Transcrição da Fonte 2
Plano de Aula
Plano de aula: O comércio de pessoas e o funcionamento do tráfico de escravizados
Plano 5 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Tráfico negreiro
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI16, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Cartolina, canetas hidrográficas ou giz de cera, lápis ou caneta.
Material complementar:
Transcrição da fonte 1 - https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/JTNQC6jwTDWVhmUVfKU9fHcPQHwQavSHG6XmJZweQWJf6RJaTbnSjSxuTdWV/his7-16un05-transcricao-da-fonte-2.pdf
Fonte:
Alencar, Rivadavia Pereira de. Recibo passado por Rivadavia Pereira de Alencar, em nome de Antônio da França Alencar, pela venda de um escravo de nação crioulo pela quantia de duzentos e cinqüenta mil réis. Acervo da Biblioteca Digital Luso-Brasileira, 1851. Disponível em: <http://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16686>. Acesso em: 22 abr. 19.
Para você saber mais:
BRASIL. Saiba como ajudar a combater o tráfico de pessoas. Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 10 de dezembro de 2012. Disponível em: <http://cnj.jus.br/noticias/cnj/59615-saiba-como-ajudar-a-combater-o-trafico-de-pessoas>. Acesso em: 16 abr. 19.
DIAS, Elainne Cristina Jorge. Retrato falado: o perfil dos escravos nos anúncios de jornais da Paraíba (1850-1888). 2013. 167 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: < https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/5992>.
Acesso em: 22 abr. 19.
ONU BRASIL. Agência da ONU apresenta campanhas para impulsionar combate ao tráfico de pessoas. ONU BRASIL, 28 de agosto de 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencia-da-onu-apresenta-campanhas-para-impulsionar-combate-ao-trafico-de-pessoas/>. Acesso em: 16 abr. 19.
PORTAL GELEDÉS. Anúncios de escravos: os classificados da época. Portal Geledés, 12 de maio de 2015. Disponível em: < https://www.geledes.org.br/anuncios-de-escravos-os-classificados-da-epoca/>. Acesso em: 22 abr. 19.
ALENCASTRO, Luiz Felipe. História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
SANTOS, Ynaê Lopes dos. História da África e do Brasil afrodescendente. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2017.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Apesar de a palavra tráfico ser tratada na História sempre ligada à escravização dos povos africanos e ao comércio transatlântico, também é utilizada para tratar de todo comércio ilícito, de armas, de animais, de pessoas, e poder ser observado até a atualidade. Há projetos de combate ao tráfico nas suas mais variadas formas, mas principalmente ao tráfico de pessoas. O objetivo deste plano de aula é compreender os aspectos comerciais que envolviam o tráfico de escravizados dos séculos XVI ao XIX em contraponto com o tráfico hoje.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slide e ao subsequente.
Orientações: O Contexto traz à reflexão o assunto do tráfico de pessoas, mas abordado em um contexto mais atual. Desta forma, as questões direcionadas aos estudantes estão no próximo slide e só podem ser respondidas com base na descrição da fonte e no que ela representa.
Descrição da fonte:
A fonte em questão se trata de uma campanha, realizada pelo governo do Estado de Mato Grosso, em ação do Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de pessoas (CETRAP) e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) contra o tráfico de pessoas. A fala apresentada “Mãe, um moço me achou linda. Disse que eu posso ser uma modelo internacional” faz alusão a uma das práticas de tráfico de pessoas da atualidade, em que falsos convites são feitos a meninas e meninos com a proposta de ser modelos em outro país, mas na verdade é para trabalho escravo ou ilegal. Ademais, a campanha traz a frase de efeito “Liberdade não se vende. Dignidade não se compra”, que pode ser destacada com os estudantes, para utilizar não somente neste plano, mas para outros momentos da História que os mesmos estudam, e até mesmo para suas vidas.
Fonte:
MATO GROSSO. Combate ao tráfico de pessoas. Governo de Mato Grosso, 25 de novembro de 2015. Disponível em: <http://www.mt.gov.br/-/combate-ao-trafico-de-pessoas>. Acesso em: 16 abr. 19.
