Ainda existe a carta que Getúlio Vargas deixou ao se suicidar?
HISTÓRIA DO BRASIL
PorNOVA ESCOLARita TrevisanBruna Nicolielo
01/05/2010
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Jornalismo
PorNOVA ESCOLARita TrevisanBruna Nicolielo
01/05/2010
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Sim. Há quatro versões dessa carta, uma nota manuscrita, um documento datilografado conhecido como Carta Testamento e duas cartas publicadas na imprensa, que são versões reduzidas desse último. A carta original está exposta à visitação no Museu da República, no Rio de Janeiro. Cópias do manuscrito e do documento datilografado integram ainda o arquivo do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Elas estão disponíveis para consulta no site da entidade (cpdoc.fgv.br). O texto da carta manuscrita, embora um pouco mais conciso, corresponde, de maneira geral, ao da carta datilografada, pois menciona os mesmos temas. Essa segunda versão não veio a público imediatamente após a morte de Vargas, em 1954, mas registra de maneira menos eloquente suas projeções quanto à reação das camadas populares. Muito provavelmente, essa carta foi redigida de próprio punho pelo presidente. Após o suicídio, ela foi encontrada ao lado de seu corpo. Já a autoria da carta datilografada ainda hoje é alvo de polêmicas. Alguns estudiosos atribuem o texto ao jornalista José Soares Maciel Filho, redator de grande parte dos discursos de Vargas, que nega a versão. De qualquer forma, ambas as cartas revelam muito sobre o cenário político da época. Vargas estava muito pressionado politicamente para renunciar e, com o suicídio, seu objetivo era se tornar um mártir na defesa dos interesses nacionais e das camadas populares. Na ocasião, ele estava ameaçado por uma série de fatores: perda de apoio político e militar, acusações de corrupção e proximidade com os mandantes do atentado contra Carlos Lacerda (1914-1977) - que resultaram na morte do major Rubens Vaz (1922-1954). Ele também sofria com a pressão dos norteamericanos contra a política nacionalista adotada em seu governo.
Consultoria Verena Alberti, coordenadora do Setor de Documentação do CPDOC-FGV.
Pergunta enviada por Vanessa Graciele Moreira, Limeira, SP
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