Monumentos históricos aos bandeirantes
Plano de Aula
Plano de aula: Os bandeirantes na América portuguesa
Plano 4 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Território da América portuguesa
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI11, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Cópias impressas do texto.
Material complementar:
Monumentos históricos aos bandeirantes
Imagens da escultura Monumento às bandeiras e da estátua de Borba Gato, ambas em São Paulo, valorizam a figura dos homens que no período colonial desbravaram o sertão e escravizaram e exterminaram populações indígenas.
Os bandeirantes e a violência
Capítulo do livro A História do Brasil explicada aos meus filhos, escrito pela historiadora Isabel Lustosa. Neste texto, a autora explica de forma simples a dicotomia que reside na figura do bandeirante, reconhecendo a sua contribuição para o processo de interiorização do país, ao mesmo tempo que
esclarece os seus hábitos violentos contra a população indígena.
“Monumento às bandeiras homenageia aqueles que nos maltratam”.
No ano de 2013 o Monumento às bandeiras foi pintado com tinta vermelha por um indígena. O fato teve repercussão nacional, dividindo as opiniões entre os que acreditavam ser um ato de vandalismo e outros que o viram como um protesto político contra o genocídio indígena. Defendendo esta última posição, Marcos Tupã, coordenador da Comissão Guarani Yvyrupa, escreveu uma carta-resposta. No trecho selecionado há apenas a introdução desta matéria.
Para você saber mais:FOLHA DE S. PAULO. Estátua do Borba Gato e Monumento às bandeiras são pichados em SP. In: Folha.UOL. 30 set. 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/09/1818322-estatua-do-borba-gato-e-monumento-as-bandeiras-sao-pichados-em-sp.shtml.
Acesso em: 19 mar. 2019.
FÓRUM. “Monumento às bandeiras homenageia aqueles que nos massacraram”, diz liderança indígena. In: Revista Fórum. 5 out. 2013. Disponível em: https://www.revistaforum.com.br/monumento-as-bandeiras-homenageia-genocidas-que-dizimaram-nosso-povo-diz-lideranca-indigena/.
Acesso em: 19 de mar. 2019.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 1990.
LUSTOSA, Isabel. A História do Brasil explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007.
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Projete, escreva no quadro ou leia o objetivo da aula para a turma. É muito importante começar com a apresentação do objetivo para que os estudantes entendam o que farão e compreendam aonde se quer chegar no fim da aula. Contudo, tome cuidado para, ao fazer isso, não antecipar respostas desde o começo. É necessário sempre garantir que os alunos construam o raciocínio por conta própria.
Contexto
Tempo sugerido: 5 minutos.
Orientações: Organize a sala em grupos com no máximo quatro pessoas. Informe para a turma que a divisão será mantida até o fim da aula. Como critério, considere as potencialidades dos alunos com a finalidade de auxílio mútuo para a realização da atividade.
Em seguida, escreva no quadro, projete ou imprima as imagens do Monumento às bandeiras e Borba Gato, construídos em São Paulo, respectivamente em 1953 e 1963. O texto está disponível aqui: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/cVA5DdHGMtRYVjxeShhWGZCySX9KcCGMJQ2AjKZvwHpyjASDhZDNhK9ayxFs/his7-11und04-monumentos-historicos-aos-bandeirantes.pdf
Peça para os alunos lerem e conversarem com os outros componentes do grupo sobre o personagem que foi representado nas duas esculturas, se
eles sabem de qual o momento histórico tratam e o que chama a atenção em suas legendas. Neste momento, caminhe pela sala e esteja disponível para auxiliar os grupos.
Como adequar à sua realidade:
O professor pode escolher outros monumentos dedicados aos bandeirantes que estejam na região em que atuam, como por exemplo em Goiânia, na Praça do Bandeirantes, e em Santana do Parnaíba.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações: Projete ou escreva no quadro as perguntas e, a com base em uma conversa, leia-as para que os grupos, após terem feito as suas próprias considerações sobre a imagem, respondam.
A expectativa é que os grupos consigam reconhecer que monumentos históricos são construções, ou edificações, feitas por motivos simbólicos ou comemorativos, com a finalidade de fazer lembrar, perpetuar, uma determinada pessoa, grupo ou acontecimento ao longo do tempo. Contudo, pelas legendas os alunos poderão entender que os bandeirantes são personagens que não representam as populações negras e indígenas.
