Textos
Plano de Aula
Plano de aula: O povos africanos na América portuguesa
Plano 1 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Território e população brasileira
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI12, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Música “Zumbi”, de Jorge Ben.
Mapa do continente africano.
Material complementar:
Textos
São dois trechos do capítulo “Presença negra: conflitos e encontros”, escrito por um dos maiores especialistas do tema escravidão africana no país,
João José Reis, publicado no livro Brasil: 500 anos de povoamento, onde o historiador trata da chegada ao Brasil das várias etnias dos povos africanos.
Mapa do continente africano
Mapa que deverá ser exibido ou distribuído para os alunos, caso o professor não disponha de um mapa do referido continente na escola.
Mapa mudo
Base cartográfica para registro de informações da atividade de Sistematização.
Para você saber mais:ATLAS Histórico do Brasil. In: FGV. CPDOC. Disponível em: https://atlas.fgv.br/marcos/trabalho-e-escravidao/mapas/trafico-negreiro-1502-1866.
Acesso em: 21 mar. 2019.
HARKOT-DE-LA-TAILLE, Elizabeth; SANTOS, Adriano Rodrigues dos. Dilemas e desafios na contemporaneidade sobre escravos e escravizados: percursos discursivos da conquista da liberdade. In: III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS). Disponível em: https://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/HARKOT_DE_LA_TAILLE_ELIZABETH.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019.
REIS, João José. Presença Negra: conflitos e encontros. In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Brasil: 500 anos de povoamento. IBGE. 2000. pp. 79-100. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019.
SANTOS, Alexandre Reis. “Eu quero ver quando o Zumbi chegar”: negritude, política e relações raciais na obra de Jorge Ben (1963-1976). Niterói. UFF. Programa de Pós-Graduação em História (Dissertação). 2014. Disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1800.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019.
Rotas da escravidão. In: Só História. Virtuous Tecnologia da Informação. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p5.php.
Acesso em: 29 mar. 2019.
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações ao professor: Projete, escreva no quadro ou leia o objetivo da aula para a turma. É muito importante começar com a apresentação do objetivo para que os estudantes entendam o que farão e compreendam aonde se quer chegar no fim da aula. Contudo, tome cuidado para, ao fazer isso, não antecipar respostas desde o começo. É necessário sempre garantir que os alunos construam o raciocínio por conta própria.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações: Organize a sala em grupos com no máximo quatro alunos. Informe para a turma que a divisão será mantida até o fim da aula. Como critério, considere as potencialidades dos alunos com a finalidade de auxílio mútuo para a realização da atividade.
Em seguida, projete, escreva no quadro ou leia a situação hipotética e faça a pergunta para os grupos. Peça para eles primeiro compartilharem as respostas entre si e depois com a turma. Espera-se que as respostas demonstrem desconforto, medo e receio da violência e do inesperado. Caso algum aluno apresente dificuldade em responder, pergunte se alguém da turma já viu algum filme, novela, ou mesmo se já leu algum livro sobre escravidão.
Se alguém disser que já assistiu, peça para contar como era e o que mais chamou a sua atenção.
Na possibilidade de não haver referências a respeito, conte a história de algum personagem que tenha sido protagonista no processo de diáspora da população africana. Uma sugestão é a série Meu nome é liberdade, cujo resumo pode ser acessado neste link: https://www.guiadasemana.com.br/tv-e-famosos/noticia/motivos-para-ver-a-serie-meu-nome-e-liberdade-que-estreia-na-rede-globo-dia-18-de-janeiro
Como adequar à sua realidade:
Caso ainda não tenha tido a oportunidade, aproveite esta aula para enfatizar a diferença entre os termos “escravos” e “escravizados”. Informe que não é apenas uma questão semântica, mas que o primeiro, como é frequentemente reproduzido em filmes, livros, séries e até mesmo na escola, trata o processo de obrigar pessoas a abandonar os seus territórios para realizar trabalhos forçados como natural, enquanto o segundo remete à violência que estes povos foram submetidos, ao seu caráter histórico e social. Para uma análise mais complexa dessa diferença, acesse o link: https://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/HARKOT_DE_LA_TAILLE_ELIZABETH.pdf
Problematização
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Projete, escreva no quadro ou leia o objetivo da aula para a turma.
Problematização
Tempo sugerido: 21 minutos.
Orientações: Mantendo a organização da turma, apresente a música “Zumbi”, de Jorge Ben. Faça os alunos escutarem a música, caso não disponham do recurso, imprima a letra ou escreva no quadro e proponha uma leitura em conjunto.
A música pode ser encontrada em duas versões. Para acessar a versão original, gravada por Jorge Ben em 1974, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=Db2_TWq7nfs. A versão mais recente, gravada no ano 2000 por Caetano Veloso, está disponível pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=FlFxynBODc4.
