Trecho da canção digger "Stand Up Now"
Plano de Aula
Plano de aula: Guerra civil na Inglaterra: ideias em disputa
Plano 2 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Revolução Gloriosa
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF08HI02, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários:
– Cópias impressas dos textos ou data show para projeção destas fontes.
– Aparelho de som para a audição da canção, caso seja possível.
– Cópias impressas da tabela comparativa.
– Quadro e giz/pincel.
Material complementar:
Trecho da canção digger “Stand up now”:
Trecho do texto “Ideologia e protesto popular", por George Rudé:
Trecho do texto “O mundo de ponta-cabeça”, por Christopher Hill:
Tabela comparativa para análise das fontes historiográficas:
Modelo de resolução da atividade (apenas como referência para o professor):
Para você saber mais:
ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre e oprimido da Inglaterra”: as representações diggers na Inglaterra Revolucionária (1607-1652). Anais do XXIV Simpósio Nacional de História – Contra os preconceitos: história e democracia. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502847388_ARQUIVO_ArtigoFinalAnpuh.pdf Acesso em: 8 de janeiro de 2019.
SOARES, Olavo Pereira. A música nas aulas de História: o debate teórico sobre as metodologias de ensino. História Hoje, vol. 6, nº 11, jan.-jun. 2017, p. 78-09. Disponível em: https://doi.org/10.20949/rhhj.v6i11.325 Acesso em: 8 de janeiro de 2019.
FLORENZANO, Modesto. Olhando para os dois lados do Canal da Mancha: polêmicas e revisionismo na historiografia da Revolução Inglesa. Proj. História, São Paulo, (30), jun. 2005, p. 127-136. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/2257/1350 Acesso em: 9 de janeiro de 2019.
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Apresente o objetivo aos alunos escrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma. Se estiver fazendo uso de projetor, apresente este slide e faça uma leitura coletiva. Lembre-se de não antecipar as reflexões da aula neste momento, pois a intenção é que os estudantes construam o raciocínio por meio da leitura e debate das fontes, com a sua mediação.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações: Professor, para contextualizar a diversidade de projetos políticos na Inglaterra do século XVII, apresente aos estudantes um trecho da canção do grupo radical digger “Stand up now”, produzida no século XVII. Ele está disponível, com tradução e junto com um Glossário no link: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8qvcRkhjJkjAeBEqMWnDqdFyXUxmkDYVrUHVf55UJRT73YJVecQdDJJuj6cd/his8-02und02--trecho-da-cancao-digger-stand-up-now.pdf
É possível, caso haja um aparelho de som disponível na escola, executar o trecho inicial de uma gravação desta canção feita por Leon Rosselson no século XX e disponível no link: http://www.diggers.org/english_diggers.htm Além disso, há a possibilidade de trabalho em conjunto com o professor de Língua Inglesa para a leitura e/ou tradução da canção digger, com base no original.
Na discussão sobre a fonte, questione os estudantes:
- Quais conflitos aparecem na canção? (A intenção é que os alunos identifiquem as divergências entre os escavadores (diggers), uma população mais pobre na região rural da Inglaterra do século XVII, e a nobreza (gentry), que era proprietária das terras e de privilégios de nascimento.) Não se esqueça de pedir para que leiam o Glossário.
- Quem iria fazer desmoronar as casas dos escavadores? (Gentry, a nobreza rural inglesa.)
- Por que a letra da canção vê como algo positivo o desmoronamento da nobreza (gentry) e o uso da coroa pelos pobres? (Neste momento, o objetivo é que os estudantes percebam como as metáforas utilizadas na letra tinham um sentido favorável à mudança social, popularizando um projeto que invertia as hierarquias da sociedade inglesa do século XVII.)
Por fim, questione aos alunos sobre a melodia da música:
- Por que ela foi gravada, no século XX, como um hino, com sons típicos da marcha de soldados? (A intenção é que eles percebam que a melodia e a letra, juntas, convocam os escavadores à ação política, a lutar pelas mudanças sociais descritas na fonte.)
