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Plano de Aula
Neste plano, iremos propor experiências de aprendizagens sobre os padrões de desempenho, saúde e beleza propostos pela sociedade e sobre como esses elementos são mediados pelos exercícios físicos e pelas práticas corporais. Para isso, retomaremos o conceito de exercício físico e discussões sobre sedentarismo, obesidade e nutrição saudável.
Ginástica de condicionamento físico.
1. Conhecimento
2. Pensamento crítico, criativo e científico
7. Argumentação
Esta é a primeira aula de uma sequência didática composta de cinco aulas que introduzirão o tema sobre padrões de beleza, desempenho e saúde, presentes em nossa sociedade.
O primeiro ponto para refletirmos nesse conjunto de aulas refere-se à noção de que somos corpo e nossa corporeidade nos define. Ao mesmo tempo, numa sociedade midiática como a nossa, a veiculação extravagante de imagens transmite e incute em cada um de nós padrões de corporeidade em que o corpo predominante é o branco, esguio, com musculatura definida e jovem. Desse modo, consciente ou inconscientemente, somos confrontados com o que somos e com o que um sistema hegemônico estabelece ser aceitável em termos de padrões de beleza, desempenho e saúde. O desencontro entre ambas as noções leva muitos jovens a comportamentos que denotam efeitos negativos à saúde mental e a abusos com o uso de suplementos e substâncias proibidas.
Vale considerar, inicialmente, o conceito de estética e seus desdobramentos. A estética tem origem no grego, aistheiké, que significa “perceptível aos sentidos”, ou seja, o que pode ser percebido como agradável e belo pelos sentidos. Pode-se dizer que ela apresenta três dimensões que conversam entre si, sendo elas: sensação, racionalidade e sentimento.
Ao longo dos anos, a cultura do corpo e da estética fez com que o corpo tomasse a forma de expressividade de beleza e sedução dentro da sociedade, em especial o corpo feminino. No campo da Educação Física, vale considerar os estudos de Silvana Goellner, que fez um levantamento das imagens retratando o corpo feminino na Revista de Educação Physica entre a década de 1930 e 1945. (Ver, por exemplo, Goellner, 1999 e 2008, links a seguir). Goellner analisa ainda os discursos e saberes veiculados nessa revista indicando como se preconizava um corpo ideal feminino: branco de um lado, vigoroso para a maternidade de outro, discorrendo sobre padrões sociais balizados por preconceito racial e de gênero.
Para um melhor entendimento, faz-se necessário uma viagem pela história, brevemente, porém, com o olhar para as diferentes maneiras que o corpo, a sexualidade e o gênero eram vistos. Segundo Barbosa; Matos e Costa (2011), podemos dividir essas fases históricas em cinco grandes momentos, sendo eles:
Os gregos valorizavam a beleza do corpo saudável e com proporções, que era enaltecido pela sua saúde, capacidade atlética e fertilidade. Para eles, cada idade possuía sua própria beleza corporal, e o estético, o físico e o intelecto (cognição) faziam parte de uma eterna busca na direção do perfeito, sendo que o corpo belo era tão importante quanto uma mente brilhante (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011).
Interessante que, com o advento do Cristianismo, observa-se uma nova percepção sobre o corpo, que passa a ser uma fonte de pecado, surgindo, assim, a ideia do “proibido”. Nesse ponto, evidencia-se a dicotomia entre corpo e alma, em que a força e a altivez da alma prevalecem sobre os desejos pagãos do corpo. Podemos dizer que:
O bem-estar da alma deveria prevalecer acima dos desejos e prazeres da carne. O corpo, prisão da alma, era, pois, um vexame, devia ser escondido. Então, durante os mil e quinhentos anos seguintes - do decreto de Teodósio suprimido em 393 com os jogos olímpicos até à sua restauração pelo Barão de Coubertin em 1896 - o Ocidente, vexado de si mesmo, carregado de culpas por ser feito de carne e de sexo, assaltado por pudores, encobriu os seus membros e os seus músculos. (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011, p.26)
Já na Idade Média, observamos o corpo como um instrumento de consolidação das relações sociais, pois as características físicas, como a altura, a cor da pele e o peso corporal, associados ao vínculo que o indivíduo mantinha com a terra, eram determinantes na distribuição das funções sociais. Com o domínio do Cristianismo durante a Idade Média, a noção de corpo e suas vivências eram totalmente influenciadas pela presença da instituição religiosa. Podemos dizer que o homem medieval era contido e via o corpo como algo relacionado ao terreno, o material. Corpo este que assume um papel de culpa, de perversidade, que necessita ser dominado e purificado pela punição, buscando sempre a glorificação e salvação (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011).
