Este plano contempla uma aula de 50 minutos e pode ser explorado de forma interdisciplinar. Nele discutiremos como a escolha de um produto está presente em qualquer tipo de aquisição: desde uma simples borracha ao tão sonhado primeiro automóvel. Mas como esta escolha pode se configurar como algo feito com consciência e de forma bem fundamentada? Esta será a pergunta que norteará o trabalho proposto para este plano de aula, que contempla os componentes curriculares Ciência e Geografia.
Criar ações de intervenção para melhorar a qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental.
Identificar as vantagens e as dificuldades de planejar o consumo.
Conhecer as estratégias e as técnicas de vendas utilizadas pelos comerciantes para conquistar o consumidor e as atitudes que podem ser adotadas pelo consumidor para evitar o consumo por impulso.
Relacionar o consumo consciente com práticas sustentáveis, mesmo no que se refere ao uso e à conservação do dinheiro.
Competências gerais
2. Pensamento científico, crítico e criativo
4. Comunicação
5. Cultura digital
7. Argumentação
Para começar
Sobre os planos de Educação Financeira
A Educação Financeira integra a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos temas transversais que deve ser explorado e trabalhado concomitante aos demais componentes curriculares. De acordo com a Base, a Educação Financeira não deve se restringir ao ensino cru da Matemática. “Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”. Pretende-se, com os planos de Educação Financeira, fazer os estudantes refletirem sobre ações individuais e coletivas que podem impactar sua vida e a da sociedade.
As orientações deste plano não devem ser apresentadas aos estudantes, pois elas detalham as ações e trazem mais subsídios para que você, professor, se organize melhor para a realização da aula.
Os planos de Educação Financeira têm como objetivo promover um trabalho inter e transdisciplinar, já que as habilidades destacadas para cada componente curricular se correlacionam com o tema transversal.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018a.
Ação prévia
Baixe e assista com antecedência ao vídeo abaixo.
Peça aos estudantes que selecionem folhetos diversos, de supermercados ou hipermercados. Se houver dificuldade de encontrar esse material, faça uma busca na internet e reproduza para a turma.
Para se aprofundar
É importante termos a consciência de que nossas decisões de consumo afetam os recursos naturais disponíveis no planeta. Considerando que os recursos naturais são imprescindíveis para a manutenção da vida na Terra, as consequências das decisões de consumo se ampliam, afetando a sobrevivência das presentes e futuras gerações. Consumir tendo em conta as consequências desse consumo, em médio e longo prazo, para as populações do planeta, é usualmente chamado de “consumo consciente”. O consumo consciente propicia, além das vantagens ambientais, benefícios sociais e econômicos para a sociedade como um todo, e individuais para aquele que consome conscientemente. Desse modo, consumo consciente amplia o conceito de educação financeira, ao incorporar às nossas escolhas de consumo considerações sociais e ambientais, tais como modo de produção, quantidade e qualidade das matérias-primas, tipo e qualidade de mão de obra, produção de resíduos e outros aspectos relevantes para o meio ambiente e para a sociedade. Enfim, consumir conscientemente pode contribuir para o consumo sustentável nas dimensões ambiental, social e econômica, ou seja, adquirir produtos e serviços ambientalmente corretos, com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente, que possam ajudar a construir uma sociedade mais justa e, claro, que sejam economicamente compatíveis com a situação financeira do consumidor.
Para ajudar a trabalhar o vídeo, você pode usar o Guia de Discussão do episódio “Duas vezes Judite”, acessível no link
Para o desenvolvimento deste plano de aula, indicamos o uso dos seguintes materiais
Retroprojetor.
Notebook.f
Folhetos de supermercado.
Folhas de papel A4.
Lápis de cor ou canetas coloridas.
Quadro branco e pincel.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Contexto
Tempo sugerido
10 minutos.
