Plano de Aula
Plano de aula: Um novo final para uma história
Plano 5 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Reconto
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Aula
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:
Escrevendo uma indicação da nossa história favorita
Recontando uma notícia de jornal
Novos personagens para a história
Um novo final para uma história
Para esta proposta, é importante que você selecione uma história que o grupo de crianças já tenha vivenciado a leitura algumas vezes. Escolha uma narrativa que as crianças revelam gostar. Considere que o final da história tenha possibilidades de ser alterado. Portanto, observe a necessidade de que o enredo escolhido seja uma sequência de acontecimentos que culminam para um desfecho, ou seja, que haja marcações claras de começo, meio e fim.Ao lê-la, cuide para que a leitura seja fluida, observando a entonação e as surpresas que porventura a narrativa ofereça ao grupo. Antecipe a parte da narrativa anterior ao final em que a história será interrompida. Sendo assim, prepare o registro de todo o texto até essa parte selecionada, a fim de que, a partir desse registro, as crianças se engajem na construção do novo final. Neste plano, o livro Eu sou o mais forte, do autor Mário Ramos, da editora Martins Fontes, será usado como exemplo.
Materiais:
Para esta proposta é necessário utilizar um livro com uma narrativa já conhecida pelo grupo. Prepare um suporte para que você possa, como escriba, registrar o final da história, de forma que o grupo possa acompanhar este processo. Este suporte, preferencialmente, pode ser a projeção multimídia de um editor de texto. Caso não seja possível, pode ser utilizado um flip chart, um papel fixado na parede ou um quadro adequado para escrita. Selecione um material para o grupo que ficará engajado em outra proposta, como, por exemplo, jogos de montar ou massinha. Pense em alternativas que o grupo já realize com autonomia.
Espaços:
Antecipe um espaço para que um pequeno grupo de crianças acompanhe a leitura da história de forma acolhedora. Considere que as crianças possam acompanhar a construção do reconto com qualidade, visualizando o texto que elas criarão. Proponha um espaço com uma atividade em que a outra parte do grupo possa se engajar com autonomia.
Tempo sugerido:
De 50 minutos a 1 hora.
Perguntas para guiar suas observações:
1. No engajamento que propõe um novo final para a história, as crianças apresentam diversas possibilidades? Elas estruturam estas possibilidades em pontos prévios da narrativa? Como fazem?
2. O grupo compartilha diversos finais? Como faz isso? Que ações das crianças indicam que estão trocando ideias para chegar a um consenso? Que tipo de mediações seu grupo precisa neste momento?
3. Quais reações, tanto de fala quanto de expressões, indicam que as crianças se engajaram nesta proposta?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Considere oferecer apoio ao grupo nas mediações para as escolhas coletivas. Neste sentido, proponha ações para que todas as crianças possam se engajar no contexto da atividade, criando um ambiente que oportunize as diversas manifestações expressivas. Ao perceber que algumas crianças, frente a proposta, respondem com olhares ou gestos, use essas expressões no contexto, efetivando o sentido expresso ao reconto, como, por exemplo, acolhendo um olhar surpreso. Sugira que no texto essas sensações ou expressões estejam presentes.
O que fazer durante?
1
Reúna todo o grupo e compartilhe com as crianças que hoje vocês farão a leitura de uma história e têm o desafio de modificar o final. Para isso, você organizará a turma em dois grupos. Indique para as crianças que uma parte ficará com você para a roda de história e outra se engajará em uma proposta que já realizam com autonomia. Explique que, ao final, os grupos farão a troca das atividades. Para a organização das crianças em grupos, selecione a estratégia que mais achar adequada à sua realidade. Em seguida, convide o grupo que ficará com você para se acomodar no espaço preparado para a atividade da história.
2
Com os grupos organizados, combine com o que está com você que, primeiro, você fará a leitura de toda a história utilizando o livro. Em seguida, vocês irão conversar sobre o novo final. Inicie a leitura da história utilizando entonações que convidem as crianças a se envolver com o enredo, construindo uma contação de história cativante com o grupo. Após a leitura, converse com as crianças para que elas contem as impressões acerca da história e já comecem a trazer hipóteses para novos finais. Em seguida, apresente o editor de texto ou o outro suporte escolhido por você. Diga que você reescreveu o texto do autor, deixando de fora o final original da narrativa. Sendo assim, faça a leitura até esse ponto, para que as crianças decidam como a narrativa continuará.
3
Leia o texto novamente até a parte que planejou a interrupção. No livro de exemplo, a história é interrompida no momento em que o lobo encontra o sapo. Indique para as crianças que o momento em que o sapo responde para o lobo um novo desfecho será proposto. Instigue-as a levantarem hipóteses de como modificar, convidando que proponham uma sequência de ações do lobo ou do sapo. No suporte de texto, anote as ideias das crianças. Anotadas as proposições, convide o grupo a definir uma maneira de selecionar um novo final da história. Medie as ideias que o grupo oferecer, de forma que todas as crianças possam expressar opiniões e ajudar para que o grupo chegue a um consenso, pode ser através de uma votação ou outra estratégia pertinente.
4
Escolhido um novo final, instigue o grupo a construir uma estratégia para a reescrita. Como exemplo, as crianças podem ter indicado que o sapo respondeu ao lobo que o relâmpago é mais forte que ele. Indique ao grupo que precisam, então, escrever este final com a linguagem que a narrativa propôs, sinalizando que, na linguagem falada, existem diferenças em relação à linguagem escrita. Convide o grupo a construir esta resposta do sapo e também a reação do lobo, oferecendo apoio com palavras e mediando a estruturação do novo trecho da história.
Possíveis falas do professor: Crianças, agora que já sabemos como nossa história termina, vamos escrever como se fosse parte do texto. Nossa forma de contar alguma coisa é diferente da forma como escrevemos. Como o sapo pode começar a responder para o lobo? Como o sapo pode continuar explicando para o lobo quem é o mais forte? De que maneira vocês acham que o lobo pode reagir? Olha só como ficou esta frase do sapo: eu sei, né, seu lobo, quem é mais forte! O relâmpago é mais forte que você, seu lobo! E por que o relâmpago é mais forte? Como podemos explicar para o lobo que o relâmpago é mais forte que ele?
5
Finalizada esta construção, leia o trecho construído com o grupo a fim de investigar se as crianças almejam fazer alterações no reconto criado. Em seguida, indique que, agora, elas trocarão de atividades e que o segundo grupo construirá outro final e vocês compartilharão os novos desfechos na roda. Repita os passos anteriores com o novo grupo e, ao terminar, reúna todas as crianças para compartilharem as narrativas. Convide elas a se expressarem sobre como foi a vivência da proposta, quais desafios encontraram e se gostariam de repeti-la com outras histórias queridas pelo grupo.
Para finalizar:
Proponha que as crianças organizem os espaços utilizados e encaminhe o grupo para a próxima atividade do dia.