Para você saber mais:
ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre e oprimido da Inglaterra”: as representações diggers na Inglaterra Revolucionária (1607-1652). Anais do XXIV Simpósio Nacional de História – Contra os preconceitos: história e democracia. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502847388_ARQUIVO_ArtigoFinalAnpuh.pdf Acesso em: 8 de janeiro de 2019.
SOARES, Olavo Pereira. A música nas aulas de História: o debate teórico sobre as metodologias de ensino. História Hoje, vol. 6, nº 11, jan.-jun. 2017,
p. 78-09. Disponível em: https://doi.org/10.20949/rhhj.v6i11.325 Acesso em: 8 de janeiro de 2019.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações: Agrupe os estudantes em duplas e entregue para cada um deles trechos diferentes dos textos historiográficos disponíveis nos links: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/UA85Wgz449Cpx6Jc3jTgFRUMAwNaKmmHSTHr85MFjtWw9q8RGVEZHhApTref/his8-02und02--trecho-do-texto-ideologia-e-protesto-popular--por-george-rude.pdf e https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/CMft4Yx3zwWUMyjsZrcqEFKpzg3C9HYW7DCX5fvxPcXAP6NY5YNUCjSGYhQu/his8-02und02--trecho-do-texto-o-mundo-de-ponta-cabeca--por-christopher-hill.pdf
Além disso, entregue e peça a eles que preencham a seguinte tabela comparativa sobre as fontes: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/V9M85yKAUz2XBH5rEXRV792EgfxUTSAPQgnQDzJZg8a3DdKQ7dXdTWywXhUR/his8-02und02--tabela-comparativa.pdf O objetivo é que os estudantes consigam identificar, com a leitura mediada dos textos, quais os grupos sociais e os projetos em disputa na Inglaterra do século XVII que são apontados pelos dois historiadores.
Diga aos alunos que eles terão de 5 a 10 minutos para ler, individualmente, os textos que receberam. Enquanto os estudantes leem as fontes, medie a leitura, pedindo que os alunos destaquem as dúvidas de vocabulário e buscando esclarecer os significados destas palavras.
Estimule-os a ir preenchendo a tabela comparativa, transcrevendo algumas expressões do texto para a folha (por exemplo, os “fazendeiros”, os “capitães de casaco de burel”, os “grandes comerciantes” compunham um dos grupos sociais da Revolução, segundo Georges Rudé; já para Christopher Hill, este mesmo grupo eram os “homens com propriedade”). Depois da leitura individual, peça aos alunos que contem para a sua dupla como os projetos do Parlamento, dos levellers e dos diggers são interpretados pelo autor de cada texto. Peça a eles também que finalizem o preenchimento da tabela.
Após este momento de debate em duplas, traga a discussão dos textos para o coletivo e questione a turma:
- Os autores concordam ou discordam em suas interpretações? No quê?
A intenção é que os estudantes percebem a polifonia de sentidos atribuídos à Revolução na Inglaterra de meados do século XVII e como este processo é interpretado por Christopher Hill e Georges Rudé. Enquanto Hill aponta para a diversidade de projetos políticos presentes neste contexto, Rudé procura identificar os grupos sociais envolvidos no processo e seus interesses conflitantes. Você pode pedir a algumas duplas para ler as respostas que deram às perguntas da tabela sobre as fontes historiográficas que preencheram.
Para aprofundar o debate e melhorar a compreensão dos textos, você pode fazer perguntas como:
- Quais grupos sociais pertenciam ao Exército novo e defendiam o Parlamento, segundo Rudé?
- O que o mesmo autor quer dizer com a palavra “agitadores” quando ele descreve os levellers?
- Quais as duas revoluções que existiam na Inglaterra no século XVII, segundo Hill?
- Por que os levellers estavam mais preocupados com as questões econômicas, segundo o mesmo autor?
