Atiidade para impressão - Solicitação de material
Plano de Aula
Plano de aula: Produzindo som com corpo e materiais de largo alcance
Plano 5 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Sons do corpo e do ambiente
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Antecipar diferentes materiais de largo alcance como tecidos, rolos de diferentes tamanhos e espessuras, canos, caixas, bacias, blocos de espuma, conduíte plástico, latas de leite, tocos de madeira, entre outros. É importante estabelecer com antecedência a parceria com a família, compartilhando a proposta mediante um bilhete e solicitando colaboração para arrecadação destes materiais. Veja sugestão de bilhete aqui. Vale ressaltar que essa proposta é melhor vivenciada pelas crianças que já andam. Contudo, os bebês menores poderão participar com o apoio dos adultos presentes. Nesse sentido, é importante que seja construído um instrumento por bebê.
Materiais:
Materiais de largo alcance organizados em estações e agrupados por similaridades sonoras, conforme sugestões abaixo:
1ªEstação: objetos de metais (latas, colheres, tampas de panelas, dentre outros).
2ªEstação: objetos de madeira (tocos de madeira, caixotes, pilão, dentre outros).
3ªEstação: objetos de plástico (potes de sorvete, tampas, garrafas pets, copos).
4ªEstação: objetos silenciosos (espumas, plumas, tecidos, manta acrílica, algodão).
4 tecidos de aproximadamente 1m x 2m (podem ser colchas, lençóis, toalhas, cangas ou tapetes, o importante garantir um para cada estação).
1 cesto para atividade de itinerância.
1 caderno para registro.
Câmera ou celular para registrar.
Espaços:
Realize a atividade na área externa em um ambiente que seja conhecido pelos bebês. Selecione os materiais e agrupe-os por similaridade sonora. Organize estações de pesquisa e investigação sonora com um conjunto de elementos de metais, outro de madeira, um com plásticos e mais um com materiais leves e silenciosos. Você pode organizá-los sobre tapetes ou tecidos. Esta organização irá contribuir para potencializar a percepção dos bebês frente aos diferentes timbres sonoros produzidos a partir destes objetos.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Durante as brincadeiras propostas, de que modo os bebês exploram os materiais de largo alcance disponíveis para produzir sons?
2. Como se deram as vivências dos bebês durante esta experiência sonora: trocaram objetos entre si, imitaram as ações dos colegas ou moveram-se em direção a outros materiais?
3. Ao observar a interação dos bebês com os materiais de largo alcance, é possível elencar aqueles que mais despertaram interesse dos bebês?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Considere as singularidades de cada bebê durante as situações de interações e brincadeiras. Viabilize a participação de todos mediante antecipação dos recursos necessários para aqueles que estão na condição de permanecerem deitados e aos que já sentam, de forma que todos ampliem as possibilidades de manuseio dos diferentes materiais. Propicie espaços de mobilidade para aqueles que já se locomovem com independência.
O que fazer durante?

1
Conte para os bebês que você separou alguns materiais sonoros para brincar com eles na área externa. Instigue-os falando sobre as características destes objetos ao balançar uma lata de leite com um objeto dentro (antecipando um dos sons que irão explorar). Pergunte quem gostaria de sair com você para participar. É desejável que sua expressão comunique aos bebês novidade, expectativa, surpresa. Ao chegar ao local da proposta, encoraje os bebês a se aproximarem dos materiais. Deixe aqueles que têm independência se locomoverem, explorarem as estações de acordo com seus interesses. Garanta a participação de todos aproximando os bebês que necessitam de auxílio para locomoção e manipulação dos materiais dispostos. Fique atento às expressões, favorecendo seus interesses quanto a troca de local e/ou de objetos.
2
Enquanto os bebês vivenciam as pesquisas sonoras nos pequenos grupos, duplas ou individualmente, observe como relacionam-se com os objetos. Note suas descobertas e potencialize as iniciativas mediante a brincadeira com o som. Aproxime-se do bebê que brinca individualmente com conduíte e brinque com ele. Passe um objeto pela textura corrugada deste elemento para que a criança note o novo som produzido a partir da sua ação. Observe o grupo que deu significado sonoro as colheres de pau, toque com eles, alterne gestos pausados e acelerados, fortes e fracos, inspirando as ações dos bebês. Veja a dupla que empilha latas, apoie suas iniciativas e, quando a “torre” cair, destaque o som. Realize estas intervenções ao longo da proposta favorecendo a escuta, curiosidade e descoberta.
