Atividade para Impressão - EDI1_08UND03 - Brincadeiras e interações no túnel
Plano de Aula
Plano de aula: Brincadeiras e interações no túnel
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Brincadeiras de interação
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Antes de realizar esta atividade, confeccione túneis ou separe os que já são utilizados em sua escola para fazer a brincadeira com os bebês. Utilize túneis de variados tamanhos e tipos (por exemplo de tecido sustentado por bambolês ou de grandes caixas lado a lado, sendo unidas por fita adesiva larga). Faça algumas janelas nesses túneis e, em algumas, feche o buraco com papel celofane colorido, permitindo que o lado de fora seja visto pelas crianças que estiverem dentro deles. Convide as famílias das crianças para participar desse momento de brincadeira. Acesse o modelo de bilhete que você pode usar aqui. Caso tenha dificuldade em encontrar caixas grandes, solicite doação da comunidade escolar.
Materiais:
Túneis de variados tamanhos e tipos (de tecido, de caixas etc).
Espaços:
Realize esta atividade em uma área externa e ampla, como o pátio ou o parque da escola. Organize os túneis próximos uns dos outros, para favorecer interações.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 45 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
Como os bebês vivenciam as descobertas na brincadeira dentro dos túneis?
Como ocorre a interação com outras crianças e adultos? (Observe atentamente que ações realizam para interagir com seus pares e adultos)
Quais habilidades motoras foram ampliadas na proposta? (Observe atentamente o quanto essa atividade desafia corporalmente os bebês - esticar o corpo para alcançar, engatinhar ou se arrastar)
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Com olhar atento às demandas, auxilie nos deslocamentos dos bebês que não andam, incentivando a participação deles. Garanta que todos possam estar em atividade, de acordo com preferências, ritmos e possibilidades. Disponibilize um cesto de objetos de largo alcance para que eles tenham acesso quando desejarem. Para entender melhor o que são os objetos de largo alcance, acesse o link.
O que fazer durante?

1
Convide todo o grupo para se encaminhar para área externa onde foram colocados os túneis e permita que a aproximação ocorra de forma livre, respeitando o interesse dos bebês. Diga a eles que brincarão nos túneis entre eles e com os adultos presentes. Cuide para que o bebê que, por alguma razão, não tiver sua família presente, possa participar da brincadeira, se oferecendo para estar mais próximo dele.
2
Permita que este momento seja de livre escolha e exploração possibilitando, as primeiras descobertas das crianças. Incentive-as a entrar em um dos túneis junto com os familiares, apresentando os mais estreitos às crianças e os mais largos aos adultos. Chame atenção delas para os diferentes tamanhos. Quando uma criança tentar explorar com o seu responsável um túnel mais estreito, dialogue perguntando: será que vocês vão conseguir entrar aí? Em qual túnel você acha que o papai (ou a mamãe, ou a vovó, ou o adulto que a acompanhar) consegue entrar? Observe com atenção o que eles fazem durante a exploração e aproveite para iniciar os registros com fotos e vídeos. Ao final, faça algumas anotações sobre aspectos mais importantes da proposta.
Possíveis ações do bebê neste momento: O bebê dentro do túnel de papelão espia pela abertura. Do lado de fora, outro bebê percebe que o colega espia e então chega pertinho da abertura e faz expressão de espanto e admiração ao ver o colega. Um terceiro bebê observa a cena e também entra no túnel, buscando a abertura para olhar para fora.
3
Ao perceber que alguma criança explora as janelas dos túneis, incentive que ela compartilhe com o grupo essa descoberta e as brincadeiras que faz, a fim de se expressar livremente e de vivenciar esse momento com prazer e satisfação. Instigue a curiosidade da criança utilizando as janelas e as saídas dos túneis. Encoraje os bebês que, por algum motivo, demonstrarem receio em explorar os túneis e esteja disponível para entrar junto com eles, oferecendo sua companhia nesse momento.
4
Sugira que as famílias brinquem de entrar e sair, de esperar a criança do outro lado do túnel etc., a fim de proporcionar esse momento prazeroso de interação com os adultos. Proponha que os bebês entrem e saiam dos túneis de diversos modos, respeitando seus limites corporais, por exemplo, andando de pé, agachados, rastejando, rolando, engatinhando, sobre quatro apoios (utilizando palma das mãos e sola dos pés) etc. Assim você possibilitará a aprendizagem por meio da imitação, valorizando ações individuais dos bebês.
Possíveis falas do professor neste momento: Observem como o amigo está passando pelo túnel: engatinhando! Vamos tentar também? Este amigo está agachadinho! Que tal experimentarmos essa posição?
