Constituição de 1891
Plano de Aula
Plano de aula: Construção de Brasília
Plano 1 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Reflexões sobre o Brasil 1946-1964
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF09HI18 de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Cópias impressas dos textos.
Material complementar:
Constituição de 1891
Fala de Lúcio Costa
Candangos na construção de Brasília
Lei de construção de Brasília
Para que os alunos aprendam a interpretar fontes históricas, é muito importante que você não forneça a eles as Informações básicas sobre a fonte histórica antes da leitura de cada uma delas. Não comece a aula com uma exposição sobre o contexto histórico destes documentos, pois isso os impediria de construir o contexto com base nas fontes, que é o objetivo central da aula de História.
Para você saber mais:
Brasília: A Construção de um sonho. https://www.youtube.com/watch?v=WFDUkd88XDI Acesso em: 19/02/2019.
A Construção de Brasília. https://www.youtube.com/watch?v=wxB62_csHP4 Acesso: 19/02/2019.
Construção de Brasília. http://memorialdademocracia.com.br/card/construcao-de-brasilia Acesso: 19/02/2019.
Como foi a Construção de Brasília. https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-foi-a-construcao-de-brasilia/ Acesso 19/02/2019.
Revista Brasília. http://www.arpdf.df.gov.br/revista-brasilia/ Acesso: 19/02/2019.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações: Projete, escreva no quadro ou leia o objetivo da aula para a turma. É muito importante começar com a apresentação do objetivo para que os estudantes entendam o que farão e compreendam onde se quer chegar no fim da aula. Contudo, tome cuidado para, ao fazer isso, não antecipar respostas desde o começo. É necessário sempre garantir que os alunos construam o raciocínio por conta própria.
Para o professor:
A intenção de construir a Capital Federal no Planalto Central era antiga, tanto que a Constituição de 1891 já demonstra tal fato. Considerado para muitos como audácia, JK propõe-se a colocar o plano em prática. Urbanistas como Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer auxiliaram no projeto.
Porém, a construção de uma cidade em apenas alguns anos precisou de muita mão de obra, então trabalhadores do Brasil inteiro, principalmente do Nordeste, deslocaram-se buscando vagas de emprego. Daí que vemos o próprio urbanista Lúcio Costa traçar em entrevista à revista Manchete os dois lados da nova cidade, ainda comparando o ambiente daquele contexto ao próprio Brasil. Como pode ser visto no documento “Fala de Lúcio Costa à revista Manchete”: “O que ocorre em Brasília e fere nossa sensibilidade é esta coisa sem remédio, porque é o próprio Brasil. É a coexistência, lado a lado, da arquitetura e da antiarquitetura, que se alastra; da inteligência e da anti-inteligência, que não pára; é o apuro parede-meia com a vulgaridade, o desenvolvimento atolado no subdesenvolvimento; são as facilidades e o relativo bem-estar de uma parte, e as dificuldades e o crônico mal-estar da parte maior”.
Assim, existe o contraste entre o sonho de modernizar o Brasil, baseado na exploração das camadas populares, que muitas vezes são invisibilizadas nestes processos. É possível identificar nos candangos, no documento: “Candangos na Construção de Brasília”, nas suas condições de trabalho e de vida, um verdadeiro contraste.
Portanto, é demonstrada a incrível façanha de realizar uma construção tão grandiosa no interior do Brasil, mas que contrasta com o sofrimento e a desigualdade produzidas, como pode ser vista na fotografia de candangos preparando sua alimentação, tendo ao fundo edifícios grandiosos. Assim, a reflexão proposta sobre as transformações urbanas somadas às desigualdades são um dos convites aos documentos em voga.
Contexto
Tempo sugerido: 12 minutos.
Orientações: Para garantir o protagonismo dos alunos, é necessário que você não vá diretamente para a razão que motivou a formulação desta atividade (identificar transformações urbanas e suas desigualdades na construção de Brasília). Por isso, faça as intervenções passo a passo, conforme descrito abaixo.
Organize a sala em trios. Diga para a turma que você irá propor uma divisão. Seu critério deve ser deixar no mesmo grupo alunos que possam se apoiar mutuamente para a realização da atividade.
Em seguida, projete ou imprima o trecho da Constituição de 1891, disponível aqui: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/NmfGupkesfemhq6ScJMt7ujUMWHuPkQqDBuKNsVgk8NrpX4JWxcmqFs9Kqe7/his9-18und01-constituicao-de-1891.pdf
E a Lei de Construção de Brasília, disponível aqui:
Deixe que todos leiam e solicite a cada aluno que conte aos outros dois do mesmo trio o que chamou a atenção nos textos. Os comentários devem ser registrados no caderno. Durante o trabalho em trios, caminhe pela sala e esteja disponível para auxiliar os grupos que solicitarem sua presença.