Neste momento, a intenção é que os alunos consigam apontar as diferenças e as semelhanças nos textos dos dois autores. Segundo Rudé, o Exército de Novo Tipo criado por Cromwell (cuja promoção era baseada no mérito, não nos privilégios de nascimento) era composto tanto de proprietários de terra como de grupos sociais mais humildes. Os “agitadores”, neste sentido, são os grupos políticos que desejavam levar as mudanças sociais da Revolução mais a fundo, reestruturando a sociedade inglesa em termos mais igualitários. Hill, por sua vez, diferencia uma revolução ligada aos interesses liberais dos grandes proprietários, resumidos pela referência à “ética protestante” explicada pelo autor no texto, e outra mais radical, identificada com levellers e diggers. Por ser mais desprivilegiados socialmente, estes grupos radicais se concentravam na luta pela igualdade econômica.
Na medida em que os estudantes forem identificando as interpretações dos dois historiadores, estimule-os a retomar a canção digger trabalhada no primeiro momento da aula. Podem ser feitas perguntas como:
- O projeto de revolução mais radical, indicado por Christopher Hill, está presente na letra da canção?
- Quais demandas presentes na canção também são apontadas pelos historiadores?
Desta forma, espera-se que os estudantes possam identificar que a canção é indício de um dos projetos presentes na Inglaterra deste contexto – aquele mais popular e radical, que defendia o que Hill chama de sistema comunal de uso da terra.
Para você saber mais:
FLORENZANO, Modesto. Olhando para os dois lados do Canal da Mancha: polêmicas e revisionismo na historiografia da Revolução Inglesa. Proj. História, São Paulo, (30), jun. 2005, p. 127-136. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/2257/1350 Acesso em: 9 de janeiro de 2019.
Sistematização
Tempo sugerido: 18 minutos.
Orientações: Mantenha os estudantes em duplas e peça que eles criem, conjuntamente, uma estrofe de uma canção que traduza, em outras palavras, algum dos projetos de revolução indicados nas interpretações de Christopher Hill e/ou de Georges Rudé. Chame a atenção dos estudantes para a necessidade de selecionarem bem qual seria este aspecto – as demandas de algum grupo específico (gentry, levellers, diggers), a ideia de “duas revoluções” ou a noção de igualdade da propriedade, por exemplo. Talvez, seja interessante pedir a eles que escrevam, sinteticamente (em uma frase), qual seria este aspecto antes de começarem a compor a letra da música.
Diga aos estudantes que cada estrofe deve ter, em média, quatro versos, já que a intenção é criar coletivamente uma canção sobre a Revolução Inglesa com a junção do trabalho de todas as duplas. Você pode encontrar dois exemplos de estrofe, que podem servir de modelo para o trabalho, no link: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/GfycYEBmBMnthzSsHB2D4eeFd38Bsq3ZZK8XkWAEmP7SNygXk5PpWdzs5d7H/his8-02und02-resolucao-da-atividade.pdf
Na medida em que as duplas forem terminando a produção das estrofes, ajude os estudantes a fazer uma colagem de cada uma das partes com o objetivo de compor uma canção. Se possível, escreva no quadro as estrofes e, no final da aula, peça aos estudantes que leiam coletivamente o resultado final da atividade.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF com documentos de texto, imagem, áudio ou vídeo com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Google Drive, Google Meet.
Contexto
Encaminhe o objetivo da aula, o documento com a letra e a tradução da canção “Stand Up Now”, proposta na etapa, junto com alguns questionamentos para que os alunos reflitam e debatam. Se possível, encaminhe também o link para que possam ouvir a música. Utilize a ferramenta que considerar mais acessível: e-mail, WhatsApp, Google Sala de Aula ou outro meio de comunicação.
Para facilitar a interpretação das fontes pelos estudantes de forma autônoma, algumas questões propostas no plano original podem ter sido alteradas ou excluídas, e novas podem ter sido incluídas neste material. Faça uso dos questionamentos da maneira que considerar mais eficiente para a turma.
Questões para refletir:
- Quem iria fazer desmoronar as casas dos escavadores?
