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Plano de Aula
Neste plano são propostas reflexões com os estudantes sobre o uso e a apropriação da escola como um ambiente de convívio social por meio da investigação e participação em jogos.
Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional.
1. Conhecimento
3. Repertório cultural
9. Empatia e cooperação
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular,
a Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história. (BRASIL, 2017, p. 213)
Sendo assim, entendemos que o movimento humano se relaciona com a cultura corporal, não sendo apenas um fim nele mesmo. A Educação Física na escola, como uma prática corporal, permite que o estudante experimente as vivências corporais por meio do movimento.
Desse modo, é possível “assegurar aos estudantes a (re)construção de um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma confiante e autoral na sociedade” (BRASIL, 2017, p. 213). A BNCC enfatiza a importância de fazer uma diferenciação entre jogo como conteúdo específico e jogo como ferramenta auxiliar de ensino.
Huizinga (2007) nos apresenta o jogo como um elemento da cultura humana que possui algumas características, como apresentar uma intenção lúdica e um fim em si mesmo; ocorrer dentro de certos limites de tempo e espaço (ou seja, ter início, meio e fim e organização espacial estimulada); ser um fenômeno cultural, que pode ser conservado e transmitido por gerações; organizar-se em regras e com resultado estabelecido, seja vencedor, perdedor ou empate.
Já Freire (1991), apresenta a categorização do jogo, baseado em Piaget, como jogo de exercício, de símbolos e de regras. Entende-se como jogo de exercício aquele onde a ação motora se constitui como atividade central. O jogo simbólico caracteriza-se pela possibilidade de se realizar tudo através do faz de conta. E o jogo de regras é considerado a forma mais evoluída de jogo, porque se apresenta com regras e é marcado pela competição.
Nesta sequência didática que apresentaremos a seguir, focaremos na experimentação das habilidades locomotoras, que são “aquelas nas quais o corpo é transportado em uma direção vertical ou horizontal de um ponto para outro” (GALLAHUE; DONNELLY, 2008, p. 57). Exploraremos, junto com os estudantes, os jogos de perseguição, que são muito comuns na infância e, provavelmente, nos momentos de recreio dos estudantes na escola. Os jogos de perseguição apresentam uma característica básica: a presença de, ao menos, um jogador que faz o papel de perseguir, e, pelo menos, um jogador que faz o papel de fugitivo.
Os jogos do contexto comunitário
Entendidos também como jogos populares, pois se inserem no contexto comunitário, eles possuem como objeto principal perpetuar as manifestações culturais passadas de geração em geração e que fazem parte da história de uma família, de um povo, de um determinado local ou de uma determinada cultura. Vivenciar esta prática corporal permite valorizar a história e a cultura de origem, resgatando os conhecimentos historicamente adquiridos e permitindo que as gerações futuras façam uso deste patrimônio, não deixando que ele caia no esquecimento.
Cumpre destacar que os jogos populares vivenciados pelos estudantes nos dias atuais muitas vezes não são mais os mesmos que seus pais ou avós praticavam. Reconhecer a valorização do patrimônio cultural do jogo é importante, mas aqui também cabe uma valorização das práticas atuais realizadas por nossos estudantes, que, também, um dia, farão parte da história. Não cabe a nós eleger os jogos tradicionais como os melhores, e minimizar os jogos culturais praticados por nossos estudantes nos dias atuais como se fossem de menor importância. Cada prática faz parte de um determinado tempo, uma determinada história, e isso é importante de ser enfatizado com toda a turma.
O jogar na escola: considerando os espaços e tempos
O jogo na escola geralmente cumpre um papel apoiador para outras práticas e objetivos pedagógicos. Ele é aliado nos processos mais diversificados como ferramenta de aprendizado, como, por exemplo, jogos que auxiliam no processo de alfabetização, letramento e matemática. Não podemos deixar de lado o caráter intencional destas práticas pedagógicas, que são extremamente importantes, pois o uso do lúdico favorece a aprendizagem. Porém, neste plano de aula, nosso objetivo é valorizar o jogo como um patrimônio cultural da humanidade, sem a intenção de utilizá-lo como um recurso para outros fins e, sim, como uma prática corporal com amplo reconhecimento cultural.