A expectativa é que o aluno fique surpreso sobre a ideia da construção de Brasília ser antiga, bem como o tempo que demorou entre a idealização de uma capital para o Brasil e sua concretização. Ao mesmo tempo o aluno irá perceber que os fatos históricos são construídos aos poucos, e não da noite para o dia. Algumas perguntas podem ser realizadas como: Por quais motivos queriam mudar a Capital? ou Quais interesses estariam envolvidos em a capital ser no Planalto Central?
É esperado que o aluno responda que era “intencionada a interiorização do país”, “interesses econômicos”, “modernização do país”, “urbanização”, “geração de renda”.
Caso os alunos não cheguem a resposta, volte ao texto e leia por partes, refazendo as perguntas.
Ainda sobre a Capital Federal, pergunte sobre a importância de uma capital, seja econômica, política, social. A expectativa é que respondam mencionando serviços oferecidos, oportunidades, e as transformações que a capital traz por meio do trabalho humano.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações:
Projete ou imprima os documentos abaixo.
Sem desfazer os trios, selecione dois alunos da classe para analisar, respectivamente, os dois documentos a seguir:
Trabalhadores na construção de Brasília:
Fala de Lúcio Costa:
Nesta seção, direcionada sobretudo ao segundo documento “Candangos na Construção de Brasília”, podem ser direcionadas as seguintes perguntas:
“Quem são estas pessoas?”, “O que estão fazendo ali?”, “Quais suas condições de moradia”, “vestimenta”, “alimentação?” e “Esta foto poderia ser considerada atual?”.
É esperado que os alunos se surpreendam com o tipo de moradia, as vestimentas simples, as condições nas quais preparam sua alimentação; em contraste com as construções ao fundo em segundo plano. Ainda, eles devem perceber que todos utilizam alguma proteção em suas cabeças, o que pressupõe suas origens - maioria nordestinos - ou por passar muito tempo sob sol forte.
Candango é o nome dado aos trabalhadores que migraram de várias regiões brasileiras (sobretudo Nordeste) para buscar emprego na futura capital, Brasília. Este termo é de origem africana e significa “ordinário” ou “ruim”. Alguns africanos chamavam os portugueses de candangos.
Na parte abaixo, “Pra você saber mais”, você encontrará mais informações sobre quem eram os candangos.
Depois, sobre o documento “Fala de Lúcio Costa”, pergunte:
“Qual a visão de Lúcio Costa sobre Brasília?”, “Que elementos do texto demonstram esta visão?”.
A expectativa é que o aluno perceba trechos na fala de Lúcio Costa, documento “Fala Lúcio Costa à revista Manchete”, que se assemelham à fotografia “Candangos na construção de Brasília”, tais como: É a coexistência, lado a lado, da arquitetura e da antiarquitetura, que se alastra; da inteligência e da anti-inteligência, que não pára”. Ou, ainda, “são as facilidades e o relativo bem-estar de uma parte, e as dificuldades e o crônico mal-estar da parte maior.” Outro trecho que responde a atividade: “Brasília é, portanto, uma síntese do Brasil, com seus aspectos positivos e negativos, mas é também testemunho de nossa força viva latente.”
Solicite aos estudantes que registrem as respostas em seus cadernos.
Caso os alunos não cheguem à resposta, volte ao Documento “Fala Lúcio Costa a Revista Manchete” e cite as frases colocadas acima, e volte com os mesmos questionamentos propostos nesta parte da aula. Pode também questioná-los sobre o que é antiarquitetura, onde a expectativa é informar que “antiarquitetura” seria o lado negativo em meio a tanto concreto, tanto prédio erguido. Ou ainda o que seria o termo “anti-inteligência”? A expectativa é refletirem que, em meio a muitas coisas ditas inovadoras, não está sendo prioridade diminuir as desigualdades.
Para você saber mais:
Censo populaciona de 1959 revela quem eram os candangos http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2010-04-21/censo-populacional-de-1959-revela-quem-eram-os-candangos-que-construiram-brasilia Acesso: 19/02/2019.
Brasília segundo os candangos https://cultura.estadao.com.br/noticias/televisao,brasilia-segundo-os-candangos,70002276976 Acesso: 19/02/2019.
Sistematização
Tempo sugerido: 15 minutos.
Orientações:
Nos mesmos grupos anteriores e com base no que foi realizado durante a aula, solicite que os alunos componham letra de música em que demonstrem o contraste entre “moderno” e “antimoderno” no lugar onde vivem. Por exemplo: condomínio e favela, fazenda e assentamento, rua com chão de terra e asfalto.
As expressões “moderno” e antimoderno”, nesta proposta de Sistematização, foram tomadas de empréstimo da fala de Lúcio Costa sobre a construção de Brasília para retratar os contrastes entre realidades sociais distintas, que têm como uma de suas causas as desigualdades socioeconômicas. Tais contrastes expressam-se em condições precárias de moradia, trabalho, alimentação, vestimenta, (entre outros) da maior parte da população, em contraste com o projeto social de uma minoria economicamente favorecida.