A letra da música está disponível pelo link: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/919300/.
Em seguida, distribua para cada grupo um texto. É importante informar para a turma que os textos são trechos do capítulo “Presença negra: conflitos e encontros”, escrito por um dos maiores especialistas do tema escravidão africana no país, João José Reis, publicado no livro Brasil: 500 anos de povoamento.
O arquivo para impressão dos textos está disponível aqui: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/d5EsKgzTzjAhG2qpWEHA9rPneqJRUZSzPb4pkEb4927mRJtrmmqBaJxwvGyA/his7-12und01-textos.pdf
Projete, escreva no quadro ou leia a proposta da atividade. Sugira que a turma estabeleça uma relação entre a música e o trecho recebido com base nas semelhanças por palavras e ideias. Informe aos alunos que qualquer registro deve ser feito no caderno e ande pela sala e esclareça possíveis dúvidas que possam emergir nos grupos.
No fim dos primeiros 15 minutos, convide os grupos para apresentar a ideia principal do seu texto para depois apontar as semelhanças, pedindo para que primeiro se apresentem os grupos que ficaram com o Trecho 1 em diante. Enfatize não apenas o que for dito de semelhante, mas as diferentes visões sobre a relação das mesmas fontes.
Espera-se que no Trecho 1 os alunos identifiquem processo de tráfico de escravos, atentando para o modo como os africanos foram capturados e escravizados, além de apresentar as quatro rotas utilizadas pelo tráfico para desembarcar escravizados no Brasil: Guiné, Mina, Angola e Moçambique. Trecho 2, o grupo deve destacar os lugares de atuação dos escravizados, tanto no campo quanto na área urbana, e por esta razão vai de encontro à letra da música, quando diz que os escravizados exerciam trabalhos forçados nos canaviais, cafezais e na colheita de algodão. Já o Texto 3 trata dos diferentes povos africanos que foram trazidas para a América Portuguesa, relacionando diretamente com as etnias mencionadas na música.
Caso algum grupo apresente dificuldades, retome a letra da música e pergunte qual é o assunto de cada estrofe. A saber: no primeiro, o compositor expôs algumas etnias africanas que vieram forçadas para o Brasil e eram vendidas em leilões; na segunda estrofe, reforçando os nomes das etnias,
ele trata dos lugares em que essa mão de obra escravizada foi empregada, destacando canavial, cafezais e colheita de algodão; no terceiro e no quarto, atribuem à figura de Zumbi o ideal de força e resistência. Para uma análise mais detalhada da letra da música, acesse o link: https://miloitocentoserevolucoes.wordpress.com/2016/04/15/a-escravidao-no-brasil-retratada-atraves-da-musica-nacional/
À medida em que os alunos forem entendendo a letra da música, pergunte qual a semelhança dela com o trecho que eles receberam. Peça para que identifiquem as palavras similares e depois expliquem do que se trata.
Para você saber mais:
REIS, João José. Presença negra: conflitos e encontros. In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Brasil: 500 anos de povoamento. IBGE. 2000. pp. 79-100. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019.
SANTOS, Alexandre Reis. “Eu quero ver quando o Zumbi chegar”: negritude, política e relações raciais na obra de Jorge Ben (1963-1976). Niterói. UFF. Programa de Pós-Graduação em História (Dissertação). 2014. Disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1800.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019.
Sistematização
Tempo sugerido: 15 minutos.
Orientações: Mantendo os grupos, projete ou escreva no quadro a proposta de atividade. Imprima e distribua o Mapa Mudo e oriente a turma a retomar os trechos e, com base neles, produzir mapas que relacionem as regiões dos grupos de escravizados e os locais onde eles abortaram no Brasil. Para tal, apresente o mapa do continente africano e peça para que eles identifiquem as regiões mencionadas nas fontes.
O arquivo para impressão do Mapa Mudo está disponível aqui: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/sC6MQNeRCQg7BkFJDkXvwvzNndXXzxFcGMXsEduspbzputUQDc5m2BU2xyEP/his7-12und01-mapa-mudo.pdf
Caso de não disponha do mapa do continente africano, projete ou imprima este arquivo: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/78T3DxS5URtzewN7ZkhH92kwM8xHHTUnhDbFZJU8QnKBHPgXKPDfDTpuMK99/his7-12und01-mapa-politico-do-continente-africano.pdf
Caso não disponha do recurso de impressão nem tenha o mapa, sugere-se pedir aos alunos que construam uma tabela que reúna os povos africanos escravizados a partir da região de desembarque no Brasil.
Espera-se que os alunos identifiquem no mapa do continente africano os atuais territórios de Angola (de onde partiram os povos da etnia de Benguela, cabinda e rebolo), República do Congo (habitado pelos congos e monjolos) e República de Gana (o povo mina, onde foi criada a cidade Mbanza kongo, um criadouro de escravizados que abastecia o mercado brasileiro). No Brasil, os traficantes desembarcaram estes povos principalmente em Salvador, Maranhão, Recife e Rio de Janeiro.