Dessa maneira, julgamos necessária a valorização dos espaços e tempos de jogar na escola. Muitas vezes as aulas de Educação Física são o único tempo disponível para esta prática corporal ser experimentada pelos estudantes. Entendemos aqui que o jogo pode ser explorado nos mais diversos tempos e espaços, e estes momentos precisam ser mais possibilitados nas escolas, evidenciando o caráter lúdico desta vivência corporal.
O jogar: as habilidades motoras e capacidades físicas
Para a utilização dos gestos motores na prática corporal dos jogos, utilizamos as habilidades motoras, que são a capacidade que temos de movimentar o corpo. São três: habilidades motoras de locomoção, habilidades motoras de estabilização e habilidades motoras de manipulação.
Sobre atividades de locomoção, temos, por exemplo, o correr e o saltar. Essas habilidades são muito utilizadas nos esportes e nas brincadeiras. Já nas habilidades de estabilização, temos o equilibrar-se e o rolar. Nas atividades de ginástica e brincadeiras, utilizamos bastante esta habilidade. E nas habilidades de manipulação, temos o receber, o arremessar, o quicar, o rebater e o chutar. Essas habilidades estão presentes na maioria dos esportes. Nas brincadeiras, por exemplo, a queimada é um jogo em que utilizamos o arremessar.
Gallahue e Donnelly (2008, p. 52) descrevem a habilidade motora como uma série de movimentos “realizados com exatidão e precisão”. Ainda, para os autores, “uma habilidade motora fundamental é uma série organizada de movimentos básicos que implica a combinação de padrões de movimento de dois ou mais segmentos do corpo. Habilidades motoras fundamentais podem ser caracterizadas como movimentos de equilíbrio, locomotores e manipulativos”.
Um ponto de atenção que gostaríamos de colocar é que o objetivo principal do conhecimento dos estudantes a respeito das habilidades motoras não é o fato da execução perfeita dos movimentos, visto que, dentro de uma mesma turma, temos níveis diferentes de desenvolvimento. O que precisa ficar claro para os estudantes aqui é o reconhecimento das habilidades motoras e o uso que poderá ser feito com elas, nas atividades cotidianas, identificando que os jogos que experimentarão poderão estimular estas habilidades, além do simples fato de vivenciar a prática corporal. Fique atento a esta premissa, para que, no momento avaliativo, você não use critérios que acabem por discriminar os estudantes mais habilidosos dos menos habilidosos.
O jogar: as diferenças individuais de desempenho
As diferenças individuais e de desempenho, durante as experimentações de jogos, podem ficar mais evidentes entre os estudantes. Podem surgir problematizações a respeito dos estudantes mais habilidosos ou menos habilidosos e é importante estar atento e estimular os estudantes a respeitarem estas diferenças. Além de características relacionadas à habilidade dos estudantes, podem surgir ainda questões a respeito dos estudantes com mobilidades reduzidas, dificuldades de compreensão, e comparação de desempenho entre meninos e meninas.
Julgamos que cumpre às aulas de Educação Física propor reflexões aos estudantes sobre a participação de todos nas práticas corporais, independente das características de cada um. Proponha aos estudantes a reflexão a respeito da importância das habilidades motoras e das diferenças individuais e de desempenho entre meninos e meninas. Dowling (2001, apud SCHWENGBER, 2009, p. 1) acredita que “os profissionais da educação e da Educação Física desempenham papéis extremamente importantes para essa compreensão”.
As diferenças no desempenho motor entre meninos e meninas, habilidosos e menos habilidosos, continuarão a existir enquanto não problematizamos velhos preconceitos, e cabe à Educação Física ser um agente incentivador deste diálogo e compreensão.
Bibliografia
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 25 out. 2021.
DOWLING, C. O mito da fragilidade. Tradução: Ruy Jungmann. In: SCHWENGBER, M. S. V. Meninas e meninos apresentam desempenho motor distinto? Por quê?. Revista Digital, Buenos Aires, año 14, nº 131, abril de 2009. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd131/meninas-e-meninos-apresentam-desempenho-motor-distinto-por-que.htm. Acesso em: 25 out. 2021.
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. 2 ed. São Paulo: Editora Scipione, 1991.
GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C. Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. Edição. São Paulo: Phorte, 2008.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2007.
SCHWENGBER, M. S. V. Meninas e meninos apresentam desempenho motor distinto? Por quê?. Revista Digital, Buenos Aires, año 14, nº 131, abril de 2009. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd131/meninas-e-meninos-apresentam-desempenho-motor-distinto-por-que.htm. Acesso em: 25 out. 2021.
Apresente aos estudantes os objetivos desta aula e comente que irão refletir sobre a utilização do jogo no espaço escolar. Elabore previamente algumas perguntas que levem os estudantes a fazer esta reflexão, como, por exemplo: Em quais momentos vocês jogam na escola? Quais jogos costumam realizar? Quais materiais utilizam? Quais os movimentos necessitam para realizar tal jogo? Retome com a turma as características dos jogos para facilitar a discussão, como a existência de regras, a presença de ganhador e perdedor.
Você poderá fazer um combinado com a turma para este momento de discussão, permitindo que aqueles que desejem expressar-se, falem e sejam ouvidos por todos. Perceba quem possui restrições, seja por medo, alguma barreira na comunicação ou impedimento, e faça intervenções necessárias, dando dicas, incentivando os estudantes a expressarem-se da maneira que lhes for conveniente. Também incentive a turma a colaborar com os colegas e observe se algum estudante necessita de orientação individualizada. Utilizar imagens e outros elementos de alguns jogos, como cordas, bolas pode contribuir para o diálogo.
Comente com os estudantes que nesta aula experimentarão os jogos de perseguição. Retome com a turma as características dos jogos. Fique atento se a comunicação oral é efetiva para todos os estudantes, ou se é necessário utilizar suporte visual e outros, tanto para a compreensão das perguntas disparadoras, quanto para permitir que os estudantes, mesmo os mais tímidos, não fluentes ou não oralizados em português, possam participar ativamente da conversa, estimulando e valorizando o pertencimento de todos os estudantes.
Sugerimos uma estratégia para que os estudantes falem e sejam ouvidos com clareza. Por meio de jogos simbólicos, você pode fazer combinados com a turma para que todos os estudantes falem e sejam ouvidos. Por exemplo, quem estiver com a vez de fala terá direito de expressar-se, e, em seguida, irá escolher o próximo colega para manifestar-se. Garanta que todos possam se expressar e também ouvir os colegas. Essas práticas são importantes para o desenvolvimento da oralidade e da escuta.
Inicialmente, proponha para a turma a experimentação de dois jogos de perseguição para introduzir o assunto e comunique a turma que, posteriormente, eles também criarão regras para serem praticadas por todos. Solicite aos estudantes que, no momento da prática, se atentem aos gestos motores e capacidades físicas requisitados em cada jogo, e que, no momento da reflexão, irão comentar com a turma quais gestos identificaram.
Atividade 1: Pega-pega gelo
Apresente o pega-pega gelo aos estudantes, exemplificando a regra básica. No jogo pega-pega gelo, quem for pego deve ficar parado no lugar, como uma estátua, e só retornará ao jogo se outros jogadores que estão fugindo encostarem nele (variação: passando por debaixo da perna do colega “congelado”). O jogo termina quando todos os fugitivos forem congelados.
Porém, nesta atividade, proponha aos estudantes que criem e estabeleçam as próprias regras de congelar e descongelar. Possibilite que organizem o jogo, estipulando o que vale e o que não vale na hora de experimentar a prática, como ficarão congelados e quais as possibilidades de descongelar e voltar para a atividade. Dessa maneira, você estará incentivando o protagonismo da turma na vivência do jogo.
É importante que se verifique o número de fugitivos em comparação com o número de perseguidores, pois, se for muito menor a quantidade de perseguidores, dificilmente o jogo terminará. É importante estar atento aos estudantes da turma, caso seja necessário, você pode e deve flexibilizar as regras, por exemplo, propor que os fugitivos estejam em duplas compondo diferentes modos de se locomover pelo espaço. Também podem ser incorporados diferentes “piques”, fugitivos não podem ser pegos se na dupla um estiver com a mão na cabeça do outro. Dessa forma, podemos ampliar as competências e habilidades para além do se locomover rapidamente.
