Neste plano, sugerimos a discussão sobre a simbologia da ciranda e de outras danças circulares, associada à análise da expressão: “ninguém solta a mão de ninguém”. Ao abordarmos o dia internacional da mulher, os estudantes são convidados a refletir sobre a luta feminina por igualdade e equidade e a explorar conceitos relacionados ao tema, como, a sororidade. Também vão avaliar o valor cultural de algumas dessas danças e o que expressam. O plano pode ser desenvolvido por qualquer professor da área de linguagens, sendo feitas as adaptações necessárias para potencializar o desenvolvimento e mobilização das habilidades indicadas.
Interpretar o sentido de um texto relacionando-o com seu contexto de produção.
Identificar nas artes visuais e na dança a construção da linguagem artística e sua relação com a cultura de um povo.
Analisar movim
As danças de roda podem ser encontradas em diferentes locais do mundo e trazem em sua estrutura e execução características singulares, imbuídas de sentidos relacionados à cultura de cada povo.
Também conhecida como dança circular sagrada, esta prática foi objeto de estudo do bailarino e coreógrafo alemão Bernhard Wosien (1908-1986). O pesquisador viajou pelo mundo coletando informações sobre diversas danças tradicionais. Wosien chegou à conclusão que o “sagrado” presente na dança circular é sua capacidade de expressar sentimentos, conectando as pessoas. O adjetivo foi empregado com a intenção de deixar evidente o potencial da dança em promover a autoestima e a empatia, contribuindo para a percepção do respeito mútuo e aceitação de si e do outro. As mãos dadas entre seus participantes é um gesto tão poderoso que, considerando o universo místico-religioso, pode até ser uma prática curativa.
Já no Brasil, as danças circulares passaram a ser investigadas na década de 1980, quando Carlos Solano, aluno e primeiro instrutor brasileiro da Fundação Findhorn, criada por Wosien, buscou documentar essas manifestações artístico-culturais. Outra importante contribuição para o estudo dessas danças foi da consagrada coreógrafa Anna Barton, que que se dedicou à pesquisa com grupos de estudo de dança circular. Para ela,
“... A Dança reúne, cura, inclui, unifica, ensina, emociona, transcende. É uma parte essencial da Nova Era. Sua influência pode se expandir e ajudar a transformar o mundo.” (Barton, 2006)
Adaptado de BORGES, Caroline de Moreira. Dança Circular. Pesquisa e prática de danças circulares tradicionais brasileiras. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd184/dancas-circulares-tradicionais-brasileiras.htm>. Acesso em: 26/01/2023.
As danças circulares brasileiras têm um forte caráter popular e de tradição. São perpetuadas, muitas vezes, em ambiente familiar, quando as coreografias, formações, musicalidade e instrumentos utilizados na prática são transmitidos entre as gerações. Dentre elas se destacam, além das danças indígenas, a ciranda, quadrilha, chula, pau-de-fita, samba de roda e carimbó.
entos na dança de roda ou circular, para entender, em sua simbologia, a construção de valores sociais e culturais.
Expressar ideias e opiniões utilizando o repertório prévio da língua inglesa.
Competências gerais
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
As danças de roda podem ser encontradas em diferentes locais do mundo e trazem em sua estrutura e execução características singulares, imbuídas de sentidos relacionados à cultura de cada povo.
Também conhecida como dança circular sagrada, esta prática foi objeto de estudo do bailarino e coreógrafo alemão Bernhard Wosien (1908-1986). O pesquisador viajou pelo mundo coletando informações sobre diversas danças tradicionais. Wosien chegou à conclusão que o “sagrado” presente na dança circular é sua capacidade de expressar sentimentos, conectando as pessoas. O adjetivo foi empregado com a intenção de deixar evidente o potencial da dança em promover a autoestima e a empatia, contribuindo para a percepção do respeito mútuo e aceitação de si e do outro. As mãos dadas entre seus participantes é um gesto tão poderoso que, considerando o universo místico-religioso, pode até ser uma prática curativa.
Já no Brasil, as danças circulares passaram a ser investigadas na década de 1980, quando Carlos Solano, aluno e primeiro instrutor brasileiro da Fundação Findhorn, criada por Wosien, buscou documentar essas manifestações artístico-culturais. Outra importante contribuição para o estudo dessas danças foi da consagrada coreógrafa Anna Barton, que que se dedicou à pesquisa com grupos de estudo de dança circular. Para ela,
“... A Dança reúne, cura, inclui, unifica, ensina, emociona, transcende. É uma parte essencial da Nova Era. Sua influência pode se expandir e ajudar a transformar o mundo.” (Barton, 2006)
Adaptado de BORGES, Caroline de Moreira. Dança Circular. Pesquisa e prática de danças circulares tradicionais brasileiras. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd184/dancas-circulares-tradicionais-brasileiras.htm>. Acesso em: 26/01/2023.
