Contexto
Plano de Aula
Plano de aula: Os fluxos do tráfico de escravizados
Plano 1 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Tráfico negreiro
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI16, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Imagens de produtos como: prata, açúcar, algodão, ouro e café. Folha sulfite. Canetas hidrográficas. Lápis de cor.
Material complementar:
Contexto:
Fonte 1 - Mapa do tráfico de escravizados:
Fonte 2 - Mapa dos ciclos econômicos do Brasil:
Para você saber mais:
FGV. Atlas Histórico do Brasil - Mapa da escravidão negra e indígena. Fundação Getulio Vargas - Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC). Disponível em: <https://atlas.fgv.br/marcos/trabalho-e-escravidao/mapas/trafico-negreiro-1502-1866>. Acesso em: 19 mar. 19.
GOMES, Flávio. A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX: algumas configurações a partir dos registros eclesiásticos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.19, supl., dez. 2012, p. 81-106. Disponível em: < https://www.redalyc.org/html/3861/386138072006/>. Acesso em: 18 mar. 19.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Apresente o tema aos alunos, escrevendo no quadro ou projetando pelo data show. O objetivo principal da aula é levar os alunos a interpretar mapas e entender as principais rotas do tráfico de escravizados do século XVI a XIX, compreendendo que os principais portos estavam na costa africana, pontos de maior participação dos europeus, e principalmente dos portugueses. Estes fluxos também auxiliam a entender os elementos da cultura africana presentes na cultura afro-brasileira.
Para você saber mais:
GOMES, Flávio. A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX: algumas configurações a partir dos registros eclesiásticos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.19, supl., dez. 2012, p. 81-106. Disponível em: < https://www.redalyc.org/html/3861/386138072006/>. Acesso em: 18 mar. 19.
Contexto
Tempo sugerido: 7 minutos.
Orientações: Forme grupos de quatro estudantes para facilitar a Sistematização posterior. As referências apresentadas são produtos conhecidos pelos alunos não somente por meio da disciplina de Geografia, por exemplo, mas também do seu cotidiano. A primeira imagem do canto esquerdo superior refere-se a uma barra de prata, simbolizando a prata encontrada principalmente no Peru, mas também em outras colônias espanholas; a segunda corresponde ao algodão, que teve forte produção não somente no Brasil do século XVIII ao XIX mas também nas colônias inglesas, ou seja, os Estados Unidos atualmente; a terceira corresponde à cana-de-açúcar, que teve intensa produção no Brasil, principalmente dos séculos XVI a meados do XVIII, mas permanecendo até atualmente; o quarto refere-se ao ouro, que teve seu ciclo principalmente durante o século XVIII; o quinto refere-se ao café, ciclo ocorrido principalmente nos séculos XIX e XX . Sugere-se que o professor leve alguns desses produtos para passar entre os alunos (no caso do ouro e da prata algo que simbolize) para que desperte a curiosidade dos mesmos e eles se perguntem o motivo pelo qual os produtos estão circulando. Concomitantemente, serão realizadas as perguntas que estão apresentadas no próximo slide. Caso o professor não tenha a possibilidade de levar, pode somente ser apresentadas as imagens.
Fontes:
BARABASZ, Andrzej. Quatro barras de ouro. Wiki Commons, 4 de abril de 2014. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:400-oz-Gold-Bars-AB-01.jpg>. Acesso em: 19 mar. 19.
FONSECA, José Reynaldo da. Cultura cana-de-açúcar, pés jovens, Avaré, São Paulo. Wiki Commons, 6 de maio de 2006. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Culltura_cana-de-a%C3%A7ucar_REFON.jpg>. Acesso em: 19 mar. 19.
MarkSweep. Grãos de café torrados. Wiki Commons, 13 de janeiro de 2005. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9#/media/File:Roasted_coffee_beans.jpg>. Acesso em: 19 mar. 19.
MATTHEY, Johnson. 500 gramas de barra de prata. Wiki Commons, 5 de fevereiro de 2006. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Prata#/media/File:Johnson_Matthey_500_grammes_silver_bullion.jpg>. Acesso em: 19 mar. 19.