Para você saber mais:
BRASIL. Saiba como ajudar a combater o tráfico de pessoas. Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 10 de dezembro de 2012. Disponível em: <http://cnj.jus.br/noticias/cnj/59615-saiba-como-ajudar-a-combater-o-trafico-de-pessoas>. Acesso em: 16 abr. 19.
ONU BRASIL. Agência da ONU apresenta campanhas para impulsionar combate ao tráfico de pessoas. ONU BRASIL, 28 de agosto de 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencia-da-onu-apresenta-campanhas-para-impulsionar-combate-ao-trafico-de-pessoas/>. Acesso em: 16 abr. 19.
Contexto
Orientações: De acordo com a fonte e a descrição apresentadas anteriormente, pode-se perceber que ainda hoje existe o tráfico de pessoas, mesmo que por motivações e envolvendo sujeitos diferentes do que em outros tempos. As pessoas podem ser traficadas por diferentes motivos, por exemplo: por ser vítimas da ilusão de uma proposta de vida melhor; por não ter outras opções ou oportunidades durante a vida; por ter sido forçadas ou ameaçadas. É importante que os estudantes reflitam sobre a ideia do tráfico de pessoas, no tratamento de pessoas como mercadorias, para que
assim, durante a Problematização, consigam entender o tráfico de escravizados e como funcionava este tipo de comércio.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slides e aos dois subsequentes.
Orientações: As questões a ser realizadas com os estudantes estão no terceiro slide da Problematização.
Descrição da fonte:
A fonte em questão trata-se de um anúncio de venda de escravizados, especificamente, de uma mulher, no século XIX. Destacam-se as atribuições
dadas à mulher “bem desembaraçada para o serviço doméstico e muito sadia”. Por que estas características poderiam chamar a atenção em uma venda? Nota-se também que uma propaganda logo remete a um produto, e, neste caso, o produto é uma pessoa escravizada. Ao realizar as perguntas aos estudantes é preciso atentar para isso.
Fonte:
SÃO PAULO ANTIGA. Os repugnantes anúncios de escravos em jornais do Século 19. São Paulo Antiga, 5 de julho de 2013. Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/anuncios-de-escravos/>. Acesso em: 16 abr. 19.
Para você saber mais:
DIAS, Elainne Cristina Jorge. Retrato falado: o perfil dos escravos nos anúncios de jornais da Paraíba (1850-1888). 2013. 167 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: < https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/5992>.
Acesso em: 22 abr. 19.
PORTAL GELEDÉS. Anúncios de escravos: os classificados da época. Portal Geledés, 12 de maio de 2015. Disponível em: < https://www.geledes.org.br/anuncios-de-escravos-os-classificados-da-epoca/>. Acesso em: 22 abr. 19.
Problematização
Orientações:
Descrição da fonte:
A fonte é de 1851, da cidade do Rio de Janeiro, e trata-se de um recibo de venda de um escravizado. Os dizeres salientam que a origem do escravizado é “criolo”, ou seja, apaga-se uma memória de qual seria sua composição étnica, e ainda o coloca como uma mercadoria, atribuindo suas características e um valor por sua venda. O tratamento de pessoas como mercadorias é o que deve ser ressaltado nas perguntas relacionadas a esta fonte que estarão no próximo slide.
Transcrição da fonte:
Fonte:
ALENCAR, Rivadavia Pereira de. Recibo passado por Rivadavia Pereira de Alencar, em nome de Antônio da França Alencar pela venda de um escravo de nação crioulo pela quantia de duzentos e cinqüenta mil réis. Acervo da Biblioteca Digital Luso-Brasileira, 1851. Disponível em: <http://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16686>. Acesso em: 22 abr. 19.
Problematização
Orientações: Após a análise conjunta das duas fontes referenciadas, os estudantes deverão ser instigados a pensar na funcionalidade das mesmas no seu dia a dia, em como elas eram utilizadas no contexto em que estavam inseridas, qual seja, o século XIX. Para isso, é preciso instigar os estudantes a lembrar de anúncios que os mesmos já tenham visto na internet, na televisão, ou até mesmo em revistas e jornais, o que é mais raro na atualidade.