- Por que a letra da canção vê como algo positivo o desmoronamento da nobreza (gentry) e o uso da coroa pelos pobres?
- Por que a canção foi gravada no século XX, como um hino, com sons típicos da marcha de soldados?
Questões para responder:
- Quem são os grupos apresentados na canção como “diggers/escavadores” e “gentry/nobreza”?
- Quais conflitos aparecem na canção?
Dê um tempo para que os alunos possam refletir e responder, no próprio grupo da sala, em forma de texto, áudio ou vídeo. Você pode encaminhar pequenos áudios ou vídeos, auxiliando na análise da imagem e do verbete, chamando a atenção dos estudantes para determinados trechos, esclarecendo dúvidas e acrescentando informações que considerar necessárias.
Problematização
Nesta etapa da aula, você pode propor que os alunos trabalhem individualmente ou agrupados. Para trabalharem agrupados, os estudantes podem se comunicar através do Whatsapp, e-mail, Facebook, ou qualquer outra ferramenta que já utilizem. O importante é que troquem informações, se auxiliem na análise das fontes e nas discussões propostas. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode separá-los em duplas, trios ou grupos produtivos, de acordo com seu conhecimento sobre a turma.
Encaminhe os dois textos e o modelo do quadro comparativo para que os alunos preencham, além de alguns questionamentos, para que reflitam e respondam.
Questões para refletir:
- Quais grupos sociais pertenciam ao Exército novo e defendiam o Parlamento, segundo Rudé?
- O que Rudé quer dizer com a palavra “agitadores” quando ele descreve os levellers (niveladores)?
- Quais as duas revoluções que existiam na Inglaterra no século XVII, segundo Hill?
- Por que os levellers (niveladores) estavam mais preocupados com as questões econômicas, segundo o mesmo autor?
Questões para responder:
- Os autores concordam ou discordam nas interpretações? No quê?
- Quais projetos de revolução estavam em disputa na Inglaterra do século XVII, segundo os historiadores?
- O projeto de revolução mais radical, indicado por Christopher Hill, está presente na letra da canção vista anteriormente?
- Quais demandas presentes na canção também são apontadas pelos historiadores em seus textos?
Estabeleça um prazo para que os alunos possam responder aos questionamentos. Você pode encaminhar pequenos áudios ou vídeos esclarecendo dúvidas, chamando a atenção para informações presentes nas fontes que os alunos possam não ter percebido e acrescentando outras.
Uma possibilidade é agendar um momento síncrono para que os alunos possam compartilhar as respostas com você e o restante da turma.
Sistematização
Nesta etapa, os alunos podem continuar trabalhando agrupados ou individualmente. Eles podem escrever uma estrofe, criar uma canção ou paródia, abordando um dos projetos de revolução presentes na Inglaterra do século XVII.
Podem enviar as produções em forma de texto, áudio ou vídeo, para o grupo da sala no Whatsapp ou Google Sala de Aula, ou podem compartilhá-las nas redes sociais (facebook, Instagram), criando uma hashtag.
Convite às famílias
Incentive os estudantes a compartilharem as criações com familiares e amigos através das redes sociais.
As famílias podem conhecer um pouco mais sobre a monarquia britânica com a matéria da Revista Aventuras na Escola (disponível aqui).
Também na Revista Aventuras na História, as famílias podem ler algumas curiosidades sobre Oliver Cromwell (disponível aqui).
Tutoriais sobre as ferramentas propostas neste plano
Google Sala de Aula (como criar e postar atividades):disponível aqui.
Google Sala de Aula (como criar uma turma): disponível aqui.
Google Drive (como organizar pastas): disponível aqui.
Google Meet (como criar uma reunião online): disponível aqui.
Hashtags (como usar): disponível aqui.
Padlet (como usar): disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Gabriel Lima
Mentor: Bianca Silva
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 8º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise.
Objeto(s) de conhecimento: As revoluções inglesas e os princípios do liberalismo.
Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI02) Identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do século XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa.
Palavras-chave: Guerra civil inglesa, revolução,levellers, diggers.