Ainda sobre as imagens, pergunte como a população se manifesta em relação a estas construções.
Se algum dos alunos disserem que já visitaram um destes monumentos, peça para que compartilhem as suas experiências com a turma.
Como adequar à sua realidade:
Um recurso que pode contribuir para melhorar a compreensão e a análise destes monumentos é a realização de uma visita virtual a estes monumentos a partir do Google Maps (https://www.google.com.br/maps). Basta digitar o endereço no campo de pesquisa do site e, com o cursor, analisar as estátuas, o lugar em que estão, o seu tamanho e imponência.
No caso da estátua do Borba Gato, digite: Av. Santo Amaro, 5762 - Santo Amaro, São Paulo - SP, 04702-001.
Para ver o Monumento às bandeiras, digite: Monumento às Bandeiras - Praça Armando de Sales Oliveira - Vila Mariana, São Paulo - SP.
Caso o professor atue perto de uma destas regiões, organize uma visita. No contrário, pesquise os monumentos existentes em sua região e leve os seus alunos.
Para você saber mais:
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 1990. pp. 535-549.
Problematização
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Projete ou escreva no quadro o problema da aula para a turma, lendo-o em voz alta.
Problematização
Tempo sugerido: 18 minutos.
Orientações: Sem desfazer os grupos, proponha a leitura em voz alta do texto. Escolha dois para que cada um leia um parágrafo ou sugira que cada um leia uma frase.
Texto escrito pela historiadora Isabel Lustosa, ”Os bandeirantes e a violência”, extraído do livro A História do Brasil explicada aos meus filhos: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/tzTXtcVrvHDdghc28DMuzyKqdshUvEYFtj3g4FbwnQTB2NHsYhcY6ZM9DtpW/his7-11und04-os-bandeirantes-e-a-violencia.pdf
É importante que, antes da leitura, seja solicitada a atenção dos alunos no que se refere ao modo como a autora descreve o bandeirante e os seus feitos.
Projete, ou escreva no quadro a pergunta. E sugira que cada grupo, após a leitura, converse a respeito e responda-a. O tempo máximo para esta atividade não poderá ser maior do que 5 minutos e informe que as respostas deverão ser feitas no caderno.
No final, cada grupo deverá apresentar as suas respostas. Espera-se que os alunos respondam que a autora demonstra dificuldades ao explicar a ação dos bandeirantes, que eram homens que defloraram os sertões em busca de recursos para ser explorados e, com violência e crueldade, caçavam os indígenas, fosse para os interesses da Coroa Portuguesa ou por quem os pagasse, os “particulares". Se os alunos responderem corretamente, peça para que incrementem a sua resposta citando trechos do texto que podem ser: “Mais complicado para mim é explicar os benefícios da ação dos bandeirantes. Pois é justo que você me pergunte como é que pode ser benéfica a ação de homens que percorriam os sertões caçando índios para aprisioná-los e escravizá-los, usando de violência e, muitas vezes, de crueldade”, “alguns bandeirantes gostavam de usar orelhas de índio como adorno de seus cinturões, talvez para meter medo nos demais”, “em busca dos chamados negros da terra, o ouro vermelho dos paulistas foram tão ou mais importantes que os padres jesuítas para que o mapa do Brasil se expandisse em todas as direções”, “os bandeirantes foram fundamentais, por exemplo, para a existência e o progresso de São Paulo” e “São Paulo deve aos bandeirantes o que é, daí que sua História se liga a eles de forma visceral”.
Ao demonstrarem dificuldades para alcançar a resposta esperada, indique o primeiro trecho apontado e pergunte se os alunos identificam a posição da autora em relação aos bandeirantes e em seguida os trechos que explicam o pensamento da historiadora. Se ainda assim eles não identificarem, pergunte a quem conseguiu identificar e peça para que explique à turma.
Sistematização
Tempo sugerido: 5 minutos.
Orientações: Mantendo os grupos, projete a notícia, imprima ou ainda leia-a em voz alta para a turma.
O arquivo “Monumento às bandeiras homenageia aqueles que nos massacaram” está disponível para impressão aqui: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/83qcDtvf3edePdutgZjfwtBCJyazv5bB3fDEUdG67jsD97SXDEDtE6ef3hFu/his7-11und04-monumento-as-bandeiras-homenageia-aqueles-que-nos-massacaram.pdf
Para você saber mais:
FOLHA DE S.PAULO. Estátua do Borba Gato e Monumento às bandeiras são pichados em SP. In: Folha.UOL30 set. 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/09/1818322-estatua-do-borba-gato-e-monumento-as-bandeiras-sao-pichados-em-sp.shtml.
