados os registros de observação que compõe a documentação pedagógica, como fotos, relatos e vídeos (se possível, exiba o vídeo em um computador ou monitor ao lado do mural). Esse material pode ser compartilhado também em reunião com as famílias. Assim, os familiares poderão ler o que foi observado e assistir como foi o desenvolvimento da vivência, se inspirando para fazer atividades como essa em casa também! Solicite que registrem esses momentos para que o professor possa também ampliar as formas de brincar com os pequenos.
Apresente a proposta
Pense em uma forma atrativa para convidar as famílias: se tiver fotos de momentos na escola em que o grupo esteja envolvido em desafios corporais diversos, compartilhe-as. Você pode também gravar um vídeo exemplificando como objetos que temos em casa (almofadas e cobertor enrolado, por exemplo) podem ser usados para favorecer a percepção e o desenvolvimento sobre limites e possibilidades motoras. Desta forma, aproveite a memória dos momentos que viveram na escola e convide a continuarem fazendo percursos simples, possíveis de se realizar no contexto domiciliar de forma segura, divertida e prazerosa. Envie pela plataforma que estão utilizando em sua rede ou mesmo pelo WhatsApp. Essa proximidade desperta o pertencimento ao grupo, o que aguça a participação de mais famílias.
Adaptações necessárias
Os percursos serão organizados pelos familiares de acordo com cada realidade. Os planos dessa sequência trazem diversas sugestões.
1) No percurso com tiras de papel, podem selecionar fotos e montá-lo a partir delas. Se não tiverem fotos, orientem que utilizem recortes de revistas, selecionando imagens atrativas para os bebês. A cabana sugerida, que ficará ao final desse percurso com fotos ou imagens, pode ser feita com cadeiras ou debaixo de uma mesa coberta com tecidos, dependendo do espaço disponível.
2) Para o percurso com bolinhas, sugira pelo menos uma caixa de papelão de tamanho suficiente para que o bebê possa explorá-la por dentro. Caso não tenham bolinhas coloridas, meias dobradas em formato redondo são uma boa opção.
3) Para os percursos com colchões e inclinado, sugira um material macio alternativo, como edredom ou cobertor dobrado, simulando o colchão no chão. Um encosto de sofá no chão poderá simular o plano inclinado, dentre outras ideias.
4) Para o percurso com muitos desafios motores, oriente que usem a criatividade: rolinhos com cobertores amarrados, almofadas, cadeiras, mesa etc.
Sugira às famílias
Convide as famílias a oferecer ao bebê, por meio de brincadeiras, os desafios motores selecionados e organizados no local. Algumas orientações gerais são importantes para todos os percursos:
- incentivem o bebê a transpor todos os obstáculos apresentados, permitindo que explorem de forma segura e livre, descalços ou com meias antiderrapantes para maior estabilidade;
- é fundamental que o familiar sirva de apoio durante o percurso, transmitindo motivação, tranquilidade e segurança, e auxiliando caso seja necessário, mas não fazendo o percurso pelo bebê nem tirando dele a oportunidade de descobrir como passar por aquele obstáculo de um jeito próprio;
- é importante a observação para nomear as ações e sentimentos presentes, ampliando o autoconhecimento através da relação.
1) Percurso com fotos e cabana: o desafio em jogo é percorrer um pequeno caminho com fotos ou imagens até chegar na cabana. Oriente que o familiar converse, nomeando as pessoas e fatos envolvidos, além das ações e movimentos corporais necessários para se chegar ao destino.
2) Percurso com bolinhas: o desafio é acompanhar o caminho das bolinhas até chegar à caixa e, lá, explorar e transformar a caixa de papel em brinquedo, o que o bebê ama e gera momentos de risadas: esconder e achar, entrar e sair, abrir e fechar as abas da caixa. As bolas vão compor a brincadeira, favorecendo interações com o corpo do bebê em movimento.
3) Para o percurso com diferentes alturas, os desafios para subir e descer poderão ser feitos com edredons dobrados, encosto de sofá ou almofadas. Reitere a orientação para que acompanhem e supervisionem o bebê nesse momento para evitar acidentes.
4) Para o percurso inclinado, a ideia é simular um tipo de escorregador com o encosto do sofá apoiado no chão, para que o bebê possa escalar e descer escorregando. Oriente que forrem o chão com edredom. Na impossibilidade de sair para a riqueza que as áreas externas oferecem, esses momentos para brincar e explorar o espaço disponível em casa ajudam no desenvolvimento físico, uma vez que envolvem aspectos emocionais e cognitivos. Reitere a orientação para a supervisão do adulto durante todo o momento, de modo a possibilitar uma brincadeira segura.
5) No percurso com muitos desafios, os familiares poderão colocar variadas propostas, a depender do tamanho do local disponível. Aqui, a orientação é para que o bebê transponha os obstáculos e possa voltar a repeti-lo quantas vezes desejar, sempre sob supervisão de um responsável. Exemplos: edredom dobrado para engatinhar, almofadas para subir e descer, encosto de sofá para escalar e escorregar, terminando com uma cadeira para passar por baixo.
Para compartilhar com o grupo
Convide os familiares a compartilhar esses momentos em foto, vídeo ou áudio, com comentários sobre como foram essas vivências corporais. Assim que recebê-los, você pode compartilhá-los com as demais famílias pela plataforma que estiver usando ou via WhatsApp. Assim, uma família contribui com a outra por meio da troca de experiências, ampliando as possibilidades de brincar em casa com seus bebês nesse momento em que todos estão privados do convívio social. Além disso, as formas que as famílias encontraram para propor desafios motores em casa poderão se tornar um rico recurso para diversificar suas práticas na escola. Utilize esses registros para incorporar ideias e evocar memórias afetivas. Planeje que ideias poderão ser retomadas com os bebês na escola, tornando-as um importante apoio no retorno escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Talita Marques
Mentora: Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Tereza Gavião
Campos de Experiência: Corpo, gestos e movimentos; o eu, o outro e o nós; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Objetivos e códigos da Base
Centrais:
(EI01CG05) Utilizar os movimentos de preensão, encaixe e lançamento, ampliando suas possibilidades de manuseio de diferentes materiais e objetos.
(EI01ET04) Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de deslocamentos de si e dos objetos.
Transversal:
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
Abordagem didática:
Nos primeiros meses de vida, o movimento tem grande relevância para o desenvolvimento: a psicogênese da motricidade se entrelaça com a psicogênese da pessoa. O bebê se comunica por meio de gestos e olhares, expressa emoções mexendo os braços ou balançando o tronco, por exemplo, e explora os objetos segurando-os e, por vezes, colocando-os na boca. Nos percursos simples, as crianças podem explorar e experimentar corporalmente os desafios. Tais vivências permitem aprender sobre limites e possibilidades do corpo.