Contexto
Plano de Aula
Plano de aula: A servidão medieval e a escravidão moderna
Plano 2 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Escravidão moderna
Este plano é um dos prioritários. Veja agora
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI15, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Caderno ou folha sulfite, lápis, caneta, giz de cera, canetas hidrográficas.
Material complementar:
Contexto:
Fonte 1:
Fonte 2:
Glossário para professores:
Glossário para alunos:
Para você saber mais:
CASTRO, Armando. Natureza e variabilidade dos tipos de trabalho compulsório na Antiguidade e na época medieval. Rev. Dept. de História, n. 7, p. 34-44, set., 1988. Disponível em: <https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5727657acf80a1643d2a8480/1462199677886/4_Castro%2C+Armando.pdf>.
Acesso em: 25 mar. 19.
DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil [...] (Volume 2). Paris : Firmin Didot Frères, 1835. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/3802>. Acesso em: 25 mar. 19.
GELEDÉS. Darwinismo social, racismo e dominação - uma visão geral. Portal Geledés, 24 de março de 2014. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/darwinismo-social-racismo-e-dominacao-uma-visao-geral/>. Acesso em: 29 abr.19.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. UMA CIDADE SENSÍVEL SOB O OLHAR DO “OUTRO”: JEAN-BAPTISTE DEBRET E O RIO DE JANEIRO (1816-1831). Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, v. 4, n. 4, pp. 1-18, out./dez., 2007. Disponível em: <http://www.revistafenix.pro.br/PDF13/DOSSIE_%20ARTIGO_01-Sandra_Jatahy_Pesavento.pdf>. Acesso em: 25 mar. 19.
RUBANO, Denise Rosana; MOROZ, Melania. Relações de servidão: Europa medieval ocidental. In: ANDERY, Maria Amália. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 15. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2006. cap. 5, p. 134- 140. Disponível em: <https://ria.ufrn.br/123456789/876>. Acesso em: 25 mar. 19.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Reúna os estudantes em grupos de até quatro pessoas. Faça a leitura coletiva ou projete o slide, se for possível. O objetivo deste plano é realizar uma diferenciação conceitual a respeito da servidão medieval, partindo da análise do trabalho cotidiano de ambos os sujeitos. Sendo assim, os estudantes deverão formar com base em suas análises e com a intervenção do professor, a ideia de diferenciação entre a servidão medieval e a escravidão moderna.
Contexto
Tempo sugerido: 7 minutos.
Orientações: Inicialmente, faça a leitura com os alunos, e deixe-os se perguntando o que significaria esta definição, esperando que os mesmos acreditem que o conceito de escravidão, quando na verdade é o conceito de “servidão”. É necessário voltar a todo momento durante a aula às diferenças entre os dois conceitos, pois até então, o educando do 7º ano só teve acesso ao conceito de “servidão”, que associa ao de “escravidão”, mesmo sendo distintos. A servidão, então, seria a situação de dependência, submissão ou sujeição, semelhante ao que acontece na escravidão moderna, excluindo-se os castigos físicos e a questão do ser humano tratado como mercadoria.
Para você saber mais:
DICIONÁRIO MICHAELIS. Definição da palavra “servidão”. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?id=b9ZXX>. Acesso em: 25 mar. 19.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
O tempo refere-se a este slide e aos dois subsequentes.
Orientações:
Descrição da fonte:
A fonte apresentada refere-se a uma ilustração medieval, provavelmente presente em algum manuscrito, que representa servos ou camponeses medievais trabalhando na colheita do trigo, representando o mês de agosto naquele período. Observa-se que são pessoas brancas, inclinadas para colher o trigo com uma foice, instrumento muito utilizado no período. Segundo Castro (1988, p. 38), “O trabalhador servil nessas condições era materialmente compelido a manter-se nas terras que laborava ou sob o poder pessoal do seu senhor, segundo um estatuto que transmitia de geração para geração. Embora numa subordinação já mais ligeira que a do escravo, visto a entidade dominante não poder dispor de sua vida e haver de reconhecer a existência pessoal de alguns bens do servo, esta contrição material física directa em ordem a obter o excedente do auto-consumo histórico mínimo do próprio produtor e de sua família foi-se porém adoçando aos poucos”. Esta condição de servo não considerado propriedade do senhor, mas devendo a ele tributos e não podendo sair de seus domínios, marca as principais características da servidão medieval.
