Pepetela
Por meio da obra desse escritor tão envolvido com a independência do seu país, compare as variações angolana e brasileira da Língua Portuguesa
10/02/2013
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Jornalismo
10/02/2013
Sobre o autor
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela) nasceu em 1941 em Angola. Participou como militante do Movimento Popular para a Libertação e das ações que antecederam a independência angolana. Em 1997 ganhou o Prêmio Camões, um dos mais importantes da literatura mundial, pelo conjunto da obra e, em 2002, recebeu a Ordem do Rio Branco. Atualmente é professor de Sociologia da Faculdade de Arquitetura de Luanda, onde vive.
Sobre a obra
Está ligada à independência de Angola, concluída após 40 anos de Guerra Civil. O primeiro romance do autor, "Mayombe", foi escrito durante os conflitos e retrata o cotidiano da guerrilha e as ações contra o governo colonial.
Em vários momentos os personagens deixam claras suas dúvidas e as angústias quanto aos rumos e consequências do movimento pela independência. Pepetela não foge aos questionamentos comuns aos escritores da literatura africana em Língua Portuguesa: a busca por uma identidade em um país em formação. E mostra também as contradições de um lugar tão marcado pela colonização e pelo desejo de independência do povo negro angolano de quem, de certa forma, o autor faz uma defesa.
Como trabalhar e por onde começar a leitura
A opção pela literatura próxima da narrativa histórica é um bom ponto de partida para se compreender as relações que formam o mosaico angolano: as contradições de um país rico, mas dilapidado por séculos de colonização e décadas de guerra civil, que resultaram em um povo pobre, marcado pelo sofrimento decorrente das mutilações físicas e sociais, mas que persiste em sua busca por afirmação no cenário africano contemporâneo.
O livro "Parábola do cágado velho" é uma referência ao usar antigos mitos angolanos como ponto de partida para compor uma história de amor durante a independência. O romance oferece uma oportunidade para discutir a formação da identidade nacional a partir de uma obra marcada pelo choque cultural entre a sociedade urbana e as tradições. Pode servir como ponto de partida para a exposição de um painel cultural sobre a sociedade angolana - e quem sabe, aproximá-la do contexto brasileiro, que durante séculos de colonização esteve intimamente ligado àquele país.
No Fundamental 2, do 6º ao 9 ano, você pode apresentar algumas das figuras de linguagem utilizadas na obra e mostrar os efeitos deste recurso no texto. Outra indicação é incluir os títulos de Pepetela nas aulas sobre análise dos elementos que compõem a narrativa (personagens, enredo, tempo, espaço e foco narrativo). Você também pode comparar a variante brasileira com a angolana da Língua Portuguesa por meio de uma pesquisa dos termos empregados nos livros e propor a reescrita de alguns trechos.
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