As danças circulares brasileiras têm um forte caráter popular e de tradição. São perpetuadas, muitas vezes, em ambiente familiar, quando as coreografias, formações, musicalidade e instrumentos utilizados na prática são transmitidos entre as gerações. Dentre elas se destacam, além das danças indígenas, a ciranda, quadrilha, chula, pau-de-fita, samba de roda e carimbó.
WOSIEN, Bernhard. Dança: um caminho para a totalidade. São Paulo: Triom, 2012.
WOSIEN, Maria-Gabriele. Dança Sagrada: deuses, mitos e ciclos. São Paulo: Triom, 2002.
Sobre esta aula
Tempo previsto: 01 aula de 50 minutos.
A dança oferece oportunidades de trabalhar os diferentes componentes curriculares da área de linguagens. Na Educação Física, o professor pode trabalhar aspectos como o condicionamento físico, equilíbrio, lateralidade e flexibilidade. Em Língua Portuguesa, é possível aprofundar a compreensão dos estudantes sobre o que é texto e como este pode se manifestar em diferentes linguagens, incluindo a dança, a pintura e a fotografia. Em arte, a dança como expressão cultural e sua transposição para outras artes visuais. Já o componente Língua Inglesa, os estudantes podem compartilhar e ampliar seu repertório linguístico ao se comunicarem em grupo, trocando impressões por meio de substantivos, adjetivos e verbos. Toda a área de linguagens pode abordar algumas competências socioemocionais, como a autoestima, empatia, a resiliência, a abertura ao novo e o respeito à diversidade. A dança circular promove a interação, o apoio mútuo, a comunicação e a cooperação. Isso porque na roda todos são iguais, não existe uma hierarquia e a performance individual deixa de ser importante. Para participar dessa roda, é preciso que, em cada movimento, cada um faça um exercício de alteridade e paciência, para, assim, se alcançar a harmonia.
Em se tratando das tradicionais danças de roda brasileiras, a ciranda apresenta uma conexão comum com a maior parte dos estudantes. Muitos participaram de rodas na escola, durante a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Mais à frente, maiores, entendem como essa representação aparece em diferentes culturas, como na tradição indígena, e em movimentos sociais e manifestações políticas.
A ciranda é uma dança tradicional no Nordeste brasileiro, com destaque na Paraíba e em Pernambuco. É neste último que fica a Ilha de Itamaracá, mencionada na canção do vídeo, cuja letra menciona que foi das ondas do mar que veio a inspiração para os movimentos da roda.
Materiais sugeridos:
quadro;
projetor ou outro dispositivo para exibição do vídeo e das pinturas (opcional);
papel sulfite;
retalhos de papel colorido ou de tecido;
lápis de cor, giz de cera ou tinta guache de diversas cores;
tesouras;
pincéis;
cola branca;
aparelho celular ou câmera fotográfica para registro das produções (opcional).
Organização da aula
Conversa inicial
Tempo previsto: 20 minutos
Caso seja possível, inicie a aula em local com projetor disponível ou imprima as imagens a seguir:
Cena de dança, pintada na gruta de Cogul, Museu Arqueológico de Barcelona.
Peça que os estudantes comentem o que sabem sobre o que está representado nas imagens. Contextualize, explicando cada um dos registros, para que percebam que a dança circular é uma prática ancestral.
Provoque a turma a refletir, questionando:
O que você sabe sobre as danças circulares?
Que características você percebe nessas representações?
Por que esse formato de roda é comum em tantos lugares diferentes?
Finalizado esse momento, exiba o vídeo que mostra a Ciranda, uma das mais conhecidas danças de roda do Brasil.
DANÇA DOS POVOS. Projeto Danças dos Povos - Ciranda- Sou Lia de Itamaracá - Brasil. Youtube, 30 de junho de 2017. Disponível em:https://youtu.be/jG7qyjFAK48
Se não houver a possibilidade de utilizar um projetor, apresente pelo celular ou pela tela do computador a ciranda. É importante que vejam a dança em execução, para observar o movimento de cada integrante e a conexão existente entre todos que formam a roda. Acolha comentários sobre outras rodas e danças. Pode ser que os estudantes mencionem, por exemplo, a roda de capoeira.
Esse momento é oportuno para que a turma possa exercitar a oralidade, aprimorando a comunicação e a argumentação e desenvolvendo a escuta ativa.
Se quiser, registre em uma cartolina ou no próprio quadro palavras-chave trazidas na fala dos estudantes. Você pode criar um quadro das descobertas a ser preenchido por eles até o final desta sequência de aulas. Nele deve haver as perguntas sobre o tema e as respostas do que foi discutido em aula ou pesquisado por eles. O quadro pode ficar exposto num mural até o final da sequência de aulas. Os estudantes devem reproduzir o quadro em seus cadernos e preenchê-lo conforme as perguntas forem respondidas.
