Para esta proposta, prepare os materiais da troca antes de iniciar a brincadeira, deixe à disposição, sobre os colchonetes, a roupa e o calçado de cada bebê, possibilitando que reconheçam o seu conjunto de roupas. Para isso, é necessário que estejam dispostas de forma organizada e visível. Providencie um espelho grande, fixo na parede, para que as crianças consigam visualizar seus próprios corpos. Nessa configuração, é importante que haja mais de um professor para a realização da atividade, de modo que, enquanto um pequeno grupo faz a troca de roupa, os demais estão em brincadeira. É necessário que a proposta aconteça em um momento em que de fato seja necessário trocar os bebês, um momento que faça parte da rotina diária, como: depois do almoço, após brincarem na área externa, antes de irem para casa.
Materiais:
Espelho, trocas de roupa, colchonetes.
Espaços:
Nesta atividade o professor deverá organizar um espaço na sala de referência com colchonetes e almofadas, delimitando um local tranquilo e que facilite a visualização no espelho pelo bebê. Coloque os colchonetes lado a lado, de frente para o espelho e providencie almofadas para o apoio da cabeçados bebês menores, se necessário.
Tempo sugerido:
Aproximadamente40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como os bebês participam do momento da troca?
2. Eles reconhecem as partes do corpo? De que forma as comunicam?
3. De que maneira os bebês antecipam as ações corporais no momento de troca (ex. dobra os braços para colocar a blusa; busca a parte da roupa que quer vestir)?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Organize o espaço para que todas as crianças tenham asseguradas as condições de participar. Incentive a participação dos bebês nos momentos de troca. Garanta que um grupo esteja em atividade, brincando, enquanto a troca de roupa se realiza individualmente ou em pequenos grupos.
O que fazer durante?
1
Inicie a brincadeira convidando os bebês para participar do momento de troca. Possibilite a eles que fiquem próximos ou em frente ao espelho. Explique às crianças que vocês irão preparar o espaço juntos para o momento da troca de roupas. Convide-as para explorar livremente os materiais disponíveis para o momento da troca, em pequenos grupos. Garanta que os bebês menores tenham a oportunidade de participar também. Adapte a organização, de forma que eles também se sintam acolhidos. Observe como comunicam suas descobertas e interagem com os colegas neste momento.
I
Possíveis falas do professor: Hoje nossa troca de roupasserá feita com uma brincadeira de olhar no espelho. Vamos brincar e descobrir como são as coisas que usamos para a troca?
Possíveis ações da criança: As crianças poderão manusear os artefatos que fazem parte do momento da troca, as roupas, o sapato, as meias; escolhendo a roupa (se tiver duas camisetas do bebê, por exemplo) que deseja colocar. Mexendo nos botões, no zíper, no velcro, se tiver.
2
Após o momento de interação com os colegas no pequeno grupo e a descoberta dos materiais que serão utilizados na troca, convide os bebês a se olharem no espelho. Possibilite a eles comunicarem por meio de gestos e balbucios o que vêem no espelho. Chame individualmente um dos bebês pelo seu próprio nome.Inicie tirando o sapato desse bebê e vá nomeando as partes do corpo. Observe como ele interage com você e quais expressões realiza. Apoie as ações dos pequenos, valorizando as manifestações deles.
Possíveis falas do professor: Agora estamos todos em frente ao espelho, o que vocês veem, quem está lá no espelho? Vamos tirar o sapato? O que temos? quem sabe o nome desta parte do corpo?
Possíveis ações da criança: No momento em que se olhar no espelho, o bebê pode sorrir, indicando que se reconhece e pode apontar para o colega.
3
Depois de se olharem no espelho e irem, aos poucos, tirando as peças de roupa, instigue a curiosidade e desafie os bebês a dizerem ou identificarem as partes do corpo, enquanto estão olhando para o espelho. Nomeie-as com os bebês. Por exemplo: Aponte para a barriga e peça para o bebê tocar na sua ou na de um colega. Nesse momento, as crianças poderão em duplas ou em pequenos grupos explorar outras partes do corpo, sem que o professor precise nomeá-las. Comece a brincadeira e possibilite aos bebês que criem suas hipóteses e descobertas na interação com os colegas. Observe como as crianças experimentam as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações. Apoie os bebês menores, narrando e tocando você os pés, a barriga e os bracinhos deles.
Possíveis falas do professor: Vamos mostrar o pé para o espelho? E a mão? Cadê a mão do colega? Continuem a brincadeira e mostrem no espelho as partes do corpo.
Possíveis ações da criança: O bebê pode observar e explorar as partesdo seu próprio corpo de diferentes perspectivas: olhando a si mesmo, ao colega e olhando o reflexo noespelho.
4
Agora que vocês já exploraram as partes do corpo nomeando-as, comece a brincadeira com os bebês ao vestir as suas roupas, incentive-os a iniciar a troca. Ao colocar uma calça, uma bermuda ou uma camiseta, pergunte à criança qual parte do corpo está envolvida nesse instante. Faça do momento da troca um instante de descoberta, no qual os bebês possam conhecer o seu próprio corpo por meio do olhar e do toque. Na hora em que a mão, o pé ou a cabeça “desaparecem” durante a troca será um ótimo momento de experimentação sensorial e de construção da percepção corporal para os bebês. Explore-o junto com eles, brincando de colocar uma blusa sua, por exemplo, de modo que eles possam imitar suas ações e construir outros modos de se vestir.