Fonte:
WIKICOMMONS. Ilustração medieval de homens colhendo trigo com anzóis, em uma página de calendário para agosto, 1310. Wiki Commons, 12 de maio de 2010. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reeve_and_Serfs.jpg>. Acesso em: 25 mar. 19.
Para você saber mais:
CASTRO, Armando. Natureza e variabilidade dos tipos de trabalho compulsório na Antiguidade e na época medieval. Rev. Dept. de História, n. 7, p. 34-44, set., 1988. Disponível em: <https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5727657acf80a1643d2a8480/1462199677886/4_Castro%2C+Armando.pdf>.
Acesso em: 25 mar. 19.
Problematização
Orientações:
Descrição da fonte:
Trata-se de uma gravura feita por Debret, presente em seu livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, em que ele retrata o cotidiano dos escravizados e ressalta aspectos como: a cultura, os castigos, e o trabalho. A gravura também traz aspectos da paisagem do Brasil neste período, provavelmente no início do trabalho de Debret, ressaltando as árvores, as colinas e o rio, em que as pessoas estão lavando roupas e alimentos. Algo que diferencia a servidão medieval da escravidão moderna é o servo não ser uma mercadoria do seu senhor, apesar de a ele dever satisfação, porém as formas de trabalho se assemelhavam, visto não haver uma jornada mínima de trabalho, condições adequadas, e garantia de direitos básicos como alimentação, saúde, e liberdade. A escravidão moderna, e principalmente no Brasil, é caracterizada pelo tráfico, que gerava um mercado lucrativo aos envolvidos, pelos
castigos físicos atribuídos aos escravizados, e também à questão racial, que colocava os negros escravizados como inferiores.
Fonte:
BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL. Gravura de Jean-Baptiste Debret Lavadeiras no rio, livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil - 1835. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon326377/icon326377_127.jpg>. Acesso em: 25 mar. 19.
Para você saber mais:
PESAVENTO, Sandra Jatahy. UMA CIDADE SENSÍVEL SOB O OLHAR DO “OUTRO”: JEAN-BAPTISTE DEBRET E O RIO DE JANEIRO (1816-1831). Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, v. 4, n. 4, pp. 1-18, out./dez., 2007. Disponível em: <http://www.revistafenix.pro.br/PDF13/DOSSIE_%20ARTIGO_01-Sandra_Jatahy_Pesavento.pdf>. Acesso em: 25 mar. 19.
DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil [...] (Volume 2). Paris : Firmin Didot Frères, 1835. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/3802>. Acesso em: 25 mar. 19.
Problematização
Orientações: Para problematizar estas fontes, então, é necessário trabalhar as questões já levantadas anteriormente nas descrições das fontes, como: a representação do trabalho das pessoas, as atividades que estão exercendo e quais instrumentos estão sendo utilizados, de que forma elas possibilitam compreender os períodos a que são atribuídas, e principalmente, trabalhar com os alunos o que as diferencia apesar das semelhanças encontradas.
Apesar de a servidão e a escravidão ser semelhantes, principalmente pelas duras jornadas e condições de trabalho e tratamento inferior dispensado aos servos e escravos, na servidão o sujeito não era uma mercadoria, que poderia ser trocado, vendido, ou doado a outros senhores. Além disso, os servos/camponeses pagavam tributos aos senhores, mas também podiam ter parte de sua produção, ainda que em número reduzido. Na escravidão, os escravizados produziam para os seus donos, variando conforme os locais de trabalho, se no engenho, na casa, no comércio, nas fazendas, e o agravante no caso da escravidão transatlântica dos séculos XVI a XIX foi a questão étnico-racial que legitimava que determinadas pessoas poderiam ser escravizadas, principalmente no século XIX com a questão do darwinismo social (Ver item “Para você saber mais” - GELEDÉS, 2014).
Fonte:
BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL. Gravura de Jean-Baptiste Debret Lavadeiras no rio, livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil - 1835. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon326377/icon326377_127.jpg>. Acesso em: 25 mar. 19.
GELEDÉS. Darwinismo social, racismo e dominação - uma visão geral. Portal Geledés, 24 de março de 2014. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/darwinismo-social-racismo-e-dominacao-uma-visao-geral/>. Acesso em: 29 abr.19.
Sistematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Em grupos de até quatro pessoas, os educandos deverão criar um Glossário que organize os conhecimentos dos mesmos acerca da aula. Alguns elementos são importantes, como: período histórico que representa, as semelhanças e as diferenças, as formas de trabalho, e de que forma este conceito esteve presente nos períodos a qual pertencem. As representações deverão estar de acordo com a definição que os educandos colocarem. O Glossário é interativo porque, depois de criarem dentro dos grupos, os educandos criarão um Glossário conjunto para que seja fixado na sala de aula.
Modelo do Glossário (professores): https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/UeYSHDZU7eMhreV54r9Cjk2ZRUc63V9wfJxuNdvzdyM2k7kttEuc7xUkuM5W/his07-15un02-glossario-professores.pdf
Modelo do Glossário (alunos):
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, print ou link), Whatsapp, E-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Mentimeter, Kahoot.
Contexto
O objetivo desta aula é analisar os aspectos cotidianos de trabalho da servidão medieval e da escravidão moderna que permitem diferenciá-las.
Para desenvolvê-la com os seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui), os materiais e orientações necessários. As devolutivas dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Disponibilize a definição para os alunos: “Estado ou condição de quem está sob o controle de algo, dependência, submissão, sujeição”. Proponha a pergunta, para reflexão:
- Qual nome vocês dão para alguém que vivencia algo semelhante a isso?
Tal pergunta pode ser disponibilizada previamente, no formato de uma enquete ou, se estiver em um momento síncrono, podem construir colaborativamente uma nuvem de palavras (ambas opções podem ser feitas por meio do Mentimeter, veja como usá-lo: enquete e nuvem de palavras).
Disponibilize o conceito de servidão (disponível aqui) e proponha que reflitam:
- Vocês haviam pensado no conceito de servidão para aquela definição? Qual a diferença entre servidão e escravidão?
Problematização
Convide-os a investigarem o que seria a condição de servidão. Disponibilize a imagem da Fonte 1 e o texto da “Descrição da Fonte”, localizado nas orientações do slide. Os estudantes devem analisar:
- De quando é a imagem?
- Como as pessoas estão representadas (como são, o que fazem, que instrumentos utilizam)?
- Segundo Castro, como as pessoas se tornavam servas?
- Quais eram as principais características da servidão medieval?
Depois, convide-os a investigarem o que seria a condição de escravidão moderna. Disponibilize a imagem da Fonte 2 e o texto da “Descrição da Fonte”, localizado nas orientações do slide. Eles devem analisar:
- De quando é a imagem?
- Como as pessoas estão representadas (como são, o que fazem, que instrumentos utilizam)?
- Em que a imagem se diferencia e se parece com a primeira?
- Segundo o texto, como a escravidão moderna se diferenciava da servidão medieval?
Promova um momento de interação entre os alunos, para que compartilhem as conclusões quanto a diferenciação dos conceitos, seja por meio de mensagens, enquete, quiz (podem ser feitos com o Mentimeter, veja como aqui) ou participação em videoconferência.
Sistematização
Organize um jogo de “Fake ou Fato” para promover a interação da turma e o conhecimento acerca dos conceitos apreendidos. Para isso, você pode pedir que os alunos enviem algumas sentenças para desafiar os colegas e/ou você mesmo pode disponibilizar as sentenças para que eles avaliem (utilize o material disponibilizado como gabarito no documento glossário para construí-las). Se tiver possibilidade de utilizar o ambiente virtual, é interessante organizar o jogo no Kahoot (veja como usá-lo aqui).
Convite às famílias
Jogos são uma ótima maneira de interagir e aprender. Sugira que participem, junto aos alunos, de uma rodada de “Fake ou Fato”, a respeito dos conceitos de servidão e escravidão moderna. Para consulta, podem utilizar também o artigo:
- ABRANTES, Beatriz. Escravidão e servidão: qual a diferença? Stoodi, 27 mai. 2020. Disponível aqui. Acesso em: 20/06/2020.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Ruhama Sabião
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: Lógicas comerciais e mercantis da modernidade.
Objeto(s) de conhecimento: As lógicas internas das sociedades africanas.As formas de organização das sociedades ameríndias.A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI15 Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo e à servidão medieval.
Palavras-chave: Escravidão, servidão, tráfico de escravizados.