Fábrica de APP - orientação parceria
Plano de Aula
Plano de aula: Identificando problemas na escola
Plano 1 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Fábrica de apps
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Resumo da sequência: essa sequência tem como objetivo proporcionar aos alunos o desafio de idealizarem um aplicativo cuja função seja sanar algum problema ou situação que precise de melhorias e que esteja relacionada ao cotidiano escolar. Na primeira aula, eles deverão pensar sobre as problemáticas da escola. Na segunda, deverão debater sobre o problema escolhido. Na terceira, idealizar o aplicativo. Na quarta e quinta, desenvolvê-lo. E, por fim, na sexta, apresentá-lo para a sala. Esta sequência é composta de 5 planos de aula, todos planejados para serem realizados 50 minutos cada, exceto o plano 4, que deverá ser realizado em 100 minutos. Os planos são interdependentes.
Sobre esse plano: esse plano é previsto para ser realizado no decorrer de 50 minutos. Nessa primeira etapa, os alunos deverão refletir sobre a escola em que estudam, quais aspectos dela precisam de melhoria e quais problemas são passíveis de solução. Eles deverão refletir sobre formas de impactar a vida de todos positivamente e discutir as mudanças que fariam para solucionar os problemas.
Observação: os planos 1 e 2, inicialmente programados para 50 minutos, podem demandar mais tempo para discussão e troca de ideias. Se for possível, amplie o tempo dos dois planos conforme disponibilidade no planejamento e perfil de turma.
Esse plano de aula faz parte de uma sequência mais ampla, em que serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades EF89LP21 e EF89LP27, que constam na BNCC. Como as habilidades devem ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, você observará que elas não serão contempladas na totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes. Além disso, a sequência contempla as seguintes Competências Gerais da Educação Básica previstas na BNCC:
5 - Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
7 - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
10 - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Organização das aulas: essa sequência pode acontecer no contexto de um único componente (Língua Portuguesa) ou combinar encontros de dois ou três deles, a fim de obter um trabalho mais transversal.
Ação prévia: solicite aos estudantes que reflitam sobre a escola e pensem em aspectos que gostariam de mudar, quer seja na gestão, quer seja na estrutura da escola, nos aspectos interpessoais ou de engajamento dos alunos. Qualquer temática relacionada à escola ou à comunidade pode ser alvo de reflexão e melhora.
Como o propósito da atividade é o desenvolvimento de um aplicativo, sugere-se, se possível, uma parceria com faculdades ou universidades para que a etapa de desenvolvimento seja realizada com o auxílio ou consultoria de um estudante universitário que esteja estudando desenvolvimento de app ou linguagem de programação. Tal parceria visa aproximar escola e universidade, fazendo com que esta cumpra seu papel social na comunidade em que está inserida. Sugere-se consulta às orientações detalhadas nos materiais complementares. A parceria com faculdades e universidades e o desenvolvimento efetivo do aplicativo não são condições essenciais para a condução da sequência, que pode ser feita com materiais escolares e no papel. O importante, aqui, são as habilidades desenvolvidas e não o produto final.
Alinhamento da sequência com a Educação Empreendedora: a sequência, organizada como um projeto e em diálogo com o design thinking, favorece a resolução de problemas, a comunicação, a colaboração, a iniciativa e o desenvolvimento da autonomia, posto o protagonismo que os estudantes têm ao longo de todo o processo. Também envolve planejamento, organização de recursos, criatividade e imaginação para idealizar os aplicativos. Por fim, cabe destacar que o desenvolvimento social, a ética e a responsabilidade são pautados pela relação entre os projetos desenvolvidos e o contexto da escola.
Materiais necessários: Post-its coloridos, lápis, cartolina ou um cartaz para colar as ideias.
Material complementar: orientações detalhadas para parceria, disponíveis nos materiais complementares.
Para você saber mais: o design thinking é uma metodologia usada para solucionar problemas a partir de uma investigação colaborativa sobre o assunto/problema a ser sanado. Essa metodologia permite aos alunos debaterem ideias sobre as possíveis soluções e é, geralmente, dividida em: descoberta, interpretação, ideação, experimentação, evolução.
Para conhecer um pouco sobre design thinking:
- Design Thinking: o que é e como usar em sala de aula. Fonte: Nova Escola. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/12457/design-thinking-o-que-e-e-como-usar-em-sala-de-aula - Acesso em: 14-fev-2020.
- Design Thinking e bibliotecas inovadoras são realidade no Brasil. Fonte: Nova Escola. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/12902/design-thinking-e-bibliotecas-inovadoras-sao-realidade-no-brasil#_=_ - Acesso em: 14-fev-2020.