Contudo, no Renascimento, com o advento da ciência, há uma busca pela libertação do ser humano, e a concepção de corpo acaba por sofrer consequências deste processo. Sendo assim, podemos dizer que o corpo passa a ser visto como um objeto de estudo e experiências, em que o teocentrismo dá lugar ao antropocentrismo. Surge, então, a ideia do corpo investigado, anatômico, descrito, analisado e biomecânico. Por outro lado, o pensamento iluminista acaba por negar a vivência sensorial e corporal, atribuindo, assim, um lugar inferior em relação à alma (resgatando e ampliando a dicotomia corpo e alma). Paralelamente, podemos observar que, com a necessidade de manipular e dominar o corpo, observa-se que o homem é um ser moldável e passível de exploração, o corpo então passa a servir à razão (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011).
O surgimento desta razão acaba por trazer novas perspectivas para o corpo e suas funções, em especial no que tange às relações da época, para entender sobre, destacamos o seguinte trecho do texto:
Com o crescimento e o aperfeiçoamento da produção agrícola e dos meios de transporte da sociedade feudal, assim como o acréscimo da produtividade agrícola aliado à expansão comercial, promovem-se algumas das condições necessárias para o desenvolvimento da indústria moderna. Estas modificações, aliadas a mudanças sociais, desembocaram no surgimento do sistema capitalista. A forma de produção do sistema capitalista, a partir do século XVII, causou uma mudança drástica nas relações com os trabalhadores. Com o início da revolução industrial a divisão técnica do trabalho acabou por reduzir o trabalho a uma simples acção fisiológica, desprovida de criatividade (o trabalho em série). Nesta lógica de produção capitalista o corpo mostrou-se tanto oprimido, como manipulável. Era percebido como uma “máquina” de acúmulo de capital. Deste modo, os movimentos corporais passaram a ser regidos por uma nova forma de poder: o poder disciplinar. (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011, p.28)
Dito isso, uma reflexão a ser feita é que o ser humano passa a ser colocado a serviço da economia e, consequentemente, da produção, gerando um corpo que produz, ou seja, ter saúde nesse momento é fundamental para produzir mais e isso reflete em uma adaptação aos padrões de beleza e consumo.
No mundo de hoje, observa-se que este comportamento pela busca do corpo ideal ainda está muito presente, e pode-se constatar esta questão quando se observa o aumento do número de intervenções cirúrgicas ligadas às questões estéticas, com o intuito de se adequar a um suposto padrão de beleza. Pode-se dizer que:
O corpo é construído, decorado e expressa-se individualmente, é um projecto pessoal, flexível e adaptável aos desejos do indivíduo. Estas novas noções de corpo estão também relacionadas com as alterações sociais provocadas pelos estudos feministas das décadas de 60 e 70, sobre as diferenças entre homens e mulheres serem baseadas em factores históricos e culturais e não, como até então, em factores exclusivamente biológicos e sexuais. Com efeito, são as propostas sociobiológicas que se impõem na definição de corpo no século XX. Com a busca da produção, homens e mulheres tentam adaptar-se como indivíduos ao grupo social, nem que para isso desistam, inúmeras vezes da sua liberdade de acção e expressividade. (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011, p.29)
Esses padrões de beleza são alvos das mais diversas formas de publicações midiáticas, forçando muitas pessoas a se enquadrarem ou a conviverem com o sentimento de exclusão.