Acesso em: 19 mar. 2019.
FÓRUM. “Monumento às bandeiras homenageia aqueles que nos massacraram”, diz liderança indígena. In: Revista Fórum. 5 out. 2013. Disponível em: https://www.revistaforum.com.br/monumento-as-bandeiras-homenageia-genocidas-que-dizimaram-nosso-povo-diz-lideranca-indigena/.
Acesso em: 19 de mar. 2019.
Sistematização
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações: Com base no que os grupos já conversaram e responderam, projete ou escreva no quadro a atividade. Mantendo os grupos, peça para a turma criar argumentos capazes de explicar a manifestação indígena contra o monumento histórico. Oriente os alunos para que todas as considerações devem ser feitas no caderno.
A expectativa é que os grupos relacionem as observações obtidas na Contextualização com o texto da Isabel Lustosa e, com base na reportagem, seja capaz de argumentar que a motivação do indígena para pintar o Monumento às bandeiras é marcada por um ideal político, no qual é uma reação às medidas que limitaram os direitos das populações nativas, ou, ainda, uma ação avessa ao ideal de dominação e heroísmo que o monumento representa.
Caso algum grupo não alcance a proposta, leia a reportagem novamente e questione quem foram os bandeirantes e qual foi o tipo de relação que eles estabeleceram com os indígenas. Em seguida, pergunte qual o acontecimento é tratado na publicação e peça para localizar as suas motivações.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, imagem ou link), Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Mentimeter.
Contexto
O objetivo desta aula é entender a contradição que faz dos bandeirantes protagonistas de monumentos históricos.
Para desenvolvê-la com seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui) os materiais e orientações necessários. Os retornos dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Disponibilize as imagens do Monumento às bandeiras e Borba Gato, e estimule os alunos a refletirem sobre o tema a ser estudado:
- Você sabe o que é um monumento histórico? Já viu algum?
- Qual é a finalidade da sua construção?
- O que representam os dois monumentos da fotografia? Homenageiam de algum modo as populações negras e indígenas?
Problematização
Convide os estudantes a investigar:
- Qual a importância dos bandeirantes para que eles se tornassem monumentos históricos em São Paulo?
Oriente-os que, para isso, devem ler atentamente o texto “Os bandeirantes e a violência” e analisar:
- Quais foram os feitos dos bandeirantes segundo a autora?
- Como a autora se sente em relação aos bandeirantes?
- Por que os bandeirantes estão muito ligados a História de São Paulo?
Ao final desta etapa, devem retomar a questão investigada e elaborar uma conclusão. Incentive a interação com os colegas por meio de troca de mensagens, participação em um quiz no Mentimeter (veja como usá-lo aqui - ative a tradução da página) ou participação em videoconferência.
Sistematização
Vamos pensar historicamente! Disponibilize a reportagem sobre o protesto de grupos indígenas no Monumento às Bandeiras em São Paulo. Oriente os alunos explicando que um papel fundamental do historiador é compreender os acontecimentos e não simplesmente julgá-los. Desta forma, deverão elaborar uma explicação para a reação dos indígenas frente ao monumento, baseando-se em informações conhecidas ao longo da aula. O trabalho poderá ser compartilhado entre os colegas textualmente, por meio de áudios ou vídeos curtos, como sendo parte de um noticiário chamado “Os lados da História”.
Convite às famílias
Convide-as a conhecerem mais a respeito dos Bandeirantes Paulistas, assistindo ao vídeo educativo: “OS Bandeirantes Paulistas - História do Brasil pelo Brasil (Ep.5)”. Débora Aladim, 23/04/2019. Disponível aqui.
Indique, também, a leitura da reportagem: “Em São Paulo, povo Guarani contesta o poder Bandeirante”. Le Monde diplomatique Brasil, 22/04/2014. Disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Paulo Henrique Pacheco
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto(s) de conhecimento: A estruturação dos vice-reinos nas Américas. Resistências indígenas, invasões e expansão na América portuguesa.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI11 Analisar a formação histórico-geográfica do território da América portuguesa por meio de mapas históricos.
Palavras-chave: América portuguesa, expansão, sertão, Amazonas, São Paulo, bandeirantes, indígenas, monumento histórico.