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: escreva no quadro a frase do slide ou projete-o na lousa. Apresente à turma o percurso que será trilhado ao longo de toda a sequência. Diga que, nas próximas aulas, eles serão responsáveis por identificar um problema na escola e idealizar, de forma colaborativa, um aplicativo com objetivo de propor uma solução ou melhoria. Garanta que eles compreendam que, para a idealização do aplicativo, será preciso identificar um problema viável de ser solucionado e que isso fará com que eles modulem o olhar durante a discussão.
Comece a aula questionando os alunos sobre a visão que eles têm da escola e do cotidiano escolar. Sugestões de perguntas:
- Vocês gostam do colégio em que estudam?
- Quais são os pontos positivos de estudar aqui?
- Quais são os pontos negativos de estudar aqui?
- Há mais pontos positivos ou negativos na escola? Por quê?
- O que falta na escola?
- O que não tem na minha escola e eu gostaria de trazer, se pudesse?
Dê voz a todos os alunos e não faça nenhuma anotação no quadro. Incentive-os a refletirem sobre a escola, os aspectos positivos e negativos que a envolvem. Levante questionamentos, como:
- Quais as naturezas de cada problema apontado?
- Seriam problemas de estrutura? De gestão? De falta de material? De comunicação entre as pessoas? Falta de cuidado com recursos ambientais? Dificuldade de acesso à cultura?
Aproveite a oportunidade para instigar neles a reflexão sobre a diferença entre levantar um problema e fazer uma reclamação gratuita. Pontue que, quando levantamos um problema, temos um olhar crítico que pode nos levar à mudança, já a reclamação gratuita nos coloca na “zona de conforto” de uma ação que não provoca reflexão.
Nessa etapa ou antes do início da aula, discuta a questões éticas, como:
- Como posso levantar um problema?
- Quais problemas são válidos e efetivos?
- Há diferença entre pontuar problema e “falar mal”?
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 15 minutos
Orientações: explique que, no desenvolvimento, os alunos farão um brainstorming, uma tempestade de ideias (estratégia em que todos soltam, sem muito filtro ou censura, as ideias que vêm à mente sobre um determinado assunto). Neste caso, a tempestade de ideias será sobre os problemas que eles julgam passíveis de mudança. Para isso, peça para os alunos escreverem num Post-it um problema pensado. Depois, solicite que selecionem um problema indicado por um amigo da sala para, em duplas, discutirem a validade das problemáticas pontuadas. Sugere-se, para esse slide/etapa do trabalho, 15 minutos.
Distribua Post-its ou pedaços de papel aos alunos e projete o slide.
Peça para que os alunos completem, com poucas palavras, a frase do slide, escrevendo a resposta no Post-it dado no início da aula. Dê um tempo curto a eles, cerca de 3 minutos.
Oriente-os a escreverem os problemas a lápis e em letra de forma, para que não seja possível a identificação de quem escreveu cada um dos problemas.
Recolha os papéis ou peça para que eles os colem em uma cartolina ou parede, se forem Post-its, ou coloque-os em cima de uma mesa, soltos, mas organizados de forma que todos possam ler ao passarem pela mesa.
Chame 2 alunos de cada vez e peça para que eles olhem dentre aqueles papéis e escolham um problema pontuado por um colega que tenham achado interessante, ou que tenha despertado neles a vontade de encontrar uma solução.
Ressalte que eles não podem pegar o mesmo problema que apresentaram, mas podem pegar um parecido ou do mesmo campo. Por exemplo: se um aluno pontuou que há muitos problemas para comprar o lanche na cantina e/ou pegar a merenda por conta da fila, ele pode pegar um papel que fale sobre uma proposta como a demora de retornarem os livros para a biblioteca.
Essa dinâmica pode interferir na escolha dos últimos alunos que forem chamados, uma vez que eles não terão muitas opções. Nesse caso, não haverá problemas se os últimos escolherem o próprio papel/levantamento.
O objetivo dessa etapa é fazer com que os alunos percebam nuances parecidas entre os problemas e leiam, antes de escolher, quais foram os aspectos levantados pelos colegas.
Munidos da nova escolha, peça aos alunos para circularem pela sala para formarem grupos com os pares que escolheram problemas de áreas semelhantes: aqueles que escolheram problemas de comunicação devem formar um único grupo, os de estrutura outro etc.
Assegure que eles se reúnam por grupos de afinidades de problemas escolhidos e não por afinidades de personalidade. Sugere-se a formação de grupos com 4 ou 5 alunos, mas esse número pode ser adaptado à realidade da turma com a qual esteja trabalhando. Caso os grupos fiquem muito grandes, divida-os em grupos menores para assegurar a qualidade do trabalho a ser desenvolvido no futuro.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 15 minutos
Orientações: nessa etapa da aula, os alunos deverão se reunir em roda para apresentar o problema escolhido aos colegas, contando com uma limitação de tempo para a apresentação da ideia. Explique qual será essa limitação e que ela é importante para auxiliá-los na síntese de raciocínio e exposição de ideias, além de facilitar o exercício da escuta ativa. Depois, diga que o grupo deverá chegar a um consenso sobre qual problema vão escolher para planejar uma solução através da criação de um aplicativo.