Para finalizar:
Sinalize para as crianças que a atividade terminará em cinco minutos.Convide os bebês a se olharem no espelho após o momento da troca, em que já estão completamente vestidos e perceba a maneira como reagem a isso. Observe se demonstram acolhimento e satisfação pelo cuidado de si, se percebem a diferença da roupa que vestem agora daquela que vestiam antes. Organize com o auxílio dos bebês os itens pessoais.
Desdobramentos
Você poderá realizar esta atividade novamente, envolvendo uma troca de fralda com a ajuda do colega, um bebê ajudando a trocar o outro ou se deixando ser ajudado pelo colega. Considere manter um canto/estação com roupas ana sala, para que os bebês possam escolher e brincar de se vestir. Possibilite que possam explorar seus corpos durante as trocas, ajudando a vestir as roupas, tendo um espelho por perto durante a ação. As atividades de troca são propostas cotidianas.
Engajando as famílias
Para engajar as famílias nesta atividade, proponha uma troca divertida em casa, para enriquecer as experiências sensoriais e táteis da criança, ao passo em que ampliam os cuidados com o corpo e com o próprio bem-estar. Compartilhe a ideia do uso do espelho na troca e solicite fotos das peças de roupa preferidas pelos pequenos na hora da troca. Organize um mural com as fotos das roupas preferidas dos bebês na escola.
Troca de roupa em frente ao espelho
Apresente a proposta
Envie fotos de alguns momentos que envolvam a troca, ou do local onde aconteça essa ação na escola, pela plataforma que tem utilizado em sua rede ou via Whatsapp (com os devidos cuidados para não expor a intimidade dos bebês nas imagens). Fale brevemente sobre como tornar o momento da troca uma oportunidade de descobertas sobre o corpo do bebê e do cuidado sobre si Finalize, convidando: - Que tal fazerem uma troca de roupas com o bebê em frente ao espelho em casa de forma divertida?
Adaptações necessárias
Oriente que, na impossibilidade de fazer diante de um espelho, o familiar poderá funcionar como espelho ao nomear as ações, imitar gestos e movimentos etc. Convide para que façam a atividade em um contexto em que realmente a troca se faça necessária.
Sugira às famílias
Convide os familiares a permitirem que o bebê esteja à vontade e participe do momento da troca, pois, nesse momento, estão estabelecendo vínculos afetivos através da vivência dentro da rotina familiar, bem ali diante do espelho. Assim, sugira que tenham uma postura acolhedora, para que esse momento esteja ligado à percepção do próprio corpo de forma positiva. Oriente que considerem a faixa etária, observando, assim, possibilidades e interesses. Por exemplo: as crianças maiores poderão tirar o sapato e escolher outro para colocar, já as menores podem oferecer os pés para que o familiar faça essa ação enquanto elas acompanham.
Convide para que preparem o espaço que tem disponível em casa, por menor que ele seja, disponibilizando peças para que as crianças possam fazer as próprias escolhas. Oriente que o familiar nomeie os materiais, partes do corpo, bem como as ações e reações envolvidas. Diga para que fiquem atentos aos materiais que são utilizados na troca, observando os indícios que sinalizam se estão apreciando, bem como apontam preferências. Informe que é fundamental conversar com o bebê, como, por exemplo, antes de iniciar a troca de fralda. Nesse momento, convém comunicar que está molhada com urina e, sendo assim, há necessidade de tirar essa e colocar outra seca para o bem estar da criança. Para tornar o momento mais divertido, quando o bebê estiver sem roupa diante do espelho, sugira a brincadeira de esconder e achar as partes do corpo. Podem fazer cócegas, uns nos outros, gerando boas risadas!
Para compartilhar com o grupo
Convide os familiares para que registrem como foi essa troca divertida em casa: por foto, vídeo ou áudio com comentários sobre como foi a experiência. Antes de compartilhar, tome os devidos cuidados para não expor a intimidade dos bebês. Use a plataforma que sua rede disponibiliza para comunicação com as famílias. Desta forma, elas se sentirão estimuladas a participarem também. Quando retornar para escola, coloque os registros no mural, de forma a mostrar essa efetiva parceria que há entre família e escola, despertando cada vez mais o senso de pertencimento.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Djenane Martins Oliveira
Mentor:Adriana Vidaletti
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência:O Eu, o nós e o outro; Corpo, gestos e movimentos; Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Objetivos e códigos da Base Centrais:
(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão. (EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
Abordagem didática: São momentos cotidianos imprescindíveis que possibilitam a construção de hábitos, a prevenção de doenças e, consequentemente, a promoção da saúde e bem estar. Ademais, por meio do olhar atento e da conversa, o vínculo afetivo é construído e o bebê, ao ser cuidado, constrói uma imagem de respeito consigo e com o outro. Nesse sentido, as situações de cuidado, mesmo as mais velozes, como lavar as mãos, ou as mais morosas, como um banho (que pode ser acompanhado por música ou brincadeira), devem ser planejadas para garantir o cuidado entrelaçado com o prazer, a construção do auto cuidado e a aprendizagem de bons hábitos