Caso os alunos demonstrem dificuldades releia o Trecho 1 e faça a relação com base nas rotas indicadas no texto. Oriente os alunos a encontrar os territórios mencionados no mapa da África e peça para que eles identifiquem as regiões no Mapa Mudo e liguem os pontos.
Como adequar à sua realidade:
Feita a atividade, você pode apresentar o mapa produzido pelo IBGE sobre “A distribuição da população por cor e raça” e peça para os alunos que relacionem as suas informações com os dados apurados com base no censo e expliquem a razão de em determinados estados estados a população
negra ser maior do que outras.
O acesso ao mapa do IBGE está disponível aqui: ftp://geoftp.ibge.gov.br/produtos_educacionais/atlas_educacionais/atlas_geografico_escolar/mapas_do_brasil/mapas_nacionais/sociedade_e_economia/brasil_populacao_cor_e_raca.pdf
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Para você saber mais:
Rotas da escravidão. In: Só História. Virtuous Tecnologia da Informação. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p5.php.
Acesso em: 29 mar. 2019.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, imagem ou link), Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Youtube, Mentimeter, Paintbrush, Editor de imagens do celular, Padlet, Google Maps .
Contexto
O objetivo desta aula é conhecer as etnias dos povos africanos que vieram para a América portuguesa na condição de escravizados.
Para desenvolvê-la com seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui) os materiais e orientações necessários. Os retornos dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Inicie a aula propondo a seguinte situação aos alunos:
- Imaginem se vocês fossem tirados de suas casas, tivessem seus nomes mudado e obrigados a trabalhar contra a vontade sem receber salários. Como vocês se sentiriam?”
Os alunos devem responder:
- Quais sentimentos vocês sentiram ao se imaginarem nesta situação?
Oriente-os a interagir com os colegas por meio de troca de mensagens. Se possível, é interessante que acessem um site de criação de nuvem de palavras e insiram as emoções que sentiram. Assim, irão produzir um mapa visual das percepções da turma sobre a situação proposta. O Mentimeter é uma boa ferramenta para isso (veja como usá-lo aqui).
Problematização
Disponibilize a música “Zumbi”, de Jorge Ben. Oriente-os a analisar:
- Qual assunto da música?
- Quais são as etnias africanas mencionadas na letra?
- O que aconteceu a estes povos no Brasil?
Disponibilize os trechos do capítulo “Presença negra: conflitos e encontros”. Devem analisar:
- Segundo o trecho 1, quais rotas eram utilizadas para trazê-los ao Brasil?
- Segundo o trecho 2, o que aconteceu a estes povos no Brasil?
- Quais são as etnias africanas mencionadas no trecho 3?
Com base nas informações encontradas, devem responder a questão central da aula:
- Quais foram as principais etnias dos povos africanos na América portuguesa e quais atividades exerciam?
Incentive a interação com os colegas por meio de troca de mensagens, participação em um quiz no Mentimeter (veja como usá-lo aqui - ative a tradução da página) ou participação em videoconferência.
Sistematização
Disponibilize os dois mapas aos alunos e oriente-os a retomarem o trecho 1 do texto, para que possam traçar as rotas do tráfico de escravizados. Dê algumas opções para que realizem a atividade:
Opção 1: Caso não possam imprimir ou desenhar um esboço dos mapas, podem elaborar uma tabela com duas colunas: “lugar de embarque” e “lugar de desembarque”, para fazer as correspondências.
Opção 2: Podem imprimir os arquivos ou trabalhar com a versão digital, utilizando o Paintbrush (veja aqui como usá-lo) ou Editor de imagens do celular para traçar as rotas.
Opção 3: Podem utilizar um mural virtual colaborativo, o Padlet (design de Mapas) é uma boa ferramenta para isso (veja como usá-lo aqui).
Sugira o uso do Google Maps como outra opção para que melhor visualizem e explorem o Mapa da África (veja como usá-lo aqui).
Convite às famílias
Para que conheçam mais a respeito do tráfico de escravizados, indique o documentário produzido pela ONU Brasil: “A Rota do Escravo - A Alma da Resistência”. ONU Brasil, 25/03/2013. Disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Paulo Henrique Pacheco
Mentor: Andrea Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto(s) de conhecimento: A estruturação dos vice-reinos nas Américas.Resistências indígenas, invasões e expansão na América portuguesa.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI12 Identificar a distribuição territorial da população brasileira em diferentes épocas, considerando a diversidade étnico-racial e étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática).
Palavras-chave: América portuguesa, povos africanos, demografia, continente africano, diáspora, escravidão, tráfico.