3
Ainda na proposta de atribuição de significado sonoro aos materiais de largo alcance mediante a exploração dos bebês, observe os que trocaram de estações e incentive as crianças a realizarem a troca de espaço a partir da ação dos colegas. Neste momento, passe de estação em estação, dê uma paradinha e converse com os bebês. Entre na brincadeira com eles, mostrando os timbres dos diferentes instrumentos e ampliando as possibilidades sonoras já exploradas por eles até o momento. Faça isso em todos os espaços e convide os bebês a visitarem as outras estações. Esteja atento e ajude os bebês que não possuem independência para andar ou engatinhar a terem garantido o direito de escolha. Nesse contexto, auxilie os bebês em suas necessidades de locomoção e valide seus interesses.
Possíveis falas do professor neste momento: aqui nós temos a estação de metal, vejam o som dos metais, é mais agudo. Já nesta estação temos apenas objetos de madeira e, geralmente, os sons emitidos por estes materiais são mais graves.
4
Observe os bebês que, ao trocarem de estação, levam consigo os objetos com os quais estavam interagindo anteriormente, misturando-os. Potencialize suas ações encorajando e negociando trocas ou junção entre eles. Destaque esta ação para o grupo todo. Estenda um tapete ou tecido grande próximo ao centro do ambiente onde a proposta está sendo realizada e solicite a colaboração dos bebês para trazer os objetos ao “centro”. Explique que agora o desafio da brincadeira é produzir som com os objetos misturados.
Possíveis falas do professor neste momento: Olhe, o colega levou a colher de pau para a estação dos metais, que som será que vai fazer? Será que é diferente? Vamos misturar os materiais?
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Agora que os bebês avançaram nas suas pesquisas, faça intervenções para que percebam como o movimento de seus corpos sobre os materiais de largo alcance estão intrínsecos à produção sonora. Encoraje-os a produzir novos sons inspirados pelos movimentos corpóreos dos colegas.
Possíveis ações das crianças neste momento: Um bebê vê que quando o colega passa os dedos sobre a textura corrugada do conduíte é emitido um som suave e imita-o. Outro encaixa suas mãos na alça de duas tampas de panelas e as bate simultaneamente (o professor incentiva o pequeno grupo a voltar sua atenção para essa ação e eles demonstram interesse em fazer o mesmo movimento).
Para finalizar:
Explique aos bebês que a proposta está chegando ao final, mas que na sala haverá um cesto com um pouco de cada material utilizado que será enviado para a casa, a fim de que possam brincar com seus familiares. Explique que outra parte ficará acessível a eles na sala. Solicite ajuda para organizar o ambiente e comunique a próxima atividade. De preferência para algo mais silencioso, como a leitura de uma história e manipulação de livros.
Desdobramentos
Disponibilize os materiais de largo alcance em outras situações do cotidiano da escola como parque ou brincadeiras na área externa. Deixe estes objetos como uma possibilidade a mais de descobertas e experiências, considerando o princípio da livre escolha dos bebês. Confeccione um tapete ou painel sonoro (papelão grosso) com esses elementos fixados, propiciando experiências sonoras através do contato do corpo ao tocar, bater, apertar, pisar, arranhar etc. os objetos. Estes materiais podem ser levados a diversos locais.Confira o passo a passo para confeccionar um painel ou tapete, acessando: http://coruja-prof.blogspot.com/2017/06/como-fazer-um-painel-sensorial-para-as.html. Inspire-se no relato de uma professora para a construção de um tapete sensorial (https://carolcampos.wordpress.com/2012/01/22/recurso-pedagogico-como-fazer-um-tapete-ou-painel-sensorial/) e amplie seu repertório a partir de algumas fotos publicadas neste link: https://br.pinterest.com/pin/520517669423093565/.
