Contexto 1 - Imagem Elza Soares
Plano de Aula
Plano de aula: O mito da democracia racial no Brasil
Plano 1 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Diversidade no Brasil do século XX
Este plano é um dos prioritários. Veja agora
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI08, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários:
Projetor para exibição de slides e textos. Caso não tenha disponibilidade deste aparelho, poderão ser realizadas impressões dos textos para ser disponibilizados para as equipes.
Equipamento de som para colocar uma música. Caso não tenha disponibilidade deste aparelho, realizar apenas a leitura do trecho da música ou de toda a letra.
Material complementar:
Contexto 1 - Imagem de Elza Soares para impressão:
Contexto 2 - Trecho da Música: “A carne” - Elza Soares para impressão:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Para você saber mais:
Para a condução desta aula, será necessário estar apropriado do conceito de mito da democracia racial. Atribui-se à famosa obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, publicada no ano de 1933, a quebra do estereótipo de que a mestiçagem era a grande causa do atraso político, econômico e social brasileiro. Percebe-se inclusive que, no período pós-Abolição e Proclamação da República, incentivava-se um branqueamento da população, por meio das relações entre portugueses e negros. No entanto, Gilberto Freyre tenta romper com este estigma racial e discriminatório, defendendo por meio de sua obra a mestiçagem da população brasileira como algo positivo, que propiciou uma vivência pacífica entre as raças, contribuindo assim para a diminuição das desigualdades sociais. Dentre outras palavras, Gilberto Freyre apresentou na teoria um relato bem otimista com relação às relações raciais, sugerindo a existência de uma democracia racial no Brasil, embora jamais tenha formulado o conceito ou usado a expressão no livro.
No entanto o que se observou na prática foi que a teoria Freyriana contribui para divulgar um Brasil tradicional que não admita a existência de preconceito e discriminação racial, uma democracia racial. Foi o sociólogo Florestan Fernandes, na década de 1950, que passou a contestar esta visão e a divulgar a imagem de um Brasil diferente da ideia de Gilberto Freyre, ou seja, um país consciente das suas diferenças, carregado de racismo e desigualdade social, desmascarando o “mito” da democracia racial brasileira, entendido aqui como um relato fantasioso, uma lenda, algo que não possui comprovação.
Para se aprofundar sobre a discussão em torno do mito da democracia racial e da formação da identidade nacional, indicamos as seguintes leituras:
BERNARDINO, Joaze. “Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil”. Estud. afro-asiát., Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, 2002.
COSTA, Sérgio. A mestiçagem e seus contrários: etnicidade e nacionalidade no Brasil contemporâneo. Tempo soc., São Paulo, v. 13, n. 1, 2001.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006. FRY, Peter.
A persistência da raça. Ensaios antropológicos entre o Brasil e a África austral. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005.
FRY, Peter (Coord.). Divisões perigosas: políticas raciais no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
GOMES, Tiago de Melo. Afro-brasileiros e a construção da ideia de democracia racial nos anos 1920. Linhas, vol. 8, n.1, Santa Catarina, 2007.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. Brasília: Editora Brasiliense: 1985.
REIS, Fábio Wanderley. Mito e valor da democracia racial, in SOUZA, Jessé (org.). Multiculturalismo e racismo: uma comparação Brasil – Estados Unidos. Brasília: Ed. Paralelo 15, pp. 221-232, 1997.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Solicite que os alunos se organizem em equipes de três alunos. A escolha das equipes pode ser direcionada, com o propósito de garantir que os alunos possam se apoiar de maneira efetiva para a realização desta atividade.
O objetivo da aula poderá ser projetado, escrito no quadro ou lido para a turma. Este momento é muito importante para que os alunos compreendam a temática que será estudada e qual sua importância. No entanto, procure não antecipar algumas questões neste início a fim de garantir a atenção e o interesse dos alunos durante toda a vivência da aula.
A finalidade desta aula é fazer com que os alunos compreendam o significado de democracia racial difundido no período imediatamente posterior à Primeira República, durante o Estado Novo e em regimes posteriores, procurando identificar que este conceito, na verdade, tratou-se de um “mito”, que contribuiu de maneira negativa para o aumento das diferenças e incentivo a discriminação racial.