Orientações
Assista com os estudantes ao vídeo “Duas vezes Judite”, que mostra uma consumidora e sua dificuldade de resistir às técnicas agressivas de venda. Em seguida, debata com a turma sobre necessidades e desejos de consumo. Procure estimular a participação de todos no debate, evitando a polarização entre apenas alguns estudantes. Traga o tema para o contexto do dia a dia dos estudantes.
Evite dar sua opinião pessoal. Se julgar adequado, registre no quadro as respostas. Adapte as perguntas de acordo com a realidade da turma.
O vídeo retrata a situação de uma jovem chamada Judite, que comprou uma TV interativa. Ao receber o aparelho, ela se depara com um apresentador de programa de vendas da nova TV, muito habilidoso e com grande capacidade persuasiva. Esse apresentador oferece a Judite uma série de produtos “em oferta”, mexendo com sua imaginação e levando-a a acreditar que sua vida poderia mudar ao adquirir aqueles produtos. Usando seu carisma e técnicas bastante usuais de vendas, o apresentador consegue convencer Judite a comprar vários produtos, comprometendo a sua capacidade de compras e “estourando” o limite de seu cartão. Judite só se dá conta da situação que vive quando, em sonho, toma consciência de que seu poder de compra esgotou-se depois que ela decidiu comprar todos os produtos oferecidos pelo apresentador da TV. Por sorte, Judite tem a chance de voltar ao exato momento em que foi cativada pelo apresentador a comprar os produtos desnecessários. Diante dessa nova chance, Judite consegue resistir às estratégias de vendas do apresentador e dizer não à suas ofertas. Com isso, mantém seu limite do cartão de crédito disponível para despesas necessárias e encontra tempo (e tranquilidade) para exercitar-se ao ar livre.
O que propor?
Assista com os estudantes ao vídeo “Duas vezes Judite”, que mostra uma consumidora e sua dificuldade de resistir às técnicas agressivas de venda. Em seguida, debata com a turma sobre necessidades e desejos de consumo. Procure estimular a participação de todos no debate, evitando a polarização entre apenas alguns estudantes. Traga o tema para o contexto do dia a dia dos estudantes. Evite dar sua opinião pessoal. Se julgar adequado, registre no quadro as respostas. Adapte as perguntas de acordo com a realidade da turma:
1. Judite de fato precisava dos produtos que comprou?
2. Ao comprar a televisão, será que ela está impactando o ambiente ou não? O que leva você a acreditar nessa resposta?
3. Nessas condições de compra, que empresas, conhecidas por vocês, oferecem um produto considerado tecnológico, econômico financeiramente e que apresenta uma preocupação com o meio ambiente?
4, Esse produto é um bem durável ou não durável? Qual o tempo que ele permaneceria contigo caso estivesse comprado?
5. Você acha que Judite ficou mais feliz quando comprou todos aqueles produtos ou quando os recusou? Por quê?
6. Que ensinamentos você acha que o vídeo pode nos dar?
7. Na sua família, é comum fazer pesquisa de preços antes de comprar?
Permita que a turma expresse suas opiniões iniciais sobre a história. Após a exibição do vídeo, abra para comentários iniciais. Lembre-se de que cada indivíduo provém de uma realidade distinta e complexa. Portanto, sua postura deve ser a de respeito às diferentes opiniões e visões de mundo. Evite julgamentos prévios. Espera-se que os estudantes identifiquem que Judite comprou produtos de que não precisava. Consumir de maneira planejada e consciente não significa restringir gastos e deixar de comprar. Não se trata de fazer menos de tudo. É fazer mais daquilo que é mais relevante para você e menos daquilo que é menos relevante para sua realidade, seus anseios e de sua família. O planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor. Consumir “mais” por meio da potencialização do dinheiro e “melhor” via eliminação de desperdícios. Se julgar adequado, esclareça que os vendedores em geral recebem treinamento para se tornarem vendedores profissionais. Lojistas, órgãos de classe, universidades, entre outros, fornecem uma enorme variedade de cursos com o objetivo de impulsionar a força das vendas. Muitas vezes, queremos consumir mais do que nossa renda atual nos permite. Muitos não conseguem se controlar e acabam se endividando. Consumir não é errado. Pelo contrário, o consumo atende a nossas necessidades e nossos desejos. O consumo possibilita-nos alcançar os sonhos, como realizar a viagem tão desejada. Para evitar que o dilema entre o querer e o poder nos coloque em uma enrascada financeira, devemos planejar o consumo.
