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Competência 1: Conhecimento

Entenda por que ela coloca no centro o processo de construção do saber

Autor: Rosi Rico

Mais do que aprender, cada aluno deve refletir sobre como ocorre a construção do conhecimento.  Ilustração: Rita Mayumi/Nova Escola

O que a BNCC diz 
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Cada competência traz a proposta de um aluno ativo, que consegue não apenas compreender e reconhecer a importância do que foi aprendido, mas, principalmente, refletir sobre como ocorre a construção do conhecimento, conquistando autonomia para estudar e aprender em diversos contextos, inclusive fora da escola. 

Áreas que mais contribuem para seu aprendizado 
Dialoga com todas indistintamente.

O que os alunos precisam desenvolver (até o fim do Fundamental) 

1. Busca de informação: devem se tornar capazes de avaliar a pertinência e confiabilidade de fontes diversas e acessar informações para resolver problemas, compreendendo conceitos como o direito de propriedade intelectual e o direito à privacidade para fazer um uso ético do que for coletado.

2. Aplicação do conhecimento: espera-se que os alunos consigam fazer conexões, atribuir significado e organizar os conhecimentos adquiridos. Para isso, eles devem construir e incorporar estratégias para reter as informações obtidas e ser capaz de utilizar o conhecimento para solucionar problemas diversos, com grau de complexidade de acordo com a faixa etária e o segmento de ensino.

3. Aprendizagem ao longo da vida: demonstrar motivação e conquistar autonomia para aprender. Colaborar com a aprendizagem dos colegas, reconhecer a importância do conhecimento adquirido e utilizá-lo para tomar decisões na vida cotidiana.

4. Metacognição: dominar o processo cognitivo, ou seja, refletir sobre o que, como e por que aprender e utilizar estratégias diversas para dar conta da própria aprendizagem. Com isso, ser capaz de entender e avaliar o conhecimento construído.

5. Contextualização sociocultural do conhecimento: compartilhar informações e construir coletivamente o conhecimento. Compreender e respeitar o contexto sociocultural em que os saberes são constituídos.

Como relacionar essa competência às habilidades para planejar aulas?
Todos os componentes curriculares contribuem para que os alunos entendam e se apropriem do processo de construção do conhecimento, mas isso se dá de maneiras diferentes em cada um. A leitura de fontes e documentos pode ser importante em História, mas a experimentação tem maior destaque nas aulas de Ciências, por exemplo.

Em todas as áreas, a contextualização e o uso de situações-problema são importantes. Além disso, o professor deve reservar momentos para que os alunos pensem o próprio processo de sistematização do conhecimento. Um tempo para discutir o que estão aprendendo, por que estão aprendendo e como fazer isso melhor. São conversas que ganham em complexidade de acordo com a faixa etária. O plano de aula Criando Situações-Problema conta como fazer isso na prática.

A competência fala também que não adianta só saber, é preciso aplicar. Ela valoriza, portanto, a utilização prática do conhecimento, que pode ocorrer por meio da elaboração de textos com destinatários reais, cartaz, vídeos, propostas, apresentações e outros produtos. Se essa produção estiver conectada à resolução de um problema concreto ou a uma intervenção construtiva na realidade, melhor. Pode-se começar com algo pequeno, com impacto na sala de aula (um cartaz sobre combinados de como separar o lixo, por exemplo), e que vai se expandindo (para a escola, a comunidade do entorno etc) conforme o segmento e a faixa etária permitirem.

A competência na prática

Ano: 9º ano
Componente Curricular: História 

Habilidade da BNCC: (EF09HI16) Relacionar a Carta dos Direitos Humanos ao processo de afirmação dos direitos fundamentais e de defesa da dignidade humana, valorizando as instituições voltadas para a defesa desses direitos e para a identificação dos agentes responsáveis por sua violação.

Como abordar: Os estudantes podem realizar pesquisas sobre a Declaração de Direitos Humanos e buscar fontes alternativas que tratam do tema. Depois de trabalhar os problemas contemporâneos, no mundo e no Brasil, leve a discussão para o contexto escolar, fazendo os alunos refletirem sobre quais direitos são respeitados ou violados na instituição de ensino e o que eles podem fazer para mudar a situação.