Projeto
Plano de Aula
Plano de aula: Práticas Escolares
Plano 3 de uma sequência de 4 planos. Veja todos os planos sobre Escambo de ideias simples e poderosas
Sobre o plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Resumo da sequência: a sequência “Escambo de ideias simples e poderosas” objetiva fazer o diagnóstico de situações presentes no contexto dos alunos, incluindo a participação da família e um olhar crítico sobre diversos aspectos presentes na escola. A partir do diagnóstico, coletivamente, devem escolher uma situação que atenda às necessidades do grupo e, a partir dela, elaborar propostas para mudança. Cada plano (essa sequência propõe 4 planos com previsão de duas aulas cada - 100 minutos cada) contemplará uma etapa desse desenvolvimento para que, ao final do quarto plano, as ações possam ser efetivadas no dia a dia dos estudantes.
Sobre esse plano: essa proposta faz parte de uma sequência de 4 planos de aula que têm como ideia central possibilitar a investigação, reflexão e escolhas, tendo como ponto de partida a análise crítica da realidade na qual estudantes e escolas estão inseridos. Ele está previsto para ser desenvolvido em uma aula de 100 minutos, e precisa ter como pré requisito o desenvolvimento dos planos “Diagnóstico do espaço escolar” e “Planejamento coletivo”, dessa sequência. Nesse plano, o objetivo principal é colocar em prática as ações que foram planejadas como forma de resolver o problema diagnosticado. A partir da escolha de um problema que representa a turma, os alunos deverão organizar e colocar em prática uma das ações. Todo desenvolvimento deve culminar com um projeto permanente da escola. Dessa forma, a ação disparadora objetiva sensibilizar toda escola e, ao mesmo tempo, apresentar a temática para os demais alunos. Essa apropriação reforça a importância do trabalho coletivo e cooperativo, e reflete a construção de habilidades úteis para a educação empreendedora.
Com o planejamento e a escolha da problemática mais emergencial para serem resolvidos feitos, os estudantes deverão, efetivamente, desenvolver ações práticas que possibilitem as intervenções necessárias no espaço escolar. Como primeira etapa e considerando que o problema diagnosticado deve pertencer a toda a escola, o movimento inicial objetiva apresentar a proposta, sensibilizar e, ao mesmo tempo, envolver os demais alunos em práticas futuras.
A sequência inclui as habilidades EF35LP15, EF05HI04, EF04GE03, EF05GE11 e EF05GE12, presentes na BNCC. Como as habilidades devem ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, você observará que elas não serão contempladas na totalidade aqui.
Algumas competências gerais previstas na BNCC foram selecionadas para serem trabalhadas com maior ênfase nesse plano:
7 - Argumentação - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
9 - Empatia e cooperação - Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10 - Responsabilidade e cidadania - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Lembre-se de que muitos alunos podem sentir dificuldade em planejar, por essa não ser uma ação comum entre eles. Construa tudo progressivamente, favorecendo a apropriação dos conhecimentos significativos sobre o assunto. A intencionalidade docente e a mediação permeiam todo processo e potencializam essa construção. Não é necessário que todos da turma façam tudo ao mesmo tempo. A designação de funções específicas é importante para que as potencialidades individuais sejam úteis para o movimento coletivo. Caso a organização da escola e o número de turmas comprometam a apresentação pelos próprios alunos, o professor de cada turma pode multiplicar as ideias e apropriar os estudantes das discussões que serão desenvolvidas.
Organização das aulas: a aula será organizada a partir da situação escolhida pela turma. Inicialmente, é necessário designar os papéis de cada aluno da turma protagonista. Em seguida, os demais alunos e funcionários da escola terão a oportunidade de opinar sobre possíveis contribuições para o projeto que será montado. Realize uma conversa prévia nas demais turmas para que todos compreendam que a ideia agora passa a ser de todos. Painéis serão fixados no pátio da escola ou, caso já tenham um espaço para registro coletivo, o mesmo pode ser usado. Após uma apresentação geral feita pelos professores de cada turma no pátio da escola, os alunos das outras turmas anotarão contribuições e poderão esclarecer dúvidas com os grupos da turma referência (estamos chamando de turma de referência a que fez o diagnóstico e escolheu o problema para ser resolvido coletivamente). De posse dessas informações e com as ideias agora sendo responsabilidade de toda a escola, as tarefas serão distribuídas e o projeto de intervenção montado.
Atenção, professor: não se esqueça de registrar imagens das etapas propostas. Elas serão úteis no último plano desta sequência e têm relação com a culminância do projeto proposto.
Ação prévia: como essa ação envolve a participação das outras turmas, é essencial realizar uma conversa com os demais professores para contextualizar a proposta. Eles serão os multiplicadores com suas turmas, envolva-os no movimento inicial de sensibilização. Os professores, apoiados pela gestão, devem dispor de uma aula para conversar com as turmas sobre as situações presentes na escola e que podem causar incômodo. Fale sobre a importância do pensar e agir coletivamente e, caso seja necessário, apresente para as turmas os problemas considerados mais emergenciais e o que levou a escolha de apenas um deles, indicando que agora fará parte das ações de todos na escola. A equipe escolar deve decidir, em função das especificidades da turma, se a contribuição no mural coletivo será feita livremente pelos alunos ou se cada turma fará isso coletivamente. Se a escola for muito grande e numerosa, a sugestão é para que façam uma discussão prévia nas salas e depois o que for discutido possa compor o mural, estabelecendo as responsabilidades de cada turma na execução das próximas etapas. A escola deve se organizar com um cronograma prévio em que cada turma, em horário específico, vai até o pátio para realizar contribuições no mural.