A seguir, comente que a ideia da roda será agora associada à sororidade entre as mulheres, como forma de resistência à violência, discriminação e tratamento social desigual. Trabalhe o significado dessas palavras, sempre oportunizando que a turma compartilhe seus conhecimentos prévios. Em seguida, resgate a leitura das imagens e pergunte se já ouviram a expressão: “ninguém solta a mão de ninguém”, para que possam estabelecer uma conexão com a dança circular.
Atividade: Quem vai entrar nessa roda?
Tempo previsto: 20 minutos
Atividade: releitura das imagens
Organize os estudantes em duplas ou trios e distribua o material necessário para que produzam sua ciranda de mulheres. Deixe que escolham livremente os materiais, inclusive se preferirem recriar a ciranda e registrá-la em fotografia ou vídeo. Oriente os grupos a refletirem sobre as pessoas que irão compor essa roda. Podem ser mulheres públicas, como artistas, cientistas, ativistas. Ou conceitos como respeito, dignidade, equidade. A criatividade deve ser o norteador dessa releitura.
Outra possibilidade é o registro individual. Nele, cada estudante pode trazer suas referências pessoais, que podem, inclusive, estar dentro de sua família ou círculo íntimo de convivência.
À medida que forem finalizando, organize um mural para expor os trabalhos. No caso das fotografias e/ou vídeos, faça a projeção ou agende para que sejam apresentadas posteriormente, em outra aula.
Momento da reflexão:
Organize uma roda de conversa e discuta com os estudantes a atividade, questionando-os:
Participariam de uma dança circular? Por quê?
A dança é uma prática que qualquer um pode realizar, independente do gênero?
O que aprenderam com a aula?
Que valores acreditam ser potencializados em uma roda como a ciranda? O simbolismo da roda lhe transmite que sentimento/emoção: força, exclusão, confiança?
Com relação às mulheres, quais os principais problemas por elas enfrentados e como podem ser solucionados?
Qual a relação da dança com a linguagem? Ao observarem a ciranda, que significados e sentidos perceberam ou interpretaram?
Sistematização do conhecimento:
Utilize as palavras-chave registradas na cartolina ou no quadro e o mural para sistematizar o que foi aprendido na aula. Peça que os estudantes façam a leitura do trabalho dos colegas, compartilhando aspectos percebidos durante a leitura que contribuíram para a construção dos sentidos.
Registro e avaliação
Para avaliar as aprendizagens da aula considere:
A participação dos estudantes durante a aula.
Respostas e comentários nos momentos de oralidade.
Produção da releitura das imagens.
A seguir, sugerimos um modelo de avaliação da roda de conversa para o professor com uma escala de 1 a 5 (sendo 1 para o menos desejável e 5 para o mais desejável):
Para a análise das releituras e leitura das produções, sugerimos:
Pensando na inclusão
Pensando na diversidade da sua turma, considere as limitações que alguns estudantes podem apresentar ao desenhar/pintar. Viabilize outras formas de registro como a fotografia, o vídeo ou a composição da releitura com colagem. Observe se todos tiveram oportunidade de opinar durante os momentos de oralidade. Caso surja alguma dificuldade na leitura das imagens e produções, incentive a interpretação dos estudantes por meio de perguntas.
Caso prefira a recriação da ciranda ou outra modalidade de dança circular, considere
quais as principais condições que possam se constituir em barreiras;
quais as principais condições que possam se constituir em facilitadoras (mais inclusivas);
como é possível transpor as barreiras identificadas possam em facilitadoras
Desdobramentos
Proponha que os estudantes organizem no dia internacional da mulher, ou em outra data durante o mês de março, uma oficina sobre dança circular para outras turmas e/ou séries, podendo, inclusive, envolver as famílias e toda a comunidade escolar. A turma deve se dividir em pequenos grupos para facilitar as oficinas, alcançando um número maior de participantes. Os estudantes devem compartilhar o que aprenderam sobre danças de roda e sua simbologia, relacionado com a temática da luta pelos direitos das mulheres.
É possível também convidar algum grupo de dança para se apresentar na escola ou levar a turma até o local em que se realizem oficinas de danças circulares.
A modalidade remota deve considerar a realidade dos estudantes, de acesso e conexão, e possibilidades de registro. Reforce que, caso queiram, no retorno ao presencial, eles podem experimentar, vivenciar uma dança de roda.
O desenvolvimento dos momentos da aula podem ser conduzidos por meio das sugestões compartilhadas, sendo feita a adaptação do mural com as releituras para uma ferramenta digital como o Padlet, Google slides ou Jamboard. Para enviarem suas produções, podem utilizar um recurso digital como os citados ou, no caso de registros como desenho ou colagem, fotografar e colocar a produção no mural digital.
Para a leitura das produções, envie o link do mural digital, para que os estudantes possam analisar com mais detalhes as releituras.
Abaixo você pode acessar os links das ferramentas citadas: