Plano de Aula

Plano de aula: Biodiversidade - explorando e conhecendo a vida do jardim

mais ações

Descrição

Este plano de aula é composto por 02 aulas e envolve os componentes curriculares de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. Nas aulas as crianças iniciarão as atividades em uma roda de conversa sobre os ecossistemas locais, com especial atenção aos bichos do jardim. Discutirão sobre a biodiversidade e os animais que vivem na escola, no seu entorno e na comunidade. O objetivo é refletir sobre a importância da biodiversidade e sobre como os diferentes animais interagem entre si e com o ambiente.

Com a turma dividida em grupos, os/as estudantes investigarão as plantas, os animais e outros elementos presentes no jardim e em áreas verdes da escola e de seu entorno. Durante a atividade, terão a oportunidade de realizar uma exploração investigativa, observando o modo de vida desses seres e suas interações com o ambiente. Após essa etapa, cada grupo elaborará uma tabela para representar os animais, as plantas e os elementos não vivos identificados, registrando suas quantidades e características observadas.

Na segunda parte da aula, as crianças realizarão uma visita ao jardim ou a um espaço verde da escola para investigar mais sobre a biodiversidade.

Professora e alunos participante de atividade no jadim da escola
Crédito: GettyImages

Após a observação, os/as estudantes construirão um terrário, que funciona como um mini ecossistema no qual é possível observar alguns ciclos naturais. Um deles é a ciclagem da matéria orgânica, que acontece naturalmente e nos permite constatar que não há resíduos ("lixo") na natureza, já que tudo é reaproveitado. Ao final, os/as estudantes registrarão suas descobertas e produzirão textos instrucionais sobre como montar e cuidar do terrário.

Conjunto de frascos com floresta viva, autoecossistema, (terrários)
Crédito: GettyImages

A observação e interação direta com a natureza e a construção do terrário são excelentes práticas de Educação Baseada na Natureza, pois promovem um aprendizado experiencial e sensorial. Isso aguça a curiosidade das crianças a respeito da natureza, desenvolve habilidades como a observação, além de promover benefícios para sua saúde e bem-estar.

De acordo com o manual Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes da Sociedade Brasileira de Pediatria “Muitas pesquisas têm demonstrado que, quanto maior a conexão das pessoas com a natureza, maior será o engajamento da sociedade com as questões ambientais e climáticas. Iniciativas que visam restabelecer os vínculos entre crianças e adolescentes com a natureza devem fornecer experiências associadas a sentimentos como conforto, confiança, prazer, exploração, desafio, realização, liberdade para seguir interesses próprios, superação de medos ao ar livre, empatia e cuidado com os outros seres vivos”.

A gente cuida da natureza e a natureza cuida da gente!

Este plano está associado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável:

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável no Brasil 15: Vida terrestre. ODS 15 - Vida terrestre: Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade



Reconhecimento da Escola e do Entorno

Você conhece as oportunidades da sua comunidade escolar para potencializar uma Educação Baseada na Natureza (EBN)? A EBN propõe o desemparedamento da educação, defendendo o brincar e aprender com e na natureza, convocando nossos corpos a participar ativamente dos processos de aprendizagem e concebendo os ambientes como espaços educadores que também participam deste processo. A gente cuida da natureza e a natureza cuida da gente! Nós somos natureza! Além disso, desemparedar a infância é uma estratégia de enfrentamento à crise climática.

Por isso, mapear os espaços, suas potencialidades e desafios, ampliando a percepção sobre as possibilidades existentes de contato com a natureza na escola e no entorno é uma prática a ser incorporada constantemente na organização do trabalho pedagógico, mantendo o currículo vivo e integrado à realidade local.

Um bom diagnóstico, além de identificar essas possibilidades e desafios nos espaços físicos, deve incluir uma auto-observação e a observação das experiências de bebês e crianças nesses espaços. E, em um cenário ampliado, abarcar uma investigação sobre a cultura e a percepção das famílias e da comunidade com relação ao convívio com a natureza.

Há áreas livres na sua escola ou entorno? Como elas são (sombreadas, ensolaradas, cimentadas, com gramado e áreas verdes etc.)? Os/as estudantes frequentam estes ambientes? Há famílias com hábitos que favorecem o cuidado com a natureza? A comunidade escolar pode fazer alguma intervenção positiva nestes espaços (plantios, limpeza, brinquedos naturalizados etc.)?

Essas são algumas provocações que podem inspirar o diagnóstico para uma Educação Baseada na Natureza. Acesse o link e faça o diagnóstico!


Materiais sugeridos

Equipamentos e dispositivos:

Computadores conectados à internet. Caso não possua computadores, você pode baixar o vídeo sugerido e projetá-lo para as crianças.

Recursos Educacionais Digitais:

- Vídeo: TERRÁRIO PET: Construindo um mini terrário - BS KIDS Futuro Sustentável | 24/05

- Texto: Aprenda a fazer um terrário

Materiais diversos:
- Recipiente transparente, pode ser uma garrafa PET cortada, um pote de vidro ou uma caixa plástica (garrafa de 5l).

- Pedrinhas pequenas ou argila expandida para ajudar na drenagem da água.

- Carvão ativado.

- Terra vegetal.

- Pequenas plantas, como musgos, suculentas ou samambaias.

- Água.

- Pequenos insetos ou minhocas.

- Papel kraft, canetinha, revista para recorte.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

  • Animais e plantas de um jardim.

  • Interações entre seres vivos e não vivos.

  • Impactos ambientais e preservação da biodiversidade.

  • Produção de textos instrucionais.

  • Relato escrito e oral.

  • Coleta e organização de dados em tabelas e gráficos.

Objetivos de aprendizagem

  • Identificar características sobre o modo de vida dos animais mais comuns no ambiente próximo.

  • Criar ecossistemas simples, baseados em dados coletados e observados.

  • Destacar semelhanças e diferenças nos elementos de um ecossistema.

  • Produzir textos instrucionais, utilizando estrutura adequada e recursos gráficos.

  • Organizar dados de pesquisa em tabelas e gráficos, com e sem uso de tecnologias digitais.

Competências gerais

1. Conhecimento — Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo — Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

4. Comunicação — Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

9. Empatia e Cooperação — Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e Cidadania — Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Bibliografia

Materiais Adicionais

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Aula

Aula 1 - Sobre esta aula

Tempo previsto: 100 minutos

Aula 1 - Conversa inicial/Introdução

Tempo previsto: 10 min

Professor/a, selecione um espaço da escola em que as crianças possam observar o máximo de diversidade natural: árvores, arbustos, folhagens, insetos, animais voadores e/ou que vivem embaixo da terra, entre outros. Veja se é possível visitar um jardim para que investiguem algum tipo de vida animal e as vidas vegetais. O ambiente não precisa ser grande, mas algum ambiente com a presença de elementos vivos e não vivos (vento, rio, sol etc.) pode auxiliar nessa descoberta. Se na sua escola não tiver um ambiente assim, busque alguma praça ou parque no entorno.

Crianças utilizando uma lupa para olhar elementos pequenos da natureza como grama e insetos
Crédito: GettyImages

As crianças não precisam ir longe e nem a um lugar muito grande ou arborizado. A ideia é que vejam os ambientes (como mini ecossistemas) e como seus elementos vivos e não vivos interagem entre si. Nesse ambiente é importante fazer perguntas para que os/as estudantes possam compartilhar o que já sabem sobre os animais, plantas e outros elementos vivos e não vivos que compõem esses espaços da escola e seu entorno.

Chamado para reconexão: Professor/a, quando foi a última vez em que você esteve em contato com a natureza? Esta pausa é um convite para você, dentro da sua disponibilidade, visitar uma área verde e dedicar um tempo para sentir a temperatura do ambiente, andar descalça, sentir a textura das árvores e folhas, sentir o vento no rosto e na sua pele, sentir o calor, a umidade... Como se sente à sombra de uma árvore? Feche os olhos, faça algumas respirações profundas, perceba os sons e outras sensações no seu corpo.

Essa prática é conhecida como “banho de floresta” e é uma técnica usada como forma de medicina preventiva, que contribui para a diminuição de cortisol, o principal hormônio causador do estresse e da pressão arterial, além de melhorar a concentração e a imunidade. Quando terminar essa imersão, perceba se a qualidade da sua presença mudou.

Chegando no espaço é hora de preparar o grupo para a coleta de dados! Veja o passo a passo:

1. Organização do grupo: Divida a turma em grupos de até 5 crianças e distribua pranchetas ou cadernos para registros. Cada grupo será responsável por explorar diferentes áreas do jardim e arredores da escola, anotando não apenas quais animais encontram, mas também tipos de plantas, características do solo, presença ou não de água e outras formas de vida no ambiente. Além de elementos que estavam presentes no solo. Devem anotar a quantidade encontrada também.

2. Organização dos dados: Após a observação e registro, cada grupo deve organizar as informações coletadas em uma tabela simples (exemplo: nome do ser vivo ou elemento não vivo e quantidade observada).

3. Relato da observação e vivência: As crianças devem oralizar e, em seguida, escrever um pequeno relato sobre como esses elementos se relacionam com o ambiente. Elementos vivos e não vivos e sua interação no ambiente explorado. Peça para que observem se o espaço está limpo, se há resíduos, que tipo estão no local e se está em grande quantidade.

4. Problematização: Após os relatos, as crianças são provocadas a pensar como nós, seres humanos, interagimos com os ecossistemas. Se eu arrancar uma flor, como isso interfere no ecossistema? E se eu plantar uma flor? Nosso corpo é um ecossistema? Dependemos dos ecossistemas para termos uma vida saudável? De onde vêm nossos alimentos, nossa água? Diante dessas reflexões, os/as estudantes terão a oportunidade de discutir como um ecossistema funciona. Além disso, poderão refletir sobre como os resíduos podem impactar negativamente os espaços naturais.

Sugestão: professor/a será muito importante fazer combinados antes dessa saída: não matar os animais; como agir quando encontrar um animal que pode ser perigoso (abelha, aranha, marimbondo); combinar que o grupo deve ficar sempre junto, para que todos cuidem uns dos outros e se ajudem. Outra sugestão é que essa observação, na medida do possível, ocorra mais de uma vez e seja feita em horários diferentes e em diferentes épocas do ano. Com isso, a turma poderá observar que animais diferentes frequentam o mesmo espaço em horários e períodos do ano diferentes, por exemplo: há animais que preferem o frescor do início da manhã e do fim da tarde, há flores que desabrocham no calor do meio do dia e atraem polinizadores, etc.

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