Compartilhe:

Jornalismo

Músicas africanas conquistam os alunos

Mesmo sem estar nas rádios, canções da África cativam os jovens. Ao tocá-las, eles usam instrumentos vindos desse continente e aprimoram o estudo de ritmos

PorCristiane Marangon

31/03/2007

Tem interesse no tema "Neurociência, adolescências e engajamento nos Anos Finais"?

Inscreva-se neste tema para receber novidades pelo site e por email.

Arranjos para músicas africanas: contato com
a diversidade. Foto: Eduardo Marques

A música tem espaço reservado no currículo das escolas municipais de Florianópolis desde a 5ª série. Os tipos variam, indo das eruditas às étnicas. Dentro desse leque, a professora Rose de Fátima Pinheiro Aguiar e Silva selecionou a sonoridade da África para trabalhar com as turmas da 7ª série de duas escolas, a EBM José Amaro Cordeiro e a EBM Batista Pereira. Numa das primeiras aulas, os jovens aprenderam que a cultura brasileira é carregada de elementos daquele continente. "Na própria escola, temos muitos instrumentos de percussão, como timba, caxixi, agogô, reco-reco e bongô", lembra ela.

O desafio era que todos cantassem e tocassem canções africanas. Em quatro meses, os alunos estavam se apresentando em auditórios lotados e sendo muito aplaudidos. Rose contabiliza os ganhos: eles aprenderam história e teoria musicais (leitura de partitura e estudo de características rítmicas), desenvolveram o canto (solo e coral), aprimoraram a técnica da flauta doce - iniciada na 5ª série - e tocaram instrumentos de percussão. Para ela, ficou uma lição: faz mais sentido para a garotada estudar o que tem relação com a nossa cultura e com a formação do povo brasileiro. C.M.


Sequência de atividades

1. CONHECER PARA GOSTAR 

Quando a escola favorece o contato com a riqueza de nossa cultura, as crianças conseguem dar sentido a várias manifestações presentes no país. Por isso, conhecer, apreciar e considerar a variedade faz parte dos objetivos das aulas de música. Depois que os alunos de Rose pesquisaram as influências africanas no Brasil, ela preparou partituras de canções desse continente e mostrou imagens de instrumentos de percussão que poderiam ser usados para executá-las.

2. NA PONTA DA LÍNGUA 

É importante conhecer as produções musicais de diferentes povos, épocas e culturas para poder valorizá-las e respeitá-las. A professora desenvolveu esse sentimento nos adolescentes apresentando as canções Yayè Böbö (lê-se iabobô) e Sansa Kroma. A primeira é na língua sousou, da Guiné e do Senegal. A segunda era lembrada no fim do dia pelos escravos vindos da África do Sul. Depois que as duas estavam na ponta da língua dos estudantes, todos começaram a pensar em arranjos. Além de canto solo e em coro, foram utilizados instrumentos como flauta, xilofone, timba e bongô.

3. DA ÁFRICA PARA TODOS 

Quando a turma já cantava e tocava bem esse repertório, foi feita a primeira apresentação fora da escola, em um seminário da rede municipal. Foi acrescentada uma canção folclórica sobre o boi-de-mamão, o hino de Florianópolis e uma música indígena, dando um caráter multicultural ao grupo. O sucesso foi tanto que os convites não param de chegar.

 

 

Outra proposta 

COPOS MUSICAIS 

Idiofones são instrumentos musicais que produzem som com a vibração do próprio corpo. Um exemplo de idiofone é o copo musical, muito popular nos séculos 18 e 19. Joseph Haydn (1732-1809) e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) escreveram música para ser tocada dessa maneira. O presidente dos Estados Unidos Benjamin Franklin (1706-1790) inventou uma versão em que os copos virados cabem uns dentro dos outros. Quer fazer um conjunto com esses instrumentos? Pegue sete copos de vinho e coloque quantidades diferentes de água em cada um deles. Ordene-os do mais vazio ao mais cheio para obter uma escala musical. Passe o dedo molhado na borda até sair um som. Dessa forma, você conseguirá executar melodias simples.

FONTE: MÚSICA, COLEÇÃO CONEXÕES!, CAROLINE GRIMSHAW, 32 PÁGS., ED. CALLIS, TEL. (11) 3068-5600, 15 REAIS

Quer saber mais?

CONTATOS
EBM José Amaro Cordeiro, Rod. Francisco Tomaz dos Santos, 1691, 88066-000, Florianópolis, SC, 
tel. (48) 3338-7834
EBM Batista Pereira, Rod. Baldicero Filomeno, 3000, 88064-000, Florianópolis, SC, tel. (48) 3337-6074 

Veja mais sobre

Últimas notícias