Sugestões de adequação
Caso você não consiga repassar o vídeo para os estudantes, pode contar a história ou reproduzi-la e entregá-la ao grupo. Você pode, também, fazer perguntas que valorizem mais a vivência dos estudantes, como nas questões a seguir:
1. Costuma comparar o valor do preço à vista com o total das parcelas?
2. Você já comprou algo porque a promoção estava para acabar?
3. O cartão de crédito leva você a gastar mais?
4. Você faz pesquisa de preços antes de comprar?
Problematização
Tempo sugerido
20 minutos.
Orientações
Peça aos estudantes, de forma prévia, que tragam para a sala de aula vários folhetos com preços dos produtos de supermercados e/ou hipermercados. Em grupos, sugira que observem e leiam os preços dos produtos que estão nos folhetos e identifiquem a importância desses produtos no cotidiano das pessoas.
Organize a turma em grupos com até cinco integrantes, de modo que cada um tenha uma função já estabelecida. Todos os estudantes podem ser responsáveis pela pesquisa de produtos, um deles pode organizar produtos, outro pode redigir a proposta e o último pode apresentar as conclusões do grupo.
Entregue folhas avulsas para que imagens dos produtos sejam coladas e organizadas.
O que propor?
Debata com o grupo a seguinte questão:
Quais produtos poderiam ser considerados uma boa compra, levando em conta o preço, a durabilidade e sua necessidade real de consumo?
Proponha que separem os produtos em dois grupos: itens que durariam pouco e itens de maior durabilidade.
Em seguida, oriente que recortem e colem os produtos dos folhetos, separando-os nos grupos descritos. Na sequência, organize uma tabela, usando como critério de classificação a necessidade real de consumir esse item. Classifique os produtos, indo dos mais necessários para os menos necessários. Peça que debatam sobre as escolhas e justifiquem, na folha entregue, cada uma delas.
Ao final da atividade, peça que cada grupo socialize suas escolhas e provoque-os sempre a refletir sobre os custos e benefícios de cada produto escolhido.
Sugestões de adequação
Os estudantes podem realizar a atividade com todo o grupo, num único quadro exposto na sala. Essa seria uma maneira de ver como se comportam em uma atividade coletiva.
Sistematização
Tempo sugerido
10 minutos.
Orientações
O texto “10 Caminhos para a Produção e o Consumo Conscientes" traz propostas que estimulam o consumo consciente. Entregue uma parte do texto para cada um dos grupos de estudantes. Cada grupo fará a leitura do material, discutirá essas ideias e, em seguida, apresentará rapidamente as ideias principais do texto para toda a turma. Adapte essa dinâmica de acordo com a realidade da turma.
10 Caminhos para a Produção e o Consumo Conscientes - Conheça e saiba como aplicá-los no seu dia a dia
Certamente você já sabe que a humanidade está consumindo 50% a mais em recursos naturais renováveis – água, ar, terra agricultável e absorção de resíduos – do que o planeta é capaz de regenerar. E com certeza já se perguntou o que pode fazer a esse respeito. O ato do consumo tem um papel transformador da realidade em que vivemos. Se você e seus amigos se conscientizarem de que suas escolhas cotidianas de consumo – na compra, no uso e no descarte de produtos ou serviços – podem contribuir para criar uma sociedade mais acolhedora e mais saudável, e se fizerem essas escolhas buscando os melhores impactos possíveis, darão uma contribuição para vivermos com respeito à natureza, com boas condições de trabalho, com comunidades bem cuidadas, com relações mais justas entre as pessoas, desde que haja produtos e serviços projetados e produzidos de modo a respeitar os limites planetários e atender às necessidades sociais. Para construir essa sociedade do bem-estar – que proporcione o suficiente para todos, para sempre – o Instituto Akatu aponta os 10 Caminhos para a Produção e o Consumo Conscientes. Ao conhecê-los e valorizá-los, seja ao fazer suas compras no supermercado ou no modo de operar o seu negócio, você pode contribuir desde já para a construção de uma sociedade mais sustentável.
