Contexto 1 - Imagem: Cartaz publicitário do jornal de 1984 sobre as mães da Praça de Maio.
Plano de Aula
Plano de aula: As mães da Praça de Maio e a resistência à ditadura civil-militar argentina (1976-1983)
Plano 1 de uma sequência de 2 planos. Veja todos os planos sobre Ditaduras na América Latina
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Aula
Sobre este plano
Este slide tem como objetivo resumir o conteúdo da aula para que possa se planejar, portanto não deve ser apresentado para os alunos.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI29, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Projetor para exibição de imagens e texto ou impressão de imagens e textos para disponibilizar aos grupos de alunos.
Material complementar: Folhas de ofício tamanho A4.
Imagem: Cartaz publicitário do jornal de 1984 sobre as mães da Praça de Maio.
Imagem: Cartaz da Associação de Mães da Plaza de Mayo convocando para uma manifestação - 1987.
Texto sobre o movimento das mães da Praça de Maio.
Reportagem sobre as mães da Praça de Maio.
Para você saber mais:
Observa-se que a partir da década de 1960 os países do chamado Cone Sul vivenciaram uma crescente militarização de seus governos, que tinham como objetivo reestruturar economicamente suas nações. No entanto, o que se observou na prática foi um plano bem arquitetado e consciente de mudanças nas estruturas políticas e sociais, baseada em um aparato extremamente repressivo. Falando especificamente da experiência argentina entre os anos de 1976 - 1983, verifica-se que esta nação viveu um período repressivo sem precedentes, com práticas de sequestros, prisões sem processo, torturas e morte com ocultação de cadáver. O governo logicamente negava todas estas ações, restando à população traçar formas alternativas para saber o paradeiro de seus familiares que acabaram se tornando vítimas destas formas de terror. Surge neste contexto o movimento liderado por algumas mães, que passaram a protestar semanalmente na Praça de Maio, almejando buscar informações de seus filhos desaparecidos, acreditando que estes estariam presos e não mortos. Com o passar do tempo este grupo foi se fortalecendo e se estabelecendo com uma das formas de resistência mais eficientes da ditadura civil- militar vivenciada, resistindo até os dias atuais.
Para se aprofundar mais sobre a ditadura civil-militar instaurada na Argentina entre os anos de 1976 e 1983, recomendamos as seguintes leituras:
PASCUAL, Alejandra Leonor. Terrorismo de Estado: a Argentina de 1976 a 1983. Florianópolis, UFSC, 1997.
ROJAS, Gonzalo Adrián. A ditadura militar na Argentina (1976-1983): retomando algumas hipóteses frente aos relatos oficiais. São Paulo: Revista eletrônica Lutas Sociais, Vol.18 n.32, p.163-176, 2014. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/neils/revista/vol.32/gonzalo_adrian_rojas.pdf.>
Acesso em: 16 de março de 2019.
ROMERO, Luis Alberto. História contemporânea da Argentina. Trad. Edmundo Barreiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.
STEINKE, Sabrina. A ditadura e a transição para a democracia na Argentina recente: desaparecimento dos cidadãos e da cidadania. Disponível em: <https://pos.historia.ufg.br/up/113/o/04_-_A_Ditadura_e_a_Transi%C3%A7%C3%A3o_para_a_Demicracia_na_Argentina_Recente.pdf>.
Acesso em: 16 de março de 2019.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Para a vivência desta aula, solicite que os alunos se organizem em grupos de três ou quatro integrantes. O direcionamento da escolha das equipes poderá ser realizado pelos próprios alunos ou por você, com o objetivo de garantir que possam realizar com sucesso a atividade proposta.
É importante iniciar a aula apresentando o objetivo para os estudantes. O objetivo poderá ser projetado, escrito no quadro ou lido para a turma. Este momento é bem relevante para que os estudantes compreendam a temática que será estudada e qual a sua importância para a compreensão da história política dos países da América Latina. No entanto, procure não antecipar algumas questões neste início, a fim de garantir a atenção e o interesse dos alunos durante toda a vivência da aula.
