Reportagem 1
Plano de Aula
Plano de aula: Reivindicações atuais de identidades de povos indígenas da era pré-conquista
Plano 10 de uma sequência de 9 planos. Veja todos os planos sobre As sociedades americanas no tempo da conquista
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI08, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: É interessante utilizar um projetor, entretanto, não é obrigatório. O projetor é importante para deixar as perguntas e as imagens sempre presentes enquanto os alunos analisam os documentos, mas você pode imprimir todos os slides e entregar aos grupos, ou até escrever no quadro as perguntas. Seria interessante se você levasse lápis grafite e folhas em branco para a atividade final, também seria legal ter em mãos lápis de cor para os alunos.
Material complementar:
Reportagem 1 - Extermínio dos primeiros povos americanos é explicado pelo DNA
Reportagem 2 - Cientistas buscam origem dos incas em marcas genéticas
Reportagem 3 - Tradição maia se populariza, mas descendentes estão esquecidos
Vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=vN38qs8DaOk
Conheça descendentes dos Incas que mantêm uma tradição antiga em SP, equatorianos, seus cabelos, suas artes e o preconceito
Objetivo
Tempo sugerido: 1 minuto.
Orientações: Projete, escreva ou leia o objetivo da aula para os alunos. É extremamente importante os alunos estejam inteirados sobre aonde vão chegar na aula. Tome cuidado para não acabar por tirar dúvidas que os alunos poderão ter posteriormente que vão ajudá-los a criar o raciocínio proposto pela aula. Compreender a atual relação dos povos que hoje habitam o espaço geográfico onde antigamente hospedava as civilizações ameríndias e a relação de descendência que hoje são reivindicadas. A intenção do plano é fazer com que os alunos pensem nas formas que podem herdar traços, não somente biológicos, de outras civilizações, inclusive as consideradas “extintas”.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: No início desta aula, indague aos alunos sobre as origens das suas famílias: De onde elas vieram? Estes lugares ainda existem? Como vieram parar aqui, no Brasil? E como eles sabem disso?
A intenção aqui é que os alunos se perguntem de onde eles vêm, se sabem sobre as origens das suas famílias. Você pode auxiliá-los perguntando sobre seus sobrenomes, que geralmente remetem a uma descendência geográfica e/ou cultural específica.
Como adequar à sua realidade: Caso você viva em uma cidade fronteiriça do Brasil, você poderá perguntar se há alguns alunos que vieram do país vizinho. Ou, se você morar em uma grande capital do Brasil, onde houve muita imigração, você também pode focar nas que você conhece, e que são mais presentes, por exemplo, se morar em São Paulo pode perguntar de imigrações japonesas, italianas, portuguesas etc.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Agora, com os alunos sabendo um pouco mais uns sobre os outros, pergunte a eles sobre estes povos antigos, se algum deles é familiar com eles e se acredita ser possível, nos dias de hoje, haver descendentes diretos destas populações. Como seria isso possível? Como será que essa descendência foi mantida, e como se sabe sobre isso?
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Sobre o trecho da reportagem, ele foi recortado da reportagem original, https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/31/ciencia/1459446271_454060.html, do jornal El País. Ela é extensa demais para ser colocada nos slides, mas você pode abri-la e ler junto com os alunos na aula. A intenção é mostrar aos alunos que foram feitas pesquisas com material genético com populações indígenas atuais em comparação com as múmias da época antes da colonização, demonstrando que não há traços diretos entre os dois povos mais. Contudo, a questão é indagar os alunos sobre a descendência que é pontuada ai. Será que ela remonta há todos os que hoje vivem nessa região? E as múmias, será que se tivessem mais exemplares seria possível encontrar alguns descendentes diretos? E, em relação a isso, será que só seria possível ser descendente, ou seja, trazer traços dessas populações até hoje, somente por via do DNA ou também outros aspectos podem ser relevantes para isso?