Sendo assim, vale destacar que é de suma importância que estes conceitos e reflexões venham a elucidar e pontuar o reconhecimento das diferenças e as possibilidades do corpo, não só no âmbito da estética, mas fazendo um contraponto do corpo como um produtor de conteúdo que deve romper com a lógica de padronização humana. Dessa forma, a beleza natural de cada indivíduo é vista como uma forma de resistência que tende a romper com o modelo vigente de sociedade que impõe e administra padrões estéticos em termos objetivos e subjetivos.
Conceitos importantes, como saúde, sedentarismo, obesidade e nutrição devem ser bem trabalhados e exemplificados. Para ajudar nesse processo, disponibilizamos essas informações no seguinte quadro:
Saúde |
Estado geral de equilíbrio no indivíduo, em seus diferentes aspectos e sistemas que caracterizam o homem; biológico, psicológico, social, emocional, mental e intelectual, tendo como resultado a sensação de bem-estar. |
Sedentarismo |
Comportamento onde existe uma baixa prática de atividade física, não atingindo as recomendações mínimas do Colégio Americano de Medicina Esportiva, ou seja, 150 minutos de atividade física moderada por semana. |
Obesidade |
A obesidade é uma doença complexa, multifatorial e um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, caracterizando-se por uma resultante do acúmulo de excesso de gordura corporal.
|
Nutrição saudável |
Uma alimentação saudável é aquela que garante, em especial, que seu organismo esteja recebendo todos os nutrientes de que ele precisa. É necessário pensar em variedade, equilíbrio, quantidade e na segurança dos alimentos que estão sendo ingeridos. |
Fonte: adaptado de Borim et al. (2020); PHILIPPI (2014).
Bibliografia
BARBOSA, M. R.; MATOS, P. M.; COSTA, M. E. Um olhar sobre o corpo: o corpo ontem e hoje. Psicologia & Sociedade [online], 2011, v. 23, n. 1, p. 24-34. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-71822011000100004. Acesso em 24 out. 20021.
BORIM, M. L.; FERNANDES, C. A.; COSTA, M. A.; CHRISTINELLI, H.; STEVANATO, K.; HENRIQUE, J. T. Prevalência de sedentarismo em adultos obesos e sobrepesados. Revista Enfermagem Atual In Derme, v. 92, n. 30, 30 jun. 2020.
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 5 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. Brasília:Ministério da Saúde, 2021. 54 p.: il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf. Acesso em: 05 out. 2021.
GOELLNER, S. Bela maternal e feminina: imagens da mulher na Revista de Educação Physica. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, 1999.
Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2709/000280515.pdf
GOELLNER, S. "As mulheres fortes são aquelas que fazem uma raça forte": esporte, eugenia e nacionalismo no Brasil no início do século XX. Revista de História do Esporte, v.1, n.1, 2008. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2693459.
PHILIPPI, S. T. Alimentação saudável e o redesenho da pirâmide dos alimentos. In: Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. [S.l: s.n.], 2014.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Solicite em uma aula anterior que os estudantes realizem uma pesquisa sobre o conceito de beleza ao longo dos tempos. Eles devem criar uma linha do tempo com imagens e explicações sobre o que era valorizado em cada uma das épocas, como, por exemplo:
Se julgar necessário, disponibilize alguns links para consulta:
Em uma roda de conversa, mobilize os estudantes por meio de perguntas sobre alguns conceitos com distintos significados no senso comum que serão trabalhados na aula, por exemplo: O que é saúde? Esporte é saúde? O que é ter um corpo bonito? Ter um corpo bonito é ter saúde? O que é beleza?
