Conjunto de cartas de “Agentes da Floresta Inteligente”
Plano de Aula
Plano de aula: Floresta Amazônica: a relação entre o clima e a floresta
Plano 8 de uma sequência de 10 planos. Veja todos os planos sobre Inter-relações entre fenômenos naturais e usos da terra.
Tem interesse no tema "Neurociência, adolescências e engajamento nos Anos Finais"?
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Descrição
Nesta aula, serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade de Geografia (EF06GE05), que propõe relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais, com foco na Floresta Amazônica e no fenômeno dos rios voadores. Também será explorada a habilidade de Computação (EF06CO10), que envolve a análise crítica do consumo de tecnologia na sociedade, considerando os impactos relacionados à obsolescência e à sustentabilidade. Esta é a 8ª aula de um conjunto de 10 planos de aula com foco em questões ambientais e climáticas no território brasileiro, especialmente na Floresta Amazônica e suas conexões com a Inteligência Artificial (IA). O objetivo do plano é que os estudantes compreendam como a floresta influencia o clima nacional por meio da evapotranspiração e dos rios voadores, reconhecendo o papel da vegetação no equilíbrio climático e refletindo sobre como tecnologias baseadas em IA podem ser utilizadas para mapear ameaças ambientais e propor soluções sustentáveis. Durante a atividade, os estudantes simularão o funcionamento de um sistema de IA em uma dinâmica desplugada, construindo regras e padrões de decisão com base em dados simbólicos, como forma de desenvolver o letramento digital e ambiental de maneira crítica. A sistematização da aula será feita por meio de uma roda de conversa na qual os estudantes irão compartilhar os critérios que utilizaram para construir seus “modelos de IA” e discutir os limites e possibilidades, especialmente em relação à proteção da floresta e à manutenção dos rios voadores. A proposta também permite reflexões sobre os impactos socioambientais da tecnologia, como o consumo energético, a produção de lixo eletrônico e a extração de metais estratégicos.
Contexto e progressão das habilidades
Este plano de aula integra um conjunto de 52 planos estruturados com base na decomposição de aprendizagens, que divide habilidades complexas em etapas progressivas, respeitando o princípio da progressão de habilidades — em que cada novo conhecimento se apoia em bases já consolidadas. A sequência aborda, inicialmente, o pensamento computacional (decomposição, padrões, abstração e algoritmos) nos Anos Iniciais, avança para o letramento digital (uso crítico e criativo das tecnologias) nas séries seguintes e culmina, nos Anos Finais e no Ensino Médio, na análise crítica da IA, considerando o funcionamento e os impactos sociais e éticos. Essa progressão está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Computação, assegurando uma construção sólida e contextualizada do conhecimento, além de preparar os estudantes para interagir de forma autônoma e consciente no mundo digital.
Materiais sugeridos
Equipamentos e dispositivos:
computador, tablet ou celular com acesso à internet para exibição de vídeo. Projetor ou televisão (opcional) para apresentação de imagens e visualização coletiva de mapas ou recursos audiovisuais.
Recursos educacionais digitais:
vídeo “Rios Voadores” – https://www.youtube.com/watch?v=F6NYhdZwXr8.
Materiais diversos:
cartões com símbolos visuais (chuva, árvore, fumaça, satélite, garimpo, drone, seca, rio etc.) para simulação desplugada de sistema de IA. Papel A4, canetas, lápis de cor, tesoura e fita adesiva para elaboração dos esquemas de decisão e organização dos grupos.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Floresta Amazônica: a relação entre o clima e a floresta.
- Funcionamento básico da IA e o uso na análise de dados ambientais para o monitoramento e preservação da floresta.
Prática de Linguagem
- Análise linguística e semiótica
Objetivos de aprendizagem
- Reconhecer a importância da Floresta Amazônica na regulação climática, especialmente por meio do fenômeno dos rios voadores, relacionando vegetação, umidade e padrões de chuva no Brasil.
- Analisar, de forma crítica, como a IA pode ser aplicada no monitoramento ambiental da floresta, compreendendo os limites e potenciais do uso de dados para a sustentabilidade e enfrentamento das urgências climáticas.
Competências gerais
2. Pensamento científico, crítico e criativo.
5. Cultura digital.
9. Empatia e cooperação.
Acesse
- ARTAXO, Paulo et al. Perspectiva de pesquisas na relação entre clima e o funcionamento da Floresta Amazônica. Ciência e Cultura, v. 66, n. 3, p. 41–47, 2014. Disponível em: https://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/46523/Cienc.%20e%20Cult.%20v66_n3_p.41.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 30 jul. 2025.
- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 30 jul. 2025.
- EXPEDIÇÃO RIOS VOADORES. Fenômeno dos Rios Voadores. 2019. Disponível em: https://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/. Acesso em: 30 jul. 2025.