Para você saber mais:
Desde meados do século XIX que inicia-se um movimento de construção de uma identidade nacional brasileira, identidade esta que viria assegurar ao país uma imagem positiva diante das nações europeias bem como proporcionar uma vivência interna pacífica entre os povos. Dentro desta perspectiva, a discussão sobre raça assume um valor preponderante, exaltando as contribuições das populações nativas para a formação da identidade brasileira. Por outro lado, observa-se um incentivo ao “embranquecimento da população” e uma “europeização” dos costumes, tendo em vista que enxergava-se na mestiçagem algo fundamentalmente negativo, apenas podendo ser melhorada com um clareamento da sociedade.
Com a publicação do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, em 1933, somada à políticas governamentais iniciadas no governo Vargas que se perduraram até a instauração da ditadura militar, começa a se desenhar uma nova solução para a questão racial no Brasil. Tal compromisso consistiria na criação de condições infraestruturais que incorporassem a população negra brasileira ao mercado de trabalho, ampliando a educação formal, incentivando assim a quebra dos estereótipos do tempo da escravidão e do pós-Abolição. O mito da democracia racial veio contribuir para amenizar um potencial conflito entre a população branca e não branca, difundindo a falsa impressão de que os negros estariam inseridos dentro da comunidade nacional, enquanto os antigos privilégios historicamente construídos eram mantidos e continuavam mantendo a discriminação racial.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações: Para a promoção de uma aula significativa e motivadora, é importante pensar em estratégias que incentivem o protagonismo dos alunos e que atribuam sentido à temática estudada. Logo, com a intenção de auxiliar na ministração desta aula, descrevemos algumas importantes orientações para a condução deste momento.
Inicie a aula apresentando a fotografia de Elza Soares, projetando-a para a turma ou entregando uma ou mais cópias impressas da imagem, informando aos alunos que neste primeiro momento eles trabalharão com uma música interpretada pela cantora Elza Soares. Questione se já ouviram falar nesta cantora e o que sabem sobre ela. Acreditamos ser importante falar um pouco sobre Elza Soares, informando aos alunos que ela é uma das mais consagradas cantoras e compositoras do Brasil que começou sua carreira ainda na década de 1950 como cantora de rádio.
Feito isso, projete ou entregue o trecho da música “A carne”, interpretada por Elza Soares. Caso possa tenha a disponibilidade de algum equipamento que possa reproduzir som, julgamos ser interessante colocar toda a música para que os alunos possam escutar toda a letra. Se julgar ser interessante, o videoclipe da música também pode ser mostrado para os estudantes.
Vídeoclipe da música “A carne”, interpretada pela cantora Elza Soares. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=yktrUMoc1Xw&index=1&list=RDyktrUMoc1Xw>. Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.
Em seguida, realize alguns questionamentos para a turma, incitando assim algumas reflexões sobre o trecho da música destacado:
- Qual questão social brasileira é abordada na música?
- Qual a intenção da letra ao afirmar que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”?
- Quais os problemas sociais enfrentados pela população negra no Brasil?
- Por que vocês acreditam que estes problemas sociais envolvendo a população negra no Brasil ainda persistem?
Permita que os estudantes exponham o que pensam, pois o objetivo deste momento é saber quais associações realizaram por meio da análise da música. Almeja-se que os alunos consigam identificar que a letra apresentada traz uma crítica aos diversos tipos de opressão e violência sofridos pela população negra no Brasil, que, mesmo se declarando para as outras nações como uma democracia racial, ou um país sem racismo, o que percebe-se na prática é que resquícios e estereótipos do período da escravidão ainda fazem parte do imaginário, cultura e costumes da população.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sobre os indicadores de violência no Brasil em 2018, apontou que a taxa de homicídios de negros (pretos e pardos) no Brasil foi de 40,2, enquanto a de não negros (brancos, amarelos e indígenas) ficou em 16 por 100 mil habitantes. Ou seja, a população negra brasileira é que mais sofre com a violência no Brasil, violência esta fruto da desigualdade de oportunidades e políticas públicas eficazes que promovam uma mudança de paradigmas nas relações raciais e sociais brasileiras. Para ter acesso a estas informações, indicamos a leitura do Atlas da violência de 2018.
Atlas da violência de 2018. Disponível em <https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/t4hKnrweK39dQuh5M6Q4mfb7qmN2uaeaqVXnz82ced6Dk5awTU3VR8JrjPJ3/180604-atlas-2018.pdf>.
Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.
