A imprensa de resistência
Plano de Aula
Plano de aula: Resistência da imprensa alternativa durante a ditadura civil-militar
Plano 1 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Resistência à ditadura
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI20, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Cópias impressas dos textos.
Material complementar:
A imprensa de resistência
Jornal O Pasquim
Editorial O São Paulo
Para você saber mais:
História do jornal O Pasquim https://www.youtube.com/watch?v=K_fgG3rATCU
A imprensa clandestina https://www.youtube.com/watch?v=PWSvF86u2hg
http://memorialdademocracia.com.br/card/livro-conta-o-ano-que-nao-terminou
http://memorialdademocracia.com.br/card/jornalistas-exigem-o-fim-da-censura
http://memoriasdaditadura.org.br/imprensa-alternativa/index.html
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Projete, escreva no quadro ou leia o objetivo da aula para a turma. É muito importante começar com a apresentação do objetivo para que os estudantes entendam o que farão e compreendam aonde se quer chegar no fim da aula. Contudo, tome cuidado para, ao fazer isso, não antecipar respostas desde o começo. É necessário sempre garantir que os alunos construam o raciocínio por conta própria.
Para o professor:
A imprensa alternativa foi um espaço importante de crítica ao regime militar, de divulgação de denúncias e de debate das organizações de esquerda.
Por meio do humor, da análise política ou da informação, estes jornais e revistas alternativos cumpriram um papel fundamental de oposição e resistência
à ditadura no Brasil.
Os pioneiros da imprensa alternativa. Não tinham se passado nem dois meses do golpe quando um grupo de jornalistas, ilustradores e chargistas, liderados por Millôr Fernandes, em maio de 1964, lançou a revista Pif Paf. Uma publicação de humor crítico, que circulou por oito edições antes de ser apreendida. Em 1966, surgiu em São Paulo a revista Realidade. Embora fosse um produto da grande imprensa, assumiu, graças à sua equipe jovem, uma postura contestadora do conservadorismo vigente. Caso semelhante foi o do carioca O Sol, jornal encartado no Jornal dos Sports. Também no Rio de Janeiro, passou ser publicada a revista de temas culturais Civilização Brasileira. No movimento estudantil, foram editados pequenos jornais. Um deles, com pauta mais abrangente para o público em geral, era escrito com a contribuição de jornalistas e vendido em bancas. Era o Amanhã, do Grêmio da Faculdade de Filosofia da USP. O AI-5 iria pôr fim a estas iniciativas ou descaracterizá-las completamente.
Os clandestinos. As organizações políticas de esquerda, mesmo mergulhadas na clandestinidade, não demoraram a retomar ou a lançar seus jornais. Eles não iam às bancas, mas circulavam clandestinamente, de mão em mão ou enviados pelo correio. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) continuou a publicar o Voz Operária e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) manteve em circulação o periódico
A Classe Operária. Além disso, a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) retomou o Política Operária, e a Ação Popular, em 1º de maio de 1968, lançou o Libertação. Pela mesma época, surgiu o jornal O Guerrilheiro, da Ação Libertadora Nacional (ALN), e o Bandeira Vermelha, do Movimento Comunista Internacionalista. Ainda houve veículos alternativos, tais como: O Pasquim, O Bondinho e Ex, Opinião, Movimento, O São Paulo, Em Tempo, Amanhã, Hora do Povo, Politika e os Nacionalistas, Versus e Cadernos do Terceiro Mundo. Além de jornais alternativos sociais, jornais de partidos, estudantes e sindicatos e jornais regionais.
Disponível: http://memoriasdaditadura.org.br/imprensa-alternativa/index.html Acesso em: 12/2/2019.
Para você saber mais: Se necessário, insira aqui links ou explicações sobre conceitos que o professor deverá utilizar nesta etapa do plano. É o mesmo conteúdo que você colocou no primeiro slide. Fique especialmente atento a este item - e recorra ao especialista, se necessário - se o seu plano é voltado aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Contexto
Tempo sugerido: 12 minutos.