Considere a importância de mostrar-lhes que a referência de um corpo bonito é relativa a uma percepção de si próprio, que é desafiada constantemente por juízos de valor emitidos por outros grupos, por interesses econômicos e por uma pauta de costumes e moral. A partir das respostas, proponha um debate. Organize o repertório prévio dos estudantes à medida que respondem as perguntas. Possibilite-lhes fazer as suas considerações, exercitando a oralidade, a fluência oral, além da comunicação e da argumentação. É importante que inclua todos nas discussões. Observe se compreenderam as perguntas ou se é necessário fazer uso de algumas estratégias, como o uso de Libras, texto escrito ou comunicação com os colegas.
A seguir, comente que nesta aula serão trabalhados os conceitos de saúde, desempenho e beleza.
Peça para que eles se dividam em três grandes grupos, de acordo com suas respostas à questão: Esporte é saúde?
Grupo 1- Sim.
Grupo 2- Não.
Grupo 3- Não sei ou está na dúvida.
Estes grupos serão a base da próxima atividade.
Atividade 1: O julgamento
Explique que será realizada uma aula em formato de júri, em que cada grupo terá o seu papel.
Réu: o esporte.
Acusação: grupo 2.
Defesa: grupo 1.
Jurados: grupo 3.
Juiz: o professor (podendo ser de outra disciplina).
Cada grupo terá de elaborar um documento para ser utilizado no momento de sua explanação.
O grupo 1, de defesa, deverá organizar argumentos que convençam os jurados de que esporte é saúde.
O grupo 2, de acusação, deverá juntar “provas” que convençam os jurados de que esporte não é saúde.
O grupo 3, de jurados, deverá montar perguntas tanto para o grupo 1 quanto para o grupo 2.
O juiz (professor) conduzirá o processo, dando voz a cada grupo, começando pela acusação, seguida da defesa, e, após uma réplica para cada grupo, culminando na tomada de decisão dos jurados.
Verifique se é necessário que os grupos façam algum tipo de pesquisa para construir a sua argumentação.
Para que se organize todo o processo, é necessário um quadro de registro com as devidas funções e proposições de cada grupo, segue exemplo:
Função/ proposições | Jurados | Defesa | Acusação |
Perguntas para a defesa | 1- Ex.: por que o esporte é saúde? 2- 3- 4- 5- | ||
Principais argumentos | 1- Ex.: o esporte pode gerar diversos benefícios fisiólogos a quem pratica. 2- 3- | 1- Ex.: o esporte pode causar muitas lesões. 2- 3- | |
Perguntas para a acusação. | 1- Ex.: qual tipo de esporte e quais prejuízos à saúde ele causa? 2- 3- 4- 5- | ||
Veredito* | ( ) Culpado | ( ) Inocente | ( ) Outro |
*Independente do veredito, os jurados deverão fazer uma justificativa. |
Atividade 2: Identificando possibilidades
Nesta atividade, teremos três fases, sendo elas:
1- Vivência corporal em que os estudantes são solicitados a organizarem em grupo (com três a cinco estudantes) uma série de atividades que seriam indicativas de: (a) atividade física; (b) exercício físico; (c) esporte.
Cada grupo organizará uma atividade para demonstrar (a), (b) e (c). Lembrando-se de que atividade física refere-se à realização de tarefas que exijam um gasto energético de 50% em relação ao consumo máximo de oxigênio. Essas atividades compõem o dia a dia, como deslocar-se, realizar trabalho braçal em casa ou no trabalho etc. Já o exercício físico envolve a sistematização de atividades físicas com o propósito de melhorar a aptidão física com impactos na composição corporal e no bem-estar em geral. A sistematização envolve a racionalização da atividade em termos de exigência metabólica (intensidade), volume e frequência. O professor deve passar por cada grupo para ajudar a esclarecer dúvidas e impasses. A seguir, cada grupo comanda a atividade para toda classe com apoio do professor.