Sugerimos começar o jogo com vários grupos (de cinco estudantes), demarcando os espaços para que cada grupo realize a atividade. Em seguida, você pode ir aumentando os espaços e diminuindo os grupos, de tal maneira que, no final, existam apenas dois grupos: um de pegadores e outro de fugitivos. Circule entre os estudantes e perceba como reagem, se apresentam dificuldades. Faça intervenções, quando necessário, e sugira a formação de novos grupos, como, por exemplo, “agora meninas perseguem e meninos fogem”. Sugira também que criem gestos e regras durante a atividade, possibilitando a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Indicamos uma segunda atividade para a sequência de aula.
Atividade 2: Mãe da rua colorida
Apresente aos estudantes outro jogo, desta vez, utilizando toda a turma no espaço delimitado da aula de Educação Física. Faça duas linhas no chão a uma determinada distância uma da outra, demarcando a rua. Um dos estudantes será o pegador e ficará atrás de uma das linhas. Os demais estarão atrás da outra linha. O objetivo dos fugitivos é ultrapassar a linha em que o pegador se posiciona. O jogo é iniciado a partir da fala do perseguidor com os fugitivos: “Mãe da rua colorida”; todos: “Qual cor?”; pegador: “amarelo” (ou a cor que preferir).
Tenha atenção caso haja estudante com deficiência visual ou auditiva. Proponha aos estudantes que se revezem no auxílio ao colega, fazendo a audiodescrição da cor ou auxiliando-o na leitura labial ou demonstração da cor.
Todos que tiverem a cor referida pelo pegador podem atravessar a rua sem serem capturados. Os que não tiverem devem correr tentando chegar ao outro lado sem ser pegos. Em geral, o pegador fica de costas para os demais ao dizer a cor, assim nenhum fugitivo é privilegiado. O jogo termina quando todos forem capturados.
Circule entre os estudantes e perceba como reagem, se apresentam dificuldades. Faça intervenções, quando necessário, e não se esqueça de possibilitar a participação de todos.
Após a experimentação desta atividade, sugira aos estudantes que criem e estabeleçam novas regras para o jogo, como a organização dos espaços, as maneiras de escolherem os pegadores, o que é válido ou não na atividade. Possibilite que a turma elabore novas maneiras de se jogar, propondo desafios de modificações quanto às habilidades motoras e capacidades físicas a serem exploradas por eles. Dessa maneira, você estimulará a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Indicamos uma terceira atividade para a sequência de aula.
Atividade 3: Recriando jogos de perseguição para tempos e espaços da escola
Possibilite aos estudantes que criem um jogo, que pode ser vivenciado fora do contexto da aula de Educação Física, como, por exemplo, nos espaços externos, nos momentos de recreio, ou em tempos e espaços escolares diversos, utilizando as características do jogo exploradas na Conversa inicial. Os estudantes deverão se organizar em grupos ou equipes, combinar as regras e organizar as finalidades e objetivos da atividade, enfatizando a importância da participação de todos, meninos e meninas.
Nesta atividade, os estudantes terão mais movimentação e protagonismo, participando da organização do jogo. Possibilite à turma que organize a atividade, respeitando os tempos e espaços da escola onde ela poderá ser praticada e, também, que reflita a respeito da participação de todos nesta atividade.
Faça intervenções na organização da atividade, caso seja necessário. Possibilite que os grupos apresentem os jogos de perseguição que criaram para que toda a turma possa vivenciar. Pense com os estudantes se existe na proposta alguma barreira que possa impedir ou dificultar muito a participação de todos com segurança, autonomia e prazer no jogo. Proponha alternativas para que os estudantes decidam a melhor forma de realizar a atividade. Sempre observe as peculiaridades da sua turma na hora de organizar as atividades, permitindo a participação de todos.