WIKICOMMONS. Algodoeiro no Texas em 1996. Wiki Commons, 2019. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CottonPlant.JPG>.
Acesso em: 19 mar. 19.
Contexto
Orientações: Por ser produtos de conhecimento dos estudantes, é possível iniciar com uma conversa informal que compreenda algumas questões da utilidade destes produtos na vida deles. Posteriormente, espera-se que os estudantes relembrem que estudaram sobre o ciclo do açúcar, do algodão, e
do ouro, em diferentes contextos históricos, e também na disciplina de Geografia. Estes produtos auxiliam diretamente no entendimento de momentos da História, não só do Brasil como da história global. Ao tocar na temática da escravidão, esses produtos assumem papel fundamental para pensar na necessidade de mão de obra para trabalhar nos diferentes locais em que estes ciclos econômicos foram mais fortes, pensando principalmente no litoral brasileiro no início da colonização. O mapa que será analisado no próximo slide permite observar os ciclos do tráfico de escravizados, assim como os locais que mais receberam mão de obra escravizada.
Problematização
Tempo sugerido: 15 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slide e ao subsequente.
Orientações: Para acessar o mapa existem duas opções: o documento disponibilizado no plano e o site da FGV, que disponibiliza o mapa e alguns materiais didáticos possíveis de ser utilizados. Os dois links estão logo abaixo das Orientações ao professor. É importante ressaltar algumas características do mapa, como o recorte principal estar entre América e África, apesar de também aparecer a Europa.
Os países europeus que protagonizaram o tráfico de escravizados foram: Inglaterra, Holanda, Dinamarca, França, Espanha e Portugal, sendo que o último foi determinante no comércio de escravizados para o Brasil.
É importante descrever de forma precisa os locais de onde saíram os escravizados, não somente “da costa africana”, ou do “litoral africano”, mas sim de portos em: Costa do Marfim, Nigéria, Congo, Angola, entre outros que não aparecem de forma clara no mapa.
Além do Brasil, o mapa mostra escravizados para o Caribe e América do Norte, mas que também vão para regiões da América Latina em um primeiro momento, por causa da prata.
Os povos africanos mais afetados pelo tráfico de escravizados foram: iorubás, fons, bantos, bacongo, ambundo, ovimbundo e maconde, vindos do litoral e também do interior da África.
Os escravizados “tradicionais”, ou seja, não em uma lógica mercantil, saíram principalmente do Norte da África, nomeadamente Marrocos, Tunísia, Líbia, Egito, e em direção às localidades do Oriente Próximo.
O mapa de forma geral aborda informações importantes para pensar o tráfico de escravizados bem como o grande fluxo que o Brasil recebeu entre o século XVI e XIX. O pioneirismo português no comércio de escravos da costa africana possibilitou com que os traficantes se instalassem de forma mais organizada nos portos africanos e comercializassem de forma intensa os seres humanos que foram escravizados nesse período. Isso também explica a grande quantidade de negros no país, compondo mais de 54% da população.
Mapa do tráfico de escravizados:
Mapa FGV:
FGV. Atlas Histórico do Brasil - Mapa da escravidão negra e indígena. Fundação Getulio Vargas - Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC). Disponível em: <https://atlas.fgv.br/marcos/trabalho-e-escravidao/mapas/trafico-negreiro-1502-1866>. Acesso em: 19 mar. 19.
Problematização
Orientações: Espera-se que os estudantes observem os ciclos dos produtos apresentados no Contexto e percebam que o fluxo de escravizados corresponde em grande parte aos ciclos econômicos brasileiros, como o da cana-de-açúcar, do algodão, da mineração, e por último, mas não menos importante, do café, que atraiu um grande contingente de escravizados para a mão de obra. Ou seja, os ciclos econômicos também são fatores preponderantes ao entender o fluxo de escravizados, já que o comércio de escravizados se tornava mais lucrativo na medida em que aumentasse a demanda por mão de obra para o trabalho.