5
Para os bebês bem pequenos e que não sentirem-se confortáveis para entrar no túnel, mesmo em companhia do professor ou da família, utilize o corpo deles como brinquedo e inicie brincadeiras como a da formiguinha (“fui ao mercado comprar café, veio a formiguinha e subiu no meu pé…”). Esse contato corporal oferecerá ao bebê a participação no momento de interação com o outro, vivenciando diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas interações e brincadeiras, além de experimentar as possibilidades corporais.
Para finalizar:
Esteja atento ao tempo de interesse das crianças na proposta. Conforme for percebendo menos envolvimento por parte delas, avise que em alguns minutos irão se organizar para a saída. Convide a pensarem num local para guardarem os túneis, de forma que possam utilizá-los novamente em outros momentos, incentivando a participação de todos na organização do espaço e materiais. Tenha disponível objetos de largo alcance para que, conforme forem terminando as brincadeiras e as explorações, as crianças possam ocupar-se enquanto os demais terminam também.
Desdobramentos
Proponha este momento com turma de crianças maiores, combinando-o previamente com outros professores da escola. A interação de diferentes faixas etárias enriquecerá a aprendizagem e o desenvolvimento de todos.
Engajando as famílias
Considerando ser importante a participação das famílias na escola, esta atividade propõe sua presença no momento de brincadeiras e interações com os túneis já confeccionados. É importante avaliar junto às famílias qual seria o melhor horário para participarem da oficina. Uma sugestão é que ocorra próxima à saída.
Apresente a proposta
Grave um breve vídeo explicando a proposta e convide a família a produzir um túnel com caixas de papelão em casa. Para exemplificar, poderá enviar fotos de momentos na escola (se tiver) envolvendo a exploração de túneis com esse material ou de tecido, bem como com outros materiais. Explique que, na rotina escolar, essa atividade gerava bons momentos de diversão e interação entre os bebês, e que agora, em casa, é benéfico dar continuidade nesse sentido, uma vez que favorece o desenvolvimento, a expressão das emoções e a aprendizagem. Envie por WhatsApp ou outra plataforma de comunicação com as famílias que esteja disponível em sua rede.
Adaptações necessárias
Oriente para que realizem a proposta de acordo com a disponibilidade do local onde estiverem: uma caixa somente poderá ser o túnel se estiverem em uma casa pequena, com um cômodo, por exemplo. Se tiverem várias caixas e não houver como grudá-las por falta de fita adesiva, poderá sugerir a ligação com tecido entre elas. Se for possível, convide a realizarem a atividade no espaço externo domiciliar: quintal, corredor, sacada, desde que ofereça segurança e o bebê seja acompanhado por um adulto responsável. Em ambiente interno, sugira que o façam próximos a uma janela, de forma que ele possa avistar o céu pelas frestas do túnel (ou caixa).
Sugira às famílias
Convide os familiares a produzir o túnel, permitindo que o bebê se aproxime e considerando seus interesses e possibilidades, de modo a favorecer suas ações nesse sentido, de acordo com as condições que tiverem em casa. Oriente também para que considerem o momento do desenvolvimento infantil, para que possam participar de forma interativa. Os menores podem ser colocados no local de forma delicada e, de acordo com as reações observadas, permanecer ali, interagindo com o familiar que apoia o processo. Os maiores podem ser convidados a experimentar a passagem de diferentes maneiras: engatinhando, na ponta dos pés, dentre outras. Todos podem se divertir juntos ao olhar pelas frestas e enxergar o céu, imaginando coisas engraçadas ao contemplar as diferentes formações das nuvens, por exemplo.
Para compartilhar com o grupo
Convide os familiares a registrarem da forma como for possível esse momento, seja por foto, vídeo ou áudio, comentando como foi essa valiosa experiência interativa familiar. Peça para compartilharem o registro com você e, em seguida, socialize com as demais famílias, para se sintam estimuladas a também participar. Quando o período de isolamento social terminar, organize um mural com imagens da atividade em família e exponha-o na escola. Esse será mais um recurso repleto de memórias afetivas vindas de casa, fazendo conexão com a escola e apoiando o processo de volta ao convívio escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Jéssica Carnevale
Mentora: Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: O eu, o nós e o outro; Corpo, gestos e movimentos; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Objetivos e códigos da Base
(EI01ET06) Vivenciar diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas interações e brincadeiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
Abordagem didática: Quando brinca, a criança sente-se convidada, e livre, para se desenvolver, expressar suas emoções e aprender. Para os bebês, esse momento se caracteriza pelo jogo de exercícios, com repetição de ações e manipulações de objetos como fonte de satisfação e consequente formação de hábitos. É o que Jean Piaget denomina como a atividade lúdica do período sensório-motor, que abrange os primeiros dezoitos meses de vida. Sendo assim, é preciso incluir o brincar na rotina, organizando a seleção de objetos e propondo interações das crianças entre si e com os professores