Após a prática, faça uma roda de conversa e discuta com os estudantes sobre as atividades, questionando-os sobre a participação e a percepção deles a respeito da experimentação, utilizando questões disparadoras, como: Vocês conheceram jogos do contexto comunitário? Reconheceram outros espaços escolares para a utilização dos jogos do contexto comunitário? Respeitaram as diferenças individuais dos colegas nos jogos do contexto comunitário? Quais foram os gestos motores ou habilidades motoras que vocês utilizaram na prática destes jogos? Reconhecem a presença das capacidades físicas nos jogos com atividades que realizam em outros momentos do seu dia a dia? Quais? A partir das respostas dos estudantes a respeito dessas perguntas, direcione o momento de reflexão, com outras questões norteadoras: Para que servem as habilidades motoras que vocês experimentaram? Todos possuem as mesmas capacidades de realização das habilidades motoras? Lembre-se sempre de possibilitar a oportunidade a todos, considerando a realidade e os possíveis impedimentos e as formas singulares de comunicação de cada um dos estudantes, de maneira a ampliar a expressão do conhecimento construído de cada um dos participantes.
Além disso, você pode incentivar os estudantes a praticar estes jogos em outros momentos da rotina escolar, como no momento do recreio. Questione-os se tais atividades são possíveis de realizar no recreio e como eles podem adaptar as regras para que seja permitida a participação de todos. Incentive os estudantes a refletirem sobre em quais outros espaços ou tempos escolares estas atividades poderão ser praticadas, e quais outros jogos eles poderão realizar nestes momentos.
Incentive os estudantes a expressarem-se, conforme os combinados da vez de falar, apontado anteriormente. Deixe os estudantes falarem, não se preocupando em apontar respostas certas ou erradas, principalmente na execução dos gestos motores, e sim expressarem-se a partir da experiência vivida. Faça pontuações, a partir da observação da vivência dos estudantes. Retome possíveis situações em que houve conflitos e exclusão e aquelas em que os estudantes apresentaram condutas positivas.
Confirme com os estudantes os conceitos que os levaram a identificar as características dos jogos e as habilidades motoras que eles aprenderam nesta aula. A partir da reflexão trazida na roda de conversa, retome com os estudantes as características dos jogos e a aquisição das habilidades motoras nas práticas corporais vivenciadas. Além disso, observe que as aprendizagens que partem das suas experiências proporcionam maior significado.
Observe se, nesta aula, os estudantes conheceram os jogos do contexto comunitário e escolar e reconheceram os espaços e tempos escolares para realização e adaptação destes jogos. Também confirme com os estudantes se houve respeito das diferenças individuais e de desempenho na participação dos jogos e, se for necessário, proponha um aprofundamento sobre esta temática com a turma. Outra sugestão que propomos para a sistematização dos conhecimentos a respeito da temática dos jogos do contexto comunitário na escola seria propor aos estudantes uma gincana, dividindo a turma em equipes, em que os estudantes seriam os organizadores da atividade, escolhendo quais jogos iriam disputar, as regras, os combinados da turma e a premiação.
Importante destacar também sobre o reconhecimento dos estudantes a respeito da utilização do corpo de maneira intencional, com criatividade, controle e adequação, e se ficou claro para todos a utilização e identificação das habilidades motoras e capacidades físicas requeridas nos jogos, relacionadas com atividades que realizam em outros momentos do dia.
O desenvolvimento das competências decorre do enfoque dado às aulas. Porém, perceba que nessa sequência os estudantes aprofundaram os conhecimentos sobre características dos jogos e também as habilidades motoras de locomoção, e puderam utilizar esse conhecimento em novas experiências e conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo, evidenciando a competência geral 1.
Além disso, quando eles mesmos criam regras nos jogos ou participam dos jogos dos colegas, podem perceber e valorizar a diversidade cultural presente na escola, evidenciando a competência geral 3. A competência 9 também pode ser desenvolvida, na medida em que os estudantes reconhecem e respeitam as diferenças individuais e propõem alternativas para os jogos, de modo que todos possam participar, valorizando a diversidade sem preconceitos, exercitando a resolução de conflitos e a cooperação.
Sugerimos, como um aprofundamento deste conhecimento, que, nas próximas sequências de aulas, o enfoque seja em outros tipos de jogos do contexto comunitário trazidos pelos estudantes. Solicite à turma que faça uma pesquisa prévia e organize uma lista de jogos que podem ser praticados na aula de Educação Física e que, posteriormente, podem ser introduzidos em outros espaços e tempos da escola, como, por exemplo, no horário do recreio. A pesquisa poderá ser feita utilizando recursos midiáticos, caso haja disponibilidade na unidade escolar, ou ainda, entrevistando estudantes de outras séries para reconhecerem as práticas vivenciadas por outros colegas da escola. Podem ser utilizados os dois caminhos de experimentação: levar os jogos praticados em outros espaços e tempos escolares para a Educação Física ou levar os jogos experienciados nas aulas para outros momentos da escola.
