Plano de Aula
Plano de aula: Observação e pintura
Plano 2 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Pinturas: tintas e suportes
Por: Renata Braga Fonseca
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Aula
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização da atividade, é importante que as crianças já tenham tido contato com outras propostas de pinturas em diferentes meios, utilizando variados instrumentos e suportes.
Materiais:
Pesquise e imprima algumas imagens das obras “Bailarina II”, “ Cão latindo para a lua” e “O ouro do azure”, do pintor Joan Miró. Tenha mais de uma cópia de cada. Separe cordas de varal para pendurá-las. Se a impressão não for possível, você pode apresentar as imagens no computador, tablet ou data show. Selecione tintas atóxicas que você tenha disponível na escola, de diversas cores. Recorte em tamanhos de A4 e A3 papéis de fundo branco, como cartão ou outro com boa gramatura, para suportar a tinta. Separe pincéis, rolos, broxas, esponjas, baldes com água (para as crianças lavarem as mãos) e panos. Use jornal para forrar o chão e as paredes.
Espaços:
Organize em uma área externa, pátio ou ao ar livre, um varal com as imagens das obras para apreciação em grande grupo. Se a apresentação das imagens for em data show, reserve uma sala com o aparelho. Organize, para a pintura, uma sala com mesas na altura das crianças. Forre o chão e as paredes com jornal, indicando o local de pintura. A atividade será realizada em pequenos grupos. Deixe disponível em cima de uma mesa, ao alcance das crianças, as tintas e os instrumentos de pinturas. Separe mesas para a secagem das pinturas. Disponibilize em um canto baldes de água (para a lavagem das mãos) e panos, que deverão ser usados para que as crianças se enxuguem. Organize ainda um espaço com brinquedos de montar, para as crianças que forem terminando.
Tempo sugerido:
Aproximadamente uma hora e 30 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como as crianças exploram as possibilidades de movimentos, os espaços dos papéis, os instrumentos e as misturas de cores em suas produções?
2. Quais critérios as crianças usam para as formações dos grupos? Decidem a partir de seus pares ou pela preferência por espaços e materiais?
3. Como as crianças aproveitam o momento experimental com as tintas? Quais sentimentos ou reações expressam durante as criações?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Observe se alguma criança necessita mudar o local da pintura para um plano inclinado e convide-a para realizar a atividade na parede. Apoie as crianças menores ou as que apresentam insegurança no manuseio dos instrumentos e das tintas. Acompanhe-as, dando tempo e transmitindo confiança a elas. Organize um espaço com jogos de encaixe ou permita brincadeiras de livre escolha para as crianças que terminarem primeiro ou para as que não estiverem envolvidas.
O que fazer durante?
1
Reúna as crianças em grande grupo em uma área externa. Diga que a atividade será de pintura, mas que antes de iniciar a pintura em si, você trouxe imagens de obras de um pintor famoso chamado Joan Miró. Conte a história do pintor e como era seu estilo de pintura. Você pode contar enquanto anda com todo o grupo até o varal com as imagens ou até a sala com o data show. Se a apresentação das imagens for feita no celular, tablet ou computador, promova a apreciação delas em grande roda.
Possíveis falas do professor neste momento: Trouxe algumas pinturas feitas por um pintor chamado Joan Miró, vocês vão gostar! O Miró nasceu em um país chamado Espanha e desde criança ele gostava de pintar, quando cresceu, começou a pintar quadros bem coloridos. Querem saber como ele treinava as suas pinturas? Quando passeava, ele gravava uma paisagem na mente. Ao chegar no ateliê dele, ele a pintava. Ah! Dizem que algumas vezes ele fechava os olhos com um pano e fazia pintura de objetos. Será que conseguimos pintar com os olhos fechados? É uma boa ideia? Podemos tentar!
Sugira uma brincadeira com os olhos fechados. Coloquem as mãos nos olhos e imaginem o que vocês vão pintar! Que cores gostariam de usar?
2
Inicie a apreciação com a obra “A Bailarina II” . Faça perguntas sobre o que mais lhe chamam atenção na obra. Algumas crianças podem falar ou balbuciar o nome das figuras, outras, apontá-los. Observe como elas se comunicam e interaja, sendo responsivo às reações das crianças e a seus comentários. Dê destaque ao fundo da tela, apontando e comentando sobre as cores e a forma como o Miró a pintou. Algumas crianças podem estar interessadas nas outras imagens e um pequeno grupo atento a você. Respeite as preferências.
