Cinco sextos por vinte-avos?
Para que mesmo seu aluno precisa aprender isso? Ensinar com eficiência exige que você trabalhe em conjunto, sabendo que jovem deseja formar
01/12/2001
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Jornalismo
01/12/2001
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Planejar coletivamente significa ter um conhecimento mínimo das outras áreas. Por isso, o professor de Matemática, assim como todos os colegas, não pode parar de estudar. Tem de conhecer as possiblidades, saber o que vem sendo feito, atualizar-se nas práticas pedagógicas. Em resumo, precisa de uma formação contínua.
Definir conteúdos, partindo desse ponto de vista, também é um processo que requer mudanças. Se a busca é pela contextualização, pelo estabelecimento de relações entre a Matemática e as demais áreas, não se pode pensar em exigir numa prova, por exemplo a resolução de divisões entre frações (como a do título desta reportagem) ou cálculos na casa dos milhões, sem que o aluno saiba por quê. "É preciso ter coragem de tirar conteúdos como esse do currículo", afirma Maria Sueli Monteiro, consultora em educação matemática.
Pitágoras em Garopaba
Isso não significa optar por um ensino improvisado. "O professor tem de ter muito claros os conceitos que seus alunos precisam dominar ao final de cada nível de ensino", assinala Célia Maria. Mas saber esses conteúdos significa também entender para que eles servem e não apenas decorar algoritmos ou procedimentos.
Professora
Maricléia da
Rosa Antônio.
Foto: Eduardo
Marques
Assim faz a professora Maricléia da Rosa Antônio, na Escola de Educação Básica Professor José Rodrigues Lopes, em Garopaba, a 90 quilômetros de Florianópolis. Em suas aulas sobre o Teorema de Pitágoras para 8ª série, ela mostra a aplicação do conceito no trabalho de um mestre-de-obras ao estaquear uma casa. Antes de apresentar a teoria, Maricléia conversa com a turma sobre moradia e faz uma análise da situação social e financeira da comunidade. Em seguida, eles partem para o desenho de uma planta baixa de uma casa econômica. O teorema não cai de pára-quedas. "Pesquisamos sua origem enfatizando a história da Matemática e evidenciando-a como uma produção coletiva."
Neste ano, um grupo de alunos fez uma apresentação sobre o esquadro dos arquitetos egípcios, um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5. No pátio (ou na praia, quando o clima permite), a garotada pratica o que estudou. "Eles reconhecem a utilidade da Matemática na resolução de problemas práticos e seu papel na organização econômica e social das civilizações."
A matemática é importante porque
- dá ao aluno condições de interpretar situações cotidianas, permitindo que ele se insira no contexto sociocultural e no mercado de trabalho
- desenvolve a capacidade de argumentar, fazer conjecturas, propor mudanças
- ao trabalhar com a resolução de problemas, desenvolve nele a criatividade e a crítica, estimulando o espírito de investigação e de pesquisa e tornando-o mais autônomo e ousado
- permite que o aluno estabeleça relações com outras áreas do conhecimento
- contribui, em todos esses sentidos, para a formação do cidadão ético, que cumpre os deveres e respeita os direitos dos outros indivíduos
Quer saber mais?
Escola de Educação Básica Professor José Rodrigues Lopes, R. Prof. Antônio José Botelho, 284, CEP 88495-000, Garopaba, SC, tel. (0_ _48) 254-3509
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