Orientações: Para garantir o protagonismo dos alunos, é necessário que você não vá diretamente para a razão que motivou a formulação desta atividade: analisar a resistência da imprensa alternativa na ditadura civil-militar. Por isso faça as intervenções passo a passo, conforme descrito abaixo.
Organize a sala em trios. Diga para a turma que você vai propor uma divisão. Seu critério deve ser deixar no mesmo grupo alunos que possam se apoiar mutuamente para a realização da atividade. Projete ou imprima o documento abaixo.
A imprensa de resistência
Direcione as perguntas abaixo aos alunos. Peça que anotem suas respostas no caderno. Caminhe pela sala enquanto respondem, e, após, peça que os trios apresentem suas anotações. Utilizar as questões propostas para contextualizar a aula. A intenção é propor uma reflexão com base no documento “A imprensa de resistência” sobre a censura e as tentativas de resistência à ditadura civil-militar.
Respostas esperadas:
-Qual a importância da imprensa alternativa como resistência à ditadura civil-militar? Como a mesma atuou?
“Tem a importância da luta política, da construção de um país democrático, justo e plural. Atuou com publicações que
não eram iguais a imprensa tradicional, mas que trazia análises, denúncias e notícias contribuindo para o debate e a busca da Justiça.”
Como adequar à sua realidade: Se necessário, acrescente aqui orientações específicas para o professor adaptar o plano à região dele. Este item não é obrigatório em todas as etapas.
Para você saber mais: Se necessário, insira aqui links ou explicações sobre conceitos que o professor deverá utilizar nesta etapa do plano. É o mesmo conteúdo que você colocou no primeiro slide. Fique especialmente atento a esse item - e recorra ao especialista, se necessário - se o seu plano é voltado
os anos iniciais do Ensino Fundamental.
Problematização
Tempo sugerido: 10 minutos - Slide 1.
Orientações: Projete ou imprima o documento abaixo. Sem desfazer os trios, peça para a classe para analisar o documento a seguir:
Editorial O São Paulo
Direcione as perguntas abaixo. Solicite aos estudantes que registrem as respostas em seus cadernos. Peça que alguns alunos leiam suas respostas para a turma. A expectativa é que o aluno selecionado responda para a classe:
-Quais os motivos para a censura (trechos cortados) ao semanário O São Paulo?
O motivo seria o jornal está realizando oposição à ditadura civil-militar, provocando resistência por meio da imprensa ao regime militar.
-Os trechos que restaram prejudicam o entendimento? Por quê?
Sim. Por que a informação parece está incompleta.
-Por que mesmo assim o jornal realiza a publicação?
Porque o jornal busca ser resistência contra a ditadura civil-militar, ao publicar o artigo incompleto permite que as pessoas que lêem o jornal percebam o corte.
Como adequar à sua realidade: Se necessário, acrescente aqui orientações específicas para o professor adaptar o plano à região dele. Este item não é obrigatório em todas as etapas.
Para você saber mais: Se necessário, insira aqui links ou explicações sobre conceitos que o professor deverá utilizar nesta etapa do plano. É o mesmo conteúdo que você colocou no primeiro slide. Fique especialmente atento a esse item - e recorra ao especialista, se necessário - se o seu plano é voltado
aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Problematização
Tempo sugerido: 10 minutos - Slide 2.
Orientações:
Projete ou imprima o documento abaixo.
Sem desfazer os trios, peça para a classe para analisar o documento a seguir:
Jornal O Pasquim
Direcione as perguntas abaixo aos alunos. Peça que anotem suas respostas no caderno. Caminhe pela sala enquanto respondem, e após, peça que os trios apresentem suas anotações. A intenção é propor uma reflexão a partir do jornal O Pasquim sobre a censura e as tentativas de resistência à ditadura civil-militar.