Reportagem 1 - Extermínio dos primeiros povos americanos é explicado pelo DNA
NUNO, D. Extermínio dos primeiros povos americanos é explicado pelo DNA. El Pais, São Paulo, 2 de abril de 2016. Genética. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/31/ciencia/1459446271_454060.html>. Acesso em: 29/4/2019.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Continue a investigação com os alunos, indague: Mesmo depois destes testes, seria possível, ou até válido, dizer que há ainda descendentes dessas populações? Peça que atentem para os próximos slides.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Este recorte foi retirado da reportagem da revista Exame sobre uma pesquisa genética que tentou traçar descendências diretas das famílias incas. A reportagem completa se encontra aqui: https://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-buscam-origem-dos-incas-em-marcas-geneticas/
Assim como a reportagem anterior, ela é muito comprida para ser colocada no plano, entretanto, nesta você também pode acessar e ler com os alunos em sala. A intenção é mostrar aos alunos que, no caso dos incas, ainda hoje existem descendentes diretos deles, apesar de poucos. Entretanto, pergunte aos alunos: Como seriam estas pessoas? Elas seriam fisicamente diferentes das outras que moram na mesma região ou não? E seus costumes, será que elas mantêm os costumes dos incas que são descendentes ou seria somente o DNA? E em sua região, será que alguns costumes são mantidos? É claro que estas respostas não serão respondidas sem uma pesquisa, mas a intenção aqui é demonstrar que não necessariamente PRECISAM ser respondidas para entender que a descendência não depende somente de DNA, mas que também pode ser cultural.
Reportagem 2 - Cientistas buscam origem dos incas em marcas genéticas
AFP. Cientistas buscam origem dos incas em marcas genéticas. Revista Exame, São Paulo: Abril. 22 de maio de 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-buscam-origem-dos-incas-em-marcas-geneticas/>. Acesso em: 29/4/2019.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Este recorte foi retirado de uma reportagem disponível no site do G1, chamado “Tradição maia se populariza, mas descendentes estão esquecidos, que pode ser encontrada na íntegra aqui: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/12/tradicao-maia-se-populariza-mas-descendentes-estao-esquecidos.html
Assim como a reportagem anterior, ela é muito comprida para ser colocada no plano, entretanto, nesta você também pode acessar e ler com os alunos em sala. A intenção desta reportagem é destacar, além do fato de que os indígenas que se consideram descendentes dos maias estarem em situação marginal na Guatemala, o fato de que nesta reportagem nenhuma pesquisa genética foi feita, entretanto, os indígenas locais se consideram descendentes do povo Maia. Apesar de não marcar uma pesquisa genética, essa reportagem trata de um evento específico dessa população antiga, a demarcação do tempo pelo calendário Solar desses povos. Pergunte aos seus alunos: Como eles são descendentes se não têm certeza da origem do seu DNA e se tem ligação direta com estes povos? Como eles saberiam? Apesar de não falar da descendência de sangue, o que eles fazem que remete ao povo Maia? São muitas pessoas ou seriam somente algumas que estariam considerando essa marcação de tempo cultural da época dos maias? Assim, então, o que eles dizem exatamente que dá a eles a capacidade de se reivindicar como descendentes dos maias?
Reportagem 3 - Tradição maia se populariza, mas descendentes estão esquecidos
Globo Natureza. Tradição maia se populariza, mas descendentes estão esquecidos. G1, São Paulo. 22 de fevereiro de 2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/12/tradicao-maia-se-populariza-mas-descendentes-estao-esquecidos.html>. Acesso em: 29/4/2019.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Esta reportagem, diferentemente das outras, contém um vídeo, curto, mas de extrema importância. A reportagem é de um canal chamado “Cenas das cidades” e mostra uma entrevista com um grupo de pessoas de origem equatoriana, em São Paulo, que reivindica a descendência do povo inca. Pergunte aos alunos: Vocês fizeram um exame de DNA para saber se são descendentes dos incas ou não? O que, então, eles dizem que têm em comum com esse povo para que se considerem descendentes deles?
A intenção desta reportagem, assim como as anteriores, é mostrar que não é necessário somente um exame de DNA para se reivindicar a descendência de um povo, ou cultura, mas que também outros aspectos podem ser relevantes.
Sistematização
Tempo sugerido: 21 minutos.
