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Educação empreendedora: 4 propostas para trabalhar a formação cidadã dos alunos

Por que o tema é importante para ser trabalhado em classe? E como planejar aulas que façam a turma pensar sobre ele? Confira sugestões para inspirar a preparação de aulas focadas na formação cidadã dos alunos durante o Ensino Fundamental

PorAnna Rachel Ferreira

30/06/2020

Ilustração: André Asahida

Pensar no bem comum, colocar-se no lugar do outro e ser fator de mudança na sociedade. Isso é o que a escola deve desejar para crianças e adolescentes e é para isso que os educadores devem trabalhar. Na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), essas características estão representadas pela competência geral 10, Responsabilidade e Cidadania, que destaca a importância de desenvolver nos alunos a consciência de que eles podem ser agentes transformadores na construção de uma sociedade mais democrática, justa, solidária e sustentável. Assim como na BNCC, a Educação empreendedora tem como foco explorar com os estudantes a capacidade de se comunicar e agir eticamente em prol do bem comum.

Planos de aula gratuitos sobre Educação empreendedora



A escola pode ser vista como um microcosmo da sociedade, muitas das situações que acontecem nela são amplificadas fora dela. Por isso, uma vez que os alunos aprenderem a se posicionar ou propor melhorias no ambiente escolar, eles se tornam capazes de fazer o mesmo em outros espaços. Desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, a turma já pode refletir sobre questões amplas - como dilemas morais ou intervenções na cidade onde vive. O exercício de reflexão é um passo importante para a formação cidadã, pois desenvolve o senso crítico.

Sequências didáticas para formação cidadã

Confira quatro sequências didáticas de Educação empreendedora alinhadas à BNCC que contribuem para dar suporte à prática pedagógica de quem quer desenvolver a formação cidadã dos estudantes na escola.

Cartas sobre a nossa cidade
Na sequência didática “Cartas sobre a Nossa Cidade” (confira aqui), criada pela professora Ariane Previde, os estudantes de 6º e 7º anos são convidados a refletir sobre a cidade onde vivem e projetar seu futuro. “A ideia é de que eles não só se sintam corresponsáveis pela cidade, como também conectem seu próprio projeto de vida e dos colegas com um projeto de cidade”, diz Ariane. Um dos pontos interessantes da proposta é que a turma trabalha em uma construção coletiva, partilhando sonhos e responsabilidade de criar a cidade que deseja para cada um e para todos. 

O trabalho em classe, organizado em três planos de aula, estabelece parceria direta entre os componentes de Língua Portuguesa e os de Geografia. Ao mesmo tempo que os alunos pensam em estratégias de comunicação e fazem uso da língua para se posicionar, também identificam estereótipos de paisagens, pensam sobre a formação do território brasileiro e pesquisam e avaliam ideias de intervenção nesse espaço. A sequência didática tem início com a reflexão sobre o que os estudantes gostariam de falar: algum incômodo relacionado à cidade, uma projeção do que acham que vai acontecer ou o que desejam que aconteça no local. Depois, eles devem ser impulsionados a pesquisar e discutir em grupo para o desenvolvimento de cartas sobre o tema. Por fim, as cartas devem ser disponibilizadas para ser lidas pela comunidade escolar.

Confira todos os planos de aula desta sequência:

1) Planejando a produção de cartas sobre a nossa cidade
2) Produzindo as cartas sobre a nossa cidade
3) Lendo as cartas sobre a nossa cidade

Nossos dilemas
Muitos são os dilemas com os quais os alunos têm de lidar ao longo da vida. Nesta proposta (veja completa aqui), desenvolvida pela professora Fransueli Bahr, a classe é convidada a refletir sobre alguns deles. “O objetivo é que, juntos, os alunos aprendam a lidar com situações complexas do mundo real a fim de entender como o mundo funciona e quais são as consequências de nossas decisões ante os dilemas da vida”, conceitua Fransueli. Durante as aulas, a turma vai pensar sobre os prós e os contras de cada escolha e se responsabilizar pelo que acontecer, em base ao que decidir.

