Trecho 1
Plano de Aula
Plano de aula: A noção cíclica de mundo ameríndia e sua maneira de marcar o tempo
Plano 8 de uma sequência de 9 planos. Veja todos os planos sobre As sociedades americanas no tempo da conquista
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI08, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: É interessante utilizar um projetor, entretanto, não é obrigatório. O projetor é importante para deixar as perguntas e as imagens sempre presentes enquanto os alunos analisam os documentos, mas você pode imprimir todos os slides e entregar aos grupos, ou até escrever no quadro as perguntas. Seria interessante se você levasse lápis grafite e folhas em branco para a atividade final, também seria legal ter
em mãos lápis de cor para os alunos.
Material complementar:
Trecho 1: GENDROP, Paul. – A civilização maia. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1998. P.29 (Inspiração cíclica na observação do cosmo)
Trecho 2: GENDROP, Paul. – A civilização maia. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1998. P.29 (Explicação da contagem dos calendários)
Trecho completo sem recortes:
Imagem 1: Calendário de pedra encontrado durante a restauração da praça central do méxico, 1790.
Imagem 2: Exemplo do calendário maia, conhecido como Tzolkin, que marca 260 dias
Imagem 3: Exemplo da junção dos dois calendários, marcando o ciclo de 52 anos
Imagem 4: Exemplo do calendário maia de 52 anos, composto da união do Tzolkin com o Haab'.
Documento com todas as imagens:
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Projete, escreva ou leia o objetivo da aula para os alunos. É extremamente importante que os alunos estejam inteirados sobre aonde vão chegar na aula. Tome cuidado para não acabar por tirar dúvidas que os alunos poderão ter posteriormente que vai ajudá-los a criar o raciocínio proposto pela aula.
Compreender qual a relação das civilizações ameríndias com a terra antes da conquista e a diferença entre as visões da mesma entre a população nativa e os espanhóis.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Neste momento inicial, faça as perguntas do slide para os alunos, pergunte aos alunos se têm um calendário, mesmo que seja no celular, não tem problema. Pergunte como ele é, de que material é feito, qual o formato dele, se é quadrado, retangular etc. Depois, pergunte:
O que ele marca? Só o tempo? Então por que não utilizamos somente um relógio? O que mais o calendário marca e de que forma, que podemos usar ele
e não um relógio para tal coisa?
A intenção é que os alunos pontuem que o calendário também marca datas especiais e, em alguns casos, ciclos de estações e coisas parecidas. Coisas que estão além de uma mera marcação de tempo, mas também de atividades humanas que estão destacadas nestas marcações, como eventos religiosos e culturais.
Como adequar à sua realidade: Este plano trata da noção de tempo dos maias e de como eles marcavam o tempo em seu calendário, colocando coisas importantes para eles e sua realidade neste objeto. Caso você more em uma região onde há uma relação com algumas etnias indígenas, você pode relacionar nesta aula, apontando no seu contexto regional, demarcações de tempo destes indígenas como importante a eles e que são diferentes da realidade dos seus alunos, por exemplo. Também é interessante, se você for de uma religião não cristã, como a judaica, relacionar o calendário utilizado pela sua religião com a aula.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Agora, com os alunos já com a primeira discussão em mente, mostre a eles a imagem de um calendário asteca encontrado durante
a restauração da praça central do México, em 1790, pelo astrônomo Antonio y León Gam. A imagem é retirada do livro Descrição histórica e cronológica das duas pedras que foram descobertas em 1790 durante a reconstrução da principal praça do México, escrito pelo próprio León após a descoberta destas duas pedras durante a restauração. Nesta obra, o autor descreve detalhadamente as duas pedras, que são os dois calendários utilizados pelos povos nativos americanos e que serão tratados neste plano. Depois de mostrar a imagem aos alunos é esperado que se perguntem “O que é isto?”, e então, você deve guiar a discussão deles para explicar que “isto” é uma representação, dentre diversas outras, do calendário maia, e, então seguir adiante com a aula.
Imagem 1: Calendário em pedra encontrado durante a restauração da praça central do México, 1790.
Documento com todas as imagens:
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Com os alunos agora já inteirados sobre o assunto da aula, peça a eles que atentem aos próximos slides.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Para contextualizar esta fonte, pergunte aos alunos: Sobre o que este texto trata? Qual a relação dele com a imagem anterior?