- GLOBO ECOLOGIA. Rios Voadores. YouTube, 2012. Vídeo (3min38seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F6NYhdZwXr8. Acesso em: 30 jul. 2025.
- JORDÃO, Priscila. Por que a Floresta Amazônica é vital para o mundo. Deutsche Welle Brasil, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/por-que-a-amazonia-e-vital-para-o-mundo.ghtml. Acesso em: 30 jul. 2025.
- JORNADA AMAZÔNIA. IA na Amazônia: como a inteligência artificial pode contribuir para manter a floresta em pé. 2023. Disponível em: https://jornadaamazonia.org.br/ia-na-amazonia-como-a-inteligencia-artificial-pode-contribuir-para-manter-a-floresta-em-pe/. Acesso em: 30 jul. 2025.
- JORNADA AMAZÔNIA. O uso de dados e algoritmos para a proteção da Floresta Amazônica. 2023. Disponível em: https://jornadaamazonia.org.br/o-uso-de-dados-e-algoritmos-para-a-protecao-da-floresta-amazonica/. Acesso em: 30 jul. 2025.
- UNESCO. Guia para Currículos Verdes: ensino e aprendizagem para a ação climática. Paris: UNESCO, 2024. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000393753. Acesso em: 30 jul. 2025.
- UNESCO. Guia para a IA generativa na educação e na pesquisa. Paris: UNESCO, 2023. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000390241. Acesso em: 30 jul. 2025.
Bibliografia
- FAVA, Rui. Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do indivíduo versátil. Porto Alegre: Penso, 2018.
- KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
- VEGA, Alfredo Pena (org.). Os sete saberes necessários à educação sobre as mudanças climáticas. São Paulo: Cortez, 2023.
- SHIRTS, Matthew. Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor. São Paulo: Claro Enigma, 2022.
- THUNBERG, Greta. Nossa casa está em chamas: ninguém é pequeno demais para fazer a diferença. São Paulo: Best Seller, 2019.
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Aula
Sobre esta aula
Tempo previsto: 100 minutos.
Orientações gerais:
Este plano de aula é voltado para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental e integra conhecimentos de Geografia e Computação, promovendo o diálogo entre os campos da urgência climática e da IA. A proposta tem como finalidade que os estudantes compreendam o papel da Floresta Amazônica na regulação climática, por meio do fenômeno dos rios voadores, e reflitam criticamente sobre como a IA pode ser utilizada para mapear ameaças ambientais e contribuir para ações sustentáveis.
A aula está estruturada em dois momentos principais: um de reflexão individual, em que os estudantes analisam a relação entre vegetação, clima e desmatamento; e outro de trabalho em grupo, no qual participarão de uma atividade desplugada de IA, simulando um sistema de tomada de decisão baseado em padrões de dados simbólicos (imagens e cartões com informações ambientais). IA desplugada refere-se ao ensino dos princípios fundamentais da IA sem o uso direto de computadores, por meio de dinâmicas, jogos e simulações que ajudam os alunos a entender como a IA reconhece padrões, aprende com dados e propõe soluções.
Dificuldades antecipadas:
Alguns estudantes podem apresentar dificuldade em compreender como a floresta influencia o clima em outras regiões do Brasil. Para isso, será necessário trabalhar com imagens, mapas e vídeos curtos que mostrem o trajeto da umidade e expliquem visualmente os rios voadores. Outra possível dificuldade é entender o que é e como funciona a IAl. Para contornar isso, o professor deve explicar o conceito em linguagem acessível, utilizando comparações com ações humanas (por exemplo: "A IA aprende com os dados como nós aprendemos com exemplos").
Além disso, durante a atividade desplugada, pode haver resistência ou confusão sobre como tomar decisões baseadas em padrões de dados simbólicos. Nesses casos, o professor pode apoiar os grupos com perguntas orientadoras, como: “O que esse dado diz sobre o clima?” ou “Se você visse fumaça e pouca umidade, o que seu sistema deveria fazer?”. Isso ajudará os estudantes a desenvolver estratégias de análise, lógica e tomada de decisão.
Durante a atividade em grupo, é importante estabelecer previamente regras de convivência claras, promovendo a escuta ativa e empática entre os colegas. Pode haver situações de conflito sobre decisões dentro dos grupos ou sobre a interpretação dos dados, logo, é importante priorizar a criação de um ambiente acolhedor, que valorize a colaboração e o respeito mútuo, sendo essa questão essencial para que todos se sintam seguros para participar. O professor deve mediar os debates de forma sensível, promovendo questionamentos abertos e garantindo que todas as vozes sejam ouvidas.