Material complementar:
Contexto 1 - Imagem de Elza Soares para impressão:
Contexto 2 - Trecho da Música: “A carne”, Elza Soares, para impressão:
Para você saber mais:
Elza Gomes da Conceição, mais conhecida como Elza Soares, nasceu no Rio de Janeiro em 1937. Herdou o sobrenome Soares do primeiro marido, com quem foi obrigada a se casar aos 12 anos de idade. Aos 21 anos já era viúva. Perdeu dois filhos ainda na infância em decorrência das precárias condições em que viviam. Aos 13 anos se apresentou, escondida, pela primeira vez na Rádio Tupi: “Ela surgiu magra, com roupas remendadas por alfinetes e uma sandália da mãe. O visual provocou o deboche por parte do apresentador Ary Barroso, que questionou o lugar de onde a garota tinha vindo, ao que ela respondeu: ‘Do planeta fome’. Depois de cantar ‘Lama’, de Aylce Chave e Paulo Marques, a jovem encantou a plateia e o locutor, que declarou: ‘Nesse exato momento, acaba de nascer uma estrela’.” (BOL, 2018). No entanto, a cantora só pode se dedicar à carreira de artista depois da morte de seu primeiro marido.
Elza teve um romance com o jogador de futebol Garrincha, enquanto ele ainda era casado, e foi acusada pela mídia de ter sido responsável pelo fim do casamento do cantor, chegando a ser atacada na rua por isso. Sofreu violência doméstica e teve um relacionamento conturbado com Garrincha, em parte por causa do vício em álcool do jogador, que morreu de cirrose hepática em 1983, um ano depois da separação do casal. Perdeu outro filho, Garrinchinha, fruto de seu relacionamento com o jogador, em 1986, em um acidente de carro, aos 9 anos de idade.
Elza Soares possui 34 álbuns gravados. É ganhadora de dois Grammys Latinos (2003 e 2016) e do Prêmio Multishow de Música Brasileira, também em 2016 com o álbum A mulher no fim do mundo. Em 1999 foi eleita a cantora brasileira do milênio pela BBC de Londres.
BOL. Treze curiosidades que você talvez não saiba sobre a cantora Elza Soares, 2018. Disponível em: <https://www.bol.uol.com.br/listas/curiosidades-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-a-cantora-elza-soares.htm>. Acesso em: 11 mar. 2019.
NASCIMENTO, Vitor. 30 coisas sobre a vida de Elza Soares que talvez você não saiba. Buzzfeed: 2017. Disponível em: <https://www.buzzfeed.com/br/victornascimento/coisas-incriveis-sobre-elza-soares>. Acesso em: 11 mar. 2019.
Página oficial de Elza Soares no Facebook. Disponível em: <https://www.facebook.com/pg/elzasoaresoficial/about/?ref=page_internal>.
Acesso em: 10 mar. 2019.
Canal oficial de Elza Soares no YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCKdvIFcpBqKYQuoNfDndO4w>.
Acesso em: 10 mar. 2019.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações: Para a promoção de uma aula significativa e motivadora, é importante pensar em estratégias que incentivem o protagonismo dos alunos e que atribuam sentido à temática estudada. Logo, com a intenção de auxiliar na ministração dessa aula, descrevemos algumas importantes orientações para a condução deste momento.
Inicie a aula apresentando a fotografia de Elza Soares, projetando-a para a turma ou entregando uma ou mais cópias impressas da imagem, informando aos alunos que neste primeiro momento eles trabalharão com uma música interpretada pela cantora Elza Soares. Questione se já ouviram falar nesta cantora e o que sabem sobre ela. Acreditamos ser importante falar um pouco sobre Elza Soares, informando aos alunos que ela é uma das mais consagradas cantoras e compositoras do Brasil que começou sua carreira ainda na década de 1950 como cantora de rádio.
Feito isso, projete ou entregue o trecho da música “A carne”, interpretada por Elza Soares. Caso possa tenha a disponibilidade de algum equipamento que possa reproduzir som, julgamos ser interessante colocar toda a música para que os alunos possam escutar toda a letra. Se julgar ser interessante, o videoclipe da música também pode ser mostrado para os estudantes.
Vídeoclipe da música “A carne”, interpretada pela cantora Elza Soares. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=yktrUMoc1Xw&index=1&list=RDyktrUMoc1Xw>. Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.