Problematização
Orientações: Espera-se que os estudantes observem os ciclos dos produtos apresentados no Contexto e percebam que o fluxo de escravizados corresponde em grande parte aos ciclos econômicos brasileiros, como o da cana-de-açúcar, do algodão, da mineração, e por último, mas não menos importante, do café, que atraiu um grande contingente de escravizados para a mão de obra. Ou seja, os ciclos econômicos também são fatores preponderantes ao entender o fluxo de escravizados, já que o comércio de escravizados se tornava mais lucrativo na medida em que aumentasse a demanda por mão de obra para o trabalho.
Sistematização
Tempo sugerido: 25 minutos.
Orientações: Em grupos de até quatro pessoas, os estudantes deverão realizar uma releitura dos mapas observados, elaborando um fluxo que ligue os escravizados enviados para o Brasil e os ciclos econômicos nos quais eles participaram e foram mão de obra preponderante. Neste momento, importa que os estudantes sejam capazes de organizar um mapa e utilizá-lo com o fim de compreender os ciclos econômicos e o fluxo de escravizados em um contexto histórico de exploração da mão de obra africana.
Uma sugestão é que o professor faça um trabalho de exposição da releitura dos mapas, na sala de aula ou em outros espaços do ambiente escolar, levando os próprios estudantes a apresentar o que fizeram.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, print ou link), Whatsapp, E-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts.
Contexto
O objetivo desta aula é analisar as rotas do tráfico de escravizados do século XVI ao XIX, relacionando-as com os ciclos econômicos da América.
Para desenvolvê-la com os seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui), os materiais e orientações necessários. As devolutivas dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Para contextualizá-los quanto ao tema da aula, pergunte aos alunos se eles, familiares ou conhecidos têm em casa algum material que contenha prata, algodão, cana de açúcar, ouro e café. Eles evem refletir sobre:
- Esses materiais são importantes em nosso dia a dia?
- Eles são acessíveis?
- Podemos conhecer mais sobre a História do Brasil a partir deles?
Problematização
Disponibilize os mapas contidos no documento (aqui). Oriente-os a formarem duplas, via Whatsapp, para trabalharem juntos na análise, coletando as informações e compartilhando entre si: um aluno pode ficar responsável pelo mapa referente ao tráfico negreiro e outro pelo mapa sobre os ciclos econômicos coloniais. Eles devem analisar: assunto, épocas, lugares retratados em cada um e, depois, cruzar as informações para responder as questões propostas no plano. Ao final, devem elaborar uma conclusão em conjunto, para depois compartilhar com os colegas (via Whatsapp ou em videoconferência):
- Como podemos relacionar o fluxo de escravizados africanos com os ciclos econômicos do Brasil?
- Em quais atividades econômicas eles foram mais envolvidos?
Sistematização
Os estudantes poderão construir um mapa interativo com materiais que têm em casa. Oriente-os a utilizarem um mapa do Brasil disponível no livro didático ou esboçado a mão livre, no qual colem amostras (ou representações) dos produtos coloniais explorados, marcando, também, a presença dos escravizados (podem ser feitos com bonequinhos, cartões com figurinhas ou recortes de revista). Peça que fotografem os mapas e criem legendas para eles. Este trabalho pode ser feito em conjunto coma aula de Geografia.
Convite às famílias
Os familiares poderão colaborar com os alunos na construção do mapa interativo em casa. Para estimulá-los a respeito, podem assistir juntos a uma animação com as rotas do tráfico de escravizados africanos para a América entre 1583 e 1833, conversando a respeito dos períodos de acréscimo e direções destes fluxos. Sugira que acessem o material: O comércio de escravos no Atlântico em dois minutos. SLATE. Disponível aqui. Acesso em: 20/06/2020.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Ruhama Sabião
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: Lógicas comerciais e mercantis da modernidade.
Objeto(s) de conhecimento: As lógicas internas das sociedades africanas.As formas de organização das sociedades ameríndias.A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI16 Analisar os mecanismos e as dinâmicas de comércio de escravizados em suas diferentes fases, identificando os agentes responsáveis pelo tráfico e as regiões e zonas africanas de procedência dos escravizados.
Palavras-chave: Escravidão, tráfico de escravizados, comércio de escravizados.