Este “aparelho especulativo fortemente complexo” seria o quê? Sobre o embasamento para criar este aparelho, no que estes povos se basearam?
Qual era a intenção de se fazer tal aparelho? Cuidado para não avançar as questões sobre o formato e as técnicas utilizadas para fazer o calendário.
Trecho 1: GENDROP, Paul. – A civilização maia. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1998. P.29 (Inspiração cíclica na observação do cosmo)
Trecho completo sem recortes:
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Para contextualizar esta fonte, pergunte aos alunos: Sobre o que este texto trata? Qual a relação dele com a imagem anterior? Este “aparelho especulativo fortemente complexo” seria o quê? Sobre o embasamento para criar este aparelho, no que estes povos se basearam? Qual era
a intenção de se fazer tal aparelho? Cuidado para não avançar as questões sobre o formato e as técnicas utilizadas para fazer o calendário.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Assim como o anterior, este texto fala sobre a estruturação de um calendário nativo americano. Entretanto, este trecho trata da matemática por trás da construção do calendário e seu embasamento entre os ciclos do Sol e da Lua. Pergunte aos alunos: Quantos calendários aparecem naquela imagem (Imagem 1)? É possível identificá-los ou a imagem ainda é muito complexa? Sobre a contagem de dias dos calendários, qual
a diferença entre os dois? No primeiro os dias são marcados pelo quê? Que tipos de rituais seriam estes? E o segundo, o que ele marca? Agora, quais as semelhanças entre este calendário e o calendário que os alunos conhecem? E quais as diferenças principais? Por exemplo: Os “meses”, eles são de 30 dias
ou menos? O calendário que eles conhecem tem um limite? E este calendário, tem?
Esta discussão pode tomar muito tempo, mas também pode ser muito produtiva para os alunos pensarem na construção do próprio calendário que conhecem e a noção de tempo que eles têm em relação a ele, como fins de ciclos e marcações de eventos especiais.
Trecho 2: GENDROP, Paul. – A civilização Maia. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1998. P.29 (Explicação da contagem dos calendários)
Trecho completo sem recortes:
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Agora, com a explicação anterior, mostre o exemplo dos calendários citados anteriormente. O da esquerda é o calendário Tzolkin,
de 260 dias, já o da direita é o calendário Haab, que marca 365 dias.
Existem muitos detalhes nestes calendários, imagens que ainda não foram tratadas pelos textos, por isso há uma tabela explicando um pouco melhor o que cada detalhe representa. Entretanto, não é nada muito aprofundado. É importante que você saiba que os detalhes não precisam ser decorados, nem que se saiba exatamente tudo sobre eles e que os alunos não precisam aprender exatamente como ele funciona, a sua contagem
e como medir o tempo nele, mas sim entender a concepção cíclica que estes calendários carregam, que é totalmente diferente da concepção escatológica de tempo intrínseca nos calendários julianos, onde o tempo teria “um final”, marcado pelo fim dos tempos etc. Estes calendários representam ciclos infinitos que sempre estão se renovando.
Esta discussão pode tomar muito tempo, mas também pode ser muito produtiva para os alunos pensarem na construção do próprio calendário que conhecem e a noção de tempo que eles têm em relação a ele, como fins de ciclos e marcações de eventos especiais.
Imagem 2: Exemplo do calendário maia, conhecido como Tzolkin, que marca 260 dias.
Imagem 3: Exemplo do Calendário maia, conhecido como Haab’, que marca 365 dias.
Documento com todas as imagens:
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Com os alunos agora tendo em mente os dois calendários anteriores, mostre a eles como fica a união dos dois, formando o calendário maior, descrito no trecho 2, que forma o ciclo de 52 anos e considerado o calendário “completo” dos maias. Ele é um pouco complexo de entender. Entretanto, você pode imprimir os dois calendários anteriores em folhas separadas, recortar em suas bordas e uni-los em um só, conseguindo utilizá-los girando um contra o outro e mostrando as marcações temporais que eles apresentam. Você também pode falar sobre a expectativa de vida dos nativos americanos da época e como esse calendário se relacionava com isso, porque poucas pessoas viviam além dos
50 anos e, com isso, poucas conseguiam ver um ciclo completo deste calendário.
Imagem 4: Exemplo do calendário maia de 52 anos, composto pela união do Tzolkin com o Haab'.