Em seguida, realize alguns questionamentos para a turma, incitando assim algumas reflexões sobre o trecho da música destacado:
- Qual questão social brasileira é abordada na música?
- Qual a intenção da letra ao afirmar que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”?
- Quais os problemas sociais enfrentados pela população negra no Brasil?
- Por que vocês acreditam que estes problemas sociais envolvendo a população negra no Brasil ainda persistem?
Permita que os estudantes exponham o que pensam, pois o objetivo deste momento é saber quais associações realizaram por meio da análise da música. Almeja-se que os alunos consigam identificar que a letra apresentada traz uma crítica aos diversos tipos de opressão e violência sofridos pela população negra no Brasil, que, mesmo se declarando para as outras nações como uma democracia racial, ou um país sem racismo, o que percebe-se na prática é que resquícios e estereótipos do período da escravidão ainda fazem parte do imaginário, cultura e costumes da população.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sobre os indicadores de violência no Brasil em 2018 apontou que a taxa de homicídios de negros (pretos e pardos) no Brasil foi de 40,2, enquanto a de não negros (brancos, amarelos e indígenas) ficou em 16 por 100 mil habitantes. Ou seja, a população negra brasileira é que mais sofre com a violência no Brasil, violência esta fruto da desigualdade de oportunidades e políticas públicas eficazes que promovam uma mudança de paradigmas nas relações raciais e sociais brasileiras. Para ter acesso a estas informações, indicamos a leitura do Atlas da violência de 2018.
Atlas da violência de 2018. Disponível em <https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/t4hKnrweK39dQuh5M6Q4mfb7qmN2uaeaqVXnz82ced6Dk5awTU3VR8JrjPJ3/180604-atlas-2018.pdf>.
Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.
Material complementar:
Contexto 1 - Imagem de Elza Soares para impressão:
Contexto 2 - Trecho da Música: “A carne”, Elza Soares, para impressão:
Para você saber mais:
Elza Gomes da Conceição, mais conhecida como Elza Soares, nasceu no Rio de Janeiro em 1937. Herdou o sobrenome Soares do primeiro marido, com quem foi obrigada a se casar aos 12 anos de idade. Aos 21 anos já era viúva. Perdeu dois filhos ainda na infância em decorrência das precárias condições em que viviam. Aos 13 anos se apresentou, escondida, pela primeira vez na Rádio Tupi: “Ela surgiu magra, com roupas remendadas por alfinetes e uma sandália da mãe. O visual provocou o deboche por parte do apresentador Ary Barroso que questionou o lugar de onde a garota tinha vindo, ao que ela respondeu: ‘Do planeta fome’. Depois de cantar ‘Lama’, de Aylce Chave e Paulo Marques, a jovem encantou a plateia e o locutor, que declarou: ‘Nesse exato momento, acaba de nascer uma estrela’.” (BOL, 2018). No entanto, a cantora só pode ser dedicar a carreira de artista depois da morte de seu primeiro marido.
Elza teve um romance com o jogador de futebol Garrincha enquanto ele ainda era casado, e foi acusada pela mídia de ter sido responsável pelo fim do casamento do cantor, chegando a ser atacada na rua por isso. Sofreu violência doméstica e teve um relacionamento conturbado com Garrincha, em parte por causa do vício em álcool do jogador, que morreu de cirrose hepática em 1983, um ano depois da separação do casal. Perdeu outro filho, Garrinchinha, fruto de seu relacionamento com o jogador, em 1986, em um acidente de carro, aos 9 anos de idade.
Elza Soares possui 34 álbuns publicados. É ganhadora de dois Grammys Latinos (2003 e 2016) e do Prêmio Multishow de Música Brasileira, também em 2016 com o álbum A mulher no fim do mundo. Em 1999 foi eleita a cantora brasileira do milênio pela BBC de Londres.
BOL. Treze curiosidades que você talvez não saiba sobre a cantora Elza Soares, 2018. Disponível em: <https://www.bol.uol.com.br/listas/curiosidades-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-a-cantora-elza-soares.htm>. Acesso em: 11 mar. 2019.
NASCIMENTO, Vitor. 30 coisas sobre a vida de Elza Soares que talvez você não saiba. Buzzfeed: 2017. Disponível em: <https://www.buzzfeed.com/br/victornascimento/coisas-incriveis-sobre-elza-soares>. Acesso em: 11 mar. 2019.