As opções duráveis, em regra, são sempre melhores que as descartáveis. Salvo algumas exceções (como no caso de itens de enfermaria, em que a segurança em relação à contaminação é inquestionável), optar por algo que não precisa ser substituído rapidamente ou que você “usa e joga fora” evita que mais recursos naturais sejam usados para produzir um novo item. É o caso emblemático da substituição das sacolas plásticas descartáveis por sacolas duráveis.
Mesmo que um produto durável seja mais caro, de imediato, que o descartável, ele pode “reembolsar” o consumidor ao longo do seu período de uso. Um bom exemplo é o caso das lâmpadas LED, que duram até 13 anos e consomem muito menos energia elétrica para a mesma luminosidade. O preço maior pago pela LED é “devolvido”, pela redução da conta de energia do consumidor, em apenas 1 ano ao substituir uma lâmpada incandescente, e em 3 anos ao substituir uma lâmpada fluorescente. A obsolescência acelerada (itens que são programados para durar menos) também é algo a se levar em conta na escolha por duráveis. O caminho para as empresas é de investir nos serviços de conserto e reparação de itens das suas marcas, incentivando outro tipo de relação com a sua produção. E produtos duráveis contribuem para que menos resíduos sejam gerados, evitando a poluição e obstrução de vias e canais de escoamento de água – o que traz riscos de doenças, especialmente quando se considera que boa parte ainda não vai para aterros sanitários. Lembre-se: resíduo bom é resíduo não gerado.
Ao comprar um item produzido localmente, você incentiva o desenvolvimento da economia do lugar de origem, além de contribuir para a diminuição de emissões de gás carbônico das longas viagens que os produtos fazem para chegar até o consumidor. Outra contribuição que esse caminho traz é a possibilidade de conhecer melhor o produtor e entender de onde vêm as coisas e para onde elas vão após o uso – a cadeia de produção. As cooperativas e organizações comunitárias são um exemplo de produção e comercialização de produtos típicos regionais e fazem valer essa opção para o consumidor. Você conhece alguma? Quanto mais a produção local for incentivada pela demanda do consumidor, mais produtos com essas características tendem a surgir.
Por que compramos e guardamos em casa tantos produtos? Não seria possível usufruir do bem-estar que o produto ou serviço nos traz com um acesso temporário a ele? Cada vez mais as pessoas podem compartilhar o uso de um produto por meio da posse comunitária, alugando-o temporariamente ou buscando suprir a necessidade de uma forma a compartilhar o uso.
O caso da mobilidade é marcante: é comum confundir a sensação de se ter um carro com a satisfação de se locomover facilmente pela cidade. O sistema de compartilhamento de bicicletas ou de carros nas grandes metrópoles é um dos exemplos do uso compartilhado de produtos, assim como as lavanderias compartilhadas nos condomínios e o aluguel de roupas e brinquedos, iniciativas da nova economia colaborativa. Ao compartilharmos, expandimos ao máximo a capacidade de uso de um produto. Assim aproveitamos o que está ocioso, atendemos à necessidade de mais pessoas e evitamos a extração de recursos naturais para a produção de novos itens.
A primeira imagem desse caminho é a preparação de alimentos com todas as partes de legumes e verduras, aproveitando talos, folhas, sementes e cascas. Mas o aproveitamento integral diz respeito também ao planejamento das compras de somente o necessário, diminuindo o desperdício dos excessos. Também é essencial estender ao máximo a vida útil de qualquer produto, aprimorando usos e melhorando a eficácia de sua aplicação, como de eletroeletrônicos, livros, móveis e carros. Brechós de roupas usadas e reutilização da água de chuva são outros exemplos de aproveitamento integral e não desperdício de recursos.
Opções saudáveis, como a prática de esportes, alimentação balanceada e orgânica (sem o uso de defensivos tóxicos) e o equilíbrio entre trabalho e lazer, aumentam o bem-estar de todos. Pessoas mais saudáveis têm menos necessidade de consumo de remédios, tratamentos e exames médicos – o que os especialistas chamam de medicina preventiva. Além de outros benefícios facilmente perceptíveis como boa disposição e melhores desempenhos nos processos de aprendizagem. Escolher o que não é prejudicial para a sua saúde e de sua família, além de mudança de hábitos, requer acesso a muita informação. Quantos produtos não se sabia que faziam mal à saúde e hoje não são recomendados para muitas pessoas? Por isso, é essencial termos mais informações sobre a composição e origem dos produtos nos rótulos e campanhas de esclarecimento à população sobre hábitos saudáveis.
A música ouvida no aparelho de MP3, o livro e a revista lidos em dispositivos eletrônicos, o filme baixado diretamente de uma “nuvem” são exemplos das possibilidades das opções virtuais. Além de não gerarem resíduos, as opções imateriais tendem a criar empregos de melhor qualidade que as materiais, apoiam o desafio do desenvolvimento de tecnologias mais avançadas e gastam, ao longo da cadeia produtiva, menos água, energia e outros recursos naturais, como petróleo e derivados e outros minérios, dada a inexistência do produto físico. Também demandam menos transporte de cargas e pessoas, tanto nas etapas de extração, transformação e produção, quanto nas de distribuição e varejo, reduzindo ainda mais o uso de recursos naturais.
Você conhece alguém que mantém seu aparelho celular por anos e não o troca a cada novo lançamento? Essa pessoa entendeu que a busca é por se comunicar, o que pode ser atendido sem trocar o aparelho. É essa a pergunta que este caminho nos faz: será que já não tenho/comprei o suficiente para suprir minhas necessidades? Há sempre uma novidade no mercado aparentemente indispensável: um novo celular com câmera de maior resolução, uma nova geladeira que oferece o gelo diretamente na porta. Ou, mesmo se temos sapatos suficientes, aparece a urgência em ter aquele novo modelo que será valorizado na próxima estação. A lógica da compra pela compra em si, desprovida de um conteúdo de real necessidade, assim como a troca desnecessária de produtos ainda em plena vida útil, extrapola o limite do suficiente para cada um. E, com isso, extrapola o limite da sustentabilidade que é garantir “o suficiente, para todos, para sempre”.
A máxima que revela este caminho é: “Presença é mais importante que presente!”. Os valores da sociedade consumista têm superado o que realmente importa na nossa vida: emoções, experiências, convivência, lealdade ao que realmente somos e sentimos. Sabores, amanheceres e entardeceres, boas risadas, beijos, abraços. Isso é o que constituirá nossas belas lembranças, enquanto raramente nos lembramos de quem deu qual presente e quando.
A presença significa o ato generoso de doar a alguém parte do nosso tempo, nosso mais valioso bem, totalmente perecível e não renovável. As viagens propostas por agências que oferecem vivências por meio de visitas participativas e educativas são uma forma de aproveitar a experiência e emoção proporcionadas por um novo destino, no lugar de compras de bens materiais.
As empresas do setor varejista que praticam logística colaborativa para melhorar o nível do serviço e reduzir custos e emissões de carbono estão seguindo este caminho. Algumas práticas só podem ser transformadas coletivamente, como é o caso do combate ao uso de trabalho infantil ou análogo ao escravo, ou das ações contra a destruição de matas nativas para cultivo da soja ou criação de gado. Os Pactos contra o Trabalho Escravo e os Pactos da Carne e da Soja são exemplos de ações nesse sentido. As empresas signatárias discutem e implementam conjuntamente estratégias de resolução desses problemas em suas cadeias produtivas, compartilham informações sobre as condições de fornecedores e, gradualmente, reduzem até o desaparecimento as práticas condenáveis. Reconhecendo empresas que seguem este caminho, contribuímos para a sociedade do bem-estar.
