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Jornalismo

Estabelecida no Brasil desde os anos 1970, a área de psicopedagogia é uma das mais procuradas por educadores na pós-graduação. É nesse nível de ensino que se encontram boa parte das formações, a maioria de especialização. Como o nome sugere, o foco recai no entendimento dos processos psicológicos envolvidos na aprendizagem. "Muitos educadores têm buscado o curso para lidar com a inclusão, que ainda recebe pouca atenção na graduação", afirma Irene Maluf, conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). A atuação gera polêmica. O Conselho Federal de Psicologia (CPF) atacou a regulamentação da psicopedagogia - aprovada no Congresso em 2014, mas ainda sem sanção de Dilma Rousseff - argumentando que especialização não é profissão (dura apenas dois anos) e que as dificuldades no desempenho escolar não podem ser vistas só pela ótica individual de cada aluno. Veja se o curso é para você. 

 

Como é o mercado de trabalho?

Na área de Educação, as melhores oportunidades estão nas redes que possuem leis prevendo um psicopedagogo por escola para alunos do Ensino Fundamental e do Médio - é o caso do estado de São Paulo e da capital paulista. Outras possibilidades são os consultórios psicológicos, em que o profissional atende crianças e jovens com dificuldades escolares. Em menor escala, é possível atuar em empresas, especialmente nas áreas de recursos humanos e de treinamento de funcionários. 

Quem pode cursar?

Qualquer pessoa com graduação nas áreas de saúde ou Educação. A procura é maior entre os pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais. Há também interessados em trabalhar com crianças, como pediatras. Em todos os casos, o benefício é conhecer com mais profundidade o desenvolvimento infantil. 

O que o psicopedagogo faz na escola?

"A coordenação pedagógica é um dos maiores campos de atuação", aponta a psicopedagoga Clélia Pastorello, na área há duas décadas. A orientação educacional é outra possibilidade. Entre as tarefas estão a elaboração de planos de trabalho individuais para alunos com dificuldades de aprendizagem ou nos casos de inclusão. No contraturno, o profissional atua tanto com crianças com baixo rendimento quanto em turmas de atendimento educacional especializado (AEE). 

 

 

O que se aprende na especialização? 

A maioria dos cursos aborda psicopedagogia clínica (em consultório) e institucional (em escolas, ONGs e hospitais). No início, o foco é em disciplinas de saúde e psicologia: neurologia, bases neurobiológicas, processos psicanalíticos etc. Depois surgem questões do universo escolar, com o estudo de intervenções práticas.

Como escolher um bom curso?

Três critérios são fundamentais. O primeiro, pesquisar a trajetória dos professores (pelas regras do MEC, pelo menos metade do corpo docente deve ter mestrado ou doutorado). O segundo, ver o currículo do curso e analisar se as disciplinas correspondem ao seu interesse. O terceiro é atentar para a carga horária. "O mínimo necessário para um curso de qualidade é 600 horas. Muitas opções de 360 horas cortam o estágio - que, além de obrigatório, é importante para a vivência do aluno", afirma Irene. 

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