2 - Com base na vivência, solicite aos estudantes que reflitam e definam objetivos para realizar um programa de exercício físico. Isso pode ser feito por meio de uma pesquisa anônima com os estudantes sobre quais seriam seus objetivos, caso se envolvessem em um programa de exercícios físicos.
Sugira que eles possam eleger qualquer tipo de objetivo, podendo ser mais do que um. Por exemplo:
Estudante 1 - Eu queria perder 10 kg e ter os braços fortes.
Estudante 2 - Eu queria ficar com o corpo igual ao de um halterofilista.
Estudante 3 - Eu queria ter as coxas bem grossas e a barriga tanquinho.
Estudante 4 - Eu queria melhorar o meu fôlego.
Estudante 5 - Eu queria ter menos dor nas costas.
Estudante 6 - Eu queria ser um atleta de corrida.
A seguir, proponha que os estudantes façam a tabulação das respostas (objetivos) e verifiquem se elas estão relacionadas à saúde, à estética, ao desempenho esportivo ou a alguma combinação entre os três. Para facilitar esse processo, sugerimos a construção de um quadro, como no exemplo a seguir:
Objetivos | Saúde | Estética | Desempenho |
Perder 10 kg. | X | X | |
Coxas grossas. | X | ||
Melhorar meu fôlego. | X | x | |
Ser um atleta de corrida. | x |
3 - Crie, junto aos estudantes, programas de exercícios voltados para atender os objetivos da pesquisa realizada na etapa 2. Divida a turma em grupos e sugira que eles montem programas específicos para um objetivo, a ser definido por eles. Esses programas podem ser realizados nas próximas aulas.
Nesse momento, deve-se buscar recuperar conceitos e princípios relativos às estruturas e funções do corpo, bem como capacidades e habilidades. Considere:
Divida a turma em pequenos grupos e faça perguntas disparadoras de um debate entre eles. O importante é que essas perguntas devem ajudar à reflexão de que:
Após a discussão, cada grupo elege um repórter, que será o responsável por transmitir à turma a visão do grupo.
Utilize o júri simulado para introduzir conceitos sobre esporte e saúde, saúde e qualidade de vida, saúde e padrões de beleza. É importante nesse momento destacar que:
1. Corpos são de fato atributos usados para falar e expressar noções de belo, que, num dado momento histórico, são valorizadas por uma sociedade.
2. Corpos são expressões físicas do nosso eu/self. Por isso, não temos um corpo, mas SOMOS um CORPO. Essa ideia é central no trabalho com jovens. Grande parte dos problemas de saúde mental em jovens tem como origem esse “desentendimento” do que significa sermos corpos em termos psicológicos e sociológicos.
Comente que os exercícios causam diferentes resultados de acordo com o tipo de intervenção, e que podemos ter diferentes objetivos ligados à saúde, à estética ou ao desempenho.
Discuta com os estudantes sobre os diferentes estímulos físicos e como podem ser utilizados para cada tipo de objetivo, conforme perceberam nas experimentações.
Reforce a diferença entre os componentes da aptidão física vinculados à saúde e ao desempenho, identificando-os em cada programa de exercício.
Explique que os padrões de beleza se modificam através dos tempos e nem sempre estão alinhados aos padrões de desempenho e saúde.
Comente sobre a importância de se ter visão crítica sobre as informações que chegam até eles. A diversidade da raça humana não pode ser estabelecida em padrões de nenhuma natureza. Os padrões são constituídos pelos indivíduos e são influenciados pela realidade que os cerca, ou seja, submetidos às relações histórico-culturais de uma sociedade. Portanto, devemos compreender as relações históricas, as práticas sociais e corporais que nos cercam, bem como os discursos associados a elas.
Este momento é importante para evidenciar elementos das competências gerais, como o autoconhecimento, o reconhecimento das próprias emoções e emoções dos colegas, a empatia, a colaboração, o trabalho coletivo, a investigação, a análise e a utilização do conhecimento.