Página oficial de Elza Soares no Facebook. Disponível em: <https://www.facebook.com/pg/elzasoaresoficial/about/?ref=page_internal>.
Acesso em: 10 mar. 2019.
Canal oficial de Elza Soares no Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCKdvIFcpBqKYQuoNfDndO4w>.
Acesso em: 10 mar. 2019.
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação Afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala para a História brasileira, informando aos alunos que est livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar esta discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de très alunos poderá ser dado um texto a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto, se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como esse “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que este mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber por meio da leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que observa-se na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito, na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação Afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala para a História brasileira, informando aos alunos que este livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar esta discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto, se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que este mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber por meio da leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que observa-se na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito, na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação Afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala, para a História brasileira, informando aos alunos que este livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar essa discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar esse mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que este mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber na leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que observa-se na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito, na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre e o outro extraído do artigo “Ação Afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala, para a história brasileira, informando aos alunos que este livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar esta discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto, a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para a leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que este mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber por meio da leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que se observa na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito, na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala para a História brasileira, informando aos alunos que este livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar esta discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto, a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que esse mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder os questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber pela leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que observa-se na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que esse conceito na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala para a História brasileira, informando aos alunos que esse livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que esse texto virá acompanhado de um Glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Desta maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizar uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar esta discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto, a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados nesse texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, através do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar esse mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que esse mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber pela leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que observa-se na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Problematização
Tempo sugerido: 22 minutos.
Orientações: Com a turma dividida equipes, os estudantes serão convidados a realizar a leitura de dois textos, sendo um extraído da obra Casa grande e senzala, de 1933, do escritor Gilberto Freyre, e o outro extraído do artigo “Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil“, do escritor Joaze Bernardino. Ressaltamos ser importante não adiantar para a turma o conteúdo dos trechos, pois eles serão questionados posteriormente sobre isso. Mas procure apresentar o autor Gilberto Freyre e a importância da obra Casa grande e senzala para a História brasileira, informando aos alunos que este livro foi publicado em 1933 e por isso tem uma linguagem diferente. Destaque que este texto virá acompanhado de um glossário com o significado de algumas palavras, para auxiliar na compreensão.
A dinâmica para leitura do texto poderá ser selecionada pelo professor, levando-se em consideração a opção que julgar ser mais eficiente para sua turma:
Sugestão 1 - Os trechos poderão ser projetados para todos os grupos, disponibilizando o tempo de 2 minutos para que possam realizar a leitura de cada slide. Dessa maneira ao término dos 14 minutos, almeja-se que todos os estudantes terão lido todo os dois textos. Em seguida, convide os alunos a realizarem uma discussão sobre o texto de maneira coletiva, lançando algumas mediações para guiar essa discussão.
Sugestão 2 - Divida a sala em dois grandes grupos, disponibilizando para a metade da turma o texto impresso de Gilberto Freyre e para a outra metade o texto de Joaze Bernardino. Para cada grupo de três alunos poderá ser dado um texto, a fim de que a leitura seja realizada de maneira mais efetiva. Informe que terão o tempo de 8 minutos para realizar a leitura e registrar nos cadernos os pontos que mais acharam importante. Em seguida, peça que os grupos que realizaram a leitura do mesmo texto se juntem e discutam o conteúdo abordado. Disponibilize 4 minutos para esta atividade. Em seguida peça que formem um grande círculo na sala, solicitando que o grupo que realizou a leitura do texto de Gilberto Freyre apresente para o restante da sala os pontos abordados neste texto. Depois, peça para a outra metade da turma realizar o mesmo procedimento, agora apresentando o outro texto. Durante as apresentações faça as mediações necessárias para que durante a discussão os alunos compreendam o objetivo da aula.
Independentemente da dinâmica selecionada para leitura do texto, o professor deverá ser bastante criterioso na questão do tempo, orientando os alunos que fiquem focados na realização das atividades propostas.
Segue alguma sugestões de mediações que podem ser realizadas durante as discussões sobre os textos:
Texto de Gilberto Freyre:
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que a miscigenação seria o processo de se misturar raças, por meio do casamento e da reprodução de pessoas de etnias diferentes, pois “[o homem português] Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas”.
