Atividade para impressão - Atividade para consulta - Modelos para percursos - EDI2_11UND04
Plano de Aula
Plano de aula: Construção de um jogo de percurso
Plano 4 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Jogos com regras simples
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar esta atividade, é importante que as crianças já tenham jogado, ou manuseado algum jogo de tabuleiro e que tenham construído e brincado em percursos. Elabore com elas uma lista de materiais a serem utilizados nessa construção e a envie para as famílias, solicitando a colaboração de todos para reuni-los. Combinem um ou mais dias para a entrega desses materiais. Converse com a gestão da escola sobre a possibilidade de deixar o tabuleiro disponível para outras turmas no espaço em que ele for construído.
Para se inspirar, leia os textos Jogos de percurso - Contribuições para o ensino da matemática na Educação Infantil; e Esse jogo é nosso, ambos do Instituto Avisa lá.
Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:
Sondagem dos jogos conhecidos pelas crianças
Construção de um jogo de percurso
Ampliação de repertório: os jogos das famílias
Materiais:
Para reunir os materiais, defina como vocês vão fazer a base das casas nas quais as crianças vão pisar. Aproveite o que tiver disponível na escola. Para se inspirar, imprima os modelos para percursos. É importante que você e a turma os utilizem apenas como inspiração para suas próprias criações.
Para o tabuleiro: gravetos, cordas, fitas adesivas, papelão, caixas, bambolês, cartolinas, papel kraft, canetinhas hidrocor, tintas, brinquedos e sucatas. Considere selecionar esses ou outros materiais, de acordo com a decisão das crianças (com seu apoio) sobre como querem construir o tabuleiro. Faça um dado grande, imprimindo da Internet algum modelo de recorte e colagem dele, ou da forma como você preferir.
Caso esteja seguindo a sequência de planos, a sugestão de materiais para o livro são: papel canson A3, ou outro grande e grosso; caneta, canetas hidrocor, gizes, cola, tesoura, tintas etc. Se preferir, computador e projetor para registrar as falas das crianças.
Para demais registros: aparelho fotográfico e de gravação de vídeo e áudio.
Espaços:
Planeje que esta atividade seja realizada em um espaço amplo, como um pátio, ou uma quadra, que permita toda a construção do tabuleiro gigante, de forma que as crianças caibam em cima das casas. Depois, em sala, reúna o grupo para a construção do livro.
Tempo sugerido:
Cerca de uma hora e vinte minutos sendo aproximadamente, 15 minutos para o momento de conversas iniciais, 30 minutos para o momento de construção do tabuleiro e 35 minutos para o momento de brincar no tabuleiro.
Perguntas para guiar suas observações:
1. De quais formas as crianças se deslocam ao construir e percorrer o percurso do tabuleiro? Como elas se orientam no espaço?
2. Como as crianças demonstram fazer conexões entre os movimentos dos corpos delas e as regras do jogo? E como elas planejam essas ações?
3. Ao se deslocar entre as casas, organizar os materiais e acompanhar as jogadas, quais gestos e falas indicam que as crianças tentam fazer uso de contagem? De que forma essas contagens as auxiliam-nas nessas ações?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Levante hipóteses sobre como as crianças se deslocarão entre as casas: pulando, se arrastando, engatinhando, com a ajuda de um adulto etc. Assim, adapte os materiais para serem desafiadores e acessíveis a todas, com caixas cortadas, papéis de diferentes cores e texturas, pinturas em relevo (indicando o que acontece no local) etc. Proponha que as crianças que não estejam dentro do tabuleiro ajudem as demais, sugerindo movimentos e indicando o que há no espaço. Auxilie aquelas que demonstram necessitar de mais apoio.
O que fazer durante?
1
(Cerca de 15 minutos para o momento de conversas iniciais)
Reúna todo o grupo no espaço escolhido para a atividade e diga que hoje vocês vão construir um tabuleiro gigante! Retome com as crianças jogos que envolvem tabuleiro e que já conhecem, permanecendo atento a conhecimentos e ideias que elas trazem. Tenha em mente que amarelinha é um tipo de jogo de tabuleiro gigante, ainda que com suas regras específicas.