Além do registro feito durante as atividades 1 e 2, por meio da elaboração das peças do julgamento, da tabulação das respostas e da criação do quadro da atividade, sugerimos que solicite aos estudantes que escrevam um breve relato sobre as discussões acerca dos padrões de beleza. Para isso, parta de uma reflexão: A partir de qual referência vocês definiriam o seu padrão de beleza? A ideia é que eles façam uma reflexão sobre o contexto no qual vivem e do qual recebem a sua influência, como, por exemplo, mídia, novelas, filmes, atletas, redes sociais, influencers etc.
Barreiras
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
Para dar continuidade a essa sequência didática, planejando as demais aulas, sugerimos que retorne aos Objetivos de aprendizagem e verifique se todos foram contemplados.
Os estudantes podem pesquisar sobre os padrões de beleza ao longo do tempo, inclusive, peça para que eles tragam fotos ou enviem para o professor de pessoas que acreditem ser um exemplo de padrão de beleza. Fomente a discussão sobre como eles chegaram a esta definição de padrão de beleza, se foi pela mídia, pelas redes sociais, pela cultura local, dentre outros.
Pergunte aos estudantes sobre as pessoas que eles elegeram como sendo padrões de beleza, o que eles fazem para ficar daquela forma: alimentação, exercício, intervenções cirúrgicas, dentre outros.
Sugerimos que os programas de exercícios criados pelos grupos nesta aula sejam colocados em prática nas próximas aulas.
Proponha uma pesquisa sobre o uso de substâncias proibidas objetivando resultados rápidos e peça que contextualizem em quais contextos isso ocorre.
Inicie a aula com uma conversa, abordando junto aos estudantes aspectos relacionados aos padrões de beleza. Por intermédio das questões a seguir, desmistifique mitos gerados pelo senso comum. Anote as opiniões dos estudantes em um quadro, e, ao final da fala deles, faça o fechamento com os conhecimentos essenciais e pertinentes. Inicie perguntando-lhes: O que é um corpo bonito? E quando ocorrem prejuízos à saúde em busca do “corpo perfeito”?
A partir destes questionamentos, pode-se abordar uma infinidade de temas pertinentes aos padrões de beleza que muitos tentam alcançar a todo custo, tais como: padrões de beleza como construção cultural; os procedimentos estéticos invasivos e cirurgias que muitas vezes deformam e até chegam a óbitos; a prática desmedida de atividade física e treino exagerado; as dietas altamente restritivas; o uso de hormônios e substâncias proibidas: síndromes de depressão e estresse, problemas de autoestima, anorexia, bulimia, obsessão por produtos saudáveis, vigorexia etc.
Uma outra questão importante para ser abordada junto aos estudantes é: O que é necessário para que o corpo perfeito seja o corpo saudável? Aqui é a oportunidade de levantar o problema do sedentarismo e a importância da atividade física em busca de bem-estar (sua prática regular gera perda de peso como consequência, diminui a pressão arterial, controla o colesterol e a diabetes, fortalece ossos etc.); alimentação adequada (evitar a ingestão de açúcar e gorduras, comer frutas, beber água, comer mais alimentos naturais e integrais, descascar mais e desembrulhar menos); importância do descanso.
Pode-se concluir que a busca para conseguir ser aceito pelo outro, pertencer a um certo padrão estipulado socialmente, só faz crescer o número de pessoas infelizes com a própria imagem, alimentando equivocadamente o consumo excessivo de produtos e recursos da indústria da beleza.
A atividade pode ser a mesa da aula presencial, ou seja, em formato de júri sobre a questão se o esporte é saúde. E a outra atividade, a fase 3, pode ser individual. Seria necessário fazer pequenas adaptações, uma vez que a aula foi planejada para ser aplicada presencialmente, mas pode ser feita remotamente.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Darlan Santos
Coautor: Laércio de Moura Jorge
Mentor: Edison de Jesus Manoel
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho
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