Respostas esperadas:
-Por que O Pasquim é o “jornal com algo menos”?
Porque é um jornal que utiliza de ironia. Este “ao a menos” refere-se à falta de liberdade.
-Quem seria o lobo na capa do jornal? E a ovelha?
O lobo seria as pessoas que praticavam a censura. A ovelha seria as pessoas lutando pela liberdade de expressão e/ou democracia.
-Por que o jornal seria “inteiramente automático”?
Pois não teria seus jornalistas. Uma vez que estavam presos.
Sobre O Pasquim:
Em junho de 1969, nas barbas do AI-5, surgiu no Rio de Janeiro O Pasquim, semanário de humor político. A publicação era feita por uma equipe de renomados ilustradores, chargistas e jornalistas, como Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Fortuna, Tarso de Castro. Vendido em bancas de jornal,
fortemente crítico ao regime, tornou-se desde o início um grande sucesso de vendas.
O Pasquim teve o mérito de fazer o povo rir da ditadura. Sofreu bastante com a censura e, em mais de uma ocasião, seus realizadores foram presos. Em determinado momento, toda a redação foi presa. Chegou a vender 200 mil exemplares em meados dos anos 1970. O Pasquim sobreviveu à ditadura, parando de circular só em 1991, já bastante descaracterizado.
Fonte: http://memoriasdaditadura.org.br/imprensa-alternativa/index.html Acesso em: 12/2/2019.
Como adequar à sua realidade: Se necessário, acrescente aqui orientações específicas para o professor adaptar o plano à região dele. Este item não é obrigatório em todas as etapas.
Para você saber mais: Se necessário, insira aqui links ou explicações sobre conceitos que o professor deverá utilizar nesta etapa do plano. É o mesmo conteúdo que você colocou no primeiro slide. Fique especialmente atento a esse item - e recorra ao especialista, se necessário - se o seu plano é voltado
aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Sistematização
Tempo sugerido: 15 minutos.
Orientações: Nos mesmos grupos das etapas anteriores, solicitar que os alunos reescrevam ou completem os documentos, enaltecendo a liberdade de opinião e expressão. É esperado que os alunos demonstrem que aprenderam o objetivo da aula. A intenção é reescrever ou complementar as informações analisadas nos documentos. É importante que os alunos expressem nessa reescrita o entendimento do sentido com a qual foram utilizadas nos respectivos jornais.
Respostas esperadas:
O Pasquim - “Recomendável para todas as idades”; “O jornal com algo a mais”; “Enfim um pasquim inteiramente democrático”; “Com o Ziraldo...Com o Jaguar”.
“Editorial O São Paulo - “Tratamento da liberdade de expressão a O São Paulo; “Supremo Tribunal Federal reconhece a importância da liberdade de opinião por unanimidade”; “Quem saiu ganhando foi o povo”.
“Opinião aplica tarja preta” - “Teremos nesta semana votação para escolha do novo presidente”; “Leia e assine o Jornal que forma opinião”.
Como adequar à sua realidade: Se necessário, acrescente aqui orientações específicas para o professor adaptar o plano à região dele. Este item não é obrigatório em todas as etapas.
Para você saber mais: Se necessário, insira aqui links ou explicações sobre conceitos que o professor deverá utilizar nesta etapa do plano. É o mesmo conteúdo que você colocou no primeiro slide. Fique especialmente atento a esse item - e recorra ao especialista, se necessário - se o seu plano é voltado aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF ou documentos de texto, imagem, áudio ou vídeo com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Padlet, Google Drive, Google Apresentações.
Contexto
Encaminhe o objetivo da aula, o documento e os questionamentos. Utilize a ferramente que achar mais adequada, por escrito, via e-mail, Whatsapp, Facebook, Google Sala de Aula etc.
Para facilitar a interpretação das fontes pelos estudantes de forma autônoma, algumas questões propostas no plano original foram alteradas ou excluídas, bem como novas questões podem ter sido incluídas neste material. Faça uso dos questionamentos da maneira que considerar mais eficiente para a turma.