Possíveis falas do professor neste momento: Vocês já jogaram jogos de tabuleiro antes? Como eles eram? O que tinha neles? Como vocês os jogavam? Como vocês imaginam que seja um tabuleiro gigante?
2
Explique para as crianças que primeiro vocês vão construir um tabuleiro e que, em seguida, vão jogar dentro dele. Por isso, elas próprias serão os peões do jogo. As crianças poderão colaborar envolvendo-se nas diferentes etapas de construção ou manuseando e conhecendo os materiais com liberdade.
Possíveis falas do professor neste momento: Como vocês acham que é um tabuleiro gigante? Qual tamanho ele precisa ter? Como podemos construí-lo?
3
Diga para todo o grupo que vocês precisam escolher um tema desse tabuleiro gigante de percurso e um nome para ele. Procure valorizar o que as crianças expressam, de forma que o tema represente a diversidade e cultura delas.
Peça a elas que, caso já tenham jogado outros jogos de tabuleiro, tentem se lembrar quais eram os temas e o nomes deles. Escute atentamente as ideias e observe se, ao manipular os materiais, elas já se envolvem em brincadeiras de imaginação, como inventar pistas de corridas, caminhos nas florestas, uma caverna assombrada, ou outro cenário baseado em suas próprias referências e na região onde vivem.
4
Depois de ouvir as ideias das crianças e estabelecer combinados, disponibilize os materiais e incentive que elas sejam protagonistas, individualmente ou em pequenos grupos,ao escolherem seus pares de pesquisa, os materiais e as atividades que mais lhes interessam.
Faça convites para a participação das crianças que não estiverem engajadas, a partir do momento em que vocês iniciarem uma nova etapa de construção.
Possíveis falas do professor neste momento: Quais desses materiais vocês querem usar na construção do nosso tabuleiro? Como esse material pode ser usado pela turma na construção do tabuleiro? Alguém tem ideia de outros materiais que podemos usar, mas que não estão aqui?
5
(Cerca de 30 minutos para o momento de construção do tabuleiro)
Mostre para as crianças modelos para percursos impressos. Promova uma conversa sobre cada modelo, procurando problematizar e questionar qual é o melhor para todas. Considerem também adaptar ou inventar outros percursos, de acordo com as ideias que forem surgindo. Se necessário, façam um esboço de outro desenho de percurso. É importante que todo o grupo entre em acordo sobre o que quer construir.
Utilizem giz, cordas, ou fitas para marcar o caminho que o tabuleiro deverá fazer.
6
Definam as casas do percurso. É indicado que cada casa tenha espaço suficiente para uma criança ficar em pé e que tenha elementos que remetam ao tema escolhido. Se forem feitas com folhas grandes, colem as folhas no chão. Se forem feita com caixas, distribuam as caixas ao longo dele. Se forem feitas com bambolês, prendam-os com fitas e assim por diante.
7
A brincadeira vai ficar mais divertida se algumas casas tiverem regras específicas como bônus (como andar mais para frente) para quem cair nelas , penalidades (voltar algumas casas ou ficar uma rodada sem jogar) e escolha (trocar de lugar com outra criança). Marquem essas casas com desenhos, pinturas, sucatas ou brinquedos que as diferencie das demais.
É importante que você apoie quando uma criança demonstrar não se sentir confortável perdendo ou voltando casas. Para isso, uma sugestão é que você também jogue o jogo e, ao voltar as casas ou perder, procure expressar seus sentimentos e buscar a compreensão e empatia delas, mesmo que isso não seja suficiente para convencê-las.
8
Quando a construção for finalizada, reúna todo o grupo e solicite apoio para que os materiais não utilizados sejam guardados. Conte com as crianças quantas casas têm cada caminho, do início até a chegada e avaliem se é necessário colocar, ou tirar, algumas casas. Isso vai depender se vocês querem que o jogo fique mais ou menos longo!Considere a faixa etária e a ideia de que o jogo tenha uma dinâmica interessante e atrativa, podendo ser ampliado em uma próxima oportunidade de desdobramento desta atividade.
Escreva nas casas os números correspondentes delas na sequência, solicitando que as crianças te auxiliem novamente com a contagem. Parabenize o grupo pelo trabalho coletivo concluído.