Fique atento também quanto ao conhecimento dos estudantes sobre as habilidades motoras e capacidades físicas que experimentaram na prática dos jogos, se elas foram compreendidas pela turma, de maneira que identifiquem a utilização destes gestos e movimentos em outros momentos da vida cotidiana. Em aulas posteriores, você poderá ampliar o conhecimento dos estudantes a respeito da temática, propiciando à turma a vivência e experimentação de outras formas de locomoção, manipulação e identificação de capacidades físicas, ampliando, assim, o repertório motor dos estudantes.
Desse modo, o diálogo com os estudantes sobre estes conceitos será importante para a vida deles no cotidiano. Lembre-se de observar atentamente a segurança e a inclusão de todos os estudantes nas atividades, fazendo as adaptações necessárias e solicite-lhes que organizem e guardem os materiais no final da aula.
Como sugestão de registro, solicite aos estudantes que registrem, da maneira que acharem melhor (desenhos, frases, palavras), quais os jogos experimentados na aula poderão ser levados para outros espaços e tempos da escola.
Auxilie os estudantes na escrita dessa palavra, caso seja necessário. Os estudantes poderão registrar livremente; não existe desenho certo ou errado. O importante é identificar se os objetivos de aprendizagem elencados nesta aula foram apreendidos pelos estudantes.
As respostas podem contribuir para avaliar como os estudantes se sentiram e perceberam as atividades propostas, bem como nortear os próximos passos das aulas.
Como sugestão de avaliação, sugerimos que os estudantes façam um mural com os registros dos jogos experimentados na aula que podem ser recriados em outros espaços e tempos da escola. Além disso, utilize seus registros de observação feitos durante a prática e reflexão dos estudantes, como propósito avaliativo, a partir das manifestações orais dos estudantes a respeito das vivências praticadas e do conhecimento adquirido nesta aula. Nesse registro coletivo pode-se destacar descobertas, palavras e imagens-chave e regras. Sempre cuidando para que os materiais ofertados permitam a opção e a utilização com o máximo de autonomia para todos os estudantes. O uso de outros modos e/ou materiais, assim como a flexibilização de regras, não pode suprimir o desafio e o sujeito através de uma ajuda excessiva e por vezes invasiva.
Outra observação que pode ser utilizada como avaliação é questionar oralmente à turma sobre o que aprenderam a respeito das habilidades motoras e quais a turma estudou ao praticar os jogos de perseguição.
Lembre-se de observar atentamente a segurança e a inclusão de todos os estudantes nas atividades, fazendo as adaptações necessárias. Solicite-lhes que organizem e guardem os materiais no final da aula.
Barreiras
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
Sugerimos alguns desdobramentos para as próximas aulas; os estudantes poderão compor uma lista de jogos do contexto comunitário e experimentá-los na aula de Educação Física para análise das características quanto a movimentação (habilidades motoras e capacidades físicas), espaço, regras, participação de meninos e meninas e materiais a serem utilizados. Com base nesta pesquisa, identifiquem os jogos realizados nos tempos e espaços disponíveis na escola, verificando a possibilidade de experimentá-los, propondo mudanças em regras e observando práticas excludentes para, assim, adaptá-las. Não se esqueça de contar com a ciência e autorização da equipe gestora da unidade escolar para viabilizar essa ideia.
Outra proposta apresentada para dar sequência nesta unidade temática é possibilitar aos estudantes que pesquisem com a família e recriem novos jogos de perseguição para que sejam experimentados nas próximas aulas.
Conforme o número de aulas reservadas para essa sequência, aprofunde o tema. Incentive os estudantes sempre a serem protagonistas nas ações pedagógicas nas aulas de Educação Física: recriar novos jogos, ampliar os movimentos necessários para a realização deles, estimular a criatividade. Reforce a importância do respeito entre todos, da inclusão dos colegas na aula e das adaptações necessárias nas atividades para que ninguém se sinta excluído. Lembre-se sempre de que o tempo e o número de aulas serão determinados de acordo com o contexto de sua escola. Procure envolver a participação ativa dos estudantes nas atividades sugeridas.
