Plano de Aula
Plano de aula: Esportes: Regras para quê?
Por: Rafael Kanitz Braga
Descrição
A proposta deste plano é promover o entendimento das regras nos esportes como normas e acordos que se fazem para o necessário bom convívio social e para que todos possam usufruir dos benefícios proporcionados no envolvimento dessas práticas corporais.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
Esportes de marca.
Esportes de precisão.
Objetivos de aprendizagem
Experimentar regras e suas variações nas modalidades de esportes de marca e precisão: atletismo.
Compreender as regras nos esportes como modos de garantia de igualdade de condições.
Refletir sobre as regras nos esportes como acordos de convívio social.
Planejar regras em modalidades de esportes de marca e precisão com a finalidade de garantir igualdade de condições e inclusão.
Competências gerais
4. Comunicação
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania
O que são regras? Referem-se a formas que dirigem, balizam e restringem comportamentos e atitudes de pessoas num grupo. Em outras palavras, todos nós como pessoas que vivem em grupos e comunidades necessitamos pautar nossas ações por regras que garantem o bom convívio social. O primeiro aspecto das regras para o bom convívio é o respeito à liberdade do outro e dos outros. O segundo aspecto, não menos importante, é o da garantia da integridade física, mental e social de um e de todos. Regras baseiam-se em processos básicos psicológicos que dão sustentação ao desenvolvimento da moral nas pessoas, e essa formação é particularmente importante na infância e adolescência, como foi mostrado por Jean Piaget e vem sendo tratado em nosso meio por Yves de La Taille. Esse é um dos motivos pelos quais o esporte como objeto de conhecimento na Educação Física reveste-se de uma importância que vai para além do SABER FAZER e informa o SABER POR MEIO do FAZER. Isso ocorre porque o esporte, como o conhecemos (criado no século XIX), tem nas regras um componente importantíssimo sendo fundador da própria ideia de esporte. As regras são estabelecidas para definir o que se pode fazer e como. Elas definem como as ações e suas consequências devem se dar para que os resultados no “jogar” sejam computados. A prática do esporte tem assim um valor formativo na medida em que todos devem respeitar as regras e, assim, respeitar o adversário como garantia de que todos participem da prática e haja igualdade de condições. O princípio é evitar que alguém faça uso de recursos que lhes deem uma vantagem sobre os demais. Um elemento central para você se aprofundar para essa sequência de aulas é compreender o que é uma regra. O professor Luís Mauro Sá Martino, doutor em Ciências Sociais pela PUC SP, idealizador do canal Casa do Saber, na plataforma de vídeos YouTube, aborda esse tema de forma breve e simples. Acesse o link e veja a explicação.
Na infância, alguns modelos teóricos buscam explicar o desenvolvimento da moralidade, e, posteriormente, a compreensão da existência das regras. Dentre essas bases teóricas, a epistemologia genética, de Jean Piaget, nos auxilia a compreender que a identificação de regras, bem como de figuras que momentaneamente estão exercendo um papel de direcionamento condicional, como os responsáveis, o professor, apoiam o estudante na conquista da sua autonomia.
Para recuperar os conceitos de anomia, heteronomia e autonomia, presentes na proposta de Jean Piaget sobre o desenvolvimento da moralidade na infância, assista ao vídeo a seguir.
Essa base teórica irá lhe apoiar para a compreensão de como essa moralidade (as regras) é construída nas brincadeiras, nos jogos, resultando na sua existência também nos esportes. Especificamente no contexto dos esportes, além das regras específicas de cada modalidade esportiva, que possuem sua justificativa de existência, o chamado fair play, em livre tradução “jogo limpo” ou “jogo justo”, é um comportamento de compreensão e respeito às regras, esperado por todo aquele que está praticando um determinado esporte, seja este individual ou coletivo.
O artigo intitulado “Espírito esportivo – fair play e a prática de esportes”, publicado na Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, por Santos (2005), é um excelente suporte teórico para analisar que, assim como na vida diária, as regras e o fair play nas modalidades esportivas são necessários, pois: O fair play é demonstrado pelo participante das atividades esportivas, pela observância das regras do esporte. É importante reconhecer que, por trás das regras escritas, estão regras implícitas, o espírito ou a intenção correta ou leal, nas quais estão envolvidos os competidores esportivos. Os comportamentos, segundo o espírito do fair play, serão reconhecidos pelas ações de:
- Não questionar as decisões dos árbitros, a não ser que o regulamento do esporte o permita.
- Jogar para vencer deve ser o primeiro objetivo, porém recusar a vitória por qualquer meio.
- Honestidade, correção e uma atitude digna quando os outros participantes não jogam de forma justa.
- Respeito aos colegas da sua própria equipe.
Bibliografia
SANTOS, A. R. R. Espírito esportivo – fair play e a prática de esportes. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 4, n. 4, 2005.
Vídeo produzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), comentando especificamente sobre a função das regras nas atividades esportivas.
TIME BRASIL. Regras no esporte, 2020. Disponível em: https://youtu.be/_E5HQM5Wd-A.
http://imagem.camara.gov.br/internet/midias/plen/html/infoMundoSemRegras/index.html
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