A sequência didática, pensada para estudantes de 6º e 7º anos, inicia-se com uma discussão sobre o que é um dilema. Depois, eles são apresentados ao tema da engenharia genética e podem pesquisar sobre o que se sabe sobre o assunto, as opiniões de especialistas e seus argumentos. Em grupos, discutem, elegem uma posição a respeito e constroem argumentos para defendê-la. Já em outra aula, dilemas devem ser apresentados pelos próprios estudantes: a proposta é que eles pensem sobre questões enfrentadas no ambiente escolar. Durante esse encontro, a turma vai criar um painel com possíveis caminhos e consequências para enfrentar o dilema levantado, finalizando o trabalho com a escrita de um relatório com percepções individuais. Embora a sequência didática trabalhe as ideias de Mendel sobre hereditariedade, é possível se inspirar no conteúdo, escolhendo um dilema de sua disciplina e trabalhando com a estrutura proposta pela professora Fransueli.

Conheça todos os planos da sequência:

1) Dilemas do mundo atual - Engenharia genética
2) Analisando dilemas do cotidiano


Escambo de ideias simples e poderosas
O ambiente escolar e a convivência com a comunidade podem ter desafios. Apesar disso, às vezes, as soluções residem residem em ideias simples, mas de grande impacto. A proposta desta sequência didática (veja aqui), elaborada pela professora Eliane de Siqueira, é justamente destacar essas ideias. Com a participação das famílias, os alunos do 3º, 4º e 5º ano são convidados a pensar sobre aspectos da escola que estão em desacordo com o que eles acreditam ser o ideal. Coletivamente, devem criar um plano para mudança e colocá-lo em prática. “A atividade convoca os estudantes a se enxergarem responsáveis e atuantes no espaço escolar, podendo intervir nele”, fala Samuel Andrade, professor especialista em produção e edição de materiais pedagógicos.

Inicialmente, as crianças precisam ser convidadas a refletir sobre o espaço onde moram e, posteriormente, pensar sobre o ambiente escolar. Depois, vão definir quais aspectos conversados devem sofrer intervenção emergencialmente e quais as pessoas responsáveis por isso. Por fim, devem planejar ações de melhoria. Na sequência didática, os planos criados pela turma serão colocados em prática e, depois, avaliados e ajustados. A intenção é que os projetos criados pelos alunos extrapolem os limites da sala de aula e se tornem um projeto da escola. 

Veja todos os planos de aula da sequência:

1) Diagnóstico do espaço escolar
2) Planejamento coletivo
3) Práticas Escolares
4) Avaliação e apropriação dos resultados


(Re)inventando a roda!
Para que serve a roda realizada todos os dias na escola? Os pequenos do 1º e do 2º anos estão bastante acostumados com essa dinâmica - para eles é um momento de brincadeira. Mas a roda pode ser muito mais do que isso, tornando-se uma forma de aprendizagem e interação de cada um com os colegas e até mesmo ser usada para tomadas de decisão coletivas. Na sequência “(Re)inventando a roda!” (confira aqui), desenvolvida pela professora Aline Soares Silva, as crianças têm a oportunidade de trabalhar com as ideias de colaboração e coletividade e ainda vão criar uma proposta de atividade em roda.

Para começar, os alunos são levados a vivenciar diferentes brincadeiras e situações em que crianças e adultos podem se organizar em roda. Depois, devem escolher a proposta que mais gostam e conversar um pouco sobre a função social dela. No segundo encontro, exploram outras atividades e aprendem sobre a roda como forma de organização e convívio, ferramenta para resolução de conflitos, tomadas de decisão, além de ser um momento que possibilita trocas de experiências. No último plano da sequência, os alunos têm a chance de refletir sobre a função da roda em sala de aula, para propor soluções a algumas questões do grupo e vivenciá-la com a realização de uma assembleia.

Confira todos os planos da sequência:

1) Por que nos organizamos em roda?
2) A roda como forma de organização e brincadeira
3) Fazendo roda para tomar decisões

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