Outro desdobramento desta aula poderá ser o aprofundamento das habilidades motoras, utilizando gestos motores para a prática corporal dos jogos, com habilidades motoras de locomoção, estabilização e manipulação. Poderão ser sugeridos aos estudantes outros jogos de perseguição que utilizem as habilidades de estabilização e de manipulação.
Para as atividades de locomoção, sugira aos estudantes a elaboração de circuitos desafiantes, apresentando diversos materiais da escola e possibilitando-lhes criar seus obstáculos, estimulando as habilidades de correr, saltar, equilibrar-se e rolar. Também sugerimos uma sequência de atividades do jogo da queimada, como forma de trabalhar as habilidades motoras. Não se esqueça de possibilitar aos estudantes que pesquisem, apresentem os jogos, vivenciem e recriem as regras para a participação de todos. Sugira que repensem os espaços da escola e as habilidades motoras estudadas, substituindo os jogos por outros que julgarem adequados.
Nesta sequência de aulas sobre o jogo para o primeiro ano, introduzimos a temática para o desenvolvimento das habilidades elencadas neste plano, garantido que haja uma progressão do conhecimento em outras sequências didáticas e também no ano seguinte. Não se esqueça de reorganizar as sequências didáticas de acordo com a realidade de seus estudantes e de sua escola, possibilitando mais ou menos aulas, conforme o contexto onde atua.
Comece a aula com a Conversa inicial da atividade, informe os estudantes que irão estudar sobre o jogar na escola, aproveite os questionamentos desta conversa. Debata com eles também sobre:
Os jogos comunitários, que são os jogos populares que passam de geração para geração e que são de grande relevância cultural.
O jogar na escola: considerando os espaços e tempos, em que se pode discutir sobre outros momentos além das aulas de Educação Física e do recreio para jogar.
O jogar e as capacidades físicas e habilidades motoras, quando jogamos desenvolvemos as capacidades físicas, como velocidade quando corremos rápido, resistência quando corremos longas distâncias por muito tempo, força quando puxamos ou empurramos algum objeto, por exemplo. Realizamos movimentos de locomoção, como correr e saltar, de estabilização, quando nos equilibramos e rolamos, e de manipulação, como lançar, arremessar, receber, quicar etc.
O jogar e as diferenças individuais de desempenho, para os estudantes respeitarem as diferenças de desempenho, diferença entre meninos e meninas, diferença dos que têm a mobilidade reduzida etc., com o intuito de alcançar o respeito de todos a estas diferenças.
Solicite aos estudantes que façam uma pesquisa com algum adulto (pais, avós, tios, amigos, entre outros) sobre um jogo de perseguição que ele realizava na sua infância. Explique que um jogo de perseguição consiste basicamente em um pegar o outro. Geralmente possui um pegador ou vários pegadores que correm atrás dos demais participantes que, muitas vezes, são denominados fugitivos. Pode ter o pique, que pode ser um objeto, um local, uma palavra, ou uma regra, com a função de colocar os participantes a salvo da perseguição. Peça-lhes que fiquem atentos para perceber se é um jogo que eles já conheciam e se há diferenças nas regras do jogo que o adulto praticava com o que o estudante conhece. Solicite-lhes anotar essas diferenças. Aproveite essas diferenças para que sejam feitas reflexões pertinentes a respeito delas.
Comunique aos estudantes que eles irão apresentar a sua pesquisa para a classe e que todos vivenciarão estes jogos de perseguição quando tiverem as aulas presenciais. Se o jogo possuir algum impedimento para ser realizado no ambiente escolar, ou tenha alguma impossibilidade de ser realizados por todos, o grupo deverá contribuir com propostas de adaptações para que se elimine alguma diferença individual e restrições de espaço. Pode-se também solicitar aos responsáveis pela administração escolar outros momentos que vão além das aulas de Educação Física e recreio para realizar estas atividades.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Renata Cristina Rogich Merighi
Coautor: Laércio de Moura Jorge
Mentor: Ricardo Yoshio
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho
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