Na segunda pergunta é esperado que os estudantes respondam que, para Gilberto Freyre, a miscigenação teve um papel importante na construção da sociedade brasileira, pois “[...] os europeus e seus descendentes tiveram [...] de transigir com índios e africanos quanto às relações genéticas e sociais. A escassez de mulheres brancas criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravos” e “A miscibilidade mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre áreas extensíssimas”.
Na terceira pergunta espera-se que os estudantes respondam que Freyre vê a miscigenação como algo positivo, pois teria permitido que fosse diminuída a diferença social que havia entre portugueses, africanos e indígenas pois “A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome alguns dos trechos destacados acima.
Texto de Joaze Bernardino:
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
É esperado que na primeira pergunta os alunos respondam que o mito da democracia racial é a ideia equivocada de que o Brasil possui uma sociedade sem conflitos raciais abertos, conforme os trechos “Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação [...] não caracterizada por conflitos raciais abertos” e “Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças”.
Na segunda pergunta é esperado que os alunos respondam que a obra responsável por divulgar o mito da democracia racial é a obra de Gilberto Freyre, Casa grande e senzala, conforme o trecho “O mito da democracia racial ganhou sua elaboração acadêmica e alcançou o seu clímax por meio de Gilberto Freyre em seu Casa Grande & Senzala (1933), uma obra que viria a moldar a imagem do Brasil”.
Na terceira pergunta é esperado que os estudantes respondam que este mito foi retratado na obra de Freyre como uma visão otimista da sociedade brasileira ao exaltar a população mestiça, especialmente a figura do “mulato” - termo pejorativo, pois deriva da palavra mula, fêmea do burro e um animal híbrido, originado do cruzamento entre um jumento macho e uma égua, para designar a mestiçagem entre negros e brancos - em detrimento da população negra, que era incentivada a negar sua ancestralidade africana, pois esta era vista de maneira negativa, conforme os trechos “O tom da sua obra é de otimismo em relação a um ambiente social gestado durante a fase colonial brasileira que favorece e é propício à ascensão social do mulato, tipo que tenderia a caracterizar num futuro próximo o Brasil”, “O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apóia, na generalização de casos de ascensão social do mulato [...]. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros” e “O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo”.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para responder aos questionamentos, retome os trechos destacados acima.
Por meio desta discussão pretende-se que os alunos consigam compreender o significado do conceito de “democracia racial” difundido no período da Primeira República e que se estendeu até o período da ditadura militar, contribuindo para mascarar as relações raciais do Brasil. A visão romanceada defendida por Gilberto Freyre e que durante muito tempo foi defendida e divulgada, projetava o Brasil como um país formado pela democracia de todas as raças, os quais conviviam pacificamente e com as mesmas condições sociais e econômicas. Não é à toa que Gilberto Freyre enxergava a miscigenação como algo positivo para a construção da sociedade brasileira.
No entanto, o que se pode perceber pela leitura de Joaze Bernardino é que este pensamento não contribuiu para melhorar as condições de vida da população negra brasileira, que até hoje sofre e carrega muitos estereótipos de preconceito e racismo. O que se observa na prática é o Brasil está longe de ser uma democracia racial e que este conceito na verdade, trata-se de um mito ou seja, uma narrativa fantasiosa, uma lenda historicamente construída, sem comprovação.
Material complementar:
Problematização 1 - Texto extraído do livro Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre, para impressão:
Problematização 2 - Texto sobre o mito da democracia racial - Joaze Bernardino, para impressão:
Sistematização
Tempo sugerido: 15 minutos.
Orientações: Sem desfazer as equipes, procure estimular um olhar reflexivo sobre esse assunto, lançando para a turma o seguinte questionamento: Vocês acreditam que o Brasil é uma democracia racial? Deixe que os alunos exponham sua opinião e à medida que vão relatando reflita sobre quais elementos precisam ser modificados para que um dia possamos alcançar este status.
Feito isso, lance o seguinte desafio para os alunos: com sua equipe construam uma paródia de alguma música utilizando as discussões realizadas em torno do conceito de democracia racial. Caso os alunos não saibam o conceito de paródia, informe que trata-se de um gênero que recria ou adapta uma obra já existente, com base em um olhar cômico, crítico ou irônico. Logo, informe que eles precisarão ser bem criativos e que deverão criar uma paródia baseado no trecho de alguma música a ser selecionada pela equipe. Dê o tempo de 8 minutos para que as equipes realizem as paródias.