A proposta desta aula é fazer com que os alunos compreendam o movimento das mães da Praça de Maio como uma importante forma de resistência à ditadura civil-militar instaurada na Argentina (1976-1983).
Para você saber mais:
Para ministração desta aula é importante que o professor esteja apropriado das peculiaridades que envolvem o movimento das mães da Praça de Maio, para que assim possa dialogar com mais propriedade e profundidade com os alunos. A Praça de Maio, localizada no centro de Buenos Aires, traz consigo uma representatividade que extrapola o conceito de espaço público utilizado como ponto turístico e local de passagem. Ela tem sua história marcada como um espaço de poder e resistência, sendo palco há mais de 30 anos nas tardes de quinta-feira, das marchas e rondas da Asociación Madres de Plaza de Mayo e Madres de Plaza de Mayo, este último, linha fundadora do movimento destas personagens. Ambos lutam até os dias atuais por justiça e memória de seus filhos e parentes desaparecidos.
Com a instauração da ditadura militar na Argentina entre os anos de 1976 e 1983, os mecanismos de violência, censura, perseguição e exclusão passam a ser utilizados pelo governo como forma de restringir ou eliminar os opositores. Neste sentido, milhares de pessoas que discordavam e faziam oposição ao governo militar liderado pelo general Jorge Videla, foram presas, torturadas e desapareceram sem deixar nenhum rastro. É neste contexto que o movimento das Madres de Plaza de Mayo surge como uma forma de resistência, se reunindo pela primeira vez em 30 de abril de 1977, tentando buscar a priori notícias de seus parentes que pensavam estar apenas detidos. Como era de se prever, suas reivindicações não foram atendidas, e não demorou muito, para que passassem a ser duramente reprimidas pelos seus encontros semanais. Mas isso não as intimidou e só deu mais força ao movimento, que saiu de 14 para mais de 200 “madres” nesse mesmo ano. E assim, desde 1977, estas mulheres se reúnem para marchar, fazerem rondas e protestarem contra a violação dos direitos humanos praticados pelos órgãos de repressão. Ressalta-se que a sobrevivência do movimento até os dias atuais nos remete a uma incorporação de uma imagem política a essas personagens, que semanalmente continuam caminhando lentamente em forma de círculo com um lenço branco na cabeça (símbolo que remete à memória da fralda de seus filhos), num movimento inverso ao ponteiro do relógio, em busca de justiça pelos seus parentes.
Fontes:
GONÇALVES, Renata. De antigas e novas loucas: Madres e Mães de Maio contra a violência de Estado. São Paulo: Lutas Sociais, n.29, p.130-143, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/neils/downloads/neils-revista-29-port/renata-goncalves.pdf>. Acesso em: 16 de mar. 2019.
GORINI, Ulises. La Rebelión de las Madres. Buenos Aires: Grupo Editorial Norma, 2006.
PAULA, Adriana das Graças. Os movimentos de mulheres na ditadura: uma análise sobre as Mães da Praça de Maio (Argentina) e o Movimento Feminino pela Anistia (Brasil). II Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina. Disponível em: <https://sites.usp.br/prolam/wp-content/uploads/sites/35/2016/12/PAULA_II-Simp%C3%B3sio-Internacional-Pensar-e-Repensar-a-Am%C3%A9rica-Latina.pdf> Acesso em: 16 de março de 2019.
PONZIO, Maria Fernanda. A praça da memória: o cenário das madres da Plaza de Mayo. Disponível em: <http://www.pgletras.uerj.br/palimpsesto/num6/estudos/MariaFernandaPonzio-A%20praca%20da%20memoria.pdf> Acesso em: 16 de março de 2019.
SIGAL, Silvia. La Plaza de Mayo: una crónica. Buenos Aires: Século XXI, 2006.
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