Orientações: Para esta atividade peça aos alunos que montem uma tabela. Pequena, com duas colunas. Uma delas é com as origens de sangue deles, de DNA, que eles têm da família, de onde essa família veio e etc. A outra, eles irão marcar que traços culturais, seja nas roupas, na língua, músicas e outros aspectos que eles acreditam ser de outros povos, mas não são necessariamente de sangue. Você também pode participar, e com isso ajudar eles a identificar mais aspectos que podem ser descendentes de outros povos e que não vieram de origem sanguínea, pelo DNA.
É interessante no final desta atividade que os alunos entendam que, apesar de não terem uma ligação sanguínea com outros povos, eles carregam traços herdados que são de descendência cultural que podem ser relacionados com as reivindicações daqueles grupos destacados nas reportagem que buscam suas origens, de sua cultura e etc, em povos antigos. Também é legal pontuar que a maioria destes povos foi colonizada, e que muitos destes traços só se mantêm vivos exatamente porque hoje são reivindicados como descendência por estes grupos atuais, como uma maneira de se resistir ao tempo e ao espaço com sua cultura.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, imagem ou link), Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Formulários do Google.
Contexto
O objetivo desta aula é compreender as relações de descendência entre os atuais povos do continente americano e as civilizações ameríndias.
Para desenvolvê-la com seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui) os materiais e orientações necessários. Os retornos dos alunos podem ocorrer da mesma forma, ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Estimule os alunos quanto ao tema da aula, promovendo a reflexão sobre as origens das famílias:
- De onde veio sua família? Estes lugares ainda existem? Praticam algum costume que os seus antepassados já tinha?
Disponibilize os três textos a respeito de descendências ameríndias para que analisem algumas questões mais centrais:
- Segundo o primeiro texto, os estudos genéticos demonstraram descendência dos povos americanos atuais com relação aos indígenas de antes da conquista espanhola?
- Reflita: mesmo sem ter descendência no DNA, é possível que outros aspectos daqueles povos possam ainda existir e influenciar povos atuais?
- No segundo texto, há informação sobre a existência de descendentes diretos dos incas? São muitos?
- De acordo com o terceiro texto, qual a situação dos atuais descendentes maias? Apesar de não falar da descendência de sangue, o que eles fazem que remete ao povo Maia?
Problematização
Disponibilize a reportagem sugerida no link ou, caso não possam acessar vídeos, dê a opção de lerem a reportagem. Por exemplo:
- “Pela 1ª vez, Brasil recebe em SP a Inti Raymi, a Festa do Sol”. Migra Mundo, Rodrigo Borges Delfim, 18/06/2014. Disponível aqui.
Os alunos devem observar e refletir:
- Mesmo sem um exame de DNA, é possível que um povo mostre a descendência de antigos ameríndios, como maias, incas e astecas? Como?
Os alunos devem responder às questões no caderno ou pelos meios digitais que já fazem uso. Incentive-os, se possível, a compartilharem as percepções com os colegas por meio de mensagens curtas ou participação em videoconferência.
Sistematização
Os alunos poderão realizar pesquisas a respeito de origens e costumes herdados, por meio de entrevistas com parentes, vizinhos ou colegas, utilizando meios virtuais. Para isso, podem elaborar um questionário ou checklist, manualmente ou utilizando os formulários do Google (veja aqui como usá-lo).
Oriente-os a elaborar uma conclusão sobre a pesquisa realizada e compartilhá-la entre os colegas pelos meios virtuais que costumam utilizar.
Convite às famílias
Convide as famílias a conhecerem mais a respeito das festividades dos atuais povos americanos de descendência ameríndia. Uma delas é a festa incaica, chamada “Inti Raymi”, na qual se faz reverência ao deus Sol.
Peru Inti Raymi 2013. Tv Perú HD, 21/06/2013. Disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Felipe Pedoneze
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto(s) de conhecimento: A conquista da América e as formas de organização política dos indígenas e europeus: conflitos, dominação e conciliação.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI08. Descrever as formas de organização das sociedades americanas no tempo da conquista com vistas à compreensão dos mecanismos de alianças, confrontos e resistências.
Palavras-chave: Identidade indígena, descendência, povos ameríndios.