Engajando as famílias
Ofereça às famílias a oportunidade de vivenciarem junto aos filhos as pesquisas sonoras com os materiais de largo alcance mediante um cesto itinerante. Providencie um caderno e envie junto com o material para que faça parte da documentação pedagógica. Nele, as famílias devem registrar por meio da escrita, fotos ou ilustrações, como foi essa experiência em casa. Aproveite a primeira parte do caderno para contextualizar a proposta. Veja sugestão de texto aqui.
Atividade para impressão
Apresente a proposta
Envie fotos de crianças fazendo sons com o corpo e materiais de largo alcance. Verifique se a equipe tem registros de momentos como esses para que você compartilhe junto, o que será ainda mais significativo para os bebês. De forma animada, aproveite para convidar: “Que tal descobrir juntos novos sons a partir do corpo e dos objetos que têm em casa?” Solicite que enviem registros desses momentos, contando sobre as vivências que tiveram. Envie por WhatsApp ou outra plataforma de comunicação com as famílias.
Adaptações necessárias
Considerando o contexto familiar, oriente que realizem essa proposta com os materiais que têm disponíveis em casa, respeitando as recomendações para esse momento. Por exemplo: poderão usar garrafas PET para fazer chocalhos com grãos dentro, dentre as várias opções que temos no plano. Se tiverem acesso a elementos naturais, poderão realizar a proposta no quintal. Enquanto estão envolvidos na atividade, oriente que uma pessoa tire as fotos. É fundamental que o bebê seja acompanhado durante toda atividade para garantir sua segurança.
Sugira às famílias
Convide os familiares a permitir que o bebê explore, brinque e escolha o que vai usar. Oriente-os a envolver o bebê no processo de produção e nos movimentos que produzirão as diversas investigações dos sons. Por exemplo: podem pegar um pote e colocar os elementos naturais, fechá-lo e ouvir os sons produzidos acompanhando uma música; depois, trocar os elementos por grãos. O familiar deve ajudar o bebê a diferenciar os sons. Nesse sentido, sugira que observem e ajudem a nomear as ações, reações e transformações. Para animar ainda mais, podem brincar de esconder/achar e encher/esvaziar, de forma divertida, dando leveza à proposta. Esse momento juntos produz memórias e une a família ainda mais nesse período em casa.
Para compartilhar com o grupo
Convide as famílias a enviar as fotos dos momentos de descobertas que essa atividade gerou. Reúna todos os registros numa apresentação digital (usando o Apresentações Google - disponível aqui - por exemplo) e compartilhe com as famílias para que se sintam estimuladas a participar também. Quando o período de isolamento social terminar, reveja os registros com os bebês e disponibilize o álbum para toda comunidade escolar da forma que sua escola costuma fazer isso. Você poderá ainda propor uma exposição interativa, em que as famílias sejam convidadas a levar o objeto sonoro produzido e experimentar essa vivência novamente, agora na escola e com a comunidade escolar. Assim, esse material se tornará um potente recurso para evocar memórias afetivas de casa, fazendo conexão direta com um momento na escola, apoiando o processo de retomada do convívio escolar com os envolvidos e firmando, de forma concreta, a parceria família-escola.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Tamira Paula Torres Martins de Souza
Mentora: Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: Corpo, gesto e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Objetivos e códigos da Base:
(EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.
(EI01ET06) Vivenciar diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas interações e brincadeiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).
(EI01CG05) Utilizar os movimentos de preensão, encaixe e lançamento, ampliando suas possibilidades de manuseio de diferentes materiais e objetos.
Abordagem didática: Os bebês adoram ouvir músicas, cantos de pássaros, cigarras, latidos de cachorro etc. A convivência com diferentes sons e ruídos traz descobertas, conhecimentos e curiosidade acerca do novo. A primeira fonte de exploração é o som do próprio corpo e do ambiente que nos cerca. Assim, levar os bebês a se atentar aos sons da natureza ou da escola os ajuda a desenvolver competências relevantes para processos de aprendizagem como escuta, atenção e distinção. Ao convidar os bebês para realizar sons com o próprio corpo, oferecemos a eles a oportunidade de construir a autoria de seus pensamentos e suas ações.