Plano de Aula

Plano de aula: A proposta de um livro de receitas

Plano 1 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Livro de receitas

Aula

O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1. A proposta de um livro de receitas

2. Explorando o texto da receita

3. Escolha das receitas que vão para o livro

4. Fazendo uma receita

5. Ilustrando o livro de receitas

Materiais:

Providencie vários textos instrucionais com funções diferentes (alguns exemplos para imprimir ou copiar: receita culinária, receita de massinha, modo de fazer um brinquedo, experimento), livros de receitas e outros portadores com diferentes gêneros textuais (como: livros infantis de narrativa e de poesia, revistas, cartas, catálogos de supermercado, panfletos de propaganda etc). Separe folhas sulfite, folhas pautadas ou folhas com o logo da escola, para que os familiares mandem suas receitas escritas nelas, e caneta hidrocor para o registro dos números. Tenha um caderno e canetas para fazer anotações. Para o momento de transição, prepare em um canto da sala papéis e riscantes (como lápis de cor e giz de cera).

Espaços:

A atividade será feita em roda com o grande grupo. Prepare um ambiente agradável e acolhedor para as crianças. Deixe os diferentes portadores textuais organizados em mesas, próximos ao local da roda. Organize um canto da sala com papéis e riscantes como uma opção de atividade para transição.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças comparam os textos, apontando semelhanças e diferenças entre eles? Quais características elas notam nas receitas? Quais estratégias usam para identificar os textos?

2. Como as crianças resolvem a contagem das folhas e dos colegas? Que estratégias sugerem para solucionar o problema? Contam as folhas e/ou as crianças? Fazem a correspondência um a um? Tentam fazer o registro do número?

3. Como as crianças expressam suas ideias e sugestões? Como participam da roda de conversa? Têm facilidade em se comunicar? Esperam a vez de falar? Preferem ouvir e observar?


Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Na roda de conversa procure incentivar a participação de todas as crianças, fazendo comentários e perguntas, valorizando o que elas comunicam, possibilitando que todas tenham espaço para se expressar e sempre respeitando as individualidades de cada uma.

O que fazer durante?
O que fazer durante?

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Reúna as crianças e peça que se sentem em roda com o grande grupo. Converse com elas sobre receitas: para que servem, se já viram alguém fazendo uma em casa, se já fizeram uma, se ajudaram alguém a fazer, o que fizeram, como usaram a receita etc. Nesses momentos de conversa em roda é importante que as crianças sintam-se seguras e acolhidas para se expressar, para contar suas vivências, ideias e para fazer questionamentos. Também é importante que elas respeitem a vez do outro que está falando e que desenvolvam a habilidade de ouvir e de esperar a vez de falar. Crie um espaço em que todas possam falar e faça questionamentos que estimulem o diálogo e que ajudem as crianças mais tímidas a se expressarem também, mas sempre respeitando as que preferirem só ouvir.


2

Converse com as crianças e mostre textos instrucionais com finalidades diferentes. (Imprima ou copie estes exemplos: receita culinária, receita de massinha, modo de fazer um brinquedo, experimento). Estimule as crianças a conversar sobre os diferentes tipos de receitas e a perceber suas diferenças (produto final) e semelhanças (estrutura do texto e finalidade de ensinar algo passo a passo). Deixe que tragam suas próprias experiências e hipóteses para discuti-las com o grupo.

Possíveis falas do professor neste momento: Quem sabe o que tem nessa foto? Então o que será que está escrito aqui? O que a criança está fazendo nessa foto? Brincando de massinha? O que será que está escrito? Será que ensina a brincar de massinha? Vou ler para vocês o que está escrito para descobrimos. Se a gente olhar a receita do brigadeiro e da massinha, tem alguma coisa parecida? É mesmo, esse pedacinho é igual a esse. Vocês sabem o que tem nesta parte do texto? Vou ler (lê os ingredientes das duas receitas). Para que serve essa lista de coisas que eu li? Isso mesmo, é o que a gente precisa para fazer a receita. E o que será que tem nesse outro trecho? Será que eles também são parecidos? (Lê o modo de preparo).

3

Com os livros organizados em mesas, conte para as crianças que você separou diferentes portadores: que contam histórias, de poesia, de receita etc. Diga que elas podem explorar cada um deles. Observe como interagem com os textos, e entre elas, e ouça os apontamentos e observações. Anote o que surge nas discussões e o que elas dizem para você para depois socializar e discutir esses apontamentos e questionamentos com o grupo.


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Reúna as crianças e diga que você ouviu o que estavam conversando e que queria levar algumas ideias e questões para todo o grupo. Leia suas anotações e possibilite que as outras crianças compartilhem ideias, percepções e que tentem solucionar juntas algumas questões. Se necessário, acrescente a essa lista outras perguntas investigativas que as estimulem a observar e a comparar os textos, tanto em sua função como em sua estrutura.