Alinhamento da sequência com a Educação Empreendedora: nessa fase da sequência, além das escolhas, respeito à opinião alheia, protagonismo e envolvimento no contexto escolar e das famílias, já potencializadas nas etapas anteriores, o planejamento, persistência, autoconfiança e a busca de informações estarão mais evidentes. Temos uma situação central que foi selecionada pela turma e que nesse momento deve compor a necessidade de toda escola. Sendo assim, o agir e as propostas de experimentação devem favorecer a sensibilização das outras pessoas que precisam ser “convencidas” de que o problema é real e, de fato, representa toda escola. É importante que as crianças se percebam como sujeitos ativos dessas ações e possam interagir na busca de soluções.
Materiais necessários: três murais para anotações (pode ser um espaço fixo que a escola já possua ou várias folhas de flip chart/cartolinas/outro tipo de material que tenha espaço suficiente para as contribuições). O tamanho desse espaço deve considerar a quantidade de turmas da escola. Caso tenham muitas turmas, divida as informações de maneira coletiva, isso requer um planejamento prévio com as professoras que organizam as ideias nos pequenos grupos e levarão para o mural a decisão de cada turma e não de cada aluno.
Possibilidade de adaptação: em vez de usar os papéis, caso a escola tenha recursos tecnológicos disponíveis, as informações e sugestões podem ser postadas no Padlet, um mural coletivo, colaborativo e que possibilita uma construção mais sustentável. Você consegue acessá-lo pelo link https://pt-br.padlet.com/
Para saber mais:
Tendo em vista que, a partir dessa etapa a ideia é a construção de um projeto institucional, sugerimos o aprofundamento deste estudo a partir da leitura do material intitulado “14 perguntas e respostas sobre projetos didáticos” disponível no site da Nova Escola que você pode acessar pelo link https://novaescola.org.br/conteudo/424/14-perguntas-e-respostas-sobre-projetos-didaticos Acesso em: 1º de março de 2020.
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: apresente o slide para a turma e oriente uma roda de conversa que tenha como questionamentos:
- O que causa as enchentes?
- De quem é parte da responsabilidade pelos danos causados?
- Existe algo que possamos fazer sob o ponto de vista natural? E social?
- É um problema individual ou coletivo?
- E as mudanças? São individuais ou coletivas?
Favoreça a compreensão sobre a importância de ações coletivas e que incluem a mudança de comportamento das pessoas. Explique que a chuva faz parte de um ciclo natural da água em nosso planeta, no entanto, o descarte inadequado de resíduos sólidos, conforme apresentado na segunda imagem. Reforce que esse material, somado à impermeabilização do solo, compromete o escoamento da água e isso causa enchentes, portanto, é um problema social e que depende de intervenções coletivas para que a mudança aconteça. Discuta com eles que, às vezes, as pessoas nem percebem o problema por que não são afetadas diretamente por eles. Explique que, por isso a sensibilização é tão importante.
Utilize essa contextualização para explicar que chegou o momento de envolver as demais turmas da escola na solução do problema escolhido por eles nas aulas anteriores. O objetivo é fazer com que percebam o que a turma observou e se envolvam para desenvolver ações colaborativas que objetivam resolver o problema que é de todos e não apenas da turma que o observou.
Possibilidade de adaptação: caso não seja possível projetar o material, leve as imagens previamente impressas para mediar a discussão tendo como foco a importância da coletividade, do envolvimento e da sensibilização para que a mudança aconteça.
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: a proposta nesse momento é que os alunos escolham os papéis que pretendem assumir durante o desenvolvimento do projeto. Reforçar que todos trabalharão cooperativamente com as outras turmas e que essa subdivisão terá uma pessoa de referência para o acompanhamento de cada etapa do projeto. Como a escola toda estará envolvida, em cada turma teremos as mesmas representatividades.
Alguns termos podem ser desconhecidos, explique o que significa cada função e quais atividades o aluno responsável precisará desenvolver, quais responsabilidades e formas de participação.
Permita que escolham e tenha o cuidado de garantir que em todas as funções tenham alunos inscritos e que as potencialidades de cada criança sejam consideradas nas escolhas.
A informação do slide é apenas uma sugestão que você pode adaptar de acordo com as especificidades da escola e do grupo.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 50 minutos
Orientações: com as turmas previamente sensibilizadas, é hora de vivenciar o movimento de posicionamento dos demais alunos ante o problema escolhido.
Leve os alunos para perto dos murais e, de acordo com a função já especificada, organize-os para recepcionar as demais pessoas da escola e esclarecer dúvidas, caso surjam. Divida as turmas de acordo com cada coluna da tabela proposta e espalhadas em pontos espaçados pelo pátio da escola, de forma que não tenham atropelos no preenchimento e na circulação das outras turmas.