Documento com todas as imagens:
Sistematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Para esta atividade, converse um pouco com os alunos sobre os desenhos no calendário e o que eles representam, use o link disponibilizado nos links para seu auxílio. Nele, você encontra descrição dos ícones e seus significados, podendo apresentar aos alunos como inspiração. Caso o número de alunos seja maior que o número de “blocos” do calendário externo, conhecido como Haab’ de 365 dias, que será utilizado como inspiração, divida-os em grupos para que cada grupo fique responsável por um dos blocos de 20 dias, os cinco dias finais, descritos como dias “ruins” também podem ser ressignificados de outra maneira pela sala, como por exemplo cinco dias de tranquilidade. Você também pode separar um dos blocos para você, para dar o primeiro exemplo, nomeando a divisão e mudando seu símbolo para algo que seja rico para você em seu dia a dia.
Para você saber mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_maia
No final da página há duas tabelas, uma para a interação com o Tzolkin, de 260 dias, e outra para o Haab’, que é o calendário de 365 dias. Utilize somente a tabela para o Haab’. Os nomes têm representações próprias, que você pode mostrar para os alunos para eles se inspirarem.
“Introduction to Maya Hieroglyphs Workshop Handbook, 10th European Maya Conference - Leiden, December 5–10, 2005 Kettunen and Helmke, pp.47–48” Esta é a referência de onde o autor da tabela no artigo da Wikipédia, indicado acima, retirou suas informações para catalogar no mesmo site, e para montar os calendários disponíveis na aula. A publicação é em inglês, entretanto, ela confere com o artigo da Wikipédia, que está em português.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, imagem ou link), Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Slido.
Contexto
O objetivo desta aula é compreender como os povos nativos americanos entendiam, marcavam e mediam o tempo.
Para desenvolvê-la com seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui) os materiais e orientações necessários. Os retornos dos alunos podem ocorrer da mesma forma, ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Chame a atenção dos alunos para o tema que será estudado:
- Imaginem um calendário. Como ele é? O que ele marca? Quais as marcações mais importantes para você?
Disponibilize a imagem do calendário asteca. Eles devem observar:
- Ele se parece com o calendário que você imaginou?
- Quais referências importantes podemos identificar neste calendário?
Problematização
Esta etapa conta com 2 textos e 3 imagens a respeito do calendário Maia. Veja quanto tempo os alunos necessitarão para analisá-los adequadamente. Caso necessário, divida mais etapas de trabalho.
Disponibilize os textos e solicite que observem:
- Do que se tratam?
- Em que os maias se basearam para criar este “aparelho”?
- Qual era a intenção de se fazer tal “aparelho”?
- Quantas formas de calendário eles seguiam? Como eram?
- Podem identificar informações do texto na primeira imagem da aula?
Disponibilize as imagens. Oriente-os a observar:
- O formato destes calendários podem mostrar uma visão cíclica da vida? Por que?
- E quais as diferenças entre eles?
- O que representa a união entre os dois calendários cíclicos maias?
Eles devem responder às questões no caderno ou pelos meios digitais que já fazem uso. Incentive-os, se possível, a compartilharem as percepções com os colegas por meio de mensagens curtas pelo Whatsapp, Slido ou participação em videoconferência.
Sistematização
Oriente-os a construirem o calendário desenhando ou utilizando materiais que possam ter em casa, como massinha, embalagem de pizza (ou similares) e recortes de revistas. Proponha que dialoguem com os familiares de diferentes idades, para saberem quais seriam marcos importantes a se repetirem a cada 52 anos. Solicite que organizem-nos no calendário.
Convite às famílias
Convide as famílias a conhecerem mais a respeito da História e Cultura Maia, assistindo a um interessante vídeo educativo.
“A História dos Maias contada do México”. Débora Aladim, 02/12/2018. Disponível aqui.
É também interessante que pesquisem imagens reais destes calendários, para compreenderem mais aspectos da complexidade intelectual e material.
“Calendário Maia”. Wikimedia Commons. Disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Felipe Pedoneze
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto(s) de conhecimento: A conquista da América e as formas de organização política dos indígenas e europeus: conflitos, dominação e conciliação.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI08 Descrever as formas de organização das sociedades americanas no tempo da conquista com vistas à compreensão dos mecanismos de alianças, confrontos e resistências.
Palavras-chave: América pré-colombiana, civilização ameríndia, calendário, tempo, relação com o tempo.