Possibilidade de interdisciplinaridade:
Esta aula pode ser articulada com as áreas de Ciências, ao aprofundar conceitos relacionados à atmosfera, evapotranspiração e ciclo da água, assim como com o(a) professor(a) de História, ao promover discussões sobre os saberes ancestrais dos povos da floresta e os impactos socioambientais da exploração territorial na Amazônia. Também é possível desenvolver conexões com o(a) professor(a) Língua Portuguesa, a partir da leitura e interpretação de notícias, infográficos ou produção de textos de opinião sobre o papel da tecnologia na preservação ambiental.
Conversa inicial/Introdução
Tempo previsto: 10 minutos.
Comece organizando o espaço da sala para favorecer o trabalho em grupo e o diálogo respeitoso entre os estudantes. Reposicione as mesas formando pequenos agrupamentos de 4 ou 5 cadeiras, de modo que cada equipe tenha seu próprio espaço. Essa mudança simples já ajuda a criar um ambiente mais acolhedor, convidativo à escuta ativa, à cooperação e ao olhar atento entre os colegas.
Depois que todos estiverem acomodados, apresente o tema da aula: “Como a floresta influencia o clima e como a IA pode ajudar a protegê-la?”. Compartilhe com a turma os objetivos de aprendizagem e leia com eles, explicando de forma clara e acessível o que vocês vão investigar juntos. Use esse momento para despertar a curiosidade, reforçar a importância do tema e convidá-los a participarem ativamente da aula.
Crédito: SRBR/GettyImages
Tempo previsto: 20 minutos.
Com os estudantes já organizados em equipes, inicie a segunda parte da aula com uma breve sondagem oral, buscando ativar os conhecimentos prévios da turma sobre o tema. As perguntas devem ser feitas de forma aberta, acolhendo diferentes níveis de familiaridade com os assuntos. Você pode circular pela sala, ouvir atentamente as respostas e anotar algumas palavras no quadro, criando uma nuvem de ideias que será retomada ao final do vídeo. Segue algumas sugestões de pergunta:
- O que você já ouviu falar sobre a Floresta Amazônica?
- Você sabe o que são os rios voadores?
- Como você acha que a floresta pode influenciar o clima em outras regiões?
Espera-se que os estudantes mencionem aspectos como a biodiversidade da floresta, sua localização no território brasileiro, sua importância para o meio ambiente e talvez até referências culturais ou midiáticas. Sobre os rios voadores, é comum que a maioria da turma não conheça o termo, ou tenha apenas ideias vagas, o que representa uma excelente oportunidade para gerar curiosidade e engajamento. Já sobre a relação entre floresta e clima, alguns podem associar a vegetação com a produção de oxigênio ou com a ocorrência de chuvas. Acolha todas as contribuições com escuta ativa e encorajamento, evitando julgamentos ou correções imediatas.
Depois da escuta inicial, você pode seguir com a exibição do vídeo “Rios Voadores – Globo Ecologia” (3min38seg), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F6NYhdZwXr8.
Antes de dar o play, oriente os estudantes a prestarem atenção em três aspectos principais: como os rios voadores se formam, de onde vêm e para onde vão; quais fatores ameaçam esse processo; e como a floresta influencia o clima de outras regiões.
Após o vídeo, retome as anotações feitas no quadro na primeira etapa da aula e proponha uma nova conversa com a turma. Estimule os estudantes a compartilhar o que aprenderam com base nas seguintes perguntas:
- O que são rios voadores e como eles se formam?
- Quais os fatores que prejudicam a formação desses rios voadores?
- Por que esses rios são importantes para outras regiões do Brasil?
- Como a tecnologia pode ajudar a proteger a floresta e os rios voadores?
- Você acha que a IA pode contribuir com essa proteção? Como?
Você pode esperar que eles identifiquem que os rios voadores são massas de vapor d’água que sobem das árvores da floresta por evapotranspiração e são levadas pelos ventos para outras regiões, onde causam chuvas. Se a floresta for destruída, esse sistema se rompe. Questione-os:
- Como as florestas podem ser destruídas?
Ajude a turma a perceber que o desmatamento, as queimadas e o avanço de atividades como mineração e pecuária extensiva afetam diretamente esse equilíbrio. Caso essas ideias não apareçam espontaneamente, retome partes do vídeo ou complemente com explicações acessíveis.
Se os estudantes mencionarem satélites, sensores ou mapas, valorize essas falas e complemente explicando que a tecnologia pode ser usada para observar, mapear e tomar decisões.
Crédito: Peter Schaefer/GettyImages
Nesse momento, introduza de forma simples a ideia de que a IA é uma tecnologia que aprende com dados e pode ajudar a identificar padrões ambientais, prever riscos e gerar alertas. Faça perguntas abertas como: “E se você tivesse que ensinar uma máquina a identificar quando uma floresta está em perigo, o que ela precisaria observar?” Essa transição será essencial para a próxima parte da aula, onde os estudantes simularão, em equipes, um sistema de IA desplugada.
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