Peça para que cada grupo de alunos se reúna em roda. Diga que terão dois minutos para apresentarem aos colegas o problema escolhido e o motivo que os levou a preferi-lo.
Controle o tempo com um cronômetro, para garantir que cada apresentação feita apenas para o grupo tenha até dois minutos. Explique como você trabalhará com os comandos “mudou” ou “rodou”, para alertá-los quando o tempo se esgotar, garantindo que quem estava falando interrompa a fala para o aluno seguinte falar. Para facilitar a marcação do “turno de fala”, sugira um objeto (lápis, dado, almofada, apontador etc.) que fique na mão da pessoa que está falando, marcando, assim, a vez dela.
Ressalte aos alunos que, durante essa etapa de apresentação, eles não devem interagir uns com os outros, apenas ouvir. Essa atividade é importante para que eles consigam desenvolver a habilidade da escuta ativa e síntese.
Depois dessa apresentação, peça aos grupos que, cientes dos motivos de cada integrante, decidam em consenso qual será o problema/falha que mudariam ou melhorariam através da construção ou ajuda de um aplicativo a ser desenvolvido. Explique a importância de tomarem a decisão por consenso e não por votação. O consenso os obrigará a pensarem sobre os diversos aspectos levantados e argumentarem para defenderem os próprios pontos de vista. Apesar da atividade em consenso demandar mais tempo dos alunos, ela os obriga a ponderar o lado do outro e aprender a abrir mão de algumas convicções em prol do coletivo. Neste momento, é possível que alguns grupos precisem da sua intervenção. Fique atento às discussões e faça o papel de mediador, se julgar necessário.
Dê outro Post-it para o grupo e peça para que eles, quando finalizarem a discussão, escrevam no papel o problema eleito pelo grupo.
Fechamento
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações: nessa etapa da aula, será proposta a realização de uma apresentação curta feita pelos alunos dos problemas escolhidos por eles e o que os motivou a escolherem. Após as apresentações, oriente-os a utilizarem o feedback dos colegas sobre as questões levantadas para fomentar o início de uma reflexão que deve ser feita em casa, para a próxima aula.
Peça para que cada grupo escolha um representante para apresentar para a sala o problema escolhido e o motivo de o terem escolhido. Limite o tempo de apresentação em, no máximo, um minuto por grupo.
Oriente os alunos a ouvirem a partilha e refletirem sobre como poderiam ajudar os colegas com o problema escolhido e se tal questão também os afeta.
Caso haja problemas iguais, não há necessidade de alteração, pois eles podem dar saídas diferentes para a mesma questão.
Diga aos alunos para refletirem sobre o que escolheram pois, na próxima aula, eles irão aprofundar o olhar para a questão escolhida.
Oriente-os a se aprofundarem sobre o assunto escolhido em casa, pesquisando a respeito de eventuais soluções já existentes em outras comunidades. (Tarefa para casa - caso seja possível dentro do cronograma, marque uma aula para que a pesquisa seja realizada em sala com acompanhamento do professor. Essa aula, contudo, não está sendo contemplada nessa sequência.)
Ao final da discussão, converse com os alunos e peça para que eles avaliem a aula e digam quais são as expectativas para a próxima aula. Encerre a aula com a pergunta: “Qual a diferença entre crítica construtiva e crítica destrutiva?” Ou: “Qual a diferença entre uma postura proativa em relação aos problemas e uma postura de apenas reclamar?”
Espera-se que eles percebam que há problemas que são passíveis de mudança e outros que, na verdade, são aspectos negativos da vida social que fogem do controle deles. Garanta que tenham percebido que esta sequência é uma excelente oportunidade de poder apresentar uma solução para um problema que os incomoda e dar voz ativa aos estudantes.
Este plano de aula foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Ana Carolina Alecrim
Mentor: Samuel Andrade
Especialista de Educação Empreendedora: Paulo Andrade
Habilidade da BNCC:
(EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou propostas que possam contribuir para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar demanda/necessidade, documentando-a de diferentes maneiras por meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for o caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e fundamentação de propostas, de forma a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e ações de intervenção.
(EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
Objetivos específicos:
Exercitar o olhar crítico para o ambiente escolar, a fim de pensar em soluções que melhorem o ambiente ou convivência.
Componentes:
Língua Portuguesa.
Materiais Necessários:
Post-its coloridos, lápis, cartolina ou um cartaz para colar as ideias.