Em seguida, peça que os alunos se organizem em um grande círculo, deixando um grande espaço aberto no centro. Este será o espaço utilizado para que cada equipe realize a apresentação da paródia para o restante da turma.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF com documentos de texto, imagens, áudio ou vídeo, com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Padlet, Google Meet.
Contexto
Para despertar a curiosidade da turma, envie apenas a música “A carne”, interpretada por Elza Soares, acompanhada da letra, no grupo da sala no Whatsapp, Facebook, Google Sala de Aula ou outro. Questione:
- Qual questão social brasileira é abordada na música?
- Qual a intenção da letra ao afirmar que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”?
- Quais os problemas sociais enfrentados pela população negra no Brasil?
- Por que vocês acreditam que estes problemas sociais envolvendo a população negra no Brasil ainda persistem?
Dê um tempo para que os alunos possam discutir as interpretações sobre a música e, então, encaminhe o objetivo da aula e a imagem de Elza Soares.
Questione se os alunos já conheciam esta cantora e apresente a biografia dela, que consta nas orientações deste plano de aula.
Problematização
Encaminhe os textos da problematização, acompanhados dos questionamentos, para auxiliar a leitura e compreensão.
Os alunos podem trabalhar individualmente ou agrupados. Para trabalharem agrupados, podem se comunicar por Whatsapp, e-mail, Facebook ou qualquer outra ferramenta. O importante é que troquem informações e se auxiliem na análise do texto. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode dividí-los em duplas, trios ou grupos, de acordo com seu conhecimento sobre a turma.
Outra alternativa é dividir os textos entre a turma, de forma que metade leia o texto de Gilberto Freyre e a outra metade o texto de Bernardino. Depois, solicite que troquem as informações que encontraram com a outra parte da turma, escrevendo um texto, gravando um áudio ou vídeo, e postando no grupo da sala.
Texto de Gilberto Freyre
- O que seria miscigenação para Gilberto Freyre?
- Qual o papel da miscigenação, segundo Gilberto Freyre, na construção da sociedade brasileira?
- Gilberto Freyre enxerga a miscigenação como algo positivo ou negativo?
Texto de Joaze Bernardino
- De acordo com o autor, o que seria o “mito da democracia racial”?
- Qual seria a obra responsável por divulgar este mito?
- Segundo este autor, como este “mito” foi retratado na obra de Gilberto Freyre?
Estabeleça um prazo para que enviem as respostas às duas perguntas sobre o texto. Elas podem ser enviadas por escrito ou através de áudios e vídeos. Incentive os alunos a trocarem impressões sobre o texto com os colegas. Você pode encaminhar pequenos vídeos ou áudios para esclarecer dúvidas, complementar informações e chamar a atenção para características das fontes que podem ter passado despercebidas pelos estudantes.
Se houver a possibilidade, marque um momento síncrono para que os alunos possam dividir as análises e para que você possa fazer correções e pontuar informações.
Sistematização
Para a atividade de sistematização, os alunos podem continuar trabalhando agrupados ou individualmente. Eles podem enviar áudios ou vídeos das paródias, para que os colegas possam assistir. Você pode propor que os alunos gravem “videoclipes”, interpretando as paródias, usando objetos que tenham em casa e filtros de aplicativos, como Instagram e Snapchat. Também podem criar uma hashtag para compartilhar as produções com os familiares e a comunidade.
Convite às famílias
Permita que os alunos contem com a ajuda de familiares para a gravação das paródias, desde que a autoria deles seja respeitada. Incentive-os a compartilharem as produções com os familiares.
O vídeo "Entenda o Mito da Democracia Racial", do Canal Preto, discute temas relacionados aos discutidos na aula de maneira didática e simples (disponível aqui).
O Documentário “Retornados”, disponível no site da Tv Escola, mostra histórias de ex-escravizados que retornaram à Africa e que desempenharam papel importante na formação das sociedades africanas e brasileiras (disponível aqui).
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Roberta Duarte da Silva
Mentor: Chayene Santana
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.
Objeto(s) de conhecimento: Anarquismo e protagonismo feminino.
Habilidade(s) da BNCC: EF09HI08 Identificar as transformações ocorridas no debate sobre as questões da diversidade no Brasil durante o século XX e compreender o significado das mudanças de abordagem em relação ao tema.
Palavras-chave: Mito da democracia racial, Identidade negra, ideal de embranquecimento, Primeira República.