3
Agora apresente a obra “Cão latindo para a lua”. Mantenha uma postura de observador e deixe as crianças explorarem a imagem. Perceba que algumas podem falar sobre as imagens. Acolha os comentários e direcione a conversa, a partir do que emerge das falas das crianças. Por exemplo, você pode chamar a atenção para o fundo da tela, perguntando se ele indica dia ou noite. Dê algumas cópias para as crianças que estiverem muito interessadas e possibilite que elas observem-nas e explorem-nas em pequenos grupos.
Possíveis ações das crianças neste momento: Alguma criança pode se aproximar e apontar para alguma figura da obra que lhe chamou atenção e que você não citou. Seja responsivo com a ação: observe, ouça, interaja e dê a ela um cópia da obra.
4
Apresente, por fim, a obra “ O ouro do azure” . Deixe que as crianças observem os detalhes, descrevam o que estão vendo, apontem ou toquem no que mais chamou atenção delas. Observe as expressões e gestos das crianças que ainda não se expressam oralmente e verbalize o que elas estão apontando. As crianças podem querer segurar as obras que estão no varal, oriente que as retirem e ajude, se necessário. Explore a imaginação da turma, ouça falas e observe gestos e expressões. Dê destaque à cor do fundo e à forma como o artista pintou. Aponte para algumas figuras e traços da obra e diga às crianças os nomes deles.
5
Depois de explorar as imagens das obras, convide as crianças para ir até o espaço que você organizou para a pintura. Deixe que se organizem por livre escolha nos pequenos grupos, em volta das mesas, nos espaços forrados no chão ou nos locais forrados na parede. Identifique com os nomes das crianças os papéis nos quais irão realizar a pintura e distribua-os um por um. Pergunte se alguma quer ajudar na distribuição. Acolha as iniciativas das crianças e, se mais de uma se manifestar, diga que a escolha será por meio da parlenda “Mamãe mandou”, entre as que se ofereceram para ajudar. Entregue os papéis para a criança sorteada no “Mamãe mandou” e deixe que colabore na entrega aos colegas. Se a criança sorteada desistir de ajudar, diga que não tem problema e faça novamente a escolha.
6
Observe a formação dos grupos e os locais que escolheram pintar. Cole uma fita adesiva atrás do papel de quem quiser pintar na parede. Informe que podem variar os instrumentos e as cores das tintas. Acompanhe as produções se revezando entre os grupos. Verifique como as crianças pintam e comunique algumas observações ao grupo. Você também pode orientar as crianças a pintar como desejarem, pintar tudo, metade, escolher se querem de uma cor só, se querem manchado. Em algum momento, sugira que pintem de olhos fechados. Deixe que a turma explore as misturas das tintas e as possibilidades de movimentos nas produções. Cuidado com interferências do tipo: Você já acabou? ou Quer outro papel?, para não interromper o processos de criação ou apressá-los. Respeite o tempo de cada criança. Incentive a socialização e o compartilhamento das tintas e dos instrumentos de pintura.
Possíveis ações das crianças neste momento: Algumas crianças podem pintar uma pequena parte do papel e logo pedir outro falando, balbuciando ou apontando para ele. Outras podem usar muita tinta num mesmo local do papel e rasgá-lo. Fique atento, oriente quanto à quantidade de tinta no papel e troque o papel rasgado, se necessário.
7
Conforme as crianças forem terminando, mostre o local que você reservou para a secagem das pinturas e oriente que podem colocar as produções para secar, destacando o cuidado que se deve ter para não colocar uma em cima da outra. Algumas crianças podem demonstrar muito interesse pela pintura. Observe e ofereça, se necessário, um outro papel identificado com o nome da criança para ela iniciar uma nova pintura.
Para finalizar:
Oriente aos que já terminaram que podem usar o balde e o pano que você deixou no canto da sala para higienizar as mãos e, em seguida, dirigir-se ao espaço que você preparou com jogos de encaixe. Diga que, se quiserem, podem também realizar outras brincadeiras de livre escolha. Avise que em dez minutos a atividade irá acabar e que, por isso, chegou o momento de finalização das produções. Passados cinco minutos, comunique novamente. Tranquilize os que ainda não terminaram dizendo que terão mais um tempo para concluir suas pinturas, respeite o ritmo de cada criança. Após todos terem terminado, convide as crianças para organizar o ambiente e guardar os materiais cantando a musiquinha: “Está na hora de guardar, vamos todos ajudar. Está na hora de guardar. Está na hora, está na hora! De guardar os pinceizinhos! Vamos juntos, vamos juntos. Deixar tudo arrumadinho! (ritmo de ciranda, cirandinha).