A expectativa é que os alunos demonstrem conhecimentos das etapas anteriores e percebam o contraste social na construção de Brasília, expresso na foto dos candangos e na fala do urbanista. Aborde ainda os termos utilizados na aula: “inteligência” e “arquitetura” contrastando com “antiinteligência” e “antiarquitetura”. Os alunos devem notar que o contraste percebido na análise das fontes sobre a construção de Brasília ainda existe na sociedade e que se manifesta de diferentes formas e têm como causa, por exemplo, as desigualdades sociais.
Depois de concluir as letras, realizar exposição em mural confeccionados por eles. Antes de expô-los, peça que apresentem à turma. Nas apresentações, pedir que expliquem porque pensaram daquela forma, e quais conhecimentos da aula aplicaram nas letras de suas músicas.
Como adequar à sua realidade:
Caso algum aluno cante ou toque algum instrumento, pode ser proposto um sarau.
Para você saber mais:
Câmara acha recados de operários que construíram congresso http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/08/camara-acha-recados-de-operarios-que-construiram-predio-do-congresso.html Acesso: 19/02/2019.
Monumento homenageia operários da construção de Brasília http://brasilimperdivel.tur.br/dois-guerreiros-os-candangos/ Acesso: 19/02/2019.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF ou documentos de texto, imagem, áudio ou vídeo com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Google Meet, Google Drive.
Contexto
Encaminhe o objetivo da aula e os dois textos propostos junto com alguns questionamentos. Utilize o meio que achar mais adequado, por escrito, via e-mail, Whatsapp, Facebook, Google Sala de Aula etc.
Para facilitar a interpretação das fontes pelos estudantes de forma autônoma, algumas questões propostas no plano original foram alteradas ou excluídas, bem como novas questões podem ter sido incluídas neste material. Faça uso dos questionamentos da maneira que considerar mais eficiente para a turma.
Questões para refletir:
- A Constituição de 1891 estabelece uma reserva de uma zona de 14.400 quilômetros quadrados de terra. Para que seria utilizada esta terra? Onde estava localizada?
- A Lei Nº 2.874 foi assinada por quem? O que ela estabelece?
Questão para responder:
- Que hipóteses podem ser levantadas quanto à ideia da construção de Brasília?
Dê um tempo para que a turma envie as hipóteses, por escrito, através de áudios ou vídeos, que podem ser encaminhadas no grupo da sala.
Problematização
Nesta etapa da aula, você pode propor que os alunos trabalhem individualmente ou agrupados. Para trabalhar em grupo, os alunos podem conversar por Whatsapp, e-mail, Facebook ou em um documento compartilhado pelo grupo no Google Drive, onde podem deixar comentários para os outros integrantes. O importante é que troquem informações e se auxiliem na análise do texto. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode separá-los em duplas, trios ou grupos, de acordo com seu conhecimento sobre a turma.
Junto com a fonte proposta, encaminhe alguns questionamentos para orientar a análise do documento.
- Quem são as pessoas na fotografia?
- O que estão fazendo ali?
- Como devem ser as suas condições de moradia, vestimenta e alimentação?
- Esta foto poderia ser considerada atual?
- Qual a visão de Lúcio Costa sobre Brasília? Que elementos do texto demonstram esta visão?
Estabeleça um prazo para que os alunos enviem as respostas às perguntas sobre os textos. Elas podem ser enviadas por escrito ou através de áudios ou vídeos. Incentive-os a trocarem impressões sobre o texto com os colegas. Você pode encaminhar pequenos vídeos ou áudios para esclarecer dúvidas, complementar informações e chamar a atenção para informações do texto que podem ter passado despercebidas.
Se houver a possibilidade, você pode marcar um momento síncrono, para que os alunos possam dividir as análises e para que você faça correções e pontue informações.
Sistematização
Para a produção da letra de música, você pode propor que os alunos trabalhem agrupados ou a sala toda coletivamente.
Se houver alunos que toquem algum instrumentos, pode ser composta uma música pela turma.
Convite às famílias
Incentive os estudantes a compartilharem as criações com os seus familiares.
O site Era Virtual disponibiliza visitas virtuais a vários museus brasileiros, o que pode enriquecer muito o aprendizado da História de nosso país (disponível aqui).
Links para tutoriais sobre as ferramentas propostas neste plano
Google Sala de Aula (como criar e postar atividades).
Google Sala de Aula (como criar uma turma).
Google Drive (como organizar pastas).
Google Meet (como criar uma reunião online).
Padlet (como usar).
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Pablo Farias
Mentor: Fernando Menezes
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946
Objeto (s) de conhecimento: O Brasil da era JK e o ideal de uma nação moderna: a urbanização e seus desdobramentos em um país em transformação
Habilidade(s) da BNCC: EF09HI18 - Descrever e analisar as transformações urbanas e seus impactos na cultura brasileira entre 1946-1964 e na produção das desigualdades regionais
e sociais
Palavras-Chave: Construção - Brasília - JK