Possíveis falas do professor neste momento: Ah!, esse livro não é de receita, mas de história? Por que você acha isso? Olha só, ela disse que aqui tem desenhos de personagens e que nesta parte a história é contada. Você acha que esse livro é de receita? Por que? Nele há fotos de panelas e alimentos? Esse aqui tem fotos de alguém cozinhando, vamos ler essa parte para ver? E qual desses é um livro de receitas?


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Proponha a ideia de fazer um livro com as receitas culinárias favoritas da turma. Pergunte o que as crianças acham dessa ideia e quais são as sugestões delas para o livro: Como vão conseguir as receitas? Para quem podem pedir e como? Que receitas gostariam que tivesse no livro? Vão ilustrar as receitas? Se sim, vão colocar ilustrações em todas as receitas ou em algumas? No começo ou no final? Anote as sugestões e diga que vai consultá-las novamente para confirmar se o livro será desse jeito mesmo ou se mudaram de ideia, pois isso pode acontecer em processos mais longos.


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Combine com as crianças que você vai pedir para cada família enviar uma receita e que depois vocês vão escolher quais vão para o livro. Peça que te ajudem a escrever o bilhete para os responsáveis delas. Elas ditam, você escreve no seu caderno de anotações e vai lendo em voz alta como está ficando até que cheguem a um texto final que agrade a todos e cumpra sua função. Algumas crianças podem se aproximar para acompanhar o processo de escrita e querer ler o que já foi escrito. Incentive essas iniciativas e não as corrija, só interfira se fizerem questionamentos ou pedirem ajuda. Algumas podem querer escrever também, nesse caso, entregue a elas outras folhas e materiais riscantes para que imitem o seu processo e se apropriem também do papel de escritor.

Possíveis falas do professor neste momento: Como posso começar o bilhete? Gostei, vou escrever isso: Nós vamos fazer um livro... Um livro do que? Isso, de receitas culinárias favoritas. E agora? O que precisamos pedir no bilhete? Muito bem, precisamos pedir as receitas. E como posso escrever isso aqui? Vou ler o que já escrevemos até agora. O que vocês acham? Está faltando alguma coisa?


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Diga que cada um levará uma folha para trazer uma receita para o livro e pergunte: Se cada um vai levar uma folha, de quantas folhas precisamos? Deixe que busquem um jeito de resolver o problema antes de interferir. Questione as soluções encontradas fazendo perguntas que ajudem as crianças a avançar na resolução do problema. Não há uma única solução. Elas podem propor entregar um papel para cada uma e depois contá-los (ou contar enquanto entregam). Se isso acontecer, faça questionamentos que possibilitem a descoberta de que o número de crianças e o número de papéis é igual. Elas podem chutar um número. Nesse caso, pergunte como é possível ter certeza disso, se dá para saber quantas crianças há na sala e como se pode conseguir essa informação. Se chegarem ao resultado com facilidade, crie outras problematizações, como: Se eu também trouxer uma receita, de quantos papéis precisaremos? Se cada papel tiver com uma receita, quantas receitas teremos?

Possíveis ações das crianças neste momento: Levantar para começar a contar colocando a mão na cabeça de cada uma; consultar algum cartaz com seus nomes ou a quantidade de crianças; começar a entregar um papel para cada uma.


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Diga que vocês precisam registrar a quantidade de crianças e de folhas que vão precisar para que não se esqueçam e nem precisem contar de novo depois. Pergunte quem quer registrar o número em uma folha, que você vai fixar em um lugar visível, a fim de que possam consultá-la se precisarem (pode ser na porta do seu armário, em uma parede da sala, perto da entrada, perto da sua mesa etc). Relembre qual quantidade que vocês contaram, se necessário contem novamente, e deixe que uma criança ou uma dupla faça o registro do número à sua maneira. Não faça correções. Se você tiver um painel com números na sala, sugira que ela olhe o número correspondente para usá-lo de modelo, se necessário. Se outras crianças quiserem, deixe que façam o registro também.


Para finalizar:

Fale para as crianças que você vai mandar a folha e o bilhete para os familiares delas. Algumas podem continuar interessadas em conversar sobre a produção do livro e em manusear os diferentes portadores que você ofereceu, outras podem começar a distrair com outras coisas, por isso, deixe em um canto da sala materiais como papéis, lápis de cor e giz de cera, para que possam usá-los neste momento de transição. Sinalize quando estiverem faltando cinco minutos para encerrar a atividade. Depois desse tempo, conte o que farão em seguida e peça que ajudem a organizar a sala para que possam se preparar para a próxima atividade.