Plano de aula: Invadir territórios

Esportes de invasão: apresentando conceitos

Os esportes de invasão ou territoriais são modalidades cujo objetivo é chutar, lançar, arremessar ou carregar um objeto (bola ou disco) até o alvo adversário. Para cumprir tal objetivo, a equipe que tem a posse do objeto deve invadir o espaço da quadra ou campo da equipe contrária (GONZÁLEZ, 2006). Inúmeras modalidades podem ser assim classificadas e se orientam por características semelhantes. Como exemplos de esportes de invasão, podemos citar modalidades como futebol, futsal, handebol, basquetebol, rugby e ultimate frisbee. Vale ressaltar que nas modalidades futebol, futsal, handebol e basquetebol, para avançar em direção à meta adversária os jogadores realizam passes aos companheiros e devem manter sempre o contato da bola com o solo, seja por meio de condução com os pés, no caso do futebol e futsal, ou de dribles, no caso do basquetebol e handebol. Já no rugby, é permitida a troca de passes entre os jogadores, bem como carregar a bola até a linha de fundo. Por último, no ultimate frisbee, para alcançar a meta adversária, os jogadores podem apenas trocar passes, não sendo permitido ao jogador com posse do disco nenhum tipo de deslocamento.

Esportes de invasão: características do esporte e do jogo

Os esportes e os jogos são produtos culturais, isto é, se transformaram ao longo do tempo de acordo com as necessidades e os interesses dos praticantes. Entretanto, há de se destacar as diferenças existentes entre ambos. Os esportes são regidos por regras comuns válidas em todo o mundo, estabelecidas por meio de convenção, com o objetivo de organizar a comparação de resultados ligados ao rendimento. Os jogos, por outro lado, podem ter suas regras alteradas numa determinada localidade, conforme a conveniência de um grupo (BOOG; URIZZI, 2017). Assim surgem diferentes formas de se praticar uma mesma modalidade. O jogo um, dois, três, corte, popularmente jogado nas ruas ou campinhos de bairros, pode ser considerado um jogo, pois, ainda que se assemelhe ao voleibol, não obedece todas as regras, incluindo número de jogadores, dimensões do campo ou equipamentos. Na escola, as práticas esportivas também podem ser consideradas jogos, uma vez que as regras são adaptadas de modo a favorecer a participação de todos os estudantes.

Ultimate frisbee: conhecendo a modalidade

O ultimate frisbee, ou apenas ultimate, é uma modalidade esportiva e de lazer que consiste no uso de um disco plástico para a realização de passes de longa distância.

De acordo com Borges et al. (2017), o disco frisbee surgiu durante o século XX nos Estados Unidos, quando estudantes de uma universidade do estado da Pensilvânia começaram a brincar com uma forma de torta, lançando-a pelo ar entre eles. Conta a história que essa forma era de uma fábrica chamada Frisbie’s Pies. Daí a denominação do artefato: frisbee. Anos mais tarde, por volta de 1960, foi criado o ultimate frisbee.

O esporte chegou ao Brasil somente no final da década de 1980 e hoje é um esporte federado, praticado, sobretudo, no estado de São Paulo.

A aceitação da modalidade se deve principalmente à sua simplicidade. São necessários poucos materiais para sua prática (um disco e cones ou fitas para a marcação da end zone) e pode ser jogado nos mais variados espaços, como campos gramados, campos de areia ou quadras.

Uma característica dessa modalidade que merece destaque é a ausência de árbitros. Há um código de conduta e respeito mútuo entre os praticantes. O respeito aos princípios do jogo e a prática do fair play (jogo limpo) são amplamente estimulados entre os jogadores. Dessa forma, o ultimate frisbee estimula a atitude ética dos praticantes, o diálogo e o protagonismo na tomada de decisões e no responsabilizar-se pelas ações durante o jogo.

Bibliografia

BOOG, A. C. Práticas corporais e a Educação Física Escolar: 3º ao 5º anos. São Paulo: Boreal Edições, 2017.

BORGES, R. et al. Ultimate frisbee. In: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. Esportes de invasão: basquetebol, futebol, futsal, handebol, ultimate frisbee. Maringá: Eduem, 2017.

GONZÁLEZ, F. J. Sistema de classificação dos esportes. In: REZER, R. (Org.). O fenômeno esportivo: ensaios crítico-reflexivos. Chapecó: Argos, 2006.