O princípio da publicidade é vender o desejo por um produto ou um serviço, mas é da sua natureza incentivar o consumismo? A forte insustentabilidade social e ambiental da sociedade atual exige a busca por novos princípios para a publicidade: ela deve dialogar com a demanda do consumidor por bem-estar, mais do que pelo pretenso significado da compra e do uso de cada produto; por inovação na direção de um mundo mais sustentável, mais do que pela novidade em si. Trata-se de uma grande oportunidade para fazer uma publicidade mais consciente. Ela pode e deve trazer informações suficientes para que o consumidor escolha favorecendo a sustentabilidade.
Depois de ler e discutir cada parte do texto, os grupos devem apresentar as ideias principais para a turma e, em seguida, todos deverão responder às perguntas:
1. É possível construir uma sociedade mais sustentável a partir dos caminhos propostos no texto?
2. Dos caminhos propostos no texto para estimular o consumo consciente, quais vocês já seguem? E qual é mais difícil de seguir? Por quê?
É importante que vocẽ circule por entre os grupos para ouvir o que os estudantes concluem e para orientar as escolhas corretas. Comente que o consumo pouco consciente pode ocasionar escolhas erradas, que levam o consumidor a adquirir bens pouco duráveis e de alto valor.
O que aprendemos?
Tempo sugerido
10 minutos.
Orientações
A avaliação por pares promove o protagonismo dos estudantes durante todo o processo de ensino e aprendizagem, ao permitir que eles avaliem o trabalho de outros colegas da turma. Esse processo é feito com base nas percepções de excelência dos estudantes para a atividade proposta pelo professor. Ou seja, eles refletem e analisam quão bem o colega realizou o trabalho e se os critérios e objetivos combinados anteriormente foram atingidos.
Dessa forma, quando o estudante é escolhido para avaliar uma pessoa, ele precisa ter uma compreensão maior e muito clara do conteúdo apresentado. Esse tipo de avaliação se torna uma boa opção para ambos, pois quem avalia deve ter certo domínio e clareza do conteúdo e quem está sendo avaliado consegue ter mais atenção aos pontos que ele talvez tenha deixado passar despercebidose também aos feedbacks, por virem de alguém que é um estudante como ele.
O que propor?
Após a socialização dos textos, as informações podem ser registradas no quadro, para que seja demonstrado tudo aquilo que aprenderam durante o processo. Faça o seguinte questionamento para os grupos:
Quais ações são mais importantes no momento de escolha de um produto?
Faça intervenções enquanto os grupos discutem e registre as possíveis dificuldades. Trace um comparativo dos produtos escolhidos pelos grupos, sugerindo uma reflexão com o texto final. Peça que cada grupo registre uma lista de ações que demonstre suas aprendizagens. Deixe os registros no mural da sala.
Sugestões de adequação
O professor pode fazer a avaliação por pares no formato de roda de conversa.
Disponibilize o vídeo via e-mail, Whatsapp ou link do Youtube e peça que os estudantes assistam previamente à aula. Marque uma videochamada para discutirem sobre os questionamentos e para que realizem a etapa de Problematização utilizando um documento compartilhado. Envie, por e-mail ou por outra ferramenta de comunicação tecnológica, o texto e o enunciado da atividade que propõe a construção de uma campanha de conscientização sobre consumo sustentável. Peça aos estudantes que se organizem em grupos e sintetizem as ideias principais em um documento colaborativo ao qual todos tenham acesso. Você pode usar um documento de Apresentações Google ou Docs. Organize uma pasta on-line, no Google Drive, com todas as produções e socialize com a turma.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.