Possíveis ações da criança neste momento: Demonstrar animação batendo palmas, pulando, abraçando umas às outras e gritando, imitar você contando, começar a fazer testes já pulando entre as casas.
9
(Cerca de 35 minutos para o momento de brincar no tabuleiro)
Com o tabuleiro definido e montado, diga para todo o grupo que agora vocês poderão jogar. Combine que uma criança por vez vai jogar o dado e pular, andar, ou se arrastar entre as casas, de acordo com o número que tirar. Relembre a todos que vencerá o jogo quem finalizar o percurso primeiro, seguindo as regras de cada casa.
10
Auxilie as crianças a ir ao local de partida. Se não houver espaço no tabuleiro para todas as crianças da turma, entrem em um acordo sobre quem serão as crianças que vão jogar primeiro, separando-as em pequenos grupos. As demais podem assistir aos jogadores enquanto aguardam sua vez. Encoraje elas a torcerem, darem dicas para os jogadores se movimentarem entre as casas e relembrarem as regras das casas especiais.
Possíveis ações da criança neste momento: Correr, pular, ou se arrastar entre as casas, tentar contar as casas que quer andar, demonstrar empolgação ao andar várias casas, ficar brava, ou triste, ao precisar voltar as casas, ou perder o jogo; demonstrar felicidade ao perceber que fez uma boa jogada ou que venceu o jogo. Se estiver na torcida, demonstrar atenção, engajamento, ou dispersão.
11
Apoie, quando achar necessário, ou ao ser solicitado, brincando com elas, fazendo a contagem dos números do dados e indicando as casas correspondentes a serem percorridas.
Nas outras partidas, vocês podem trocar de papéis: algumas crianças acompanham as regras e dinâmicas, você entra no tabuleiro, quem estava jogando vai para torcida, como vocês preferirem.
Para finalizar:
(Cerca de 10 minutos para o momento de finalização)
Quando todas as crianças já tiverem brincado ao menos uma vez dentro do tabuleiro, diga para todo o grupo que essa brincadeira chegou ao fim.
Explique para a turma que outras crianças da escola poderão brincar no tabuleiro que vocês construíram e solicite o apoio de todas para organizá-lo, colocando as peças no lugar adequado, ou substituindo os materiais danificados que o compõe.
Desdobramentos
Retomem a construção do livro, definindo um nome para o jogo que construíram, descrevendo suas regras e o complementando-o com desenhos e fotografias. Seja o escriba das ideias das crianças e utilize uma folha grande, ou um computador, para que elas possam te acompanhar enquanto escreve. Façam um convite para outras crianças e adultos da escola brincarem nele e emprestem o livro para quem quiser jogar. Se vocês não estiverem fazendo o livro, escrevam as regras do jogo e entreguem-nas para quem for brincar nele. Depois, solicite que eles digam para vocês se conseguiram entender e jogar o jogo apenas com a leitura. Reescrevam seus textos partindo do que as crianças conversarem e considerando as sugestões que receberem, melhorando partes, ou alterando as regras.
Engajando as famílias
Convide as famílias para ensinar novos jogos para vocês na escola e realizem uma votação da melhor data para todos. Para isso, elabore com as crianças um bilhete com uma explicação sobre a proposta e indique opções de dias e horários de participação para escolha. Envie esse bilhete para os responsáveis. É importante divulgar a data escolhida com antecedência utilizando, por exemplo, um cartaz em um local de passagem.
Apresente a proposta
Grave um vídeo e envie para as famílias, por WhatsApp ou outra plataforma utilizada pela rede, falando com as crianças sobre os jogos com regras simples que elas conhecem. Relembre alguns que vocês já jogaram na escola e diga que elas poderão jogar alguns desses e outros mais com os seus familiares. Depois, por áudio ou vídeo, explique às famílias que enviará mais orientações para as outras atividades.
Adaptações necessárias
Para desenvolver esta sequência, informe às famílias que poderão utilizar jogos que tenham em casa ou construí-los com alguns materiais, como papelão, cola e papéis comuns.
Sugira às famílias
Convide as famílias a ouvir as preferências e interesses das crianças sobre os jogos, apoiando suas falas e ideias, e participando com elas das brincadeiras.
