O papel do diretor na melhoria da aprendizagem
As transformações em uma escola podem partir de diferentes profissionais, dos alunos ou mesmo da comunidade. Mas a atuação do diretor tem um papel importante nessa mudança
25/05/2016
Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo! Cadastre-se ou faça login
Compartilhe:
Jornalismo
25/05/2016
Um encontro meu com a educadora Tatiana Damião, diretora da EM Santa Rita, em Salvador, me fez refletir sobre o quanto a atuação do diretor escolar é decisiva para a realização de um projeto pedagógico de qualidade. A escola em que Tatiana é gestora, mesmo sem uma estrutura física grandiosa, é uma das mais cotadas no bairro pelas famílias. A instituição tem práticas bem-sucedidas e conta com resultados qualificados em avaliações externas como o Ideb. Mas nem sempre foi assim. Como lembra a diretora, a equipe pedagógica trabalhou muito para que essas conquistas fossem alcançadas.
Essa conversa evocou nas minhas lembranças o enredo do livro O Catador de Pensamentos, no qual o personagem, o Sr. Rabuja, passa os dias recolhendo todos os tipos de pensamentos e os planta para que se transformem em flores e, assim, nunca deixem de se renovar. Da mesma forma, muitas escolas (como a Santa Rita, por exemplo), costuram o cotidiano profissional recriando o trabalho educativo em busca de melhores resultados.
As transformações em uma escola podem partir de diferentes profissionais, dos alunos ou mesmo da comunidade. Mas, como falamos lá em cima, a atuação do diretor tem um papel importante nessa mudança. No Brasil, como mostra a pesquisa “A Atuação do Diretor de Escola Pública: Determinações Administrativas e Pedagógicas do Cotidiano Escolar” (leia aqui), o gestor muitas vezes concentra suas atividades entre afazeres burocráticos e administrativos. Essa problemática é destacada pela pesquisa encomendada pelo IBOPE a pedido da Fundação Victor Civita, que ouviu 400 educadores em 13 capitais brasileiras. Confira comigo esse trecho do estudo:
“Os diretores de escolas públicas no Brasil trabalham aproximadamente dez horas por dia. Eles têm, em média, 46 anos de idade – e menos de oito no exercício da função. Em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar da infraestrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atender os pais, receber as crianças na porta, participar de reuniões com as secretarias de Educação e providenciar material. Sobra pouco tempo para conversar com professores, prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino, a meta essencial da escola.”
Por que será que, mesmo diante dessas evidências, ainda é mais forte a demanda administrativa na agenda do diretor escolar?
Algumas estratégias podem ser úteis para esse ajuste de foco profissional:
É fácil saber quando uma gestão vai bem, basta olhar para o nível de corresponsabilidade dos professores com a prática pedagógica e a aprendizagem de todas as turmas. Participação nas agendas de planejamento na escola, atenção às decisões do trabalho colaborativo, abertura para a inovação pedagógica e crença no potencial das crianças e garantia da progressão da aprendizagem delas, são atitudes dos professores que colaboram para a construção, junto com o diretor, de escolas reconhecidas e valorizadas na comunidade.
E o que você, professor, pode fazer para colaborar com esse processo?
Além das narrativas da diretora Tatiana, há muitas histórias a serem contadas sobre o tema. Você conhece outras estratégias que podem ajudar gestores a conquistar a transformação da aprendizagem de suas escolas? Entre na roda e compartilhe suas perspectivas e experiências sobre o tema!
Um abraço,
Neury
Últimas notícias