- Qual a importância da imprensa alternativa como resistência à ditadura civil-militar? De que maneira ela atuou?
Dê um tempo para que a turma envie as respostas às perguntas, por escrito, através de áudios ou vídeos, que podem ser encaminhados no grupo da sala.
Problematização
Nesta etapa da aula, você pode propor que os alunos trabalhem individualmente ou agrupados. Para trabalhar em grupo, os alunos podem conversar por Whatsapp, e-mail, Facebook ou em um documento compartilhado pelo grupo no Google Drive, onde podem deixar comentários para os outros integrantes. O importante é que troquem informações e se auxiliem na análise do texto. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode separá-los em duplas, trios ou grupos, de acordo com seu conhecimento sobre a turma.
Junto com as fontes propostas na etapa, encaminhe alguns questionamentos para orientar a análise, e um pequeno roteiro informando a melhor ordem para que os alunos analisem as fontes:
1º - Editorial “O São Paulo”
- Quais podem ser os motivos para a censura (trechos cortados) ao semanário O São Paulo?
- Com os trechos que restaram é possível entender o texto?
- Por que será que, mesmo assim, o jornal realizou a publicação?
2º - Jornal “O Pasquim”
- Por que “O Pasquim” diz ser o “jornal com algo menos”?
- Quem seria o lobo na capa do jornal? E a ovelha?
- Por que o jornal seria “inteiramente automático”?
Dê um tempo para que os alunos possam refletir e enviar as respostas. Elas podem ser escritas ou eles podem gravar áudio ou vídeo e mandá-las no grupo da sala.
De qualquer forma, incentive os estudantes a compartilharem as respostas sobre as questões e as impressões sobre as fontes com os colegas.
Você pode encaminhar pequenos vídeos ou áudios para esclarecer dúvidas, complementar o conteúdo e chamar a atenção para informações das fontes que podem ter passado despercebidas pelos estudantes.
Se houver a possibilidade, você pode marcar um momento síncrono, para que os alunos possam dividir as análises e para que você faça correções e pontue informações.
Sistematização
Para a produção da atividade de sistematização, os alunos podem continuar trabalhando agrupados ou individualmente.
Eles podem fazer a reescrita dos documentos à mão, em folha de caderno, desenhando para ilustrar a capa do de “O Pasquim”, e enviando fotografias das produções para você.
Eles também podem editar as imagens digitalmente, através do Google Apresentações, por exemplo.
Incentive os alunos a compartilharem as produções com os colegas, postando-as no mural da turma no Google Sala de Aula ou Padlet.
Convite às famílias
Incentive os estudantes a compartilharem as criações com os familiares.
O site Era Virtual disponibiliza visitas virtuais a vários museus brasileiros, o que pode enriquecer muito o aprendizado da História de nosso país (disponível aqui).
Caso haja interesse, as famílias podem assistir aos episódios do documentário História do Brasil por Bóris Fausto, disponíveis no site da Tv Escola, que apresentam de maneira bastante didática, os principais aspectos de todos os períodos da História do Brasil (disponível aqui).
Links para tutoriais sobre as ferramentas propostas neste plano
Google Sala de Aula (como criar e postar atividades).
Google Sala de Aula (como criar uma turma).
Google Drive (como organizar pastas).
Google Meet (como criar uma reunião online).
Padlet (como usar).
Google Apresentações.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Pablo Farias
Mentor: Fernando Menezes
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.
Objeto(s) de conhecimento: Os anos 1960: revolução cultural?A ditadura civil-militar e os processos de resistência.As questões indígena e negra, e a ditadura.
Habilidade(s) da BNCC: EF09HI20 Discutir os processos de resistência e as propostas de reorganização da sociedade brasileira durante a ditadura civil-militar.
Palavras-chave: Resistência, ditadura, repressão, imprensa.