Plano de Aula

Plano de aula: O movimento eugenista e as mulheres

Plano 2 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Diversidade no Brasil do século XX

mais ações

Tem interesse no tema "Neurociência, adolescências e engajamento nos Anos Finais"?

Inscreva-se neste tema para receber novidades pelo site e por email.

Habilidades BNCC:

Aula

Sobre este plano
Sobre este plano

Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.

Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI08, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.

Materiais necessários:

Projetor para exibição de imagens e textos. Caso não tenha disponibilidade deste aparelho, poderão ser realizadas impressões das imagens e dos textos para ser disponibilizados para as equipes.

Material complementar:

Contexto - Imagens: Almanaque da saúde da mulher (1931 e 1933) para impressão:

https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/ydeYXxV4b5eEK4tTNzcTt6QqZuuhMSJ5zhRtGwszbbzJHHxYrN7px6vEC8Ze/his9-08und02-contexto-imagens-almanaque-da-saude-da-mulher.pdf

Problematização - Textos: Almanaque da mulher de 1938, Eugenia no Brasil e A mulher (a)normal para impressão:

https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/CUYV9RDhZHQrsfqP9zm6HsXXFBHp7FxFV9HXk6HYgEkR9GGdPYQbY4nd9zBq/his9-08und02-problematizacao-textos-almanaque-da-mulher-de-1938.pdf

Para você saber mais:

Para que você possa conduzir esta aula com mais propriedade, recomendamos algumas leituras sobre os debates raciais em torno da sociedade brasileira no período após da Independência do Brasil. Após este marco político, passou a ser pauta de discussão da elite brasileira a preocupação com a formação de uma nação soberana, desenvolvida economicamente, mas que acima de tudo partilhasse os ideais de civilização europeus. Uma coisa era certa, a identidade nacional, que estava em processo de construção, não poderia estar associada à população negra ou indígena, mesmo representando a maior parte da população brasileira, pois eram relacionados a doenças, vícios e todo tipo de problemas que afligiam ou poderiam vir a afligir a sociedade brasileira. Neste contexto, muitos intelectuais brasileiros no fim do século XIX e início do século XX passaram a defender uma política de “branqueamento” e de eugenia da população como a aposta mais efetiva para que o Brasil conseguisse se enquadrar nos padrões civilizatórios europeus.

O movimento eugenista buscava “aperfeiçoar” a raça humana por meio da procriação seletiva de seres humanos. Imbuídos de ideias advindas do determinismo biológico, teoria que pregava a superioridade de algumas raças e etnias sobre outras, notadamente a superioridade de europeus fenotipicamente arianos sobre outras populações, procuravam branquear a sociedade, além de impedir a reprodução de indivíduos portadores de deficiências físicas ou mentais. No Brasil, um dos maiores divulgadores do movimento eugenista foi o médico Renato Kehl, fundador da Sociedade Eugênica de São Paulo.

Neste contexto, o papel atribuído às mulheres foi o de esposa e mãe, e o foco passa a ser a preservação de sua saúde, com ênfase na saúde materna e nos cuidados do pré-natal. O trabalho fora do domicílio era visto com maus olhos pelos eugenistas por acreditarem que causaria a degeneração das famílias e dos lares brasileiros. As feministas eram vistas como empecilho para o estabelecimento de uma sociedade ideal, pois suas reivindicações eram vistas como entraves ao papel tradicional de reprodutoras das mulheres. Ao mesmo tempo, as mulheres brasileiras passaram a trabalhar cada vez mais fora do lar para conseguir seu sustento e surge o movimento sufragista brasileiro, com um de seus maiores expoentes sendo Bertha Lutz, que formou em 1919, no Rio de Janeiro, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. O movimento sufragista feminino brasileiro obteve grande vitória em 1932, quando o então presidente, Getúlio Vargas, instalou novo código eleitoral que garantia às mulheres o direito ao voto.

COUTO, Rita Cristina C. de Medeiros. Eugenia, loucura e condição feminina. Fundação Carlos Chagas: Cadernos de Pesquisa, n. 90, 1994. Disponível em: <http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/892>. Acesso em: 5 mar. 2019.

CUPELLO, Priscila Céspede. A mulher (a)normal: Representações do feminino em periódicos científicos e revistas leigas na cidade do Rio de Janeiro (1925-1933). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2013. (Dissertação de Mestrado). Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18973>.
Acesso em: 9 mar. 2019.

MORAIS, Ana Karoline Lima de. Folheando a saúde: o almanaque d’A saúde da mulher e a construção do feminino nas décadas de 1930 e 1940. Campina Grande – PB: Universidade Estadual da Paraíba, 2018, p. 07. (Trabalho de conclusão de curso). Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/18226/1/PDF%20-%20ANA%20KAROLINE%20LIMA%20DE%20MORAIS.pdf>.
Acesso em: 10 mar. 2019.

ROCHA, Simone. A educação como ideal eugênico: o movimento eugenista e o discurso educacional no boletim de eugenia 1929-1933. Curitiba: Caderno de Pesquisa - Pensamento Educacional, v. 6, n. 13, mai./ago. 2011. Disponível em: <https://seer.utp.br/index.php/a/article/view/423>. Acesso em: 6 mar. 2019.

SILVA, André Luiz dos S.; GOELLNER, Silvana Vilodre. “Sedentárias” e coquettes à margem: Feminilidades desviantes na obra de Renato Kehl. Pensar a prática 11/03: 251-259, set./dez. 2008. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/4865/4971>. Acesso em: 5 mar. 2019.

SOUZA, Vanderlei Sebastião de. A eugenia no Brasil: Ciência e pensamento social no movimento eugenista brasileiro do entre-guerras. Londrina: XXIII ANPUH, 2005. Disponível em: <http://conselheiros6.nute.ufsc.br/ebook/medias/pdf/A%20eugenia%20no%20Brasil-%20inserido.compressed.pdf>.
Acesso em: 6 mar. 2019.

STEPAN, Nancy Leys. Eugenia no Brasil, 1917-1940. In: HOCHMAN, G., and ARMUS, D., orgs. Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. História e Saúde collection, p. 351-353. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/7bzx4/pdf/hochman-9788575413111-11.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2019.

SÓ HISTÓRIA. Bertha Lutz. Biografia. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/biografias/berta/>. Acesso em: 6 mar. 2019.

Objetivo
Objetivo

Tempo sugerido: 3 minutos.

Orientações: Solicite que os alunos se organizem em equipes de três alunos. A escolha das equipes pode ser direcionada, com o propósito de garantir que os alunos possam se apoiar de maneira efetiva para a realização desta atividade.

O objetivo da aula poderá ser projetado, escrito no quadro ou lido para a turma. Este momento é muito importante para que os alunos compreendam a temática que será estudada e qual sua importância. No entanto, procure não antecipar algumas questões neste início a fim de garantir a atenção e interesse dos alunos durante toda a vivência da aula.

A finalidade desta aula é fazer com que os alunos compreendam o debate em torno das questões eugênicas e o papel da mulher após Proclamação da República, compreendendo as peculiaridades em torno do movimento eugenista difundido no período e a sua relação com a vida das mulheres brasileiras.

Novo curso gratuito

Conheça nosso mais novo curso sobre adolescências, neurociência e engajamento nos anos finais

VER CURSO

Conteúdos relacionados