Com base nos anúncios que eles levantaram, o docente deve levá-los a pensar no que estes anúncios vendem, quais características apresentam sobre o produto, entre outros aspectos que os próprios estudantes podem levantar. O objetivo é comparar estes anúncios conhecidos por eles com o apresentado na Fonte 1, e da mesma forma com o recibo de venda, em que ambos demonstram seres humanos tratados como mercadorias com fins comerciais. Estas fontes se relacionam com o tráfico, pois estes escravizados vendidos e anunciados eram trazidos pelo navio negreiro, do tráfico transatlântico. E relaciona-se com o tráfico na atualidade, pois pessoas ainda são vendidas e traficadas, ainda que ilegalmente.
Sistematização
Tempo sugerido: 17 minutos.
Orientações: Nesta etapa, os estudantes deverão se dividir em duplas para criar, com base na percepção deles, um anúncio contra o tráfico de pessoas. Pode ser criado tanto em cartazes (de preferência) quanto em papel sulfite, desde que atinja o objetivo de realizar uma ação em prol de uma causa com base no que foi aprendido na aula de História, ou seja, direcionando as ações do presente, pelo entendimento sobre o passado e com perspectivas no futuro.
Os estudantes não precisam seguir um modelo proposto pelo educador, pelo contrário, devem deixar sua própria criatividade tomar corpo neste momento.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, print ou link), Whatsapp, E-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, YouTube.
Contexto
O objetivo desta aula é compreender os aspectos comerciais relacionados ao tráfico de escravizados do século XVI ao século XIX.
Para desenvolvê-la com os seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui), os materiais e orientações necessários. As devolutivas dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Para sensibilizar os alunos quanto ao tema da aula, disponibilize um curto vídeo com uma animação: Tráfico de Pessoas - Mercado de Gente. Escravo nem pensar. YouTube, 05 mar. 2015. Disponível aqui. Acesso em: 22/06/2020. Peça que reflitam:
- Por quais motivos as pessoas são traficadas?
- Você acha que em outros momentos da História houve outros motivos?
Problematização
Nesta etapa, o objetivo é a compreensão de que os escravizados africanos eram entendidos como uma mercadoria lucrativa. Disponibilize os documentos das Fontes 1 e 2. Oriente-os a fazerem a leitura e, com base nelas, refletirem sobre todas as possibilidades de se extrair lucro a partir da escravização de apenas um sujeito.
Peça para explicarem como é possível adquirir lucro em cada uma das etapas:
- Lucro na venda de escravizados
- Lucro na exploração do trabalho
- Lucro na exploração dos descendentes
Para aprofundamento quanto às diferentes funções empreendidas por esses escravizados no Brasil, além do trabalho no campo, é interessante que leiam o texto: CARVALHO, Leandro. "Formas do trabalho escravo no Brasil"; Brasil Escola. Disponível aqui. Acesso em 24 de junho de 2020.
Sistematização
Organizem uma campanha educativa sobre o tráfico de pessoas na atualidade. Oriente-os a gravarem um vídeo curto explicando sobre como essa prática ocorreu no passado e permanece no presente, esclarecendo como se pode preveni-la. É importante que divulguem o disque denúncia (Disque: 100 ou 180). Indique que acessem o material para ter mais informações a respeito: Tráfico de Pessoas. CNJ. Disponível aqui. Acesso em: 22/06/2020.
Eles podem criar uma hashtag que represente a campanha, para publicar junto com os vídeos nas redes (veja como usar aqui).
Convite às famílias
Para uma reflexão acerca da História do tráfico de pessoas no Brasil, recomenda-se: Escravidão - Flávio Gomes. Entrevista - Canal Futura. YouTube, 15 abr. 2016. Disponível aqui. Acesso em: 22/06/2020.
Tráfico de Pessoas. CNJ. Disponível aqui. Acesso em: 22/06/2020.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Ruhama Sabião
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: Lógicas comerciais e mercantis na modernidade.
Objeto(s) de conhecimento: As lógicas internas das sociedades africanas. As formas de organização das sociedades ameríndias. A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI16 Analisar os mecanismos e as dinâmicas de comércio de escravizados em suas diferentes fases, identificando os agentes responsáveis pelo tráfico e as regiões e zonas africanas de procedência dos escravizados.
Palavras-chave: Escravidão, tráfico de escravizados, comércio atlântico.