1) Sondagem dos jogos conhecidos pelas crianças e Escolha dos jogos preferidos — Convide os familiares a separar os jogos com regras que possuem em casa, deixando-os acessíveis à criança. Caso a família não tenha jogos disponíveis em casa, sugira que possam lembrar os nomes dos que já jogaram. Sugira que conversem sobre os jogos, identificando-os pelo nome e relembrando as regras. Diga para que se recordem também dos jogos corporais praticados pelas crianças no dia a dia que envolvem movimentos como correr, pular, pegar etc. Mostre aos familiares que é importante valorizar as observações trazidas pelas criança, ressaltando suas opiniões, imaginação e formas de se expressar, e relacionando-as com seus conhecimentos. Depois da conversa sobre os jogos, oriente aos familiares que façam uma lista com os nomes dos jogos preferidos da criança e, em seguida, a incentivem a escolher um ou dois deles para jogarem juntos. Oriente que observem que estratégias a crianças elabora e a desafiem a relembrar sozinha como jogar os jogos.
2) Jogando um jogo novo e Ampliação de repertório: os jogos das famílias — Convide as famílias a conversar com a criança sobre os jogos que ela ainda não conhece, lembrando que, dentre os jogos, podem haver os que envolvem movimentos corporais. Oriente que os familiares conversem sobre os jogos que a criança ainda não conhece dizendo seus nomes e levantando hipóteses sobre as regras. Depois, sugira que disponibilizem à criança os novos jogos ou os materiais para que os construam. Enquanto a criança brinca, oriente os familiares a manterem a escuta atenta, observando-a e percebendo como ela interage com os jogos e os materiais, que ideias surgem e como argumentam diante do levantamento de hipóteses dos adultos. Além disso, mostre que é importante que os familiares possam se envolver com a criança durante o jogo, validando suas ações e descobertas.
3) Construção de um jogo de percurso — Oriente às famílias que sugiram à criança a construção de um jogo de percurso, aquele em que as crianças precisam avançar casas de acordo com os números tirados no dado. Para isso, oriente que possam lembrar com a criança se já brincaram de um jogo desse tipo. Caso os familiares ainda não tenham brincado desse tipo de jogo com a criança, sugira alguns jogos de regras simples, como uma corrida de carrinhos (usando os próprios carrinhos como peões), um tesouro que será encontrado por piratas etc. Mostre às famílias que existe uma variedade de configurações possíveis para a pista que será o tabuleiro – quadriculada, ziguezague, espiral, tortuosa etc. Os familiares podem confeccionar com as crianças as pistas e os desenhos que serão temas dos jogos. Combinar as armadilhas também faz parte desta proposta. Oriente aos familiares que procurem construir o jogo em um lugar espaçoso, que permita a livre movimentação da criança e que os materiais estejam acessíveis para que ela tenha liberdade e independência durante a escolha.
Para compartilhar com o grupo
Sugira às famílias que, à medida que realizarem as atividades com os jogos com regras, registrem em fotografias a criança em ação. Ao final das vivências, peça que a família escolha uma das fotos de que mais gostou e faça um relato oral ou escrito, compartilhando como foram as experiências para a crianças. Agradeça o envio do relato e parabenize os familiares pelos investimentos junto à criança durante as atividades. Guarde os relatos e as fotos, e, no retorno às aulas, imprima-os para montar um mural e expô-los para a comunidade escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti
Mentora: Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: 3 anos.
Campos de Experiência:
Corpo, gestos e movimentos; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Objetivos e códigos da Base
(EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
(EI02ET07) Contar oralmente objetos, pessoas, livros etc., em contextos diversos.
(EI02CG03) Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combinando movimentos e seguindo orientações.
Abordagem didática: Propor jogos é uma maneira de as crianças brincarem e, por meio de gestos e movimentos, aprenderem sobre si mesmas. A atividade pode servir para conhecer os jogos de cada família e aproveitar para conversar sobre diferenças e preferências. Também é um recurso para ampliar a troca de ideias e oferecer um contato significativo com a linguagem escrita, por meio da confecção de um livro com os jogos preferidos do grupo, o que envolve a construção de textos orais (das crianças) para serem escritos pelo professor e ilustrado por todos.