A escola deve ter se organizado previamente para este movimento de modo que cada turma deve ter seu horário específico de contribuição.
Observe atentamente a articulação dos alunos e, se for necessário, realize intervenções nas explicações para complementar as ideias. Lembre-se de que essa etapa de sensibilização, sendo colocada em prática de maneira eficaz, possibilita o envolvimento dos demais estudantes e toda a escola colabora com o alcance das metas.
O mural deve conter as seguintes colunas: O que eu posso fazer/O que minha turma pode fazer/O que a escola pode fazer.
Explique que cada criança deve escrever na coluna correspondente as reflexões e identificar na frente nome e turma. No caso de alguma criança não ser alfabetizada, seja o escriba da turma.
Observação: caso a escola seja muito grande e tenhamos a inviabilidade de fazer esse movimento individualmente, os professores podem dialogar com as turmas, explicar a proposta e fazer as contribuições coletivamente. Essa explicação também pode ser feita pela própria turma passando pelas salas e contextualizando a ideia do projeto. Depois, recolha as contribuições e entregue na sala de referência para que os alunos preencham o mural, socializado com toda escola no decorrer dos dias.
Fechamento
Tempo sugerido: 25 minutos
Orientações: com o mural preenchido, solicite que a turma de referência compile as informações apresentadas e organize subgrupos para o desenvolvimento das demais práticas que farão parte do projeto.
Nesse momento, pensem na organização de um cronograma para o desenvolvimento das atividades sugeridas.
Auxilie os alunos a pensarem nessas etapas a partir do mural, pois é esse olhar que garante o envolvimento de toda a escola. Discuta com a turma quanto tempo acreditam ser necessário para a resolução do problema e sistematize o projeto.
Nesse momento, o objetivo é compilar as ideias e começar o preenchimento das informações conforme sugerido no material disponível nos materiais complementares. Lembre-se de que é apenas uma sugestão e que outras informações podem ser consideradas de acordo com a problematização feita na escola.
Observação: depois de formalizada a proposta, ela deve passar pela apreciação das demais turmas para que as outras etapas sejam então iniciadas.
Fechamento
Tempo sugerido: 5 minutos
Orientações: realize uma roda de conversa com a turma e construam coletivamente um registro que traga as principais aprendizagens do dia e os desafios para que possam colocar a proposta em prática.
Ouça os alunos e registre suas considerações. Elas externam sentimentos, desejos e preocupações que podem potencializar ainda mais o projeto que está sendo coletivamente construído.
A sequência “Escambo de ideias simples e poderosas” parte de um diagnóstico de situações incômodas que culminam com a organização de um projeto de mudança.
Isso pode ser feito em qualquer espaço e permite a mobilização da coletividade. Sendo assim, a proposta é que, juntamente com as famílias, seja feita uma roda de conversa onde todos possam falar sobre situações incômodas nas quais a mudança dependa da atitude de todos da casa.
Podem surgir questões como: desperdício de energia, de água, organização dos espaços individuais, organização e limpeza dos espaços de uso coletivo, entre outras questões.
Com o diagnóstico feito, cada um tem um papel atribuído para que a mudança aconteça.
Oriente que a família construa um painel do desafio onde cada conquista possa ser comemorada por todos de uma forma diferente.
Este plano de aula foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Eliane Siqueira
Mentor: Renata Monaco
Especialista de Educação Empreendedora: Paulo Andrade
Habilidade da BNCC:
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF05GE11) Identificar e descrever problemas ambientais que ocorrem no entorno da escola e da residência (lixões, indústrias poluentes, destruição do patrimônio histórico etc.), propondo soluções (inclusive tecnológicas) para esses problemas.
(EF05GE12) Identificar órgãos do poder público e canais de participação social responsáveis por buscar soluções para a melhoria da qualidade de vida (em áreas como meio ambiente, mobilidade, moradia e direito à cidade) e discutir as propostas implementadas por esses órgãos que afetam a comunidade em que vive.
(EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.
(EF04GE03) Distinguir funções e papéis dos órgãos do poder público municipal e canais de participação social na gestão do Município, incluindo a Câmara de Vereadores e Conselhos Municipais.
Objetivos específicos:
- Desenvolver ações práticas para a resolução de problemas;
- Relacionar as ações planejadas com o cotidiano da escola;
- Executar uma ação de melhoria para problemas diagnosticados pelos grupos;
- Construir coletivamente uma proposta institucional.
Componentes:
Língua Portuguesa, História e Geografia.
Materiais Necessários:
Três murais para anotações (pode ser um espaço fixo que a escola já possua ou várias folhas de flip chart/cartolinas/outro tipo de material que tenha espaço suficiente para as contribuições). O tamanho desse espaço deve considerar a quantidade de turmas da escola. Caso tenham muitas turmas, divida as informações de maneira coletiva, isso requer um planejamento prévio com as professoras que organizam as ideias nos pequenos grupos e levarão para o mural a decisão de cada turma e não de cada aluno.